Resumo
Objetivo:
Analisar o impacto do índice de massa corporal no desfecho de 101 pacientes submetidos à cirurgia revascularização do miocárdio, troca valvar ou cirurgia cardíaca combinada em um hospital privado de Belo Horizonte, Minas Gerais.
Métodos:
Trata-se de um estudo transversal com inclusão prospectiva de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no período de maio de 2009 a dezembro de 2012. Todos os pacientes foram acompanhados do primeiro dia de internação até a alta hospitalar ou óbito. Os pacientes foram divididos em três grupos definidos pelo índice de massa corporal aferido no pré-operatório: eutrófico, sobrepeso e obeso. O principal desfecho avaliado neste estudo foi a associação entre índice de massa corporal e morbimortalidade pós-operatória.
Resultados:
análise multivariada revelou obesidade como preditor independente de aumento nas chances de reintervenção cirúrgica por deiscência de sutura de esterno (OR 13,6; IC95% 1,1-162,9; P=0,046) e redução no risco de sangramento (OR 0,05; IC95% 0,09-0,69; P=0,025). Na análise univariada, obesidade também foi associada a maior frequência de deiscência de sutura (P=0,021). Estado nutricional não foi associado à presença de outras complicações no pós-operatório e nem de mortalidade, ainda na análise univariada. No intraoperatório não houve diferença nos tempos de circulação extracorpórea e de pinçamento aórtico. No pós-operatório, os tempos de ventilação mecânica e de internação na unidade de terapia intensiva ou hospital foram semelhantes entre os pacientes eutróficos, com sobrepeso e obesos.
Conclusão:
Pacientes obesos apresentam risco aumentado de reintervenção cirúrgica por deiscência de sutura e menor risco sangramento no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio, troca valvar ou cirurgia cardíaca combinada.
Descritores
Índice de Massa Corporal; Obesidade; Cirurgia Torácica; Revascularização Miocárdica; Implante de Prótese de Valva Cardíaca