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A ontogênese dos estômatos em Velloziaceae: paracítico versus tetracítico?

Em Velloziaceae, o número de células subsidiárias tem sido utilizado para caracterizar espécies e sustentar grupos. Entretanto, a homologia dos tipos de estômatos nunca foi escrutinizada. Para isso, a ontogênese dos estômatos de Barbacenia riparia e Vellozia glauca, representando estômatos paracíticos, e V. epidendroides e V. plicata, representando estômatos tetracíticos, foi investigada. Nas quatro espécies, foi evidenciada ontogênese perígina. As células subsidiárias se originam a partir de divisões oblíquas das células vizinhas da célula-mãe de células-guarda (GMC), que são alongadas paralelamente em relação ao maior eixo do estômato. Células polares apresentam grande diversificação, acompanhando o padrão de tamanho e formato das outras células epidérmicas, e assim não podem ser denominadas células subsidiárias. Essa ampla variação se deve a uma maior densidade de estômatos em algumas regiões da superfície foliar, forçando o desenvolvimento de células polares curtas e conduzindo a estômatos aparentemente tetracíticos. Em regiões de baixa concentração de estômatos, a maior disponibilidade espacial entre GMCs permite o alongamento de células polares, conduzindo a estômatos evidentemente paracíticos. Os estômatos das quatro espécies são então classificados como braquiparacíticos. A classificação de estômatos em tetracítico e paracítico em Velloziaceae deve ser questionada.

estômatos; ontogênese; paracítico; tetracítico; Velloziaceae


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