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Revista Brasileira de Anestesiologia, Volume: 70, Número: 4, Publicado: 2020
  • Ácido tranexâmico - a escolha da melhor dose Editorial

    Alves, Rodrigo Leal
  • Eficácia de diferentes doses e esquemas de administração de ácido tranexâmico em cirurgias ortopédicas de grande porte: estudo randomizado Clinical Research

    Saravanan, Ravi; Venkatraman, Rajagopalan; Karthik, Krishnamoorthy; Pushparani, Anand

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa: O ácido tranexâmico foi avaliado em quatro esquemas com diferentes posologias, comparando-se a eficácia de cada esquema quanto a redução na perda sanguínea perioperatória, necessidade de transfusão sanguínea e ocorrência de Trombose Venosa Profunda (TVP). Método: Duzentos pacientes submetidos a procedimentos ortopédicos de grande porte foram divididos em cinco grupos de 40 pacientes de acordo com o esquema de administração de ácido tranexâmico: grupo placebo, grupo baixa dose (bolus de 10 mg.kg-1, grupo baixa dose e manutenção (bolus de 10 mg.kg-1 + manutenção de 1 mg.kg-1.h-1), grupo alta dose (bolus de 30 mg.kg-1), e grupo alta dose e manutenção (bolus de 30 mg.kg-1 + manutenção de 3 mg.kg-1.h-1). A perda sanguínea cirúrgica foi medida no intraoperatório. Além disso, nas primeiras 24 horas pós-operatórias, foi medido o volume de sangue coletado no dreno. Era realizada transfusão de sangue se o valor do hematócrito fosse inferior a 25%. Foi realizada avaliação quanto à ocorrência de TVP no pós-operatório. Resultados: A perda sanguínea intraoperatória foi de 440 ± 207,54 mL no grupo placebo, 412,5 ± 208,21 mL no grupo baixa dose, 290 ± 149,6 mL no grupo baixa dose e manutenção, 332,5 ± 162,33 mL no grupo alta dose, e 240,7 ± 88,15 mL no grupo alta dose e manutenção (p < 0,001). A redução na perda sanguínea pós-operatória pelo dreno nas primeiras 24 horas foi de 80 ± 44,44 mL no grupo placebo; 89,88 ± 44,87 mL no grupo baixa dose, 56,7 ± 29,12 mL no grupo baixa dose e dose de manutenção, 77,9 ± 35,74 mL no grupo alta dose e 46,7 ± 19,9 mL no grupo alta dose e manutenção (p < 0,001). TVP não foi observada em nenhum paciente. Conclusão: O ácido tranexâmico administrado em baixa dose combinado à manutenção foi mais eficaz em reduzir a perda sanguínea cirúrgica e a necessidade de transfusão de sangue.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Tranexamic acid was studied in four different dosage regimens and their efficacy was compared for perioperative blood loss reduction, blood transfusion requirements and deep vein thrombosis (DVT) complication. Methods: Two hundred patients undergoing major orthopedic procedures were divided into five groups containing 40 patients each: Placebo, low dose (bolus 10 mg kg-1), low dose + maintenance (bolus 10 mg kg-1 + maintenance 1 mg kg-1 hr-1), high dose (bolus 30 mg kg-1) and high dose + maintenance (bolus 30 mg kg-1 + maintenance 3 mg kg-1 hr-1). Surgical blood loss was measured intraoperatively and drains collection in the first 24 hours postoperatively. Blood transfusion was done when hematocrit falls less than 25%. DVT screening was done in the postoperative period. Results: The intraoperative blood loss was 440 ± 207.54 mL in the placebo group, 412.5 ± 208.21 mL in the low dose group, 290 ± 149.6 ml in the low dose plus maintenance group, 332.5 ± 162.33 mL in the high dose group and 240.7 ± 88.15 mL in the high dose maintenance group (p < 0.001). The reduction in postoperative blood loss in the drain for first 24 hours was 80 ± 44.44 mL in the placebo group, 89.88 ± 44.87 mL in the low dose group, 56.7 ± 29.12 mL in the low dose plus maintenance group, 77.9 ± 35.74 mL in the high dose group and 46.7 ± 19.9 mL in the high dose maintenance group (p < 0.001). DVT was not encountered in any patient. Conclusion: Tranexamic acid was most effective in reducing surgical blood loss and blood transfusion requirements in a low dose + maintenance group.
  • Comparação entre duas doses de ácido tranexâmico intra-articular no sangramento pós-operatório de artroplastia total do joelho: estudo clínico randomizado Clinical Research

    Souza, Edmundo Pereira de; Usandizaga, Gorka

    Resumo em Português:

