Objetivo:
Analisar os resultados de 125 endarterectomias carotídeas, realizadas sob anestesia loco-regional com uso seletivo de shunt e remendo de pericárdio bovino.
Métodos:
Cento e dezessete pacientes com estenose na artéria carótida interna ≥ 70% ao ecoDoppler colorido + arteriografia ou angiorressonância magnética foram submetidos a 125 endarterectomias carotídeas. As medidas de proteção farmacológica intraoperatória incluíam a administração endovenosa de alfentanil e dexametazona. Clopidogrel, aspirina e estatinas eram utilizadas em todos os casos. Setenta e sete pacientes eram do sexo masculino (65,8%). A idade média foi de 70,8 anos, variando de 48 a 88 anos. A operação foi indicada por estenose sintomática em 69 artérias (55,2%), e por estenose assintomática em 56 artérias (44,8%).
Resultados:
O shunt de carótida foi necessário em 3 casos (2,4%) devido a sintomas de isquemia cerebral após a colocação do clampe carotídeo durante o ato cirúrgico, e os três pacientes tiveram boa evolução. Remendo de pericárdio bovino foi utilizado em 71 artérias ≤ 6 mm de diâmetro (56,8%). A mortalidade perioperatória foi de 0,8%: um paciente faleceu devido a infarto agudo do miocárdio. Dois pacientes (1,6%) tiveram infartos cerebrais isquêmicos ipsilaterais menores com boa recuperação, e 2 pacientes (1,6%) tiveram infartos do miocárdio não-fatais com boa recuperação. O tempo médio de seguimento foi de 32 meses. No pós-operatório tardio, houve reestenose significativa em apenas três artérias (2,4%).
Conclusão:
A endarterectomia carotídea no paciente acordado é uma técnica segura, sendo realizada com baixas taxas de morbimortalidade.
Endarterectomia das Carótidas; Anestesia Local; Acidente Vascular Cerebral