Open-access A atuação do profissional de educação física nos Centros de Atenção Psicossocial de Pelotas/RS: descrição das atividades e percepções dos profissionais

The role of the professional of physical education in the Psychosocial Care Centers of Pelotas/RS: description of activities and perceptions of professionals

El papel del profesional de educación física en los Centros de Atención Psicosocial de Pelotas/RS: descripción de las actividades y percepciones de los profesionales

RESUMO

O objetivo do estudo foi descrever as atividades da Educação Física (EF) nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Pelotas/RS e as percepções das profissionais sobre sua inserção e atuação. Trata-se de um estudo qualitativo com dados obtidos por entrevistas semiestruturadas e analisados por meio da análise de conteúdo. A amostra intencional foi composta por três profissionais de EF de diferentes CAPS, os quais apresentaram atuações enquanto núcleo da EF e campo da saúde. As principais atividades foram oficinas terapêuticas em grupo, acolhimento, evolução de prontuário e reuniões de equipe. Foram apontadas dificuldades relacionadas à infraestrutura, alta demanda e falta de profissionais nos serviços, reforçando a importância da defesa do SUS e dos espaços de inserção da EF.

Palavras-chave:
Educação Física; Saúde Mental; Trabalho multiprofissional

ABSTRACT

The study aimed to describe Physical Education (PE) activities in Psychosocial Care Centers (CAPS) in Pelotas/RS and the professionals’ perceptions regarding their roles and integration. This qualitative study used data from semi-structured interviews analyzed through content analysis. The intentional sample included three PE professionals from different CAPS, acting within both the PE core and the health field. Main activities included group therapeutic workshops, patient intake, medical record updates, and team meetings. Challenges reported involved infrastructure, high demand, and staff shortages, highlighting the importance of supporting the public health system (SUS) and PE's role within it.

Keywords:
Physical Education; Mental Health; Multi-professional work

RESUMEN

El objetivo del estudio fue describir las actividades de Educación Física (EF) en los Centros de Atención Psicosocial (CAPS) de Pelotas/RS y las percepciones de las profesionales sobre su inserción y actuación. Es un estudio cualitativo con datos obtenidos mediante entrevistas semiestructuradas y analizados por análisis de contenido. La muestra intencional incluyó tres profesionales de EF de diferentes CAPS, con actuación en EF y en el área de salud. Las principales actividades fueron talleres terapéuticos grupales, recepción atenciosa de pacientes, registros clínicos y reuniones de equipo. Se señalaron dificultades como infraestructura precaria, alta demanda y falta de personal, destacando la importancia de defender el SUS y el rol de la EF.

Palabras-clave:
Educación Física; Salud Mental; Trabajo multidisciplinar

INTRODUÇÃO

A saúde mental é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um direito humano fundamental que sustenta as capacidades individuais e coletivas do indivíduo nas tomadas de decisão e no estabelecimento de relações, além de um estado de bem-estar que permite seu pleno desenvolvimento e convívio em sociedade (OMS, 2022). Contudo, a conceituação de saúde mental pode ser compreendida de forma ainda mais ampla e complexa, contemplando seus múltiplos determinantes (biológicos, sociais, culturais, econômicos, etc.) sem os relativizar (Alves e Rodrigues, 2010). Duas principais perspectivas de compreensão se destacam, uma positivista associando saúde e doença à uma questão de “normalidade” do organismo; e outra subjetivista, que a entende como um processo de construção partindo de elementos sociais, políticos, econômicos, culturais, individuais ou familiares (Canguilhem, 2009; Almeida et al., 1999).

Sob o ponto de vista histórico, a saúde mental no Brasil, entre as décadas de 70 e 90, passou por transformações. Nesse contexto, a construção coletiva de uma crítica ao saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico teve colaborações importantes de instituições como o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (CEBES), com papel central na defesa do direito universal à saúde, e o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental, surgido em 1978 e que se destacou-se ao articular reivindicações humanitárias e trabalhistas, além de denunciar a violência dos manicômios e a hegemonia de uma rede privada de assistência (Brasil, 2005). A Reforma Psiquiátrica Brasileira desenvolveu-se, então, paralelamente à Reforma Sanitária, diferenciando-se pelo foco em transformar criticamente o modelo tradicional da psiquiatria, enquanto a reforma sanitária buscava reorganizar o sistema nacional de saúde, ampliando o acesso e o planejamento dos serviços (Tenório, 2002; Amarante, 1995).

A partir disto, a política de saúde mental no país pautou o fechamento gradual de manicômios e hospícios e a criação de uma rede substitutiva. Assim, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), se estabelece a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), formada por diferentes dispositivos de atenção visando atender pessoas em sofrimento psíquico e com necessidades decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas, com diretrizes que asseguram o respeito aos direitos humanos, garantem autonomia e liberdade das pessoas, dentre outras que visam a promoção do cuidado com qualidade e integralidade (Brasil, 2011). Como parte da rede substitutiva, foram criados os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), um serviço de atendimento de saúde mental criado nos territórios destinado a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua reinserção social e familiar, sua autonomia, através de atendimento biopsicossocial (Brasil, 2004).

