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Fitossociologia de duas fitocenoses de floresta ombrófila aberta no município de Codó, Estado do Maranhão

Phytosociology of two open ombrophylous forest phytocenosis Codó municipality, State of Maranhão, Brazil

Resumos

Este estudo foi realizado no Projeto Magela (04º 35' 20" S e 43º 49' 55,2" W), pertencente à Empresa MARGUSA (Maranhão Gusa S.A.), localizado no Município de Codó, Estado do Maranhão. Teve como objetivo analisar a composição florística e a estrutura horizontal de Floresta Ombrófila Aberta com cipó (FOAcipó) e Floresta Ombrófila Aberta com palmeira (FOApalmeira). No inventário florestal, utilizou-se amostragem casual estratificada com 12 parcelas na FOAcipó e nove na FOApalmeira. Em parcelas de 50 x 200 m, mensuraram-se todos os indivíduos com DAP > 15 cm (nível I de inclusão) e, em subparcelas de 5 x 50 m, os indivíduos com 5 cm < DAP < 15 cm (nível II de inclusão). A FOApalmeira apresentou maior diversidade florística. As espécies de maior importância ecológica em FOAcipó foram Cenostigma macrophyllum Tul. (Leguminosae), Galipea jasminiflora (A. St.-Hil.) Engl. (Rutaceae) e Hymenaea parvifolia Huber (Leguminosae). Em FOApalmeira, as espécies mais importantes foram Attalea speciosa Mart. Ex Spreng (Arecaceae), Actinostemon klotzshii (Didr.) Pax (Euphorbiaceae) e Cenostigma macrophyllum.

Floresta Ombrófila Aberta; composição florística; estrutura horizontal


The study was carried out in the area of the Magela Project (04º 35' 20" S and 43º 49' 55,2" W) owned by MARGUSA Enterprise (Maranhão Gusa S/A), located in the Municipality of Codó, State of Maranhão. The forest cover belongs to the Open Ombrophylous Forest with lianas (OOFliana) and to the Open Ombrophylous Forest with palms (OOFpalm). The objective was to analyze the floristic composition and horizontal structure of the OOFliana and OOFpalm. In 50 x 200 m plots, all individuals with DBH > 15 cm (inclusion level I) were measured, and in 5 x 50 m subplots, individuals with 5 cm < DBH < 15 cm (inclusion level II) were included. The OOFpalm formation showed the highest floristic diversity. Species with higher ecological importance in OOFliana were: Cenostigma macrophyllum Tul. (Leguminosae), Galipea jasminiflora (A. St.-Hil.) Engl. (Rutaceae) e Hymenaea parvifolia Huber (Leguminosae). In OOFpalms, the most important species were: Attalea speciosa Mart. Ex Spreng. (Arecaceae), Actinostemon klotzshii (Didr.) Pax (Euphorbiaceae) e Cenostigma macrophyllum.

Open Ombrophylous Forest; Floristic composition; horizontal structure


Fitossociologia de duas fitocenoses de floresta ombrófila aberta no município de Codó, Estado do Maranhão

Phytosociology of two open ombrophylous forest phytocenosis Codó municipality, State of Maranhão, Brazil

João Ricardo Vasconcellos GamaI; Agostinho Lopes de SouzaII; Natalino CalegárioIII; Guilherme Campos LanaIV

IUFRA Tapajós, Rua Vera Paz, s/n - SALE, 68035-110 Santarém-PA. E-mail: <jrvgama@uol.com.br>

IIDepartamento de Engenharia Florestal da UFV, 36570-000 Viçosa-MG. E-mail: <alsouza@ufv.br>

