RESUMO
Introdução: O câncer do colo do útero continua sendo um problema de saúde pública apesar da possibilidade de rastreamento e diagnóstico precoce.
Objetivo: Análise comparativa de 2.486 pacientes analíticas e não analíticas, encaminhadas ao INCA apenas para tratamento, com acompanhamento no hospital de origem, admitidas com câncer do colo do útero, entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021, no Hospital do Câncer II (HCII/INCA), utilizando como base de dados o Registro Hospitalar de Câncer.
Método: Estudo quantitativo e observacional dividido em quatro grupos: analíticos pré-pandemia, analíticos pandemia, não analíticos pré-pandemia e não analíticos pandemia. As cinco variáveis selecionadas foram analisadas de forma descritiva: tempo entre diagnóstico e admissão hospitalar, primeiro tratamento recebido no hospital, estado da doença após primeiro tratamento, razão para o não tratamento e estadiamento. Utilizou-se o teste chi-quadrado de Pearson para verificar a associação das variações das frequências com os períodos pré-pandemia e pandemia.
Resultados: Entre as pacientes analíticas, na pandemia, houve aumento de 34,1% na proporção de pacientes admitidas com mais de 61 dias após o diagnóstico, 4,6% de encaminhamentos ao suporte terapêutico e redução de 6,3% de casos com remissão completa da doença pós-tratamento. Entre as não analíticas, na pandemia, houve aumento de 20,6% da proporção de pacientes admitidas em estádio IV, 23,3% de pacientes submetidas a nenhum tratamento por avanço da doença ou falta de condições clínicas e 12,1% de encaminhamentos ao suporte terapêutico.
Conclusão: A pandemia da covid-19 teve impacto negativo sobre a doença e o acesso ao sistema de saúde.
Palavras-chave:
Neoplasias do Colo do Útero; Diagnóstico Precoce; Admissão do Paciente; COVID-19
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Fonte: Adaptado de RHC/HCII