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Efeitos comparativos de vitamina C sobre os efeitos dos anestésicos locais ropivacaína, bupivacaína e lidocaína em condrócitos humanos

Resumos

JUSTIFICATIVA:

Injeções de anestésicos locais por via intra-articular são comumente usadas para melhorar a analgesia no período pós-operatório de cirurgia ortopédica como artroscopia. No entanto, relatos recentes de complicações graves devido ao uso de anestésico local por via intra-articular causou preocupações.

OBJETIVOS:

O objetivo do estudo foi avaliar o uso de vitamina C para reduzir os efeitos adversos dos anestésicos mais comumente usados (ropivocaína, bupivacaína e lidocaína) sobre condrócitos humanos.

MÉTODOS:

A viabilidade dos condrócitos após a exposição à bupivacaína a 0,5% ou ropivacaína a 0,75% ou lidocaína a 1,0% e/ou vitamina C em doses de 125, 250 e 500 µM foi determinada pelo ensaio Vivo/Morto e coloração com anexina V. Os níveis de expressão das caspases 3 e 9 foram avaliados com o uso de anticorpos pela técnica Western blotting. Citometria de fluxo foi feita para analisar a geração de espécies reativas ao oxigênio.

RESULTADOS:

Na exposição aos anestésicos locais, condrotoxicidade foi encontrada na seguinte ordem: ropivacaína < bupivacaína < lidocaína. A vitamina C efetivamente melhorou a redução da viabilidade dos condrócitos e diminuiu os níveis elevados de apoptose após a exposição à anestesia. Em doses mais altas, a vitamina C foi eficiente para reduzir a geração de espécies reativas ao oxigênio e assim regular negativamente a expressão das caspases 3 e 9.

CONCLUSÕES:

Observamos que a vitamina C foi eficaz na proteção dos condrócitos contra a agressão tóxica dos anestésicos locais ropivacaína, bupivacaína e lidocaína.

Condrócitos; Vitamina C; Anestésicos locais; Ropivacaína; Bupivacaína; Lidocaína


BACKGROUND:

Intra-articular injections of local anesthetics are commonly used to enhance post-operative analgesia following orthopedic surgery as arthroscopic surgeries. Nevertheless, recent reports of severe complications due to the use of intra-articular local anesthetic have raised concerns.

OBJECTIVES:

The study aims to assess use of vitamin C in reducing adverse effects of the most commonly employed anesthetics - ropivacaine, bupivacaine and lidocaine - on human chondrocytes.

METHODS:

The chondrocyte viability following exposure to 0.5% bupivacaine or 0.75% ropivacaine or 1.0% lidocaine and/or vitamin C at doses 125, 250 and 500 µM was determined by LIVE/DEAD assay and annexin V staining. Expression levels of caspases 3 and 9 were assessed using antibodies by Western blotting. Flow cytometry was performed to analyze the generation of reactive oxygen species.

RESULTS:

On exposure to the local anesthetics, chondrotoxicity was found in the order ropivacaine < bupivacaine < lidocaine. Vitamin C effectively improved the reduced chondrocyte viability and decreased the raised apoptosis levels following exposure to anesthesia. At higher doses, vitamin C was found efficient in reducing the generation of reactive oxygen species and as well down-regulate the expressions of caspases 3 and 9.

CONCLUSIONS:

Vitamin C was observed to effectively protect chondrocytes against the toxic insult of local anesthetics ropivacaine, bupivacaine and lidocaine.

Chondrocytes; Vitamin C; Local anesthetics; Ropivacaine; Bupivacaine; Lidocaine


Introdução

Os anestésicos locais são comumente usados em várias situações clínicas para a prevenção ou o alívio da dor sintomática. Durante a prática da ortopedia, são administrados por muitas vias, como espinal, epidural ou intra-articular, para o alívio da dor no pós-operatório ou como uma modalidade no tratamento de osteoartrite. Vários estudos clínicos demonstraram que a injeção intra-articular de anestésicos locais tem taxas elevadas de sucesso quando administrada para analgesia no pós-operatório.11. Piper SL, Kim HT. Comparison of ropivacaine and bupivacaine toxicity in human articular chondrocytes. J Bone Joint Surg Am. 2008;90:986-91.,22. Piper SL, Kramer JD, Kim HT, et al. Effects of local anesthetics on articular cartilage. Am J Sports Med. 2011;39:2245-53.and33. Dragoo JL, Braun HJ, Kim HJ, et al. The in vitro chondro-toxicity of single-dose local anesthetics. Am J Sports Med. 2012;40:794-9.

