RESUMO
OBJETIVO
Descrever a distribuição e evolução histórica das vagas em cursos de graduação em medicina no Brasil.
MÉTODOS
Estudo transversal analítico de dados secundários. No Ministério da Educação obtiveram-se dados dos cursos de medicina e no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foram obtidos dados populacionais e econômicos dos estados.
RESULTADOS
Havia no Brasil, até janeiro de 2018, 298 cursos de medicina (1,42 curso/milhão de habitantes), totalizando 31.126 vagas anuais, com 9.217 vagas gratuitas (29,6%) e 17.963 vagas no interior do País (57,7%). Nos estados há correlações positivas e significativas (p<0,001) das variáveis: “vagas em medicina” e “população” (R 0,92); “vagas em medicina” e “produto interno bruto” (“PIB”) (R 0,83); “percentual de vagas em medicina no interior” e “população no interior” (R 0,71) e “percentual de vagas em medicina no interior” e “PIB” (R 0,64). Há correlação negativa e significativa entre “percentual de vagas gratuitas” e “PIB” (R –0,54, p=0,003). Passaram a ser criados mais cursos pagos do que gratuitos e mais cursos no interior do que nas capitais a partir de 1964 (p <0,001), e a relação curso/milhão de habitantes aumentou a partir de 2002 (p<0,001).
CONCLUSÕES
A distribuição de vagas em cursos de medicina no Brasil correlaciona-se à população e à produção econômica de cada estado. A expansão do ensino médico brasileiro, acelerada além do crescimento populacional a partir de 2002, é baseada principalmente em cursos pagos no interior dos estados brasileiros, característica inalterada desde 1964.
Educação médica; Faculdades de medicina; Brasil; População; Produto Interno Bruto