    Resumo Introdução: O Ácido Tranexâmico (TXA), agente antifibrinolítico que inibe a atividade fibrinolítica da plasmina, é usado para reduzir a perda sanguínea perioperatória e a necessidade de transfusão em cirurgia ortopédica. O objetivo do estudo foi comparar o efeito de duas doses intra-articulares (1 g e 2 g) de ácido tranexâmico no sangramento pós-operatório de pacientes adultos submetidos a prótese total unilateral de joelho. Método: Realizamos estudo com operador único, randomizado, controlado e duplo-cego em dois grupos. O grupo G1 recebeu 1 g de TXA intra-articular e o grupo G2, 2 g de TXA intra-articular. Os dois grupos receberam 15 mg.kg-1 IV antes da incisão cirúrgica (dose de indução de TXA) e 10 mg.kg-1 por via oral, 6 e 12 horas após a dose de indução de TXA. O desfecho primário foi o sangramento medido pela perda sanguínea na drenagem pós-operatória. Os desfechos secundários foram alteração nos níveis de hemoglobina e hematócrito no primeiro e terceiro dias de pós-operatório e necessidade de transfusão durante a hospitalização. Resultados: Cem pacientes foram randomizados e 100 foram incluídos na análise. A perda sanguínea pela drenagem pós-operatória foi semelhante nos dois grupos (200 ± 50 mL vs. 250 ± 50 mL, grupos G1 e G2, respectivamente). A variação nos valores de hematócrito e hemoglobina (% de variação) entre o pré-operatório e o dia 3 não foi estatisticamente significante entre os grupos G1 e G2 (18 ± 5 vs. 21 ± 4; 21 ± 7 vs. 22 ± 5, respectivamente). Nenhum paciente recebeu transfusão de sangue. Conclusões: O estudo não mostrou superioridade na dose de 2 g de ácido tranexâmico intra-articular em comparação à dose de 1 g. ClinicalTrials.gov Identifier NCT04085575.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Introduction: Tranexamic Acid (TXA), an antifibrinolytic that inhibits the fibrinolytic activity of plasmin is used to decrease perioperative blood loss and transfusion requirements in orthopedic surgery. The aim of our study was to compare postoperative bleeding in two intra-articular doses (1 g and 2 g) of tranexamic acid in adult patients undergoing unilateral total knee replacement. Method: We conducted a single-operator, randomized, and controlled, double-blind study in two groups. The G1 group received 1 g of intra-articular TXA and the G2 group 2 g of intra-articular TXA. Both groups received 15 mg kg-1 IV before the surgical incision (TXA induction dose) and then 10 mg kg-1, orally, 6 and 12 hours after the induction dose of TXA.The primary endpoint was bleeding measured by blood loss in postoperative drainage. Secondary outcomes were change in hemoglobin and hematocrit levels on the first and third postoperative days, and the need for transfusion during hospitalization. Results: In total, 100 patients were randomized, and 100 were included in the analysis. Blood loss in postoperative drainage was similar in both groups (200 ± 50 vs. 250 ± 50 mL, G1 and G2 groups respectively). Change in hematocrit and hemoglobin values (% of change) between preoperative and day 3 were not statically significant between groups G1 and G2 (18 ± 5 vs. 21 ± 4; 21 ± 7 vs. 22 ± 5 respectively). No patients received blood transfusion. Conclusions: Our study did not show superiority of 2 g of intra-articular tranexamic acid compared to 1 g.ClinicalTrials.gov Identifier NCT04085575
  • Efeito dos estressores emocionais nos índices de condutância cutânea no pós-operatório: estudo piloto de coorte prospectivo☆ Clinical Research

    Gungor, Semih; Storm, Hanne; Bae, James J.; Rotundo, Valeria; Christos, Paul J.

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa: A variação da condutância da pele reflete a atividade do sistema nervoso simpático e é usada para avaliar dor aguda. Este estudo piloto examinou as correlações entre a variação da condutância da pele e estressores emocionais no pós-operatório. Método: A correlação entre a variação da condutância da pele e dor, ansiedade, náusea e desempenho de tarefa intelectual foi analisada em pacientes no pós-operatório. Resultados: Correlações significantes foram observadas entre ansiedade e dor durante atividade física nos dias 1 e 2 pós-operatórios. Não foram encontradas correlações significantes entre a variação da condutância da pele e dor leve, náusea, ansiedade ou desempenho de tarefa intelectual. Conclusão: Este estudo piloto sugere que, quando a dor é bem controlada no pós-operatório inicial, o monitoramento empregando a variação da condutância da pele pode não ser influenciado por outros estressores emocionais.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Skin conductance response reflects the activity of the sympathetic nervous system and is used to measure acute pain. This pilot study examines correlations of skin conductance response with emotional stressors postoperatively. Methods: The correlation of skin conductance response with pain, anxiety, nausea and intellectual task performance was analyzed in postoperative patients. Results: Significant correlations were observed between anxiety and pain during physical activity on both postoperative day 1 and 2. No significant correlations were found between skin conductance response versus mild pain, nausea, anxiety or intellectual task performance. Conclusion: This pilot study suggests that when the pain is well-controlled in the early postoperative period, skin conductance response monitoring may not be influenced by other emotional stressors.
  • Bloqueio PECS I para analgesia pós-operatória em pacientes submetidos a mamoplastia de aumento: estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo☆ Clinical Research

    Desroches, Jean; Roy, Maxim; Belliveau, Marc; Leblanc, Benoit; Beaulieu, Pierre

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: O bloqueio PECS I foi descrito pela primeira vez para cirurgia envolvendo os músculos peitorais. Nenhum estudo clínico randomizado foi realizado em procedimentos envolvendo diretamente os músculos peitorais, como a mamoplastia de aumento submuscular. Nossa hipótese foi de que o bloqueio PECS I diminuiria a dor pós-operatória nessa população. Método: Realizamos estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo em mulheres submetidas à mamoplastia de aumento submuscular. Realizamos o bloqueio PECS I com 0,4 mL.kg-1 de solução salina a 0,9% de um lado e bupivacaína (0,25%) do outro lado, sendo cada paciente seu próprio controle. Os escores da Escala de Avaliação Numérica (EAN) de dor (0 - 10) foram obtidos em repouso e durante movimento. O desfecho primário foi o escore de dor em repouso 30 minutos após a chegada à SRPA. Para detectar uma diferença clinicamente significante de 50% na redução da dor, 14 voluntárias foram incluídas (poder de 90% e alfa < 0,05). Resultados: Na SRPA, três pacientes não apresentaram diferença na dor entre os lados, cinco relataram menos dor no lado do placebo e seis, menos dor no lado da bupivacaína. No grupo bupivacaína, os escores de dor em repouso aos 5, 30 e 60 minutos e 24 horas foram 4,89 (4,23 - 5,56; IC médio 95%), 3,75 (3,13 - 4,37), 3,79 (2,93 - 4,64) e 2,29 (1,56 - 3,01), respectivamente, enquanto no grupo placebo foram 4,96 (4,32 - 5,60), 4,00 (3,50 - 4,49), 3,93 (3,12 - 4,73) e 2,29 (1,56 - 3,01), respectivamente. Conclusões: O bloqueio PECS I em pacientes submetidas a mamoplastia de aumento não oferece melhor alívio da dor do que o placebo. Portanto, as indicações para bloqueio de PECS I na cirurgia de aumento de mama devem ser reconsideradas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: PECS I block was first described for surgery involving the pectoralis muscles. No randomized clinical trial has been conducted on surgeries that directly involve these muscles, such as subpectoral breast augmentation. We hypothesized that PECS I block would decrease pain in the postoperative period in this population. Methods: This was a randomized, double-blind, placebo-controlled trial in women undergoing subpectoral breast augmentation surgery. PECS I block was performed using 0.4 mL.kg-1 of 0.9% saline on one side and bupivacaine (0.25%) on the other side, each patient being her own control. Numeric Rating Scale (NRS) pain scores (0 - 10) were measured at rest and during movement. The primary outcome was pain score at rest 30 minutes after arrival in the PACU. To detect a clinically significant difference of 50% in pain reduction, 14 volunteers were enrolled (power of 90% and alpha < 0.05). Results: In the PACU, three patients had no difference in pain between sides, five had reduced pain on the placebo side, and six had reduced pain on the bupivacaine side. In the bupivacaine group, pain scores at rest at 5, 30 and 60 minutes and 24 hours were 4.89 (4.23 - 5.56; mean 95% CI), 3.75 (3.13 - 4.37), 3.79 (2.93 - 4.64), and 2.29 (1.56 - 3.01), respectively, whereas in the placebo group, they were 4.96 (4.32 - 5.60), 4.00 (3.50 - 4.49), 3.93 (3.12 - 4.73), and 2.29 (1.56 - 3.01), respectively. Conclusions: PECS I block in patients undergoing breast augmentation surgery does not provide better pain relief than placebo. Therefore, the indications for PECS I block in breast augmentation surgery should be reconsidered.
  • Impacto da hipotensão e perda sanguínea intraoperatórias na lesão renal aguda após cirurgia de pâncreas Clinical Research