IIIDepartamento de Ciências Florestais da UFLA, 37200-000 Lavras-MG

IVRefloresta, Rua Cel José Pereira, 622 - Santa Helena, 35700-410 Sete Lagoas-MG

RESUMO

Este estudo foi realizado no Projeto Magela (04º 35' 20" S e 43º 49' 55,2" W), pertencente à Empresa MARGUSA (Maranhão Gusa S.A.), localizado no Município de Codó, Estado do Maranhão. Teve como objetivo analisar a composição florística e a estrutura horizontal de Floresta Ombrófila Aberta com cipó (FOAcipó) e Floresta Ombrófila Aberta com palmeira (FOApalmeira). No inventário florestal, utilizou-se amostragem casual estratificada com 12 parcelas na FOAcipó e nove na FOApalmeira. Em parcelas de 50 x 200 m, mensuraram-se todos os indivíduos com DAP > 15 cm (nível I de inclusão) e, em subparcelas de 5 x 50 m, os indivíduos com 5 cm < DAP < 15 cm (nível II de inclusão). A FOApalmeira apresentou maior diversidade florística. As espécies de maior importância ecológica em FOAcipó foram Cenostigma macrophyllum Tul. (Leguminosae), Galipea jasminiflora (A. St.-Hil.) Engl. (Rutaceae) e Hymenaea parvifolia Huber (Leguminosae). Em FOApalmeira, as espécies mais importantes foram Attalea speciosa Mart. Ex Spreng (Arecaceae), Actinostemon klotzshii (Didr.) Pax (Euphorbiaceae) e Cenostigma macrophyllum.

Palavras-chave: Floresta Ombrófila Aberta, composição florística e estrutura horizontal.

ABSTRACT

The study was carried out in the area of the Magela Project (04º 35' 20" S and 43º 49' 55,2" W) owned by MARGUSA Enterprise (Maranhão Gusa S/A), located in the Municipality of Codó, State of Maranhão. The forest cover belongs to the Open Ombrophylous Forest with lianas (OOFliana) and to the Open Ombrophylous Forest with palms (OOFpalm). The objective was to analyze the floristic composition and horizontal structure of the OOFliana and OOFpalm. In 50 x 200 m plots, all individuals with DBH > 15 cm (inclusion level I) were measured, and in 5 x 50 m subplots, individuals with 5 cm < DBH < 15 cm (inclusion level II) were included. The OOFpalm formation showed the highest floristic diversity. Species with higher ecological importance in OOFliana were: Cenostigma macrophyllum Tul. (Leguminosae), Galipea jasminiflora (A. St.-Hil.) Engl. (Rutaceae) e Hymenaea parvifolia Huber (Leguminosae). In OOFpalms, the most important species were: Attalea speciosa Mart. Ex Spreng. (Arecaceae), Actinostemon klotzshii (Didr.) Pax (Euphorbiaceae) e Cenostigma macrophyllum.

Keywords: Open Ombrophylous Forest, Floristic composition and horizontal structure.

1. INTRODUÇÃO

O manejo das florestas precisa ser executado seguindo-se princípios de conduta que assegurem a sustentabilidade ambiental dos recursos naturais. Para analisar as possibilidades de aproveitamento dos recursos florestais, é necessário conhecer a estrutura da floresta (GAMA et al., 2005).

A análise estrutural fundamenta os critérios de colheita do plano de manejo florestal, permite estimar o estágio de desenvolvimento da floresta e subsidia a aplicação de tratamentos silviculturais que promovam a melhoria de qualidade e produtividade da floresta.

A análise estrutural auxilia, sobretudo a avaliação da efetividade da legislação florestal vigente para proteção e conservação dos recursos naturais (SILVA–JÚNIOR, 2001); na compreensão do relacionamento entre a floresta e o homem (TACHER et al., 2002); na valorização da floresta em pé (BENTES-GAMA et al., 2002); na elaboração de laudos periciais de desapropriação ambiental (ROCHA, 2003); no desenvolvimento de tecnologia para utilização de recursos florestais não-madeireiros (FERREIRA e BRAZ, 2004); nos estudos de dinâmica de comunidades de florestas naturais (SOUZA et al., 2002 a,b; PAULA et al., 2002); na avaliação de impactos ambientais do manejo de florestas naturais (PINTO et al., 2002; MARTINS et al., 2003); na avaliação de critérios e indicadores de sustentabilidade do manejo de florestas naturais (GOMES et al., 2004); e, de modo geral, na formulação e aplicação de ações ambientais que garantam a sustentabilidade de um projeto de base florestal.

A Floresta Ombrófila Aberta (FOA) está distribuída por todo o território brasileiro. É composta de árvores mais espaçadas, com sub-bosque pouco denso. Ocorre em locais que apresentam mais de 60 dias secos por ano e, de acordo com a altitude, pode ser classificada de terras baixas (5 - 100 m de altitude), de locais submontanos (100 até 600 m de altitude) e de áreas montanas (serranas), que ocupam a faixa altimétrica entre 600 e 2.000 m (IBGE, 1992).

