Os hábitos alimentares de oito espécies de peixes bentívoros foram estudados em uma praia arenosa na Ilha Anchieta, costa Sudeste do Brasil. Os peixes consumiram principalmente crustáceos das ordens Amphipoda e Mysidacea. A dieta da espécie mais abundante, o sciaenídeo Umbrina coroides, foi analisada em três classes de comprimento-padrão (20-55, 56-90 e 91-135 mm). Este sciaenídeo apresentou uma variação ontogenética na dieta, a qual variou de Mysidacea para Amphipoda. O comportamento alimentar do sciaenídeo U. coroides e do gerrídeo Eucinostomus gula foi estudado com uso de mergulho livre. Ao forragear, ambas as espécies desenterraram pequenos organismos enterrados na areia. Apesar das semelhanças gerais na dieta, U. coroides e E. gula apresentaram diferenças quanto ao comportamento alimentar e morfologia. Duas espécies de carangídeos do gênero Trachinotus diferiram quanto à composição da dieta e consumiram variedade maior de itens alimentares que as outras espécies de peixes estudadas. Diferenças de dieta e atividade alimentar entre as outras espécies bentívoras foram registradas. Estas diferenças possivelmente reduzem a sobreposição na utilização dos recursos alimentares, favorecendo a coexistência de guildas de peixes bentívoros em praias arenosas.
peixes marinhos; variação ontogenética na dieta; Umbrina coroides; Eucinostomus gula