    Ida, Mitsuru; Sumida, Mariko; Naito, Yusuke; Tachiiri, Yuka; Kawaguchi, Masahiko

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa: O presente estudo teve como objetivo examinar os fatores associados à Lesão Renal Aguda (LRA) no pós-operatório, centrando-se na hipotensão e perda de sangue intraoperatórias. Método: Estudo de coorte retrospectivo de pacientes submetidos a cirurgia de pâncreas entre Janeiro de 2013 e Dezembro de 2018. O desfecho primário foi ocorrência de LRA em até 7 dias após a cirurgia e o secundário, o tempo de hospitalização. A análise multivariada foi usada para determinar os fatores explicativos associados à LRA; a interação entre o valor integrado da hipotensão e volume de perda de sangue foi avaliada. As diferenças no tempo de hospitalização foram comparadas pelo teste U de Mann-Whitney. Resultados: Dos 274 pacientes, 22 pacientes apresentaram LRA. A raiz cúbica da área sob a pressão arterial média intraoperatória < 65 mmHg (Odds Ratio = 1,21; Intervalo de Confiança de 95% 1,01-1,45; p = 0,038) e volume de perda sanguínea > 500 mL (Odds Ratio = 3,81; Intervalo de Confiança de 95% 1,51-9,58; p = 0,005) estavam independentemente associados à lesão renal aguda. A interação entre hipotensão arterial média e volume de perda sanguínea em relação à lesão renal aguda apontou o modelo como significante (p < 0,0001) com efeito de interação (p = 0,0003). A LRA não apresentou relação significante com o tempo de hospitalização (19 vs. 28 dias, p = 0,09). Conclusões: A área sob hipotensão arterial e o volume de perda sanguínea > 500 mL no intraoperatório apresentaram associação com LRA no pós-operatório. Entretanto, se a pressão arterial média se mantém, mesmo em pacientes com grande volume de perda sanguínea, o risco de desenvolver LRA no pós-operatório é comparável ao risco dos pacientes com pequeno volume de perda sanguínea.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Purpose: This study aimed to investigate factors associated with postoperative Acute Kidney Injury (AKI) focusing on intraoperative hypotension and blood loss volume. Methods: This was a retrospective cohort study of patients undergoing pancreas surgery between January 2013 and December 2018. The primary outcome was AKI within 7 days after surgery and the secondary outcome was the length of hospital stay. Multivariate analysis was used to determine explanatory factors associated with AKI; the interaction between the integrated value of hypotension and blood loss volume was evaluated. The differences in length of hospital stay were compared using the Mann-WhitneyU-test. Results: Of 274 patients, 22 patients had experienced AKI. The cube root of the area under intraoperative mean arterial pressure of < 65 mmHg (Odds Ratio = 1.21; 95% Confidence Interval 1.01-1.45; p = 0.038) and blood loss volume of > 500 mL (Odds Ratio = 3.81; 95% Confidence Interval 1.51-9.58; p = 0.005) were independently associated with acute kidney injury. The interaction between mean arterial hypotension and the blood loss volume in relation to acute kidney injury indicated that the model was significant (p < 0.0001) with an interaction effect (p = 0.0003). AKI was not significantly related with the length of hospital stay (19 vs. 28 days, p = 0.09). Conclusion: The area under intraoperative hypotension and blood loss volume of > 500 mL was associated with postoperative AKI. However, if the mean arterial pressure is maintained even in patients with large blood loss volume, the risk of developing postoperative AKI is comparable with that in patients with small blood loss volume.
  • Relação entre ansiedade pré-operatória e consciência durante a anestesia: estudo observacional Clinical Research

    Altinsoy, Savas; Caparlar, Ceyda Ozhan; Ergil, Jülide

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa: A ansiedade é um estado de preocupação causado pela expectativa de perigo externo ou interno. Consciência durante a anestesia (CDA) é a evocação imprevista da memória de eventos intranestésicos. O objetivo deste estudo foi determinar os fatores que afetam a ansiedade pré-operatória, a incidência de CDA e os níveis de ansiedade nos pacientes com antecedente de CDA. Método: O estudo foi planificado como prospectivo, observacional e transversal. Foram incluídos no estudo pacientes programados para septoplastia eletiva, admitidos ao ambulatório de anestesiologia entre Março de 2018 e Setembro de 2018, com classe funcional ASA I-II e faixa etária entre 18 e 70 anos. As características demográficas dos pacientes foram registradas. O Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) foi utilizado para determinar a ansiedade durante a avaliação pré-operatória. Simultaneamente, o escore de consciência de Brice modificado foi usado para determinar CDA anterior. Resultados: Os escores de ansiedade dos pacientes que apresentaram CDA foram mais elevados do que de outros pacientes. A pontuação média do IDATE foi 40,85±14,8 nos 799 pacientes que obedeceram aos critérios de inclusão do estudo. Quando os escores de ansiedade foram comparados, foram maiores no sexo feminino do que no masculino (p < 0,05). O escore médio do IDATE encontrado foi 40,3±13,8 nos pacientes que relataram sonhos durante a anestesia. Conclusão: É importante determinar no pré-operatório os níveis de ansiedade dos pacientes para evitar as complicações associadas. Ansiedade pré-operatória e a prevenção de CDA devem ser tratadas com abordagem multiprofissional. A CDA deve ser cuidadosamente investigada, avaliando-se as experiências vividas pelo paciente em anestesias pregressas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: Anxiety is a state of worry caused by the anticipation of external or internal danger. Awareness During Anesthesia (ADA) is an unexpected memory recall during anesthesia. In this study, we aimed to determine the factors that affect preoperative anxiety and observe the incidence of ADA, as well as to determine the anxiety levels of these patients with a history of ADA. Methods: This study was planned to be prospective, observational, and cross-sectional. Patients in whom septoplasty was planned, who was admitted to the anesthesiology outpatients between March 2018 and September 2018, were ASA I-II, and aged 18-70 years were included in the study. The demographic characteristics of patients were recorded. The State-Trait Anxiety Inventory (STAI) was used to determine anxiety during a preoperative evaluation. The modified Brice awareness score was used simultaneously to determine previous ADA. Results: The anxiety scores of patients who were conscious during anesthesia were higher than other patients. The mean STAI score was 40.85 ± 14.8 in the 799 patients who met the inclusion criteria of this study. When the anxiety scores were compared, the scores were higher in females than in males (p < 0.05). The mean STAI score was found as 40.3 ± 13.8 in patients who dreamed during anesthesia. Conclusion: It is important to determine the anxiety levels of patients in the preoperative period to prevent the associated complications. Preoperative anxiety, besides preventing ADA, should be dealt with in a multidisciplinary manner. ADA should be carefully questioned while evaluating previous anesthesia experiences.
  • Efeitos antimicrobianos do fentanil e da bupivacaína: estudo in vitro Clinical Research

