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Distúrbios de sono em pacientes em hemodiálise crônica: o papel dos diferentes turnos de diálise

OBJETIVOS: Alterações do sono têm sido relatadas em até 80% dos pacientes com Insuficiência renal crônica dialítica (IRCD). Insônia, síndrome da apnéia do sono, síndrome das pernas inquietas (SPI), movimentos periódicos de extremidades e sonolência excessiva diurna (SED) têm sido descritos. A influência que o turno da diálise exerce sobre as alterações do sono e sobre a morbidade e mortalidade ainda é desconhecida. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do turno da diálise sobre as anormalidades do sono em pacientes com IRCD. MÉTODOS: Estudamos 100 pacientes consecutivos provenientes de um centro de diálise. A qualidade do sono foi avaliada através do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP) e a SED através da Escala de sonolência de Epworth (ESE). A SPI foi avaliada utilizando os quatro critérios mínimos definidos internacionalmente pela International Restless Legs Syndrome Study Group. Os parâmetros clínicos e laboratoriais foram obtidos através de entrevistas e revisão de prontuários. A qualidade da diálise foi avaliada pelo índice Kt/V. RESULTADOS: Má qualidade do sono (IQSP>6), encontrada em 75% dos casos, associou-se à SPI (P= 0.004) e à presença de ronco (P= 0.016). Pacientes com SED (ESE>10) (1.33±0.29) apresentaram valores do índice Kt/v menores (P=0.01) do que aqueles sem SED (1.52±0.32). Observou-se a presença de SPI em 48% dos pacientes. Má qualidade do sono, SED e SPI não diferiram entre os pacientes agrupados quanto ao turno de diálise. CONCLUSÃO: Má qualidade do sono, SED e SPI são freqüentes e não se relacionam com o turno da diálise.

Insuficiência renal crônica dialítica; Hemodiálise; Pernas inquietas; Sono; Ronco


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