OBJETIVO: Avaliar a utilidade da citologia aspirativa renal convencional na monitorização seqüencial da rejeição aguda de transplantes renais. MATERIAL E MÉTODO: 376 punções aspirativas renais em 30 pacientes transplantados. Os diagnósticos das situações clínicas em que as aspirações foram feitas foram estabelecidos de maneira independente. RESULTADOS: Na avaliação seqüencial "cega" obteve-se 82,7% de representatividade das amostras. Encontraram-se aumentos significativos do incremento corrigido total (ICT) e dos números de células imunoativadas por lâmina nos episódios de rejeição aguda quando comparados aos valores obtidos durante os períodos de função estável do enxerto, necrose tubular aguda e nefrotoxicidade por ciclosporina. Os parâmetros diagnósticos para rejeição aguda foram: sensibilidade: 71,8%; especificidade: 87,3%; valor preditivo positivo: 50,9%; valor preditivo negativo: 94,4%; e acurácia: 84,9%. Os resultados falsos-positivos para rejeição foram devidos, principalmente, a infecção citomegálica ou subseqüentes ao uso de OKT3 para tratamento de episódios de rejeição aguda celular. Em 10 dos 11 resultados falsos-negativos, encontrou-se o diagnóstico de imunoativação incipiente, que deve ser considerado como um alerta para a possibilidade de rejeição aguda. CONCLUSÕES: A citologia aspirativa renal é um método útil na monitorização seqüencial da rejeição aguda no paciente transplantado renal. Os melhores resultados são obtidos quando os dados da citologia aspirativa são interpretados juntamente com o quadro clínico.
Transplante renal; Citologia aspirativa