A preocupação com os efeitos prejudiciais dos anestésicos locais veio a público quando vários estudos de caso demonstraram toxicidade grave em cartilagem e condrólise após infusões de anestésico local na articulação glenoumeral após artroscopia.44. Petty DH, Jazrawi LM, Estrada LS, et al. Glenohumeral chon-drolysis after shoulder arthroscopy: case reports and review of the literature. Am J Sports Med. 2004;32:509-15., 55. Kamath R, Strichartz G, Rosenthal D. Cartilage toxicity from local anesthetics. Skeletal Radiol. 2008;37:871-3., 66. Gomoll AH, Yanke AB, Kang RW, et al. Long-term effects of bupi-vacaine on cartilage in a rabbit shoulder model. Am J Sports Med. 2009;37:72-7.,77. Solomon DJ, Navaie M, Stedje-Larsen ET, et al. Gleno-humeral chondrolysis after arthroscopy: a systematic review of potential contributors and causal pathways. Arthroscopy. 2009;25:1329-42.and88. Anderson SL, Buchko JZ, Taillon MR, et al. Chondrolysis of the glenohumeral joint after infusion of bupivacaine through an intraarticular pain pump catheter: a report of 18 cases. Arthroscopy. 2010;26:451-61. Como as evidências de condrotoxicidade devido a anestésicos locais estão aumentando, pesquisas sobre o uso de outras substâncias para inibir ou reduzir a toxicidade estão sendo feitas. Em cirurgias ortopédicas, além dos efeitos dos anestésicos locais, a limitação do potencial de cura da cartilagem articular hialina também é problema bem conhecido.99. Hepburn Walsh P, Mulhall KJ. The chondrotoxicity of local anaesthetics: any clinical impact? Joint Bone Spine. 2011;78:438-40.

Entre os anestésicos locais que são usados com mais frequência para o alívio da dor, lidocaína e bupivacaína são membros do grupo amida, mas o tempo de ação da lidocaína é cerca de metade daquele de bupivacaína.1010. McLure HA, Rubin AP. Review of local anaesthetic agents. Minerva Anestesiol. 2005;71:59-74. Ropivacaína é um anestésico local do tipo amino-amida, de ação prolongada, que pertence ao grupo das pipecoloxilididase e é um substituto promissor para bupivacaína para raquianestesia.11. Piper SL, Kim HT. Comparison of ropivacaine and bupivacaine toxicity in human articular chondrocytes. J Bone Joint Surg Am. 2008;90:986-91. Contudo, estudos recentes demonstraram os efeitos deletérios desses anestésicos sobre os condrócitos.1111. Karpie JC, Chu CR. Lidocaine exhibits dose- and time-dependent cytotoxic effects on bovine articular chondrocytes in vitro. Am J Sports Med. 2007;35:1621-7., 1212. Baker JF, Walsh PM, Byrne DP, et al. In vitro assessment of human chondrocyte viability after treatment with local anaes-thetic, magnesium sulphate or normal saline. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2011;19:1043-6.,1313. Park J, Sutradhar BC, Hong G, et al. Comparison of the cyto-toxic effects of bupivacaine, lidocaine, and mepivacaine in equine articular chondrocytes. Vet Anaesth Analg. 2011;38: 127-33.and1414. Lo IK, Sciore P, Chung M, et al. Local anesthetics induce chon-drocyte death in bovine articular cartilage disks in a dose- and duration-dependent manner. Arthroscopy. 2009;25:707-15. Lo et al.1414. Lo IK, Sciore P, Chung M, et al. Local anesthetics induce chon-drocyte death in bovine articular cartilage disks in a dose- and duration-dependent manner. Arthroscopy. 2009;25:707-15. mostraram que bupivacaína, ropivacaína e lidocaína apresentam um efeito negativo de forma dependente da dose e da duração sobre a viabilidade dos condrócitos.

