As pteridófitas Anemia tomentosa (Sav.) Sw. var. anthriscifolia (Schrad.) Mickel e Anemia villosa Humb. & Bonpl. ex Willd. estão comumente associadas às "ilhas de vegetação" nos afloramentos rochosos do Rio de Janeiro, sendo ambas tolerantes a dessecação. Este trabalho objetivou analisar a anatomia foliar e identificar estratégias morfológicas que possibilitem o estabelecimento destas espécies num ambiente com restrição hídrica. As pteridófitas foram coletadas na Pedra de Itacoatiara e submetidas às técnicas de estudos anatômicos. Os pecíolos das espécies apresentam epiderme unisseriada com paredes lignificadas, estegmatas cônicos, tricomas tectores unisseriados e glandulares. Em A. villosa foram observados estômatos em protrusão formando linha respiratória. Abaixo da epiderme ocorrem camadas de células com paredes espessas e lignificadas. O parênquima possui compostos fenólicos e grãos de amido. Os feixes vasculares dos pecíolos estão envolvidos por endoderme com estrias de Caspary e o xilema tem forma de "V" (A. villosa) ou forma de arco (A. tomentosa var. anthriscifolia). A lâmina foliar apresenta epiderme uniestratificada com paredes anticlinais sinuosas e periclinais convexas, com estegmatas cônicos e cloroplastos nas faces adaxial e abaxial. As células epidérmicas do bordo foliar são lignificadas em A. villosa. Estômatos na face abaxial com células guarda no mesmo nível ou acima das demais células epidérmicas. Foram observados tricomas tectores multicelulares unisseriados e tricomas glandulares. O mesofilo é dorsiventral, com clorênquima frouxo composto por células braciformes e em forma de "H". Os feixes vasculares são envolvidos por endoderme com estrias de Caspary e possuem extensões de parênquima em direção à epiderme. Os resultados anatômicos foram analisados considerando a interação dessas plantas com fatores abióticos.
anatomia ecológica; monilophyta; Pedra de Itacoatiara
