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Manejo anestésico do tratamento endovascular para acidente vascular cerebral isquêmico agudo: influências no resultado e complicações

Resumo

Justificativa e objetivos:

O uso emergente de terapias endovasculares para acidente vascular cerebral isquêmico agudo, como a trombectomia intra-arterial, nos obriga a uma compreensão melhor do manejo anestésico necessário e seu impacto nos resultados globais. Este artigo revisa os dados disponíveis sobre o manejo anestésico do tratamento endovascular, comparando anestesia geral com sedação consciente, as modalidades mais utilizadas, quanto à indução anestésica e duração do procedimento, mobilidade do paciente, localização da oclusão, parâmetros hemodinâmicos, desfecho e segurança; abordando também o estado da arte da neuroproteção fisiológica e farmacológica.

Conteúdo:

A maioria das evidências sobre esse tópico é retrospectiva e contraditória, com apenas três pequenos estudos randômicos realizados até o momento. A sedação consciente foi frequentemente associada a melhores resultados, mas as evidências prospectivas indicaram que não há vantagem sobre a anestesia geral em relação a essa questão. A sedação consciente é no mínimo tão segura como a anestesia geral para o tratamento endovascular do AVC isquêmico agudo, com mortalidade equivalente e menos complicações, como pneumonia, hipotensão ou extubações difíceis. Porém, a sedação consciente apresenta uma frequência maior de agitação e movimento do paciente, sendo a principal causa de conversão para a anestesia geral.

Conclusões:

Anestesia geral e sedação consciente são alternativas seguras para o manejo anestésico de pacientes submetidos à trombectomia endovascular. Não há um manejo anestésico que seja universalmente recomendado e esperamos que os ensaios clínicos randomizados em andamento possam lançar alguma luz sobre a melhor abordagem; enquanto isso, a escolha da anestesia deve basear-se nas características individuais do paciente. Em relação à neuroproteção, a estabilidade hemodinâmica é atualmente a estratégia mais importante, uma vez que nenhum método farmacológico se mostrou eficaz em humanos.

PALAVRAS-CHAVE
Anestesia; Anestesia geral; Sedação consciente; Acidente vascular cerebral; Trombectomia; Procedimentos endovasculares; Neuroproteção

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