Estudos in vitro mostraram que lidocaína e bupivacaína podem ter efeitos citotóxicos sobre os neurônios e miócitos. A morte celular ocorre tanto por necrose quanto por apoptose. 15 15. Zink W, Graf BM. Local anesthetic myotoxicity. Reg Anesth Pain Med. 2004;29:333-40.and1616. Perez-Castro R, Patel S, Garavito-Aguilar ZV, et al. Cytotoxic-ity of local anesthetics in human neuronal cells. Anesth Analg. 2009;108:997-1007. Em condrócitos, a exposição a esses anestésicos também leva à morte celular por apoptose e necrose de uma forma dependente da dose e da duração. 11. Piper SL, Kim HT. Comparison of ropivacaine and bupivacaine toxicity in human articular chondrocytes. J Bone Joint Surg Am. 2008;90:986-91.and1717. Dragoo JL, Korotkova T, Kim HJ, et al. Chondrotoxicity of low pH, epinephrine, and preservatives found in local anesthetics containing epinephrine. Am J Sports Med. 2010;38:1154-9. Fedder et al.1818. Fedder C, Beck-Schimmer B, Aguirre J, et al. In vitro exposure of human fibroblasts to local anaesthetics impairs cell growth. Clin Exp Immunol. 2010;162:280-8. relataram que a exposição à ropivacaína, lidocaína e bupivacaína reduziu a viabilidade dos fibroblastos, o que está ligado à geração de espécies reativas de oxigênio (ERO). Apoptose é um processo altamente regulado, diferente de necrose, que ocorre em resposta a trauma, toxinas, citocinas e agentes patogênicos. 1919. Costouros JG, Dang AC, Kim HT. Inhibition of chondro-cyte apoptosis in vivo following acute osteochondral injury.Osteoarthritis Cartilage. 2003;11:756-9.and2020. Takahashi T, Yamamoto H, Ogawa Y, et al. Role of apoptosis inhibition in various chondrocyte culture systems. Int J Mol Med. 2003;11:299-303. Portanto, a inibição da apoptose de condrócitos foi descrita como um meio potencial para reduzir a perda de condrócitos. 2020. Takahashi T, Yamamoto H, Ogawa Y, et al. Role of apoptosis inhibition in various chondrocyte culture systems. Int J Mol Med. 2003;11:299-303.and2121. Rao A, Johnston TR, Harris AH, et al. Inhibition of chondrocyte and synovial cell death after exposure to commonly used anes-thetics chondrocyte apoptosis after anesthetics. Am J Sports Med. 2014;42:50-8.

As vitaminas são consideradas vitais. A vitamina C, uma substância exógena solúvel em água,2222. Gaby AR. Natural approaches to epilepsy. Altern Med Rev. 2007;12:9-24. é um cofator na construção de vasos sanguíneos e assume o papel de um antioxidante,2323. Gasiorowski A, Dutkiewicz J. Weight training and appropri-ate nutrient supplementation as an alternative method to pharmacological treatment in rehabilitation of post-myocardial infarction patients. Ann Agric Environ Med. 2012;19:333-8. atua como um doador de elétrons e agente redutor e, assim, impede a oxidação de lípidos, proteínas e DNA.2424. Padayatty SJ, Katz A, Wang Y, et al. Vitamin C as an antiox-idant: evaluation of its role in disease prevention. J Am Coll Nutr. 2003;22:18-35. Há um reconhecimento crescente da importância de fatores nutricionais para a manutenção da saúde óssea e articular.2525. Okma-Keulen P, Hopman-Rock M. The onset of generalized osteoarthritis in older women: a qualitative approach. Arthritis Rheum. 2001;45:183-90. A matriz óssea contém mais de 90% das proteínas, como colágeno,2626. Termine JD. American Society for Bone and Mineral Research. Bone matrix proteins and the mineralization process. California: Kelseyville; 1990. e a vitamina C é um cofator essencial para a formação de colágeno e síntese de hidroxiprolina e hidroxilisina.2727. Peterkofsky B. Ascorbate requirement for hydroxylation and secretion of procollagen: relationship to inhibition of collagen synthesis in scurvy. Am J Clin Nutr. 1991;54:1135S-40S. Portanto, a vitamina C pode ajudar no fortalecimento dos ossos e prevenir fraturas. Deficiência de vitamina C induzida experimentalmente em animais leva ao dano de massa óssea, cartilagem e tecido conjuntivo.2828. Kipp DE, McElvain M, Kimmel DB, et al. Scurvy results in decreased collagen synthesis and bone density in the guinea pig animal model. Bone. 1996;18:281-8. Um estudo com acompanhamento por 17 anos conduzido por Sahni et al.2929. Sahni S, Hannan MT, Gagnon D, et al. Protective effect of total and supplemental vitamin C intake on the risk of hip fracture - a 17-year follow-up from the Framingham Osteoporosis Study. Osteoporos Int. 2009;20:1853-61. demonstrou que a suplementação de vitamina C diminui o risco de fratura de quadril e osteoporose. Por conseguinte, considerando os efeitos da vitamina C, o presente estudo investigou se a vitamina C inibe a perda de condrócitos e protege a cartilagem contra os efeitos adversos de anestésicos locais.

