RESUMO
Basidiósporos do fungo ectomicorrízico Pisolithus microcarpus apresentam parede celular impermeável, característica possivelmente relacionada às baixas porcentagens de germinação desses propágulos, o que dificulta a obtenção de monocários e a utilização desses esporos em inoculantes. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes concentrações de água sanitária comercial na permeabilização dos basidiósporos de P. microcarpus e analisar as alterações causadas na ultraestrutura da parede celular, na viabilidade e na capacidade germinativa desses propágulos. Basidiósporos fúngicos foram coletados em plantações de eucalipto e permeabilizados utilizando-se diferentes concentrações de água sanitária e tempos de exposição. Os basidiósporos foram então analisados por microscopia eletrônica de varredura e de transmissão. A porcentagem de basidiósporos permeabilizados variou com a marca comercial, concentração de água sanitária e o tempo de exposição. Basidiósporos de diferentes basidiocarpos diferiram na suscetibilidade ao tratamento de permeabilização com água sanitária. Alterações da ultraestrutura dos basidiósporos permeabilizados foram observadas nas concentrações de 15 e 50 % de água sanitária pelo tempo de exposição de 40 s, com mudanças de superfície e perda das espículas da camada mais externa da parede. Após a permeabilização com água sanitária a 5 % por 40 s, 80 % dos esporos permeabilizados encontravam-se viáveis, resultando na produção de colônias fúngicas após 15 dias de incubação desses propágulos na presença de Corymbia citriodora. No entanto, a porcentagem de germinação obtida: 0,001%, foi semelhante à de basidiósporos não-permeabilizados, indicando que outros fatores, além da permeabilidade da parede celular, são determinantes para o processo de germinação.
Palavras-Chave:
Ectomicorriza; Inoculante; Eucalyptus