Introdução:
Uma das características da cardiomiopatia dilatada idiopática é a deformação da cavidade ventricular, a qual contribui para a disfunção sistólica. Poucos trabalhos julgam importante a avaliação dessa deformação ventricular levando em consideração regiões e segmentos do ventrículo, o que pode revelar detalhes importantes do processo de remodelamento, dando suporte a um melhor entendimento do seu papel no comprometimento funcional e ao surgimento de novas estratégias terapêuticas.
Objetivo:
Verificar se, em regiões diferentes, o aumento do perímetro transversal da câmara ventricular esquerda na cardiomiopatia dilatada idiopática ocorre de maneira proporcional entre o segmento septal e o não septal (parede livre).
Métodos:
Foi realizado um estudo anatômico com 28 corações adultos. Um grupo foi constituído por 18 corações com cardiomiopatia dilatada idiopática e outro grupo com 10 corações normais. Em três regiões diferentes (base, equador e ápice), o perímetro interno transversal do ventrículo esquerdo foi dividido em dois segmentos: septal e não septal. Foi criado um índice de proporcionalidade entre esses segmentos. Em seguida verificou-se se esse índice era o mesmo entre os grupos.
Resultados:
Entre corações normais e portadores de cardiomiopatia dilatada idiopática, o índice de proporcionalidade entre os dois segmentos (septal e não septal) não apresentou diferença significativa nas três regiões analisadas.
Conclusão:
Na cardiomiopatia dilatada idiopática, a dilatação transversal do septo é proporcional à dilatação da parede livre nas regiões basal, equatorial e apical da câmara ventricular esquerda.
Remodelação Ventricular; Cardiomiopatia Dilatada; Cardiomiopatias; Insuficiência Cardíaca