Métodos

Produtos químicos e células

Condrócitos humanos normais foram adquiridos da Promocell, Alemanha, e colocados em meio de cultura, sob condições laboratoriais padrão (atmosfera umidificada de 95% de ar e 5% de CO2 a 37 °C). A cultura de condrócitos em monocamada há muito é usada como um método para a avaliação in vitro de respostas celulares ao tratamento. As células na passagem 5 foram semeadas a uma densidade de 1033. Dragoo JL, Braun HJ, Kim HJ, et al. The in vitro chondro-toxicity of single-dose local anesthetics. Am J Sports Med. 2012;40:794-9. células/cm2 em placas de 96 poços e cultivadas até 75-80% de confluência. Ao atingir a confluência desejada, as células foram expostas aos anestésicos locais. Todos os produtos químicos usados no estudo foram obtidos de Sigma-Aldrich, MO, EUA; caso contrário, eles são mencionados.

Exposição anestésica

Os condrócitos foram expostos durante uma hora a 1 mL das soluções dos anestésicos locais bupivacaína a 0,5% ou ropivacaína a 0,75% ou lidocaína a 1,0%.2121. Rao A, Johnston TR, Harris AH, et al. Inhibition of chondrocyte and synovial cell death after exposure to commonly used anes-thetics chondrocyte apoptosis after anesthetics. Am J Sports Med. 2014;42:50-8.and3030. Breu A, Eckl S, Zink W, et al. Cytotoxicity of local anesthet-ics on human mesenchymal stem cells in vitro. Arthroscopy. 2013;29:1676-84. Todas as amostras foram tratadas com o uso do mesmo protocolo. Especificamente, o meio de cultura foi aspirado; 1 mL de soro fisiológico normal a 0,9% ou de anestésico foi adicionado a cada poço; as amostras foram incubadas em CO2 a 5% e a 37 °C por 60 minutos; e a solução de tratamento foi aspirada e o meio de cultura fresco foi adicionado. As amostras foram devolvidas ao incubador e a viabilidade dos condrócitos foi medida 24 horas mais tarde. Em experiências separadas, logo após a exposição à anestesia, as células foram incubadas em meio fresco suplementado com vitamina C (125 ou 250 ou 500 µM) por 24 horas e, em seguida, as células foram avaliadas para a viabilidade.

Análise de apoptose

Os condrócitos expostos aos anestésicos e/ou vitamina C foram lavados com PBS e usados para a análise de viabilidade celular. Para medir a apoptose, o ensaio para a viabilidade celular Vivo/Morto (kit de viabilidade celular Live/Dead, Invitrogen) foi feito. O ensaio detecta a atividade da esterase intracelular e a integridade da membrana plasmática para avaliar a viabilidade das células. Os condrócitos, células tratadas ou não tratadas com anestesia e/ou vitamina C, foram corados com 5 µmol/L de homodímero de etídio e 5 µmol/L de calceína-AM e incubados a 37 °C por 30 minutos. As células foram então analisadas sob um microscópio de fluorescência, Nikon Labophot-2. Os condrócitos vivos retêm a calceína-AM, um corante polianiônico não fluorescente, e produzem uma fluorescência verde por meio da conversão (esterase) enzimática. Subsequentemente, o homodímero de etídio entra nas membranas danificadas das células mortas, liga-se aos ácidos nucleicos e dá origem a uma fluorescência vermelha.

