Resumo
Objetivo:
Investigar se medidas antropométricas e tomografia computadorizada (TC) da composição corporal podem predizer morbimortalidade pós-operatória em pacientes com câncer gástrico e/ou esofágico.
Materiais e Métodos:
Estudo retrospectivo que revisou prontuários médicos e TCs abdominais de pacientes com câncer gástrico e/ou esofágico que foram operados em 2015 em um centro de referência oncológico. As TCs realizadas durante a avaliação pré- operatória de rotina foram avaliadas retrospectivamente para medir a área de massa magra ao nível de L3 e gordura visceral e subcutânea.
Resultados:
Setenta pacientes foram incluídos no estudo. A média de idade foi 59,9 anos (faixa de 33-82 anos), e 47 desses pacientes (67,1%) eram homens. O seguimento pós-operatório médio foi 14,9 meses. Não houve associação significativa entre morbidade ou mortalidade pós-operatória e sexo, idade, tumor primário, comorbidades, tabagismo, índice de massa corpórea, diagnóstico nutricional ou área de gordura visceral. A taxa de sobrevida foi maior para pacientes com área de massa magra normal, em comparação com pacientes com baixa área de massa magra (hazard ratio = 0,116; intervalo de confiança 95% = 0,015-0,906; p = 0,040).
Conclusão:
Nossos dados sugerem que a área de massa magra pode ser um importante fator prognóstico em pacientes com câncer gástrico e/ou esofágico, e sua medida na TC deve ser incluída na avaliação pré-operatória de rotina, podendo fornecer informações que auxiliem no manejo clínico e nutricional desses pacientes.
Unitermos:
Neoplasias gastrintestinais; Neoplasias gástricas; Neoplasias esofágicas; Composição corporal; Distribuição da gordura corporal; Tomografia computadorizada