Apesar de ser a segunda maior fitofisionomia da planície amazônica, a sua estrutura é pouco conhecida (ARAÚJO et al., 1986). Então, visando contribuir para o melhor conhecimento desse ecossistema, este trabalho teve como objetivo analisar a composição florística e a estrutura horizontal de Floresta Ombrófila Aberta com cipó (FOAcipó) e Floresta Ombrófila Aberta com palmeira (FOApalmeira).

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Área de Estudo

Este estudo foi desenvolvido no Projeto Magela (04º 35' 20" S e 43º 49' 55,2" W), que pertence à Empresa MARGUSA (Maranhão Gusa S.A.), localizado no Município de Codó, Estado do Maranhão. É uma propriedade florestal com área total de 4.092,45 ha. A tipologia florestal pertence à região fitoecológica de Floresta Ombrófila Aberta (IBGE, 1992). Na área de estudo ocorrem duas fitocenoses: Floresta Ombrófila Aberta com cipó (FOAcipó) e Floresta Ombrófila Aberta com palmeira (FOApalmeira), totalizando 573,71 e 476,20 ha, respectivamente.

Essas florestas já sofreram explorações seletivas, não-autorizadas, com a retirada de moirões e espécies madeireiras de valor comercial (Tabebuia sp. e Cedrela sp.) para o abastecimento de serrarias da região. Já houve ocorrência de incêndios em alguns trechos das duas florestas, sobretudo em FOApalmeira, que fica mais próxima das comunidades do entorno.

O clima predominante na região é o tropical do tipo AW, segundo a classificação climática de Köppen; a precipitação média anual é de 2.000 mm, sendo 80% dessa pluviosidade distribuída entre janeiro e abril; e a temperatura média anual é 27 ºC (SUDAM, 1984). A topografia varia de plana a suavemente-ondulada, e em poucos trechos podem ser encontradas grotas estreitas que formam baixões sinuosos na FOApalmeira. O solo é do tipo latossolo, com alguns locais de solo arenoso e pequenos trechos de solo pedregoso (SOUZA et al., 2004).

2.2. Amostragem e Coleta de Dados

Empregou-se amostragem estratificada com seleção aleatória das unidades de amostra de área fixa de 50 x 200 m cada, contemplando os estratos de FOAcipó e FOApalmeira. O número de unidades de amostra foi planejado para atender às recomendações de IBAMA (2001), que admite erro de amostragem até 20% para o volume total, com 90% de probabilidade. Foram inventariadas 12 parcelas de 50 x 200 m na FOAcipó e nove na FOApalmeira. Nas parcelas de 50 x 200 m, mensuraram-se todos os indivíduos que apresentaram Diâmetro à Altura do Peito (DAP) > 15 cm (nível I de inclusão) e, em subparcelas de 5 x 50 m, os indivíduos com 5 cm < DAP < 15 cm (nível II de inclusão). Nos níveis 1 e 2 de inclusão foram anotadas as seguintes características: nome regional de cada indivíduo, DAP e altura total (Ht).

Todas as espécies amostradas tiveram seu material botânico coletado, passaram pelos processos de herborização eforam identificadas no campo pelo nome local. A identificação taxonômica do material coletado foi realizada por comparações nos herbários do Museu Paraense Emílio Goeldi (Belém, PA) e Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), com o auxílio de especialistas. Para apresentação dos táxons, adotou-se o sistema de classificação proposto por Cronquist (1988), exceto para o grupo das Leguminosas, que foi tratado como uma única família.

As formas de utilização das espécies foram verificadas por meio de entrevistas com pessoas das comunidades do entorno e do Município de Codó, MA. As espécies foram classificadas nos seguintes grupos: madeireiro, alimento para fauna, fármaco e energia.

2.3. Análise de Dados

A composição florística foi analisada com base na distribuição dos indivíduos: em espécies e famílias. De posse da listagem de espécies, foram estimados os índices de similaridade de Sörensen, de diversidade de Shannon-Weaver, de equabilidade de Pielou, de Payandeh e o Qüociente de Mistura de Jentsch, (BROWER e ZAR, 1984).