A apoptose também foi detectada por mensuração da perda de assimetria da membrana ao se avaliarem as propriedades de ligação da anexina V. A propriedade de ligação da anexina V foi avaliada com o uso do kit de coloração de anexina V (Santa Cruz Biotechnology, Santa Cruz, CA, EUA). Os anticorpos antianexina V foram conjugados com um corante de fluoresceína isotiocianato (FITC). Resumidamente, 1 × 1066. Gomoll AH, Yanke AB, Kang RW, et al. Long-term effects of bupi-vacaine on cartilage in a rabbit shoulder model. Am J Sports Med. 2009;37:72-7. células foram expostas à bupivacaína ou ropivacaína ou lidocaína por uma hora após o tratamento com vitamina C, ou apenas aqueles expostos aos anestésicos foram submetidos à coloração com anexina V. As células foram lavadas em PBS, suspensas novamente em tampão de ligação de 100 µL, com anticorpo antianexina V conjugado com FITC, e depois analisadas com citometria de fluxo (FACS Calibur, BD Biosciences).

Western blot

Para saber se a ativação da caspase estava envolvida na iniciação da apoptose após a exposição aos anestésicos locais, uma análise adicional com o método Western blot foi feita para determinar a expressão das caspases 3 e 9, com o uso dos respectivos anticorpos (Cell Signaling Technology, Danvers, MA, EUA). Para o isolamento das proteínas celulares totais, as células foram lisadas em tampão de lise celular (Cell Signaling Technology, Danvers, MA, EUA) e processadas de acordo com as instruções do fabricante. As proteínas foram então fracionadas por SDS-PAGE, eletrotransferidas para membranas de nitrocelulose, marcadas com seus respectivos anticorpos e detectadas por quimioluminescência avançada (GE Healthcare). Os sinais da faixa de outras proteínas foram normalizados para os de ß-actina com o uso de anti-ß-actina em diluição de 1:2000 (Cell Signaling Technology, Danvers, MA, EUA).

Determinação de espécies reativas de oxigênio (ERO)

A geração de ERO intracelular foi medida por citometria de fluxo, com o uso de coloração com 2',7'-diclorofluoresceína diacetato (DCFH-DA). DCFH-DA é um composto não fluorescente que pode ser enzimaticamente convertido em DCF, um composto altamente fluorescente na presença de ERO. Após a exposição ao anestésico e/ou vitamina C, as células foram adicionalmente incubadas com DCFH-DA (10 µM) por 30 minutos a 37 °C no escuro. Subsequentemente, as células foram lavadas duas vezes com PBS e a intensidade da fluorescência foi medida por citometria de fluxo.3131. Lu HF, Sue CC, Yu CS, et al. Diallyl disulfide (DADS) induced apoptosis undergo caspase-3 activity in human bladder cancer T24 cells. Food Chem Toxicol. 2004;42:1543-52.

Análise estatística

Os resultados são representados como média ± DP. Os valores de p < 0,05 foram considerados significativos, conforme determinado por uma análise de variância (Anova). As análises foram feitas com a versão 17.0 do programa estatístico SPPSS.

Resultados

A vitamina C melhora a viabilidade dos condrócitos após a exposição a anestésicos

A viabilidade dos condrócitos em resposta à exposição a anestésico foi analisada com o uso do ensaio Vivo/Morto. Após a exposição das culturas de condrócitos aos anestésicos locais por 24 horas, a condrotoxicidade observada com lidocaína a 1% foi quase duas vezes maior do que a de ropivacaína a 0,75% (Fig. 1). Houve uma diminuição acentuada na percentagem de viabilidade das células após a exposição à lidocaína, ropivacaína ou bupivacaína. Comparando as concentrações equipotentes de ropivacaína (0,75%) e bupivacaína (0,5%), as taxas de viabilidade celular foram significativamente mais elevadas 24 horas após o tratamento com ropivacaína a 0,75% do que com bupivacaína a 0,5%. A condrotoxicidade foi mais pronunciada na exposição à lidocaína seguida por bupivacaína. A exposição à vitamina C após a anestesia resultou em uma melhoria significativa (p < 0,05) na percentagem de viabilidade celular. As contagens viáveis de condrócitos subiram com o aumento das concentrações de vitamina C. A concentração de 500 µM causou um aumento acentuado da viabilidade dos condrócitos, em comparação com doses mais baixas (125 e 250 µM).

