Resumo
Objetivo:
Avaliar a distribuição geográfica e a trajetória dos médicos e fatores associados à escolha para o local da prática médica.
Método:
Estudo transversal envolvendo graduados entre 2001 a 2010, utilizando-se questionário autoaplicado com dados sociodemográficos, informações de localização geográfica (local de nascimento, local onde residia quando entrou na faculdade de medicina, local onde realizou a residência médica e local de prática profissional), e as razões para escolha do local de sua fixação. Análises estatísticas avaliaram as tendências da distribuição dos egressos e os fatores associados com a escolha do local para a prática médica.
Resultados:
563 egressos completaram o questionário. Destes, 4,3% (n=24) eram médicos de família, 19,9% (n=112) tinham especialidades em grandes áreas (medicina interna, pediatria, cirurgia e ginecologia-obstetrícia), enquanto os outros escolheram subespecialidades. Houve predomínio da escolha de cidades de grande porte para a prática profissional. Convites para trabalhar recebidos durante a residência médica aumentaram a escolha de cidades de maior densidade populacional. Por outro lado, os convites recebidos durante a graduação influenciaram a escolha de cidades de mais baixa densidade populacional. Para estes últimos, a presença da família no local foi fator de influência, enquanto, para os que escolheram cidades de maior densidade populacional, os fatores de influência foram melhor infraestrutura e mais opções de diversão.
Conclusão:
A maioria dos médicos deste estudo fixou-se em grandes cidades e escolheu subespecialidades. Conhecer os múltiplos fatores que influenciaram a escolha do local para prática profissional pode auxiliar no planejamento de estratégias para reduzir a má distribuição do trabalho médico.
Palavras-chave:
distribuição de médicos; atenção primária à saúde; área de atuação profissional