Foram consideradas espécies de baixa densidade aquelas com menos de um indivíduo por hectare e as espécies indicadoras, aquelas que ocorreram em apenas uma das fitocenoses estudadas. A comparação do índice de Shannon-Weaver, entre as duas fitocenoses, foi realizada por meio do teste t, de Student, proposto por Hutcheson (1970). O intervalo de confiança para o índice de Shannon-Weaver foi calculado pelo método de Jackknife (HELTHE e FORRESTER, 1983).

Os parâmetros fitossociológicos da estrutura horizontal (densidade, freqüência, dominância e valor de importância) foram estimados conforme Mueller-Dombois e Ellenberg (1974).

As variáveis obtidas (n ha-1, m2 ha-1, m3 ha-1, número de espécies e grupo de uso, dentre outras) foram analisadas pelo teste t, de Student, para amostras independentes (BANZATTO e KRONKA, 1989), para testar a existência de igualdade entre as médias dos parâmetros estudados, a 5% de probabilidade.

Em todas as variáveis analisadas, foram aplicados os testes de normalidade de Lilliefors e de homogeneidade das variâncias de Cochran e Barllet; após a execução desses testes, aplicou-se a raiz quadrada para normalizar as variáveis referentes ao número de espécies e à densidade absoluta (SIQUEIRA, 1983). A tabulação e o processamento dos dados foram realizados por meio dos programas Excel e Statistica 5.0.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. Composição Florística

No inventário florestal realizado foram encontradas 126 espécies, pertencentes a 39 famílias botânicas. Foram identificadas 93 e 110 espécies, respectivamente, na FOAcipó e na FOApalmeira, sendo 16 espécies exclusivas da FOAcipó e 33 da FOApalmeira. A lista das espécies é apresentada no Quadro 1.


As famílias com maior riqueza de espécies, na FOAcipó, foram Leguminosae (24), Myrtaceae (10), Annonaceae (7), Sapotaceae (6) e Euphorbiaceae (4). As famílias mais importantes na FOApalmeira, em termos de riqueza, foram Leguminosae (26), Myrtaceae (8), Annonaceae (6), Rubiaceae (6) e Sapotaceae (5). Estas famílias representaram, conjuntamente, 62,5% do total de indivíduos amostrados, confirmando-se que poucas famílias botânicas representam um grande número de espécies em Floresta Ombrófila Aberta (GARCIA, 1990; FRANÇA, 1991; MUNIZ et al., 1994; RIBEIRO et al., 1999; MIRANDA, 2000).

Foram encontradas diferenças significativas (p<0,01), pelo teste t, entre o número total de espécies (riqueza), o número de espécies indicadoras e o índice de Shannon-Weaver (H'). O índice de equabilidade de Pielou (J) indicou que 71 e 80% da diversidade máxima foi encontrada na amostragem realizada na FOAcipó e na FOApalmeira, respectivamente. O quociente de mistura de Jentsch (QM) foi de 1:13 e 1:6, na FOAcipó e na FOApalmeira, respectivamente (Quadro 2). Finol (1975) afirmou que, em florestas naturais tropicais, o quociente de mistura seria de aproximadamente nove indivíduos por espécie, indicando alta heterogeneidade. Portanto, os valores encontrados nas fitocenoses estudadas representam alta diversidade de espécies, sobretudo na FOApalmeira.


O qüociente de mistura de Jentsch indicou que a FOAcipó tende a ser do tipo oligárquica, ou seja, uma floresta com menor número de espécies muito bem representadas, e que a FOApalmeira tende a ser do tipo mista, com elevada riqueza de espécies pouco representadas (ALMEIDA et al., 1993).

A FOApalmeira apresentou maior riqueza, diversidade e número de espécies indicadoras do que a FOAcipó. Essa diferença pode ser atribuída, em nível de interferência antrópica, à maior diferenciação de relevo e maior rede de drenagem na FOApalmeira.

Na FOAcipó e na FOApalmeira, as espécies de baixa densidade abrangeram 41 e 47% da composição florística, respectivamente. Contudo, não se verificou – pelo teste t – diferença significativa (p<0,08). O porcentual deste estudo foi superior aos 24% encontrados por França (1991) e inferior aos 68% registrados por Almeida et al. (1993) em Floresta Ombrófila Densa.

