Resumo
Apesar do uso disseminado da repetência escolar na América Latina, seu impacto sobre os resultados acadêmicos segue sendo objeto de debate. Este artigo examina os efeitos da repetência utilizando um conjunto de dados longitudinais em nível de aluno (2012-2017) do município do Rio de Janeiro, a segunda maior rede municipal de ensino do Brasil. Aplicando um modelo de diferenças em diferenças com efeitos fixos para o aluno, encontramos que a repetência melhora significativamente o desempenho acadêmico de curto prazo, com resultados consistentes em diversas verificações de robustez. Nossa análise sugere que essa melhoria se deve, em parte, ao medo da repetência e ao suporte adicional oferecido aos alunos em risco de repetição. No entanto, o impacto da repetência vai além desses fatores, indicando seu papel como intervenção direta na melhoria da aprendizagem. Este estudo contribui para a literatura sobre repetência ao oferecer evidências em um contexto de país em desenvolvimento, destacando os benefícios potenciais e a complexidade dessa política amplamente debatida. Embora a repetência incentive ganhos acadêmicos de curto prazo, seus efeitos de longo prazo e custos associados merecem maior consideração.
Palavras-chave:
repetência escolar; reprovação; ensino fundamental; desempenho acadêmico
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Fonte: Dados das provas bimestrais do SME entre 2012 a 2017.Notas: *p < 0.05, **p < 0.01, ***p < 0.001. O índice de repetência foi calculado pela proporção entre o número de estudantes que repetiram o 3o e o 4o anos em 2015 e aqueles que se matricularam nesses anos escolares em 2014. Só levamos em consideração os estudantes presentes em 2014 e 2015 no conjunto de dados completo. As notas são a média original da prova bimestral (sem padronização) para cada ano escolar e ano letivo.
Fonte: Dados das provas bimestrais do SME entre 2012 a 2017.Notas: As notas contêm a média da nota original da prova bimestral (não-padronizada) por ano escolar. Os dados contêm o ano de repetência e uma amostra equilibrada dos principais resultados.
Fonte: Dados das provas bimestrais do SME entre 2012 a 2017.Notas: Erros padrão agrupados no nível da turma estão entre parênteses. *p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001. As estimativas incluem matemática, redação e leitura.
Fonte: Dados das provas bimestrais do SME entre 2012 a 2017.Notas: Erros padrão agrupados no nível da turma estão entre parênteses. *p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001. As estimativas incluem matemática, redação e leitura. Todas as estimativas incluem efeito fixo de disciplina, gestão e estudante.
Fonte: Dados das provas bimestrais do SME entre 2012 a 2017.Notas: Erros-padrão agrupados no nível da turma estão entre parênteses. *p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001. As estimativas incluem matemática, redação e leitura. A amostra inclui apenas estudantes que mantiveram uma trajetória escolar regular após a repetência.
Fonte: Dados das provas bimestrais do SME entre 2012 a 2017.Notas: Erros-padrão agrupados no nível da turma estão entre parênteses. *p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001. As estimações incluem matemática, redação e leitura, além de efeitos fixos por disciplina, administração municipal e estudante.
Fonte: Dados das provas bimestrais do SME entre 2012 a 2017.Notas: Erros-padrão agrupados no nível da turma estão entre parênteses. *p < 0,05, **p < 0,01, ***p < 0,001. As estimações incluem matemática, redação e leitura, além de efeitos fixos por disciplina, administração municipal e estudante.