Introdução:
O tratamento dos defeitos cardíacos apresenta progressiva redução da morbimortalidade, porém, a cicatriz, sequela aparente do tratamento da comunicação interatrial (CIA) e interventricular (CIV), pode causar incômodo. A abordagem por minitoracotomia axilar é opção para correção destes defeitos, com possível melhor estética e baixo custo, além de evitar a região de crescimento da mama. Desde outubro de 2011, empregamos esta técnica para correção de CIA, CIV e defeitos associados.
Objetivo:
Avaliar a eficácia do método em crianças submetidas à correção de CIV e CIA, avaliar a evolução clínica perioperatória em comparação à esternotomia mediana e avaliar o resultado estético.
Métodos:
Dados clínicos perioperatórios de 25 pacientes submetidos à minitoracotomia axilar foram comparados com dados de grupo de 25 pacientes submetidos à correção de defeitos cardíacos semelhantes por esternotomia mediana, de outubro de 2011 a agosto de 2012.
Resultados:
A correção dos defeitos via axilar foi factível inclusive em lactentes. Não houve mortalidade e as principais variáveis perioperatórias foram similares em ambos os grupos, exceto pelo menor uso de hemoderivados no grupo axilar (6/25) x controle (13/25), com diferença estatística (P=0,04). A sequela ventricular nos pacientes do grupo axilar variou de 7 a 15 mm. A canulação da aorta e veias cavas foi realizada através da incisão principal, cujo tamanho variou de 3 a 5 cm no grupo axilar, com resultado estético excelente.
Conclusão:
A minitoracotomia axilar foi eficaz, permitiu correção do defeito cardíaco semelhante à esternotomia mediana, com resultado estético mais satisfatório e menor necessidade de transfusão sanguínea, podendo ser utilizada com segurança em lactentes.
Comunicação Interventricular; Comunicação Interatrial; Procedimentos Cirúrgicos Minimamente Invasivos