    Kesici, Sevgi; Demirci, Mehmet; Kesici, Ugur

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo: O objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos antimicrobianos da bupivacaína e citrato de fentanil e revelar o impacto no potencial do efeito antimicrobiano no caso de uso combinado. Desenho: Estudo prospectivo in vitro. Local: Laboratório de Microbiologia Clínica da Universidade. Medidas: Em nosso estudo, os efeitos antimicrobianos in vitro do citrato de fentanil na concentração de 0,05 mg.mL-1 - Grupo F e da bupivacaína na concentração de 5 mg.mL-1 - Grupo B foram testados em culturas de Staphylococcus aureus ATCC 29213 (do inglês American Type Culture Collection 29213), Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, Klebsiella pneumoniae ATCC 13883, Escherichia coli ATCC 25922 e Candida albicans ATCC 10231. As culturas de S. aureus ATCC 29213, P. aeruginosa ATCC 27853, Klebsiella pneumoniae ATCC 13883 e Escherichia coli ATCC 25922 foram semeadas em placas de ágar Mueller Hinton (Oxoid, Reino Unido), e a cultura de Candida albicans ATCC 10231 foi realizada em placa de ágar Sabouraud dextrose (Oxoid, Reino Unido) durante 18-24 horas a 37 °C. Principais resultados: Com relação ao diâmetro da zona de inibição, os valores de S. aureus ATCC 29213, P. aeruginosa ATCC 27853 e C. albicans ATCC10231 obtidos após 12 e 24 horas de incubação foram significantemente maiores no Grupo F do que no Grupo B (p < 0,001). Os valores do diâmetro da zona de inibição das culturas de E. coli ATCC 25922 e K. pneumomiae ATCC 13883 obtidos após 12 e 24 horas de incubação foram significantemente maiores no Grupo B do que no Grupo F (p < 0,001, E. coli na 12ª hora p = 0,005) Conclusões: A preferência atual e frequente pela adição de fentanil aos Anestésicos Locais (AL) para a realização de anestesia regional se deve sobretudo à possibilidade de redução da dose do anestésico local, a melhora na qualidade da analgesia e a satisfação do paciente. No entanto, ao considerar estudos em que o fentanil antagonizou o efeito antimicrobiano dos AL, pode-se pensar que esse fato contribua para aumento de complicação infecciosa. O citrato de fentanil usado em nosso estudo, contendo ácido clorídrico e hidróxido de sódio como agentes conservantes, ampliou o espectro de efeitos antimicrobianos dos AL, não teve efeito antagônico e demonstrou efeito antimicrobiano sinérgico contra a E. coli. Acreditamos que a adição de fentanil aos anestésicos locais traria importante contribuição na prevenção das crescentes complicações por infecção da anestesia regional.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Study objective: In this study, we aimed to compare the antimicrobial effects of bupivacaine and fentanyl citrate and to reveal the impact on antimicrobial effect potential in the case of combined use. Design: In vitro prospective study. Setting: University Clinical Microbiology Laboratory. Measurements: In our study, in vitro antimicrobial effect of 0.05 mg.mL-1 fentanyl citrate, 5 mg.mL-1 bupivacaine were tested against Staphylococcus aureus American Type Culture Collection (ATCC) 29213, Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853, Klebsiella pneumoniae ATCC 13883, Escherichia coli ATCC 25922 and Candida albicans ATCC 10231 as Group F (Fentanyl Citrate) and Group B (Bupivacaine), respectively. S. aureus ATCC 29213, P. aeruginosa ATCC 27853, Klebsiella pneumoniae ATCC 13883 and Escherichia coli ATCC 25922 were cultured onto Mueller Hinton agar (Oxoid, UK) plates and Candida albicans ATCC 10231 were cultured onto Sabouraud dextrose agar (Oxoid, UK) plates for 18-24 hours at 37 °C. Main results: In terms of inhibition zone diameters, S. Aureus ATCC 29213, P. aeruginosa ATCC 27853, and C. albicans ATCC10231 values obtained after 12 and 24 hours of incubation ​​were significantly higher in Group F than Group B (p < 0.001). In terms of inhibition zone diameters, E. coli ATCC 25922, and K. pneumomiae ATCC 13883 values obtained after 12 and 24 hours of incubation ​​were significantly higher in Group B than Group F (p < 0.001, E. coli 12ª hour p = 0.005). Conclusions: Addition of fentanyl to Local Anesthetics (LAs) is often preferred in regional anesthesia applications in today's practice owing especially to its effect on decreasing the local anesthetic dose and increasing analgesia quality and patient satisfaction. However, when the fact that fentanyl antagonized the antimicrobial effects of LAs in the studies is taken into account, it might be though that it contributes to an increase in infection complications. When the fact that fentanyl citrate which was used in our study and included hydrochloric acid and sodium hydroxide as protective agents, broadened the antimicrobial effect spectrum of LAs, had no antagonistic effect and showed a synergistic antimicrobial effect against E. Coli is considered, we are of the opinion that the addition of fentanyl to LAs would contribute significantly in preventing the increasing regional anesthesia infection complications.
  • SBA 2020: Atualização na diretriz da anestesia regional em uso de anticoagulantes Narrative Review

