RESUMO
A região do Quadrilátero Ferrífero (QF) em Minas Gerais apresenta notável geobiodiversidade, a despeito de uma longa história de pressões antrópicas (mineração, urbanização), mas ainda carece de estudos detalhados sobre a distribuição das formações vegetais nos diferentes substratos. No presente estudo, utilizou-se imagens Aster, levantamentos gamaespectométricos (Gama), mapeamentos geológicos existentes e trabalhos de campo, para a discriminação e quantificação dos remanescentes da vegetação sobre substratos ferruginosos e outros no QF. Utilizou-se o algoritmo da Máxima Verossimilhança (MaxVer) para a classificação das tipologias de vegetação associadas aos substratos predominantes (canga-ferruginosos, filitos e quartzitos), assim denominados: Campo Rupestre Aberto, Campo Rupestre Arbustivo, Capão Florestal, Cerrado Stricto Sensu, Campo Cerrado, Florestas Estacionais, Pastagens e Reflorestamentos, sendo os três últimos não discretizados quanto ao substrato. A utilização das imagens Aster apenas não permitiu uma separação confiável de substratos ferruginosos dos não ferruginosos, sendo necessária a utilização de produtos de processamento de dados Gama e de geologia. A integração entre as bases de informação (Aster-MaxVer + Gama + geologia) permitiu o mapeamento da vegetação associada a três tipos de substratos: ferruginoso, potencialmente ferruginoso e não-ferruginoso. O mapeamento revelou que a vegetação sobre substrato ferruginoso e potencialmente ferruginoso recobrem, respectivamente, 8,7% e 6,9% no QF. Estes dados preliminares inéditos permitem análises mais detalhadas do padrão de distribuição e fragmentação das fitofisionomias sobre substratos ferruginosos, com grande importância para as estratégias de conservação da geobiodiversidade do QF, e necessitam de checagens de campo e reconhecimento da vegetação, por meio de técnicas inovadoras.
Palavras-Chave:
Classificação supervisionada; Sensoriamento remoto; Dados aerogeofísicos