Resumo
Introdução:
desde a segunda metade do século XX, as discussões em torno da assistência ao doente mental revelam o debate, ainda inacabado, entre dois paradigmas de atenção à saúde: o paradigma biomédico/biopsicossocial e o paradigma psicossocial. A luta pela hegemonia sobre as formas do cuidado, sobre a melhor maneira de lidar com a experiência do adoecimento, subjaz a uma intencionalidade de reorganização dos saberes sobre o binômio saúde/doença, que se reflete nos modelos propostos para a execução das ações e serviços de promoção, prevenção, assistência e reabilitação da saúde humana.
Objetivo:
problematizar as diretrizes do cuidado do Hospital-dia em Saúde Mental (HDSM) em contraste com o Centro de Atenção Psicossocial tipo III (CAPS III).
Método:
revisão da legislação em saúde mental entre 1990-2014.
Resultados:
não foi encontradas a definição de projeto terapêutico e as atividades e técnicas que devem ser empregadas por esses serviços de saúde.
Conclusão:
o HDSM e o CAPS III são serviços substitutivos à internação hospitalar psiquiátrica que se caracterizam pela complementaridade na atenção ao doente mental. Pelos seus variados e distintos métodos de intervenção, em ação sinérgica, potencializam-se com as contribuições tanto de um modelo quanto do outro modelo de atenção. As discussões em torno do melhor modelo de atenção em saúde mental mostram-se polarizadas entre os paradigmas biomédico/biopsicossocial e psicossocial, condição que reflete a supremacia do segundo sobre o primeiro no discurso político-ideológico que circunscreve a reforma da assistência psiquiátrica, fato que pode prejudicar o desfecho clínico para o paciente e sua família.
Palavras-chave
psiquiatria; psiquiatria comunitária; serviços de saúde mental; saúde mental; política de saúde