Devido a fatores abióticos, espécies com baixa densidade absoluta em um local podem ser comuns em outra área. Por exemplo, Eugenia tapacumensis e Xylopia nitida apresentaram na FOAcipó densidade absoluta maior que 43 ind. ha-1, e na FOApalmeira elas exibiram baixa densidade. Esse fato reforça a importância da estratificação de área e de considerar a baixa ocorrência das espécies na prescrição de ações de manejo em nível de unidade de produção anual, com a finalidade de manter o nível de diversidade florística.

A riqueza de espécies foi de 93 para FOAcipó e 110 para FOApalmeira. Comparando esses resultados com os de outros estudos, verificou-se que: em São Luis, MA, Muniz et al. (1994) encontraram 156 espécies; na região de Carajás, PA, Ribeiro et al. (1999) estimaram 130 espécies; em Marabá, PA, Garcia (1990) amostrou 97 espécies; na FLONA do Jamari, RO, França (1991) identificou 99 espécies; e em Pimenta Bueno, RO, Miranda (2000) registrou 72 espécies. Essas diferenças provavelmente ocorreram devido aos diferentes tamanhos de amostras, aos níveis de inclusão adotados, ao tipo de solo e à situação antrópica.

O intervalo de confiança para H' foi de 3,34 ± 0,17 e 4,11 ± 0,43 para FOAcipó e FOApalmeira, respectivamente. Nesses intervalos, incluem-se os índices H' encontrados por França (1991), Muniz et al. (1994), Ribeiro et al. (1999) e Miranda (2000), 3,82; 4,18; 3,66 e 3,71; e 3,88, respectivamente. Assim, os índices deste trabalho foram semelhantes aos encontrados em outras Florestas Ombrófilas Abertas da Amazônia. Segundo Silva et al. (2000), a comparação do índice de H' deve ser feita com cautela, uma vez que vários fatores inerentes à sucessão e ao método de amostragem podem interferir nas estimativas, como: número de espécies, densidade absoluta, padrão de distribuição espacial das espécies, nível de inclusão adotado e rigor nas identificações dos materiais botânicos.

A similaridade florística entre FOAcipó e FOApalmeira foi alta (S>0,7), observando-se que 76% das espécies ocorreram nas duas áreas. Apesar da diferença significativa (p<0,01) entre riqueza de espécies e índice de H', o índice de Sorensen revelou alta homogeneidade florística entre as fitocenoses estudadas. Ribeiro et al. (1999) também observaram alta similaridade florística (S=0,73) entre Florestas Ombrófilas Abertas localizadas em Carajás e Marabá, no sul do Estado do Pará. A alta similaridade entre FOAcipó e FOApalmeira pode ser devida ao fato de as áreas serem contíguas.

3.2. Parâmetros Fitossociológicos por Grupo de Uso

A avaliação do potencial florestal de um ecossistema parte, principalmente, do conhecimento dos produtos de valor econômico que a floresta pode proporcionar à sociedade. Nas entrevistas foi possível verificar que 100% das espécies inventariadas apresentaram pelo menos um tipo de uso; 20,6%, dois diferentes usos; e 5,6%, três diferentes usos. As espécies com maiores alternativas de uso foram Agonandra brasiliensis, Anacardium occidentale, Aspidosperma verruculosum, Hymenaea parvifolia, Hymenaea intermedia, Inga marginata, Psidium guianensis e Psidium araça. Não se verificou a ocorrência de espécies com quatro diferentes usos, pois as de uso madeireiro não foram destinadas para energia (Quadro 1). Os usos múltiplos mais comuns foram madeira para energia e fármacos, identificados em 75 e 22% das espécies, respectivamente.

Analisando a densidade absoluta entre FOAcipó e FOApalmeira, dentro dos mesmos grupos de uso, verificou-se diferença significativa (p<0,01) nos grupos de alimento para fauna e de energia. Já os grupos de uso madeireiro e fármaco não apresentaram diferença significativa (p<0,59). Considerando que essas florestas apresentaram baixo estoque de madeira comercial para serraria, que existe baixa demanda de mercado para as plantas medicinais listadas, que existe grande demanda pela produção de carvão vegetal na região de estudo e considerando, ainda os resultados das pesquisas de Gama (2005) direcionadas ao desenvolvimento de um sistema silvicultural para a produção de carvão em Floresta Ombrófila Aberta, as fitocenoses estudadas apresentaram potencial para produção sustentável de madeira para energia.