Figura 1
Influência de vitamina C sobre a viabilidade celular de condrócitos. Os valores são expressos como média ± DP; n = 6. *Representa p < 0,05, comparado com controles, conforme determinado pela análise de variância simples, Anova.

A apoptose dos condrócitos após a exposição à anestesia também foi detectada por meio da mensuração da perda de assimetria da membrana por coloração com anexina V. A contagem de células em apoptose foi acentuadamente maior (p < 0,05) após a exposição à anestesia. Ropivacaína a 0,75% causou apoptose consideravelmente mais baixa, em comparação com lidocaína a 1% e bupivacaína a 0,5%. A incubação com vitamina C resultou em aumento da percentagem de viabilidade, com contagens diminuídas de células em apoptose. Vitamina C em concentração de 500 µM foi mais potente para reduzir a apoptose após a exposição aos anestésicos locais do que em doses mais baixas (Fig. 2).

Figura 2
Condrotoxicidade induzida por exposição a anestésicos: (a) bupivacaína a 0,5%; (e) lidocaína a 1%; (i) ropivacaína a 0,75%. Vitamina C sobre os efeitos dos anestésicos: (b) bupivacaína a 0,5% + 125 µM de vitamina C; (c) bupivacaína a 0,5% + 250 µM de vitamina C; (d) bupivacaína a 0,5% + 500 µM de vitamina C; (f) lidocaína a 1% + 125 µM de vitamina C; (g) lidocaína a 1% + 250 µM de vitamina C; (h) lidocaína a 1% + 500 µM de vitamina C; (j) ropivacaína a 0,75% + 125 µM de vitamina C; (k) ropivacaína a 0,75% + 250 µM de vitamina C; (l) ropivacaína a 0,75% + 500 µM de vitamina C. Contagens de células em apoptose. Valores apresentados como média ± DP; n = 6. *Representa p < 0,05, comparado com controles, conforme determinado pela análise de variância simples, Anova.

A vitamina C suprime a apoptose por subregulação da expressão das caspases 3 e 9

Para avaliar o possível envolvimento da ativação de caspases em condrotoxicidade induzida por anestesia, a expressão da caspases 3 e 9 foi determinada 24 horas após a exposição à anestesia. Uma hora de exposição aos anestésicos causou sobrerregulação da caspase-3 e da caspase-9 da seguinte forma: lidocaína > bupivacaína > ropivacaína (Fig. 3). Embora ropivacaína a 0,75% tenha causado o aumento da expressão das caspases, verificou-se que esse aumento não foi significativo em relação aos condrócitos controles não expostos aos anestésicos. No entanto, lidocaína a 1% resultou em melhoria acentuada do nível de expressão, o que indica a ativação da cascata de caspases na apoptose. A incubação com vitamina C para 24 horas reduziu acentuadamente a expressão das caspase s de forma dependente da dose, o que está de acordo com os resultados do ensaio Vivo/Morto e da coloração com anexina V. A vitamina C a 250 e 500 µM foi mais eficaz em subregular as expressões das caspases 3 e 9.

Figura 3
Efeito da vitamina C nas expressões da caspase-3 (a e b) e caspase-9 (c e d) em condrócitos após exposição a anestésicos. L1, controle; L2, anestésico isolado; L3, anestesia + 125 µM de vitamina C; L4, anestesia + 250 µM de vitamina C; L5, anestesia + 500 µM de vitamina C. (b e d) Valores apresentados como média ± DP; n = 6 (b e d). *Representa p < 0,05, comparado com controles, conforme determinado pela análise de variância simples, Anova.

Influência da vitamina C na geração de ERO

Determinamos os níveis de ERO por citometria de fluxo com o uso de coloração com 2',7'-diclorofluoresceína diacetate (DCFH-DA). Lidocaína, bupivacaína e ropivacaína causaram um aumento acentuado na produção de ERO. Lidocaína causou uma produção em dobro de ERO, em comparação com ropivacaína, e quase 10% a mais do que bupivacaína. Esse aumento, entretanto, foi suprimido em condrócitos incubados com vitamina C, em comparação com células sem vitamina C. O tratamento com vitamina C reduziu significativamente a produção de ERO, na seguinte ordem: 125 < 250 < 500 µM (Fig. 4). A capacidade antioxidante da vitamina C pode ter sido responsável pela supressão acentuada de ERO.