    Fonseca, Neuber Martins; Pontes, João Paulo Jordão; Perez, Marcelo Vaz; Alves, Rodrigo Rodrigues; Fonseca, Gabriel Gondim

    Resumo em Português:

    Resumo Os padrões evolutivos para a prevenção do tromboembolismo venoso perioperatório e a introdução de medicações antitrombóticas cada vez mais potentes resultaram em preocupações com o aumento do risco de sangramento neuroaxial. Após o consenso da Sociedade Brasileira de Anestesiologia em 2014, novos medicamentos anticoagulantes orais foram aprovados pelas instituições reguladoras internacionais, assim como pela ANVISA. As sociedades que buscam abordar o manejo perioperatório desses fármacos apresentam recomendações conflitantes. Em resposta a essas questões e à necessidade de uma abordagem mais racional, as condutas foram atualizadas nesta revisão narrativa e feitas declarações de consenso. Elas foram projetadas para encorajar a assistência ao paciente de forma segura e de qualidade, mas não podem garantir um resultado específico. Tal como acontece com qualquer recomendação de orientação clínica, estas estão sujeitas a revisão com o conhecimento de avanços específicos de complicações. O objetivo foi avaliar aspectos da segurança em anestesia e analgesia regional em pacientes em uso de medicações antitrombóticas, tais como: possíveis complicações decorrentes da técnica; fatores de risco associados ao hematoma espinhal, estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento; intervalo seguro para suspensão e reinício da medicação após o bloqueio regional.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The development of protocols to prevent perioperative Venous Thromboembolism (VTE) and the introduction of increasingly potent antithrombotic drugs have resulted in concerns of increased risk of neuraxial bleeding. Since the Brazilian Society of Anesthesiology 2014 guideline, new oral anticoagulant drugs were approved by international regulating agencies, and by ANVISA. Societies and organizations that try to approach concerns through guidelines have presented conflicting perioperative management recommendations. As a response to these issues and to the need for a more rational approach, managements were updated in the present narrative review, and guideline statements made. They were projected to encourage safe and quality patient care, but cannot assure specific results. Like any clinical guide recommendation, they are subject to review as knowledge grows, on specific complications, for example. The objective was to assess safety aspects of regional analgesia and anesthesia in patients using antithrombotic drugs, such as: possible technique-associated complications; spinal hematoma-associated risk factors, prevention strategies, diagnosis and treatment; safe interval for discontinuing and reinitiating medication after regional blockade.
  • Monitorização não invasiva da hemoglobina em ensaios clínicos: uma revisão sistemática e metanálise Review Article

    Zortéa, Tailyne; Wizbicki, Daniele Paola da Silva; Madeira, Kristian; Ambrosio, Pedro Gabriel; Souza, Rafaela Okchstein Borges de; Durães, Edson Souza Machado

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa: A medida da concentração de hemoglobina (Hb)por co-oximetria é uma técnica inovadora que oferece eficiência e agilidade no processamento das informações referentes à medida da concentração de hemoglobina obtida por meio de monitorização contínua, não-invasiva e rápida. Por conta desse atributo, evita exposições desnecessárias do paciente a procedimentos invasivos ao possibilitar redução da quantidade de amostras sanguíneas para avaliação e de outras terapêuticas desnecessárias. Além disso, auxilia a tomada de decisões quanto à necessidade de transfusão e quanto ao manejo da mesma. Objetivo: Comparar o desempenho oferecido para a obtenção dos valores de concentração de hemoglobina entre medida não invasiva da Hb e a ferramenta padrão ouro (exame laboratorial). Conteúdo: O estudo corresponde a uma revisão sistemática seguida de metanálise que incluiu ensaios clínicos devidamente registrados com texto completo, publicados a partir de 1990 até 2018. Foram investigadas as bases de dados PubMed, Cochrane, Medline, Embase e Web Of Science. A diferença média global encontrada entre os métodos não invasivo e invasivo de monitorização da hemoglobina foi de 0,23 (95% IC -0,16; 0,62), ou seja, não apresentou significância estatística (p = 0,250). Os resultados da análise de heterogeneidade dentro e entre os estudos, apontou níveis elevados de inconsistência (Q = 461,63, p < 0,0001, I2 = 98%). Conclusão: Embora a diferença média entre as medidas não invasivas da Hb e o método padrão ouro sejam pequenas, o co-oxímetro pode ser utilizado como um monitor não invasivo de “tendência” na detecção de alterações inesperadas nos níveis de Hb.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: The measurement of hemoglobin concentration (Hb) by co-oximetry is an innovative technique that offers efficiency and agility in the processing of information regarding the measurement of Hb obtained through continuous, non-invasive and rapid monitoring. Because of this attribute, it avoids unnecessary exposures of the patient to invasive procedures by allowing a reduction in the number of blood samples for evaluation and other unnecessary therapies. It also helps to make decisions about the need for transfusion and how to handle it. The objective of this study is to compare the performance offered to obtain Hb values between the Masimo Corporation (Irvine, CA, USA) instrument and the standard gold tool (laboratory examination). Contents: The study corresponds to a systematic review followed by meta-analysis, which included fully registered full-text clinical trials published from 1990 to 2018. PubMed, Cochrane, Medline, Embase and Web of Science databases were investigated. The mean overall difference found between the non-invasive and invasive methods of hemoglobin monitoring was 0.23 (95% CI -0.16, 0.62), that is, it did not present statistical significance (p = 0.250). The results of the analysis of heterogeneity within and between the studies indicated high levels of inconsistency (Q = 461.63, p < 0.0001, I2 = 98%), method for Hb values. Conclusions: Although the mean difference between noninvasive measurements of Hb and the gold standard method is small, the co-oximeter can be used as a non-invasive “trend” monitor in detecting unexpected responses at Hb levels.
  • SBA 2020: Atualização das recomendações para segurança em anestesia regional☆ Systematic Review

    Azi, Liana Maria Tôrres de Araújo; Fonseca, Neuber Martins; Linard, Livia Gurgel

    Resumo em Português:

