Resumos
Nas formas cardíacas da doença de Chagas que evoluem com insuficiência cardíaca refratária ao tratamento clínico, o transplante é a única alternativa, ao lado da cardiomioplastia. Os autores apresentam a evolução tardia de seis pacientes com miocardiopatia chagásica terminal submetidos a transplante cardíaco ortotópico. O período médio de observação foi de 25,2 meses. O diagnóstico de reativação da doença de Chagas apoiou-se na observação clínica, na investigação laboratorial do parasita, nas biópsias endomiocárdicas e dos nódulos de subcutâneo. A análise dos resultados demonstra que: 1) os testes laboratoriais mostraram-se ineficazes no diagnóstico da reativação da doença, sendo que as biópsias mostraram maior índice de positividade; 2) a pulsoterapia com corticóide predispõe à reativação; 3) a doença linfoproliferativa apresenta alta incidência na doença de Chagas, sendo a principal complicação tardia. Possivelmente, o benzonidazol apresente seu efeito oncogênico potencializado. Tendo em vista o caráter endêmico da doença e a falta de alternativa terapêutica, tornou-se obrigatória a analise do esquema imunossupressor, do tratamento da reativação e a maior experiência clínica, para posições mais definidas.
transplante cardíaco