Figura 4
Influência da vitamina C na geração de ERO por citometria de fluxo. Os valores são apresentados como média ± DP; n = 6. *Representa p < 0,05, comparado com controles, conforme determinado pela análise de variância simples, Anova.

Discussão

Injeções intra-articulares de anestésicos locais são administradas com frequência em ambientes perioperatórios e ambulatoriais.3232. Koyonos L, Yanke AB, McNickle AG, et al. A randomized, prospective, double-blind study to investigate the effective-ness of adding DepoMedrol to a local anesthetic injection in postmeniscectomy patients with osteoarthritis of the knee. Am J Sports Med. 2009;37:1077-82. As injeções intra-articulares de anestésicos locais melhoram a analgesia no período pós-operatório.11. Piper SL, Kim HT. Comparison of ropivacaine and bupivacaine toxicity in human articular chondrocytes. J Bone Joint Surg Am. 2008;90:986-91.,22. Piper SL, Kramer JD, Kim HT, et al. Effects of local anesthetics on articular cartilage. Am J Sports Med. 2011;39:2245-53.and3333. Dragoo JL, Korotkova T, Kanwar R, et al. The effect of local anesthetics administered via pain pump on chondrocyte viabil-ity. Am J Sports Med. 2008;36:1484-8. Lidocaína, bupivacaína e ropivacaína são anestésicos locais do tipo amida. Publicações recentes sugeriram potenciais efeitos adversos desses três anestésicos locais sobre condrócitos articulares in vitro. 11. Piper SL, Kim HT. Comparison of ropivacaine and bupivacaine toxicity in human articular chondrocytes. J Bone Joint Surg Am. 2008;90:986-91.and1111. Karpie JC, Chu CR. Lidocaine exhibits dose- and time-dependent cytotoxic effects on bovine articular chondrocytes in vitro. Am J Sports Med. 2007;35:1621-7.

Vários estudos descreveram efeitos prejudiciais de anestésicos locais sobre a viabilidade dos condrócitos. Chu et al.3434. Chu CR, Izzo NJ, Papas NE, et al. In vitro exposure to 0.5% bupivacaine is cytotoxic to bovine articular chondrocytes. Arthroscopy. 2006;22:693-9. demonstraram grave toxicidade de bupivacaína. O estudo evidenciou a exposição à bupivacaína a 0,5% e > 99% dos condrócitos bovinos foram encontrados mortos em todas as culturas expostas. Gomoll et al.3535. Gomoll AH, Kang RW, Williams JM, et al. Chondrolysis after continuous intra-articular bupivacaine infusion: an experimen-tal model investigating chondrotoxicity in the rabbit shoulder. Arthroscopy. 2006;22:813-9. relataram acentuadas alterações histopatológicas e metabólicas em articulações de coelhos com infusão contínua de bupivacaína a 0,25%, com e sem epinefrina. Relatou-se que doses de lidocaína a 1% e 2% apresentaram toxicidade em condrócitos.1111. Karpie JC, Chu CR. Lidocaine exhibits dose- and time-dependent cytotoxic effects on bovine articular chondrocytes in vitro. Am J Sports Med. 2007;35:1621-7. Além disso, toxicidade em condrócitos foi relatada por Piper e Kim11. Piper SL, Kim HT. Comparison of ropivacaine and bupivacaine toxicity in human articular chondrocytes. J Bone Joint Surg Am. 2008;90:986-91. após a exposição de explantes de cartilagem humana e condrócitos aos anestésicos locais bupivacaína e ropivacaína. Corroborando relatos anteriores, em nosso estudo, bupivacaína a 0,5%, ropivacaína a 0,75% e lidocaína a 1% induziram apoptose e reduziram a viabilidade dos condrócitos. Observamos que lidocaína foi potencialmente mais tóxica do que bupivacaína e ropivacaína. Semelhantemente a estudos anteriores, descobriu-se que ropivacaína foi menos condrotóxica do que bupivacaína em condrócitos humanos.11. Piper SL, Kim HT. Comparison of ropivacaine and bupivacaine toxicity in human articular chondrocytes. J Bone Joint Surg Am. 2008;90:986-91.and3636. Farkas B, Kvell K, Czompoly T, et al. Increased chondrocyte death after steroid and local anesthetic combination. Clin Orthop Relat Res. 2010;468:3112-20. A vitamina C melhorou de forma significativa a viabilidade celular dos condrócitos. Estudos demonstraram o efeito positivo da vitamina C na saúde dos ossos.2929. Sahni S, Hannan MT, Gagnon D, et al. Protective effect of total and supplemental vitamin C intake on the risk of hip fracture - a 17-year follow-up from the Framingham Osteoporosis Study. Osteoporos Int. 2009;20:1853-61.

