RESUMO
Os sistemas agroflorestais (SAF) devem beneficiar todos os componentes do consórcio. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da distância entre plantas na linha de plantio sobre o crescimento e a produção do componente arbóreo e da cultura agrícola e, sobre a viabilidade econômica do consórcio. Para isso plantou-se clone de eucalipto nos arranjos de 9,5 x 1,5 m, 9,5 x 2,0 m, 9,5 x 3,0 m e 9,5 x 40 m, em consórcio com soja. O diâmetro (dap) e a altura total (Ht) da árvore e o índice de área foliar (IAF) foram medidos aos 14, 38 e 51 meses. A produção de soja foi avaliada aos 24 meses após o plantio do eucalipto. A avaliação econômica do consórcio foi realizada para um horizonte de planejamento de sete anos. A distância entre as plantas na linha de plantio não afetou a altura das árvores, no entanto, maiores distâncias promoveram maior DAP e volume individual. Valores mais altos de área basal e produção foram alcançados no arranjo de 9,5 x 1,5 m. O IAF foi menor (1,43) no arranjo 9,5 x 4,0 m, aos 38 meses, em comparação aos demais arranjos (média de IAF = 1,66). A produção de soja foi a maior (2.317 kg ha-1) no arranjo de 9,5 x 4,0 m. Na avaliação econômica, a madeira produzida nos dois povoamentos mais densos foi destinada à energia, com baixo valor de mercado, inviabilizando economicamente esses arranjos, embora o rendimento do componente arbóreo tenha sido o mais elevado no 9,5 x 1,5 m. O arranjo espacial de 9,5 x 4,0 m foi o mais viável economicamente, considerando a alocação de 40% da madeira para serraria, e os preços e custos assumidos neste estudo. Neste arranjo de plantio, o rendimento da soja foi o mais elevado e os custos de plantio foram os menores, quando comparados aos demais arranjos.
Palavras-Chave:
Sistemas agrolofrestais; Índice de área foliar; Multi-produtos