RESUMO
OBJETIVO:
Analisar se a implementação de um programa educacional multidisciplinar para prevenção cardiovascular em escolas públicas durante um ano pode contribuir para reduzir o escore de risco cardiovascular de Framingham dos pais das crianças.
MÉTODOS:
Estudo prospectivo, de base comunitária, caso-controle em duas escolas públicas de São Paulo, Brasil. Os alunos foram randomizados para receber recomendações de estilo de vida saudável por duas abordagens diferentes. O grupo controle recebeu folhetos educacionais de saúde cardiovascular encaminhados para seus pais. O grupo intervenção recebeu os mesmos folhetos e as crianças foram expostas a um programa educacional semanal, durante um ano, com uma equipe multidisciplinar em prevenção cardiovascular. Dados clínicos e laboratoriais foram coletados no início e no final do estudo.
RESULTADOS:
Foram sujeitos do estudo 418 pais das crianças das escolas. No início da pesquisa, o total de pais com escore de Framingham intermediário ou alto (risco superior a 10% de doença cardiovascular nos próximos dez anos) foi de 6,9% no grupo controle e de 13,3% no grupo intervenção. Após um ano, dentre os pais com escore de risco de Framingham intermediário ou alto, foi observada redução de 22,2% no grupo intervenção e aumento de 33,3% no grupo controle (p=0,031). Os fatores de risco cardiovascular que melhoraram no grupo de intervenção foram pressão arterial, LDL-colesterol (lipoproteína de baixa densidade) e glicemia.
CONCLUSÃO:
Um programa educacional de prevenção cardiovascular para crianças em idade escolar, em escolas públicas, pode reduzir o risco cardiovascular de seus pais.
PALAVRAS-CHAVE:
Doenças cardiovasculares/prevenção e controle; Criança; Pais; Educação; Instituições acadêmicas