A apoptose pode ser induzida por meio de vias intrínsecas e extrínsecas, ambas envolvem a ativação de caspases celulares. Caspases são enzimas importantes envolvidas na regulação da clivagem proteolítica altamente específica de proteínas celulares que levam à morte celular. Evidências sugerem que a caspase-3 também pode estar envolvida na fragmentação do DNA.2121. Rao A, Johnston TR, Harris AH, et al. Inhibition of chondrocyte and synovial cell death after exposure to commonly used anes-thetics chondrocyte apoptosis after anesthetics. Am J Sports Med. 2014;42:50-8. No nosso estudo, observamos que os anestésicos locais - lidocaína, bupivacaína e ropivacaína - induziram níveis de expressão de caspase que são indicativos de indução de apoptose em condrócitos por meio da ativação de caspases. Perez-Castro et al.1616. Perez-Castro R, Patel S, Garavito-Aguilar ZV, et al. Cytotoxic-ity of local anesthetics in human neuronal cells. Anesth Analg. 2009;108:997-1007. demonstraram ativação das caspases 3 e 7 em células do neuroblastoma humano após incubação com lidocaína, ropivacaína e bupivacaína. No entanto, a vitamina C suprimiu a expressão das caspases 3 e 9, o que sugere de forma marcante a sua eficácia antiapoptótica.

Os mecanismos que levam à condrotoxicidade dos anestésicos locais não são totalmente compreendidos. Para analisar o envolvimento da apoptose mediada por ERO, a geração de ERO nos condrócitos foi avaliada. O aumento acentuado na geração de ERO após a exposição aos anestésicos foi reduzido para níveis quase normais nas incubações de condrócitos com várias concentrações de vitamina C. Isso pode ser devido à potente propriedade antioxidante da vitamina C. A vitamina C teria efetivamente impedido a geração de ERO e ou neutralizado as ERO. No entanto, observamos uma correlação surpreendente entre a viabilidade celular, a expressão de caspases e os níveis da produção de ERO. Park et al.3737. Park CJ, Park SA, Yoon TG, et al. Bupivacaine induces apoptosis via ROS in the Schwann cell line. J Dent Res. 2005;84:852-7. mostraram um aumento da concentração de ERO em correlação com a morte celular das células de Schwann após incubação com bupivacaína. Em nosso estudo, as concentrações de ERO aumentaram após a exposição à lidocaína e bupivacaína, mas níveis não significativos foram observados após a exposição à ropivacaína. Aumento semelhante na geração de ERO após a exposição a anestésicos locais foi relatado por Grishko et al.3838. Grishko V, Xu M, Wilson G, et al. Apoptosis and mitochondrial dysfunction in human chondrocytes following exposure to lido-caine, bupivacaine, and ropivacaine. J Bone Joint Surg Am. 2010;92:609-18.

Para resumir, mostramos que ropivacaína a 0,75%, embora tóxica para as células de condrócitos humanos, após 60 minutos de exposição, está na faixa consideravelmente menor de toxicidade em comparação com bupivacaína a 0,5% e lidocaína a 1%. Entre os anestésicos estudados, lidocaína em concentração de 1% apresentou a maior condrotoxicidade. O aumento da produção de ERO evidenciado em nosso estudo sugere que a condrotoxicidade pode ser devida à apoptose mediada por ERO. Contudo, a incubação com vitamina C ofereceu uma proteção significativa aos condrócitos, que poderia ser atribuída a sua capacidade antioxidante.

Conclusão

A vitamina C forneceu proteção acentuada aos condrócitos contra os efeitos tóxicos dos anestésicos locais: ropivacaína, bupivacaína e lidocaína.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Feb 2016

Histórico

  • Recebido
    16 Jan 2015
  • Aceito
    26 Jan 2015
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