Resumo
Objetivo:
Avaliar a função uterina mediante visualização dos movimentos contráteis do útero por meio de cine-ressonância magnética em pacientes com e sem endometriose infiltrativa profunda (com ou sem adenomiose associada).
Materiais e Métodos:
Estudo caso-controle prospectivo. A amostra foi composta por 43 mulheres, sendo 18 mulheres no grupo caso e 25 mulheres no grupo controle. A cine-ressonância magnética foi realizada com magneto 3.0 T, com foco na presença, direção e frequência do peristaltismo uterino.
Resultados:
O peristaltismo uterino foi mais frequente nas pacientes do grupo endometriose do que no grupo controle na fase periovulatória (3,83 × 2,44 peristalses em dois minutos) e lútea (1,20 × 0,91 peristalse em dois minutos). No entanto, esses resultados não foram estatisticamente significantes. Nas pacientes com adenomiose, observou-se redução significativa na frequência de peristaltismo durante a primeira fase do ciclo menstrual (3,18 × 0,8 peristalses; p < 0,05).
Conclusão:
A frequência de peristaltismo uterino parece estar aumentada durante a fase periovulatória e lútea em pacientes com endometriose infiltrativa profunda e significativamente reduzida em pacientes com adenomiose durante a primeira fase do ciclo menstrual. Ambos os efeitos têm potencial de interferir negativamente no transporte de espermatozoides e nos primeiros estágios de fecundação.
Unitermos:
Útero/fisiologia; Contração uterina; Infertilidade; Cine-ressonância magnética; Endometriose; Adenomiose