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Uso de corticosteroides orais nas exacerbações da asma pode estar associado à supressão adrenal: os médicos estão alertas?

Resumo

Introdução:

A corticoterapia oral (CO) é um dos pilares do tratamento na exacerbação da asma, e cursos de curta duração são geralmente considerados seguros. No entanto, crianças submetidas a repetidos cursos estão sujeitas a disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA).

Objetivo:

Investigar a integridade do eixo HHA em crianças com asma persistente ou sibilância recorrente com indicação para corticoterapia inalatória (CI).

Método:

Avaliação do cortisol sérico basal antes da introdução da CI e 30, 60 e 90 dias após iniciado o tratamento, utilizando-se o imunoensaio ImmuliteÒ Siemens Medical Solutions Diagnostic chemiluminescent (Los Angeles, EUA; 2006).

Resultados:

Das 140 crianças avaliadas (0,3 a 15 anos de idade) com asma persistente ou sibilância recorrente, 40% relataram ter recebido CO no último mês antes da avaliação. Cerca de 12,5% delas apresentaram supressão adrenal bioquímica e evoluíram com recuperação do eixo HHA durante os primeiros três meses em CI. O número de dias livres de CO e a duração do último curso antes da avaliação do cortisol não foram significativamente diferentes entre as crianças com ou sem supressão adrenal (p=0,29 e p=0,20, respectivamente). O número de cursos de curta duração relatados no ano anterior à avaliação também não esteve associado à supressão adrenal (p=0,89).

Conclusão:

A utilização dos corticosteroides nas doses convencionais, em cursos de curta duração, pode colocar as crianças em risco de disfunção do eixo HHA. A recuperação desse eixo é possível durante a CI. Profissionais de saúde devem estar atentos para a possibilidade de resposta inadequada ao estresse durante o acompanhamento de crianças com asma persistente ou sibilância recorrente.

Palavras-chave:
asma; corticosteroides; supressão; criança

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