Entre 27 pacientes submetidos a transplante cardíaco, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 4 eram portadores de cardiomiopatia chagásica. As idades situaram-se entre 28 e 43 anos. Três pacientes estavam em grupo funcional IV e 1, na classe funcional II, mas apresentando taquiarritmia ventricular retrataria. A imunossupressão foi feita com ciclosporina mais corticóide, no 1º paciente, e ciclosporina, azatioprina e corticóide, nos outros três. Três pacientes tiveram episódios de rejeição, tratados com pulsoterapia. Um destes pacientes apresentou doença intestinal linfoproliferativa precoce. Os 3 pacientes tiveram reagudização da doença de Chagas no 59º, 81º e 420º de pós-operatório, respectivamente, caracterizada por febre, lesões cutâneas e miocardite. O Trypanosoma cruzi foi encontrado nas biópsias de pele dos 3 pacientes e nas biópsias do miocárdio em 2 pacientes. Um dos pacientes não teve reagudização. Todos os 4 doentes foram tratados com medicação específica, bem tolerada em todos. As alterações da reagudização da doença de Chagas reverteram em poucos dias. Um dos pacientes, que teve doença linfoproliferativa e cujas doses de imunossupressores foram reduzidas, faleceu no 197º dia, em crise de rejeição. Os demais estão bem e em seguimento por 107, 160 e 500 dias, respectivamente.
transplante cardíaco; miocardiopatia chagásica