RESUMO
OBJETIVOS
Indivíduos vivendo com HIV parecem mais propensos às alterações na redistribuição da gordura corporal, caracterizada como lipodistrofia, podendo acontecer em conjunto com as metabólicas. No presente estudo avaliaram-se tais impactos em adultos com e sem HIV e se associou ao tempo de diagnóstico do vírus e tratamento com antirretroviral.
MÉTODOS
Estudo tipo transversal, com 123 adultos, no qual 87 tinham HIV e 36 sem HIV, de ambos os sexos, em seguimento ambulatorial no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em Macaé - RJ. Foram feitos: 1) Alteração na distribuição da gordura corporal, mensurados por parâmetros antropométricos e lipodistrofia autorreferida; 2) Perfil bioquímico; 3) Associação entre tempo diagnóstico do HIV e tratamento com antirretroviral.
RESULTADOS
Incluíram-se 54,47% (n=67) do sexo masculino, 45,52% (n=56) do feminino, com média de idade de 37 anos. Destes, 87 eram pessoas vivendo com HIV, 29% (n=25) possuíam lipodistrofia autorreferida; tempo médio de infecção pelo vírus e tratamento antirretroviral (5,80±4,56 e 5,14±3,82 anos), respectivamente. Os pacientes com lipodistrofia autorreferida tiveram maior alteração na distribuição da gordura corporal entre 3-6 anos de diagnóstico do HIV e um perfil colesterolêmico negativo. O tempo de tratamento com antirretroviral influenciou o colesterol total e os triglicerídeos, mesmo para os pacientes sem lipodistrofia autorreferida, com mais de nove anos sob tratamento.
CONCLUSÃO
Neste estudo, o perfil colesterolêmico negativo se relacionou principalmente ao tempo de tratamento com antirretroviral, mesmo para os pacientes sem lipodistrofia autorreferida e as alterações na distribuição da gordura corporal, mensuradas por antropometria, se associaram especialmente ao tempo de infecção pelo HIV naqueles com lipodistrofia autorreferida.
Lipodistrofia; Perfil bioquímico; HIV