Acessibilidade / Reportar erro

Comparação entre o videolaringoscópio King Vision e o laringoscópio Macintosh: um ensaio clínico prospectivo randomizado e controlado

Resumo

Justificativa e objetivos

Comparamos a eficiência do videolaringoscópio King Vision e do laringoscópio Macintosh, quando usados por anestesiologistas experientes em pacientes adultos com diferentes condições de intubação, em um estudo clínico prospectivo randomizado e controlado.

Métodos

Foram selecionados 388 pacientes com estado físico ASA I ou II (de acordo com a classificação da American Society of Anesthesiologists – ASA), programados para anestesia geral com intubação traqueal. Cada paciente foi intubado com ambos os laringoscópios sucessivamente, em uma ordem aleatória. A taxa de sucesso da intubação, o tempo até a melhor visibilização da glote, o tempo de intubação, o tempo de ventilação, a classificação de Cormack-Lehane (graus) e as complicações relacionadas à laringoscopia e intubação foram analisados.

Resultados e conclusões

As taxas de sucesso na intubação na primeira tentativa foram similares para o King Vision e o Macintosh (96,6% vs. 94,3%, respectivamente, p > 0,05). As médias dos tempos até a melhor visibilização da glote (IC 95% 0,5–1,4 s, p < 0,001) e de intubação (IC 95% 3–4,6 s, p < 0,001) foram maiores no King Vision. A diferença no tempo de intubação foi semelhante quando as tentativas malsucedidas de intubação foram excluídas (IC 95% 2,8–4,4 s, p < 0,001). Com base na classificação de Mallampati modificada na consulta pré-operatória, o King Vision melhorou significativamente a visibilização da glote em mais pacientes (220 pacientes, 56,7%) em comparação com o Macintosh (180 pacientes, 46,4%) (p < 0,001). Nenhum dos pacientes apresentou dessaturação periférica de oxigênio abaixo de 94%. Os anestesiologistas experientes podem obter taxas semelhantes de sucesso na primeira tentativa de intubação e de traumas das vias aéreas com ambos os laringoscópios. O King Vision requer tempos mais longos até a visibilização da glote e de intubação traqueal, mas não causa dessaturação adicional.

PALAVRAS-CHAVE
Manejo de vias aéreas; Laringoscopia direta; Intubação endotraqueal; Anestesia geral; Videolaringoscopia

Sociedade Brasileira de Anestesiologia R. Professor Alfredo Gomes, 36, 22251-080 Botafogo RJ Brasil, Tel: +55 21 2537-8100, Fax: +55 21 2537-8188 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: bjan@sbahq.org