3.3. Padrão de Distribuição Espacial

Na FOAcipó, 64,5% das espécies apresentaram padrão aleatório, 4,3% tendência à agregação e 31,2% padrão agregado. Tendência semelhante foi observada na FOApalmeira, onde 61,8% das espécies tiveram padrão aleatório, 0,9% tendência à agregação e 37,3% padrão agregado. França (1991) verificou que o padrão de distribuição aleatório foi o mais comum em Floresta Ombrófila Aberta não-explorada. As espécies mais importantes, nas duas fitocenoses, tiveram padrão de distribuição agregado (Quadro 3), e tendência análoga foi encontrada por Ribeiro et al. (1999).


As espécies únicas, isto é, espécies espacialmente raras (espécies presentes em apenas uma parcela), e as espécies numericamente raras (HELTSHE e FORRESTER, 1983) foram as que mais contribuíram para o porcentual do padrão de distribuição aleatório. Essas espécies perfizeram 50,5% e 48,2% das espécies, na FOAcipó e na FOApalmeira, respectivamente. Entre as principais causas que provavelmente favoreceram o padrão de distribuição aleatório, podem-se citar: homogeneidade ambiental dentro de cada área; muita predação de sementes, plântulas e mudas; e alta mortalidade da regeneração natural devido às condições edafoclimáticas e aos mecanismos de dispersão (NASCIMENTO et al., 2001; CARVALHO, 2002).

3.4. Estrutura Horizontal

Na FOAcipó foram estimados, considerando-se o DAP > 5 cm, 1.223 ind. ha-1 e 19,327 m2 ha-1 de área basal. Na FOApalmeira, constataram-se 709 ind. ha-1 e área basal de 13,813 m2 ha-1. O resultado do teste t mostrou diferença significativa (p<0,01) nas duas características, demonstrando que a FOAcipó apresentou maior capacidade produtiva que a FOApalmeira.

Dentre as 93 espécies identificadas na FOAcipó, 49 apresentaram densidade absoluta (DA) igual ou superior a 1 (Quadro 3). As 10 espécies mais abundantes (DA > 47) foram Galipea jasminiflora, Duguetia cadaverica, Cenostigma macrophyllum, Hymenaea parvifolia, Actinostemon klotzschii, Lindackeria paraensis, Oxandra reticulata, Brosimum acutifolium, Dipteryx polyphylla e Xylopia nitida, que, juntas, representaram 66,2% da densidade total absoluta (DTA).

Dentre as 110 espécies identificadas na FOApalmeira, 65 apresentaram DA > 1. As 10 espécies mais abundantes (DA > 19) foram Actinostemon klotzschii, Licania micrantha, Galipea jasminiflora, Rudgea crassiloba, Cenostigma macrophyllum, Attalea speciosa, Psidium guianensis, Pouteria macrophylla, Hymenaea parvifolia e Oxandra reticulata, que, juntas, contribuíram com 50,4% da DTA.

Analisando as 10 espécies de maiores valores de DA, que também apresentaram as maiores freqüências absolutas (FA), destacaram-se Duguetia cadaverica, Cenostigma macrophyllum, Hymenaea parvifolia, Actinostemon klotzschii, Oxandra reticulata, Dipteryx polyphylla e Xylopia nitida na FOAcipó; e Hymenaea parvifolia, Attalea speciosa, Actinostemon klotzschii e Oxandra reticulata na FOApalmeira. Essas espécies apresentaram FA variando de 89 a 100% e distribuição agregada (Quadro 3).

Na FOAcipó, as 10 espécies de maior dominância absoluta (DoA 0,600 m2 ha1) foram Cenostigma macrophyllum, Hymenaea parvifolia, Duguetia cadaverica, Actinostemon klotzschii, Galipea jasminiflora, Lindackeria paraensis, Dipteryx polyphylla, Buchenavia grandis, Drypetes variabilis e Hylenaea comosa, que, juntas, representaram 61,7% de dominância total (DoT).

Na FOApalmeira, as 10 espécies de maior dominância absoluta (DoA > 0,270 m2 ha-1) foram Attalea speciosa, Cenostigma macrophyllum, Actinostemon klotzschii, Parkia pendula, Hymenaea parvifolia, Tabebuia sp., Psidium guianensis, Pouteria ramiflora, Rinorea sp. e Hylenaea comosa, que, juntas, contribuíram com 51,5% da DoT.

