Resumo
Objetivo:
Verificar se os modelos de estratificação da complexidade em cirurgias de cardiopatias congênitas atualmente disponíveis (RACHS-1, escore básico de Aristóteles e escore de mortalidade do STS-EACTS) se adequam ao nosso serviço, determinando o de melhor acurácia em discriminar a mortalidade hospitalar.
Métodos:
Procedimentos em pacientes menores de 18 anos foram alocados nas categorias propostas pelos modelos de estratificação da complexidade. O desfecho de mortalidade hospitalar foi calculado para cada categoria dos três modelos. Análise estatística foi realizada para verificar se as categorias apresentavam distintas mortalidades dentro de cada modelo. A capacidade discriminatória dos modelos foi determinada pelo cálculo de área sob a curva ROC e uma comparação entre as curvas dos três modelos foi realizada.
Resultados:
360 pacientes foram alocados pelos três modelos. Houve diferença estatisticamente significante entre as mortalidades das categorias propostas pelos modelos de RACHS-1 (1) - 1,3%, (2) - 11,4%, (3) - 27,3%, (4) - 50%, (P<0,001); escore básico de Aristóteles (1) - 1,1%, (2) - 12,2%, (3) - 34%, (4) - 64,7%, (P<0,001); e escore de mortalidade do STS-EACTS (1) - 5,5%, (2) - 13,6%, (3) - 18,7%, (4) - 35,8%, (P<0,001). Os três modelos tiveram semelhante capacidade discriminatória para o desfecho de mortalidade hospitalar pelo cálculo da área sob a curva ROC: RACHS-1- 0,738; STS-EACTS- 0,739; Aristóteles- 0,766.
Conclusão:
Os três modelos de estratificação da complexidade atualmente disponíveis na literatura tiveram utilidade com distintas mortalidades entre as categorias propostas, com semelhante capacidade discriminatória para o desfecho de mortalidade hospitalar.
Descritores:
Mortalidade Hospitalar; Cardiopatias Congênitas; Curva ROC; Procedimentos Cirúrgicos Operatórios