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Produção e decomposição de serapilheira num fragmento de floresta secundária Atlântica de São Paulo, sudeste do Brasil

A serapilheira consiste de todo o material orgânico depositado no chão da floresta, sendo de extrema importância para a estrutura e manutenção do ecossistema através da ciclagem de nutrientes. Este estudo teve como objetivo avaliar a produção e decomposição de serapilheira em um fragmento de Mata Atlântica secundária no Parque Ecológico do Guarapiranga, em São Paulo, SP. As coletas de serapilheira foram realizadas mensalmente a partir de maio de 2012 até maio de 2013. Para avaliar a contribuição da serapilheira, 40 coletores foram instalados aleatoriamente dentro de uma área de 0,5 ha. O material recolhido foi enviado a laboratório para ser seco a 65 °C durante 72 h, sendo posteriormente separado em frações de folhas, galhos, partes reprodutivas e miscelânea, pesadas para obter a biomassa seca. Litterbags foram colocados e amarrados perto dos colectores, para estimar a taxa de decomposição, a fim de avaliar a perda de biomassa seca em 30, 60, 90, 120 e 150 dias. Após a coleta, o material foi enviado a laboratório para ser seco e pesado novamente. A serapilheira total alcançou ao longo do ano 5,7 Mg.ha-1, em que se observou a maior quantidade de material no período de setembro a março. As folhas tiveram a maior contribuição para a serapilheira total (72%), seguidas de galhos (14%), partes reprodutivas (11%) e miscelânea (3%). As partes reprodutivas tiveram um pico durante a estação chuvosa. Verificou-se correlação positiva entre serapilheira total e precipitação, temperatura e radiação (r = 0,66, p<0,05, r = 0,76, p<0,05, r = 0,58, p<0,05, respectivamente). A regressão múltipla mostrou que a precipitação e radiação contribuíram significativamente para a produção de serapilheira. A taxa de decomposição se manteve dentro do intervalo esperado para florestas tropicais secundárias e foi correlacionada com precipitação. Conclui-se que esse fragmento de floresta secundária mostrou efeito da sazonalidade impulsionado, principalmente, pela precipitação e radiação, os dois componentes importantes para a renovação do folhedo pela comunidade vegetal; e, também, que a decomposição estava em taxa intermédia.

Floresta urbana; Ciclagem de nutrientes; Parque Ecológico do Guarapiranga


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