    Resumo O propósito desta atualização das Recomendações da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) para Segurança em Anestesia Regional foi apresentar novas diretrizes com base na relevância e atualidade clínica nos aspectos de segurança relacionados a analgesia e anestesia regional. Este artigo visa prover uma visão ampla sobre o conhecimento atual no tocante a assepsia e antissepsia pré-procedimento, fatores de risco, diagnóstico e tratamento das complicações infecciosas decorrentes das técnicas anestésicas. Também visa esclarecer sobre o uso de materiais reprocessados na prática da anestesia regional, estabelecer as implicações no manejo asséptico de frascos e ampolas e elucidar sobre a relação custo-efetividade no preparo de soluções a serem administradas continuamente em bloqueios regionais. As bases de dados eletrônicas foram pesquisadas entre Janeiro de 2011 (final da pesquisa de literatura das diretrizes anteriores da SBA sobre segurança em anestesia regional) e Setembro de 2019. Um total de 712 artigos foram encontrados, dos quais 201 foram incluídos para análise posterior e 82 novos estudos foram acrescentados nesta revisão. O sistema de Avaliação, Desenvolvimento e Avaliação da Classificação das Recomendações (GRADE) foi utilizado para avaliar a qualidade do estudo individual e classificar a força da evidência. Esta revisão foi elaborada por membros da Comissão de Normas Técnicas da SBA.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The purpose of the Brazilian Society of Anesthesiology (SBA)’s Regional Anesthesia Safety Recommendations Update is to provide new guidelines based on the current relevant clinical aspects related to safety in regional anesthesia and analgesia. The goal of the present article is to provide a broad overview of the current knowledge regarding pre-procedure asepsis and antisepsis, risk factors, diagnosis and treatment of infectious complications resulting from anesthetic techniques. It also aims to shed light on the use of reprocessed materials in regional anesthesia practice to establish the effects of aseptic handling of vials and ampoules, and to show cost-effectiveness in the preparation of solutions to be administered continuously in regional blockades. Electronic databases were searched between January 2011 (final date of the literature search for the past SBA recommendations for safety in regional anesthesia) and September 2019. A total of 712 publications were found, 201 of which were included for further analysis, and 82 new publications were added into the review. The Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) system was used to assess the quality of each study and to classify the strength of evidence. The present review was prepared by members of the SBA Technical Standards Committee.
  • Uso da buprenorfina transdérmica na dor aguda pós-operatória: revisão sistemática Systematic Review

    Machado, Felipe Chiodini; Carone, Gilson; Paiva, Luisa Oliveira de; Soares, Tamiris Cristina; Nakamura, Ricardo Kenithi; Nascimento, Leonardo de Freitas; Campana, Camila Sato; Lustosa, Lia Alves Martins Mota; Cortez, Rachel Andrade; Ashmawi, Hazem Adel

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: A dor pós-operatória ainda é uma queixa importante em vários procedimentos cirúrgicos. A analgesia multimodal é a melhor conduta para a dor pós-operatória, embora a terapia com opioides ainda seja o principal tratamento para a dor após procedimentos cirúrgicos. A buprenorfina transdérmica é um opioide agonista µ amplamente prescrito nas síndromes de dor crônica, mas com limitada evidência do seu uso para dor aguda no pós-operatório. Realizamos revisão sistemática de estudos que examinaram o papel da buprenorfina transdérmica no tratamento da dor aguda pós-operatória. Conteúdo: Revisamos os dados de PubMed, Embase, Registro Central de Ensaios Controlados Cochrane (CENTRAL), CINAHL via EBSCOhost e LILACS, incluindo estudos clínicos randomizados que avaliaram a dor pós-operatória total, consumo de analgésicos pós-operatórios, efeitos colaterais relacionados a medicamentos e satisfação do paciente com esquema de analgesia. Dados de nove estudos (615 pacientes) foram incluídos nesta revisão. A maioria dos estudos iniciou o uso transdérmico de buprenorfina 6 a 48 horas antes da cirurgia, mantendo o uso de 1 a 28 dias após o procedimento. A maioria dos estudos encontrou valores semelhantes ou menores para o escore de dor pós-operatória, consumo pós-operatório de analgésicos e satisfação do paciente quando a buprenorfina foi comparada ao placebo, tramadol, celecoxibe, flurbiprofeno e parecoxibe. A incidência de efeitos colaterais oscilou nos estudos, e a maioria não mostrou aumento de efeito colateral relacionado ao uso de buprenorfina, exceto em dois estudos, um que comparou buprenorfina ao tramadol oral e outro ao fentanil transdérmico. No entanto, a maioria dos resultados foi obtida a partir de evidências com um risco geral alto ou risco de viés impreciso. Conclusões: Embora sejam necessários mais estudos, os resultados iniciais mostram que a buprenorfina transdérmica parece ser uma forma de administração segura e efetiva de opioide no tratamento da dor aguda pós-operatória.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: Postoperative pain is still a major concern in several surgical procedures. Multimodal analgesia is best for postoperative pain management; however, opioid therapy is still the main treatment for pain after surgical procedures. Transdermal buprenorphine is a partial µ-agonist opioid widely used for chronic pain syndromes, with limited evidence for acute postoperative pain. A systematic review of studies examining transdermal buprenorphine for acute pain management after surgery was conducted. Contents: Data from PubMed, Embase, The Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), CINAHL via EBSCOhost, and LILACS were reviewed, including randomized clinical trials that evaluated total postoperative pain, postoperative analgesic consumption, drug-related side effects and patient satisfaction with analgesia regimen. Data from nine studies (615 patients) were included in this review. Most studies initiated transdermal buprenorphine use 6 to 48 hours before surgery, maintaining use from 1 to 28 days after the procedure. Most studies showed lower or similar postoperative pain scores, postoperative analgesic consumption and patient satisfaction comparing buprenorphine to placebo, tramadol, celecoxib, flurbiprofen and parecoxib. The incidence of side effects varied between studies, with most showing no increase in drug-related side effects with buprenorphine use, except one study, which compared buprenorphine to oral tramadol, and one to transdermal fentanyl. However, most results were derived from evidence with an overall high or unclear risk of bias. Conclusions: Although more studies are necessary, initial results show that transdermal buprenorphine seems to be an effective and safe opioid choice for management of acute postoperative pain.
  • Bloqueio do nervo articular e cutâneo no cotovelo: relato de dois casos Case Reports

