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Sumário

Ensaio Iconográfico • Radiol Bras 55 (2) • Mar-Apr 2022 • https://doi.org/10.1590/0100-3984.2021.0039 copiar

Fraturas do esqueleto apendicular e critérios de manejo cirúrgico: ensaio iconográfico

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo

A elevada prevalência de fraturas e o importante papel dos exames de imagem nesse contexto requerem que o radiologista esteja familiarizado com seus principais padrões, especialmente as fraturas com manejo essencialmente cirúrgico. Este estudo apresenta uma série de casos ilustrativos e uma breve revisão da literatura, com o objetivo de demonstrar algumas das principais fraturas do esqueleto apendicular com manejo cirúrgico, agrupadas didaticamente por articulação. Foram selecionadas radiografias e tomografias computadorizadas de casos didáticos ilustrativos do arquivo de imagens do nosso serviço.

Unitermos:
Fraturas ósseas/diagnóstico por imagem; Fraturas ósseas/cirurgia; Esqueleto/lesões; Osso e ossos/lesões; Articulações/lesões

Fratura	Segmento	Mecanismo de trauma	Achados que indicam tratamento cirúrgico	Principal tratamento cirúrgico adotado
Úmero proximal	Úmero proximal	Idosos: quedas; jovens: traumas de alta energia	Desvio em varo ou valgo importante; fratura da tuberosidade maior ou menor desviada; fratura- luxação; partição da cabeça do úmero	Redução aberta com fixação interna com placa e parafuso; redução fechada e fixação com fios ou parafusos percutâneos; haste intramedular; artroplastia
Cotovelo (tríade terrível do cotovelo)	Rádio e ulna proximal	Queda com a mão espalmada	Perda da congruência articular (tanto umeroulnar quanto umerorradial); fratura da cabeça com bloqueio da pronossupinação; fratura > 50% da altura do processo coronoide	Fixador externo; redução aberta com fixação interna; reparo dos ligamentos; excisão da cabeça do rádio; artroplastia da cabeça do rádio
Antebraço (fratura-luxação de Monteggia, fratura- luxação de Galeazzi)	Diáfise do rádio e ulna	Queda com a mão espalmada	Fraturas-luxações de Monteggia ou de Galeazzi são essencialmente cirúrgicas, exceto se condições clínicas não permitirem. Sinais de lesão da articulação radioulnar distal: fratura do processo estiloide da ulna; diástase da articulação radioulnar distal na radiografia anteroposterior; encurtamento radial ≥ 5,0 mm; deslocamento volar ou dorsal na radiografia em perfil. Sinais de lesão da articulação radioulnar proximal: quebra na linha radiocapitelar	Redução aberta com fixação interna do osso fraturado e avaliar a estabilidade articular acometida
Rádio distal (fratura de Barton)	Rádio distal	Queda com a mão espalmada	Fraturas de Barton são eminentemente cirúrgicas pela instabilidade e cisalhamento do fragmento. Demais lesões: degrau articular > 2,0 mm; encurtamento radial > 3,0 mm; angulação dorsal > 10° ou > 20° em relação ao contralateral. Lesões associadas: ligamentar ou estiloide ulnar, por exemplo	Redução aberta com fixação interna; fixação externa; redução fechada e fixação percutânea
Escafoide	Carpo	Queda com a mão espalmada	Fratura do polo proximal; deslocamento > 1,0 mm; ângulo intraescafoide > 35°; fraturas cominutivas; instabilidade carpal associada	Fixação percutânea; redução aberta com fixação interna; redução e fixação assistida por artroscopia

Fratura	Segmento	Mecanismo de trauma	Achados que indicam tratamento cirúrgico	Principal tratamento cirúrgico adotado
Anel pélvico (open book)	Bacia	Trauma contuso de alta energia	Diástase da sínfise púbica > 25,0 mm; deslocamento da articulação sacroilíaca; lesão posterior (sacro ou sacroilíaca) associada a lesão anterior (fratura dos ramos ou abertura da sínfise púbica) – com exceção a cisalhamento lateral tipo 1	Fixação externa; redução aberta com fixação interna
Intertrocantérica	Fêmur proximal	Idosos: quedas; jovens: traumas de alta energia	Cirúrgica, exceto por: condições clínicas que contraindiquem a cirurgia; fratura isolada do trocanter maior ou menor	Redução aberta com fixação interna; redução fechada com fixação interna
Colo femoral	Fêmur proximal	Idosos: quedas; jovens: traumas de alta energia	Cirúrgica, podendo ser conservador se: fraturas sem desvio ou impactadas em valgo (controverso); condições clínicas que contraindiquem a cirurgia	Fixação interna; artroplastia
Platô tibial	Tíbia proximal	Traumas com vetor de força axial	Degrau articular > 2–3 mm (incluindo depressão ou cisalhamento); alteração do eixo do membro (varo ou valgo); alargamento do planalto (diástase condilar > 5 mm); fraturas desviadas	Redução aberta com fixação interna; fixação externa
Tornozelo	Tíbia e fíbula distal	Entorse do tornozelo	Perda da congruência articular; fratura unimaleolar com desvio > 2,0 mm; fratura do maléolo lateral com lesão ligamentar (lesão do ligamento deltoide: espaço claro medial > 4,0 mm; lesão da sindesmose: sobreposição tibiofibular < 10,0 mm no anteroposterior e < 1,0 mm no anteroposterior verdadeiro/Mortise); fratura bimaleolar ou trimaleolar	Redução aberta com fixação interna
Lesões tarsometatarsais (Lisfranc)	Tarsometatarsal	Acidentes automobilísticos, esmagamentos, quedas de locais elevados, prática esportiva	Desvio > 1,0 mm; incongruência articular > 2,0 mm; instabilidade ou diástase na radiografia com carga; síndrome compartimental; fratura exposta	Redução aberta com fixação interna; redução fechada e fixação percutânea

Publicação do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Av. Paulista, 37 - 7º andar - conjunto 71, 01311-902 - São Paulo - SP, Tel.: +55 11 3372-4541, Fax: 3285-1690, Fax: +55 11 3285-1690 - São Paulo - SP - Brazil
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