A dinâmica temporal das algas verdes Chaetophora elegans (Roth) C.A. Agardh e Stigeoclonium amoenum Kützing foi investigada bimensalmente de final do outono a início da primavera (abril a outubro) em dois riachos da região noroeste do estado de São Paulo. A abundância (cobertura percentual e freqüência) de uma população de cada espécie foi avaliada pela técnica de quadrado. A flutuação foi relacionada com as seguintes variáveis ambientais: temperatura, turbidez, condutividade específica, pH, oxigênio dissolvido, profundidade, tipo de substrato, velocidade da correnteza, irradiância e nutrientes. Cobertura percentual e freqüência de C. elegans foram baixas durante todo o período e correlacionaram-se positivamente com precipitação pluviométrica. Outras correlações (positiva de cobertura percentual com profundidade e velocidade da correnteza e negativa com irradiância) foram consistentemente encontradas, reforçando a forte influência da precipitação. Cobertura percentual e freqüência de S. amoenum foram altas, com valores máximos entre junho e setembro. Cobertura percentual foi negativamente correlacionada com precipitação. Os resultados sugerem o regime de precipitação pluviométrica como a mais importante força influenciadora das mudanças temporais em ambas populações, entretanto, desempenhando diferentes papéis em cada uma delas. O talo gelatinoso de C. elegans parece ser favorecido por um aumento da velocidade da correnteza, pois fluxos mais intensos levariam a uma maior eficiência na aquisição de nutrientes, devido à redução no tamanho da concha de difusão sem, entretanto, provocar atrito excessivo entre a planta e a massa d'água. Em contraste, tufos de S. amoenum são, presumivelmente, mais expostos e, conseqüentemente, mais susceptíveis à força mecânica gerada pelo aumento da velocidade da correnteza.
Chaetophora; dinâmica temporal; macroalgas; riacho; Stigeoclonium