    Diwan, Sandeep; Nair, Abhijit

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos: Quando há suspeita de lesão nos nervos subjacentes em pacientes com fratura de cotovelo, é imperativo que o cirurgião estimule a função dos nervos no pós-operatório imediato. Bloqueios do plexo braquial com as técnicas interescalênica, supraclavicular e infraclavicular pode ser um obstáculo nessas situações. O bloqueio deve ser planejado de modo a permitir a avaliação da integridade dos nervos no pós-operatório imediato. Relato de caso: Descrevemos dois casos em que realizamos uma técnica de bloqueio ainda não descrito na literatura. Realizamos o bloqueio dos ramos cutâneo e articular de nervos que inervam o cotovelo com auxílio de ultrassonografia. Anestesia geral foi realizada nos dois casos. O bloqueio proporcionou estabilidade hemodinâmica intraoperatória, boa analgesia pós-operatória e também permitiu que os cirurgiões testassem a viabilidade do nervo. Conclusão: Em fraturas do cotovelo associadas à lesão de nervos, o bloqueio seletivo articular cutâneo do cotovelo pode ser utilizado, pois proporciona boa analgesia perioperatória, além de permitir a avaliação dos componentes motores e sensoriais no pós-operatório.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives: In patients with elbow fractures, when there is suspected injury to underlying nerves, it is imperative for surgeons to elicit the function in the immediate postoperative period. Brachial plexus blocks like interscalene, supraclavicular and infraclavicular approaches can be a hurdle in such situations. The block planned should allow assessment of integrity of the nerves immediately in the postoperative period. Case report: We describe two cases in which we administered a block not yet described in literature. We blocked the cutaneous and articular branches innervating the elbow under ultrasound guidance. General anesthesia was administered in both cases. The block provided stable intraoperative hemodynamics, good postoperative analgesia and also allowed surgeons to test the viability of the nerve. Conclusion: In situations where nerves are injured during elbow fractures, selective articular cutaneous block at elbow can be used as it provides good perioperative analgesia, besides allowing evaluation of motor and sensory components in the postoperative period.
  • Uso de videolaringoscópio para intubação traqueal em paciente com massa tumoral na cavidade oral: relato de caso Case Reports

    Cangiani, Luis Henrique; Vicensotti, Eduardo; Ramos, Guilherme Costa; Oliveira, Guiherme José Souza

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa e objetivos No planejamento da abordagem a uma via aérea difícil prevista, é importante determinar qual será a estratégia a ser seguida. A videolaringoscopia é uma ótima opção em situações em que existam fatores indicadores de dificuldade de acesso à via aérea. Também é indicada em situações de resgate, quando houve insucesso na tentativa de intubação com a laringoscopia direta. O objetivo deste relato é mostrar a eficácia da utilização do videolaringoscópio como primeiro dispositivo diante de paciente com grande tumor que ocupava quase a totalidade da porção anterior da cavidade oral. Relato do caso Paciente com 85 anos, sexo masculino, 162 cm, 70 kg, estado físico ASA II, classificação de Mallampati IV, foi escalado para a ressecção de um angiossarcoma localizado no seio maxilar direito que invadia grande parte do palato duro e da porção superior da orofaringe. Apresentava-se lúcido, consciente e orientado, com valores de pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória normais e, apesar do grande tumor na cavidade oral, não apresentava qualquer sinal de insuficiência respiratória ou de obstrução das vias aéreas. Após venóclise, foi feita monitorização e sedação com 1 mg de midazolam, por via venosa, e colocado cateter nasal para administração de oxigênio, com fluxo de 2 L.min-1. Em seguida, foi iniciada a infusão alvo-controlada de remifentanil com concentração efeito de 2 ng.mL-1 segundo o modelo farmacocinético de Minto. A ventilação foi mantida em espontânea durante a manipulação da via aérea. Foi realizado bloqueio transcricotireóideo, sendo injetados 8 mL de solução de lidocaína a 1% na luz traqueal. Um pequeno sangramento não impediu que um método óptico fosse utilizado para realizar a intubação traqueal. Toda a cavidade oral recebeu o spray de lidocaína tópica a 1%. Foi utilizado o videolaringoscópio McGraph com a lâmina de intubação difícil, e um tubo aramado com fio guia no seu interior, foi utilizado para a intubação traqueal, que foi realizada na primeira tentativa, com boa visualização da glote. Conclusão O videolaringoscópio ocupa uma posição de destaque nos casos em que o acesso à via aérea é difícil. No presente caso, a sua utilização foi útil. Ele pode ser utilizado como primeira opção ou como técnica de resgate. Nas condições sempre preocupantes diante de um paciente com via aérea difícil, o videolaringoscópio deve estar disponível, constituindo-se uma boa opção.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background and objectives When planning the management of a predicted difficult airway, it is important to determine which strategy will be followed. Video laryngoscopy is a major option in scenarios with factors suggesting difficult airway access. It is also indicated in rescue situations, when there is tracheal intubation failure with direct laryngoscopy. The objective of the present report was to show the efficacy of using the video laryngoscope as the first device for a patient with a large tumor that occupied almost the entire anterior portion of the oral cavity. Case report An 85 year-old male patient, 162 cm, 70 kg, ASA Physical Status II, Mallampati IV classification, was scheduled for resection of an angiosarcoma located in the right maxillary sinus that invaded much of the hard palate and the upper portion of the oropharynx. He was conscious and oriented, with normal blood pressure, heart and respiratory rates and, despite the large tumor in the oral cavity, he showed no signs of respiratory failure or airway obstruction. After intravenous cannulation and monitoring, sedation was performed with 1 mg of intravenous midazolam, and a nasal cannula was placed to provide oxygen, with a flow of 2 L min−1. Then, the target-controlled infusion of remifentanil with an effect site concentration of 2 ng mL−1 was initiated, according to Minto's pharmacokinetic model. Ventilation was maintained spontaneously during airway handling. A trans-cricothyroid block was performed, with 8 mL of 1% lidocaine solution injected into the tracheal lumen. Slight bleeding did not prevent the use of an optical method for performing tracheal intubation. The entire oral cavity was sprayed with 1% lidocaine. The McGraph video laryngoscope with the difficult intubation blade was used, and an armored tube with a guide wire inside was used for tracheal intubation, performed on the first attempt with appropriate glottis visualization. Conclusion The video laryngoscope occupies a prominent position in cases in which access to the airway is difficult. In the present case it was useful. It can be used as first choice or as a rescue technique. The video laryngoscope is an appropriate alternative and should be available for facing the ever-challenging difficult airway patient.
  • Bloqueio do plano eretor da espinha em cirurgia ortopédica pediátrica: dois relatos de caso☆ Case Reports

