Diretrizes
Economia da Saúde
POR QUE AVALIAÇÃO ECONÔMICA EM SAÚDE?
Nos últimos anos tem crescido entre as autoridades responsáveis pela definição de políticas e investimentos de saúde a preocupação com a efetividade e o custo das ações de saúde. Embora as preocupações tradicionais com a qualidade da assistência à saúde, a cobertura e o acesso aos serviços permaneçam importantes, cada vez mais os responsáveis pelas decisões no setor, seja no âmbito público ou privado, devem se preocupar em obter o maior resultado possível com os recursos disponíveis. Isto se deve principalmente a três fatores: a tendência sempre crescente dos custos da saúde frente a recursos sempre limitados; a crescente pressão de usuários e consumidores cada vez mais organizados e exigentes; e a identificação de muitas fontes de desperdícios na organização e prestação de serviços de saúde.
Esta tendência se traduz primeiro pela aplicação crescente de técnicas econômicas de avaliação como a Análise Custo-Benefício e a Análise Custo-Efetividade. Estas técnicas consistem basicamente em confrontar os custos de uma intervenção ou programa de saúde com o impacto ou benefício obtido. Quanto maior a relação Impacto/Custo, mais o programa "vale a pena" sob o ponto de vista econômico. Estas técnicas são cada vez mais utilizadas na alocação de recursos entre programas alternativos, e para avaliar o mérito de intervenções específicas, protocolos de tratamento, tecnologias ou medicamentos.
Outro aspecto desta tendência se verifica na recente preocupação em avaliar a performance de sistemas de saúde, demonstrada no último relatório anual da Organização Mundial da Saúde. Neste relatório, os técnicos da OMS elaboram uma metodologia sofisticada para comparar a performance relativa de 190 países, em que confrontam os resultados obtidos pelos sistemas de saúde (em termos de indicadores de saúde, eqüidade e resposta às expectativas dos usuários) com o gasto nacional em saúde.
Comentário
A orientação de se avaliar políticas e ações do ponto de vista econômico não implica a predominância da dimensão econômica sobre as demais, e sim que esta dimensão não pode ser ignorada e deve ser obrigatoriamente parte integrante do processo decisório que determina a adoção de políticas de saúde e a alocação de recursos. O dinheiro disponível para a saúde é limitado e, portanto, deve ser utilizado eficientemente e de maneira a maximizar o resultado obtido.
Bernard F. Couttolenc
Referências
Drummond, M.F., Stoddart, G.L., e Torrance, G.W.: Metodos para la Evaluación Económica de los Programas de Atención a la Salud. Editora Diaz de Santos, 1991.
World Health Organization: The World Health Report 2000. WHO, Genebra, 2000.
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
24 Abr 2001 -
Data do Fascículo
Mar 2001