Resumo
Objetivo:
investigar se o diagnóstico de apendicite aguda é afetado por gravidez ou não.
Método:
estudo retrospectivo com análise dos prontuários médicos de todas as mulheres que tiveram suspeita de apendicite e foram submetidas à apendicectomia em nosso hospital entre junho de 2010 e março de 2015. As pacientes foram divididas em dois grupos, de acordo com a presença de gravidez durante a cirurgia: grupo I, mulheres grávidas; grupo II, mulheres não grávidas.
Resultados:
durante o período do estudo, 38 mulheres grávidas e 169 mulheres não grávidas foram submetidas à apendicectomia. O tempo desde a internação até a cirurgia não foi estatisticamente diferente (2,17±1,47 dias no grupo I vs. 1,98±1,66 dia no grupo II, p=0,288). O grupo das grávidas apresentou uma estadia hospitalar mais longa que o grupo das não grávidas (p=0,04). A ultrassonografia foi usada como primeira modalidade de diagnóstico em 36/38 pacientes no grupo I e em 161/169 no grupo II. O apêndice não visualizado na ultrassonografia foi visto em 17 pacientes no grupo I e 51 pacientes no grupo II, e não foi estatisticamente diferente. A sensibilidade e especificidade da ultrassonografia no diagnóstico de apendicite aguda foram 61,29 e 80,00% no grupo I e 93,0 e 31,6% no grupo II, respectivamente.
Conclusão:
embora o diagnóstico de apendicite em mulheres grávidas não seja protelado, recomenda-se uma avaliação cuidadosa quando o exame de ultrassonografia for normal ou não diagnóstico nessas pacientes.
Palavras-chave:
apendicite; gravidez; ultrassonografia; diagnóstico