As 10 espécies com os maiores valores de importância (VI > 2,6%) na FOAcipó foram Cenostigma macrophyllum – espécie preferencial para produção de energia; Hymenaea parvifolia – sua madeira é aproveitada por serrarias, seus frutos são consumidos pelo homem e animais silvestres, e também é utilizada na medicina caseira; Duguetia cadaverica e Dipteryx polyphylla – os frutos dessas duas espécies são consumidos por animais silvestres e utilizados na produção de energia; Galipea jasminiflora, Actinostemon klotzschii, Lindackeria paraensis, Oxandra reticulata, Xylopia nitida e Pouteria sp. – essas seis espécies são utilizadas apenas para produção de energia. Essas espécies representam 49,5% do valor de importância (Quadro 3).

Na FOApalmeira, as 10 espécies com os maiores valores de importância (VI > 2,3%) foram Attalea speciosa – suas folhas são utilizadas para cobertura de casas e confecção de artesanatos e portas, seu tronco é empregado para construção de pequenas pontes e seus frutos são consumidos pelo homem e animais silvestres. Vale destacar que o extrativismo dos frutos dessa espécie constitui uma importante atividade geradora de renda e trabalho, melhorando as condições econômicas e sociais das populações tradicionais do Maranhão; Licania micrantha – sua madeira é aproveitada por pequenas serrarias e suas folhas são utilizadas na medicina caseira; Psidium guianensis – sua madeira é aproveitada na produção de energia, suas folhas são utilizadas na medicina caseira e seus frutos são consumidos pelo homem e animais silvestres; Parkia pendula – sua madeira é aproveitada por pequenas serrarias, seus frutos são utilizados na medicina caseira e consumidos por animais silvestres; Tabebuia sp. – sua madeira está entre as mais valorizadas na região e sua casca é utilizada na medicina caseira; Rudgea crassiloba - sua madeira é aproveitada na produção de energia; e Galipea jasminiflora, Actinostemon klotzschii, Cenostigma macrophyllum e Hymenaea parvifolia, que somam 37,5% do valor de importância.

Ribeiro et al. (1999), estudando duas áreas localizadas em Carajás e Marabá, na região sul do Pará, verificaram que Cenostigma sp. e Attalea speciosa figuraram entre as espécies com os maiores valores de importância.

Merecem destaque Cenostigma macrophyllum, Actinostemon klotzschii, Hymenaea parvifolia e Galipea jasminiflora, que ocorreram entre as 10 com maiores valores de importância nas duas fitocenoses estudadas, podendo-se inferir que essas mesmas fitocenoses apresentaram maior domínio do habitat, ou seja, são as espécies mais importantes ecologicamente na Floresta Ombrófila Aberta do Município de Codó-MA.

4. CONCLUSÃO

Os resultados deste estudo permitiram verificar que:

- A FOApalmeira apresentou maior diversidade florística e menor capacidade produtiva que a FOAcipó.

- A FOApalmeira e a FOAcipó apresentaram alta similaridade florística e pouco diferiram de outras áreas com cobertura de FOA já estudadas.

- O coeficiente de mistura (QM) foi alto na FOAcipó e baixo na FOApalmeira. Isso indica que o manejo na FOApalmeira deve ser realizado com maior critério para não alterar significativamente a sua estrutura.

- Na FOApalmeira e na FOAcipó predominou a distribuição aleatória, que é um reflexo da baixa densidade absoluta de grande parte das espécies, principalmente na FOApalmeira.

- As espécies indicadoras de FOAcipó e FOApalmeira foram, respectivamente, Cenostigma macrophyllum e Attalea speciosa.

- Hymenaea parvifolia e Pisidium guianensis são espécies potenciais para o fornecimento de produtos florestais não-madeireiros, nas duas fitocenoses.

5. REFERÊNCIAS

Recebido em 17.01.2006 e aceito para publicação em 16.04.2007.

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  • ARAÚJO, A. P.; JORDY FILHO, S.; FONSECA, W. N. A vegetação da Amazônia brasileira. In: SIMPÓSIO DO TRÓPICO ÚMIDO, 1., 1984, Belém. Anais.. Belém: Embrapa-CPATU, 1986. p.135-152. (Documentos, 36).
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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Ago 2007
  • Data do Fascículo
    2007

Histórico

  • Recebido
    17 Jan 2006
  • Aceito
    16 Abr 2007
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