Resumo
Justificativa e objetivos:
Investigar, descrever e avaliar o fenômeno da “dor rebote” como um problema clinicamente relevante na prática anestésica.
Conteúdo:
O fenômeno da “dor rebote” foi demonstrado e descrito como uma dor muito intensa que ocorre após a resolução do bloqueio de nervo periférico com o retorno da sensibilidade. A incidência de dor rebote é desconhecida. Normalmente ela ocorre entre 12 a 24 horas após a cirurgia e afeta negativamente a qualidade do sono. Ainda não é possível estabelecer um mecanismo como causa definitiva ou fator desencadeante da dor rebote. Estudos sugerem que a dor rebote seja um efeito colateral dos bloqueios de nervos periféricos, apesar destes terem eficácia no controle álgico. Atualmente, a extensão e a significância clínica da dor rebote não podem ser bem determinadas, devido à falta de grandes estudos prospectivos.
Conclusão:
A avaliação da dor rebote deve ser sempre considerada na prática clínica, pois não é um efeito colateral raro dos bloqueios de nervo periféricos. Ainda existem muitas questões desafiadoras a serem respondidas sobre a dor rebote, portanto fazem-se necessários amplos estudos prospectivos sobre a temática. Para a sua prevenção recomenda-se o uso de técnicas de bloqueio de nervo periférico que evitem a lesão do nervo e uma adequada analgesia perioperatória associada à orientação do paciente sobre a administração precoce de analgésicos mesmo na vigência da analgesia proporcionada pelo bloqueio de nervo periférico. A melhor compreensão do fenômeno “dor rebote”, sua fisiopatologia, seus fatores de risco associados e suas consequências em longo prazo poderá ajudar na elaboração de estratégias preventivas mais eficazes.
PALAVRAS-CHAVE
Bloqueio nervoso; Nervos periféricos; Efeito rebote; Dor pós-operatória