    Lima, Filipe Valério de; Zandomenico, Júlia Gonçalves; Prado, Matheus Nilton Bernardi do; Favreto, Darlan

    Resumo em Português:

    Resumo O bloqueio do plano eretor da espinha guiado por ultrassonografia é uma técnica segura e eficaz de anestesia regional, que apresenta novas indicações no perioperatório. Apresentamos dois casos de bloqueio do plano eretor da espinha realizados para analgesia de cirurgia ortopédica pediátrica de médio/grande porte. O primeiro: menina de 2 anos submetida a tratamento cirúrgico de displasia do desenvolvimento do quadril. O segundo: menino de 14 anos submetido a correção de pé valgo bilateral. Este último, no melhor do nosso conhecimento, é o primeiro caso de bloqueio do plano eretor da espinha em cirurgia de tornozelo/pé descrito na literatura. Os casos tiveram analgesia pós-operatória adequada, sem necessidade de opioides.

    Resumo em Inglês:

    Abstract The erector spinae plane block is a safe and effective regional anesthesia technique, which has earned new indications perioperatively since its description. We introduce two pediatric anesthesia cases in which we performed the erector spinae plane block during intermediate/major orthopedic surgeries. The first patient is a 2 year-old girl submitted to surgical treatment of developmental dysplasia of the hip. The second patient is a 14 year-old boy submitted to surgical treatment of bilateral clubfoot. This last patient is potentially the first published case in which the erector spinae plane block was performed for ankle and foot surgery. Both cases experienced excellent analgesia, avoiding opiate requirement completely.
  • Abordagem supina axilar média coronal para realização de bloqueio do quadrado lombar anterior: relato de casos Case Reports

    Diwan, Sandeep; Blanco, Rafael; Kulkarni, Medha; Patil, Atul; Nair, Abhijit

    Resumo em Português:

    Resumo Justificativa: Existem várias abordagens para a realização do Bloqueio do Quadrado Lombar (BQL) guiado por ultrassom. Diversas abordagens são descritas para a realização do BQL: paramediana lateral, posterior, anterior ou transmuscular e subcostal, todas com o objetivo de obter a máxima dispersão da solução injetada, usando-se alto volume e baixa concentração de anestésico local. Relato de caso: Nesta nova abordagem, a sonda de ultrassom curvilínea foi usada com o paciente em decúbito dorsal. A sonda foi posicionada longitudinalmente na linha axilar média para visualizar o Músculo Quadrado Lombar (MQL) no plano coronal. A agulha foi introduzida na direção cranial-caudal, e foram inseridos cateteres na Fáscia Toracolombar Anterior (FTLA) até uma distância de 4-5 cm, em 24 pacientes a serem submetidos à correção de fratura do acetábulo pela via anterior. O bisel da agulha e a dispersão do Anestésico Local (AL) eram visíveis em todos os pacientes. Os 24 pacientes, com exceção de quatro, apresentaram excelente analgesia perioperatória, baseando-se na estabilidade hemodinâmica e nos escores EVA de 2-3/10 nas primeiras 48 horas. Todos os pacientes receberam 1 g de paracetamol intravenoso a cada 8 horas. O escore EVA no período pós-operatório foi de 2-3/10, em 20 dos 24 pacientes. No período pós-operatório, quatro pacientes apresentaram queixa de dor persistente, necessitando de bolus de fentanil por via intravenosa e analgesia multimodal. O escore médio da EVA no pós-operatório foi 2,87 entre 0-12 horas; 3,14 entre 12-24 horas e 3,35 entre 24-48 horas pós-operatórias. Não houve complicações relacionadas ao bloqueio em nenhum paciente. Conclusão: A abordagem supina axilar média coronal para BQL anterior é eficaz e viável para BQL, e pode ser realizada com os pacientes em decúbito dorsal.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Background: There are various approaches to perform an ultrasound guided Quadratus Lumborum Block (QLB). The lateral, posterior, anterior or trans muscular and subcostal paramedian are the various approaches described for performing a QLB. Each of these blocks are aimed to achieve a maximum spread with high volume and low concentration of local anesthetics. Case report: In this novel approach a curvilinear ultrasound probe was used with the patient lying in supine position. The probe was placed longitudinally in the mid axillary line to visualize Quadratus Lumborum Muscle (QLM) in the coronal plane. The needle was then introduced from cranial to caudal direction and catheters were inserted in the Anterior Thoracolumbar Fascia (ATLF) up to a distance of 4-5 cm in 24 patients for an anterior approach to acetabulum fractures. The needle tip and the Local Anesthetic (LA) spread was visible in all patients. All patients except 4 had excellent perioperative pain relief considering stable hemodynamics and VAS 2-3/10 for the first 48 hours. All patients received 1 g intravenous paracetamol each 8 hours. VAS in postoperative period was 2-3/10, in 20/24 patients. In the postoperative period, 4 patients complained of persistent pain, requiring intravenous fentanyl boluses and multimodal analgesia. Mean VAS score was 2.87 from 0-12 hours, 3.14 from 12-24 hours and 3.35 from 24-48 hours. There were no block-related complications in any patient. Conclusion: The supine midaxillary coronal approach to anterior QLB is an effective and feasible approach to QLB which can be performed in supine position.
  • Detecção de embolia gasosa venosa em procedimentos de neurocirurgia. O que é necessário antes de colocar o paciente na posição sentada? Letters To The Editor

    Santos, Christiano dos Santos e; Grayson, Bernadette E.
  • Em resposta a - “Três bloqueios, incluindo o bloqueio pericapsular (Pericapsular Nerve Block - PENG), para dor em fratura da diáfise femoral” por Onur Koyuncu et al Letter To The Editor

    Jadon, Ashok
Sociedade Brasileira de Anestesiologia R. Professor Alfredo Gomes, 36, 22251-080 Botafogo RJ Brasil, Tel: +55 21 2537-8100, Fax: +55 21 2537-8188 - Campinas - SP - Brazil
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