Os CAPS se constituem em diversas modalidades e a sua abertura está condicionada a quantidade de habitantes em nível municipal, estando presentes em cidades a partir de 15 mil habitantes. Esse dispositivo da RAPS conta com equipes multiprofissionais, que podem incluir médicos psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, pedagogos e profissionais de Educação Física (PEF), entre outros conforme a necessidade do serviço (Brasil, 2017). Esses profissionais desenvolvem estratégias de tratamento e intervenções, compreendendo dimensões importantes para a saúde por meio de ações individuais, coletivas ou voltadas à família. As atividades podem envolver psicoterapias, uso de medicamentos, grupo de familiares, visitas domiciliares, atividades de suporte social e oficinas terapêuticas específicas, por exemplo (Brasil, 2004).

Se tratando de um serviço com atendimento multiprofissional, as ações desenvolvidas nos CAPS se distribuem enquanto núcleo e campo de competência. O núcleo de competência demarca a identidade de uma área de saber e de prática profissional, possui delimitações mais precisas - cabendo aqui os profissionais específicos/especializados para realização de atividades referentes a essas características. Por outro lado, o campo de competência, como sugere o nome, é o amplo, no qual os profissionais colaboram entre si para desenvolver suas tarefas teóricas e práticas – estabelecendo o trabalho multiprofissional (Campos et al., 1997).

Com relação à atuação dos profissionais de Educação Física, Wachs e Fraga (2009) investigaram o que é feito a respeito da Educação Física (EF) e os sentidos atribuídos pelas práticas por eles desenvolvidas, envolvendo três CAPS tipo II da 1ª Coordenadoria Regional de Saúde do estado do Rio Grande do Sul que contavam com esses profissionais na equipe de trabalhadores. Foi identificado que as atividades promovidas na maioria das vezes excediam as práticas geralmente associadas à área. Furtado et al. (2022), em um estudo sobre os CAPS de Goiânia/GO, relata que “os temas da cultura corporal mobilizados nas atividades relatadas pelos profissionais de Educação Física nos CAPS são bastante diversificados”, identificando exercícios físicos e ginásticos como o mais mencionado, seguido por jogos e brincadeiras, esportes, danças e atividades rítmicas com música, práticas corporais alternativas (PCAs), lutas, práticas de aventura e atividades circenses.

A EF é reconhecida como integrante da área da saúde desde 1997 pela resolução 218 do Conselho Nacional de Saúde, contudo, apenas no ano de 2020 os profissionais da área receberam um código permanente pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), sendo reconhecidos como “Profissional de Educação Física na saúde”. Esse avanço favoreceu a contratação do PEF no setor público e privado de saúde, consolidando-o como integrante de equipe de saúde, reforçando e fortalecendo esta inserção e a participação no SUS, bem como definindo atividades de competência no setor de saúde (Conselho Federal de Educação Física, 2020). Embora esteja prevista a inserção do PEF em serviços de saúde, isto ainda é uma realidade incipiente em muitos municípios.

Diante disso, torna-se fundamental descrever o que vem sendo feito pelos PEF nos CAPS, contribuindo para o fortalecimento dessa área de atuação. Este estudo busca ampliar as evidências sobre a inserção da EF no contexto dos serviços públicos de saúde em um contexto do sul do Brasil, a partir da análise das ações realizadas e da percepção das profissionais sobre sua atuação, tendo em vista que o estudo de como estão sendo realizadas as ações em saúde destes serviços é de crucial importância para a avaliação de sua efetividade (Faria e Schneider, 2009). Assim, o objetivo do presente estudo é descrever as atividades relacionadas à EF que ocorrem nos CAPS de Pelotas/RS, bem como as percepções das profissionais sobre a própria inserção e atuação.

CAMINHOS METODOLÓGICOS

Trata-se de um estudo descritivo, desenvolvido por meio de abordagem qualitativa. A amostra foi selecionada de forma intencional, composta por três PEF inseridas em diferentes CAPS de Pelotas/RS (CAPS Álcool e Drogas III, CAPS II Zona Norte e CAPS II Fragata, serviços não identificados na apresentação dos resultados para preservar confidencialidade). Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, existem um total de nove (9) PEF atuantes em diferentes locais na cidade de Pelotas, e a amostra foi escolhida por se tratar de locais com aproximações realizadas entre Universidade e Prefeitura mediante estágios e outras estratégias formativas.

A coleta de dados contou com a concordância da Secretaria Municipal de Saúde do município, mediante carta de anuência. Como estratégia metodológica, optou-se pela realização de entrevistas semiestruturadas com as PEF abordando os seguintes eixos: (i) a formação e vínculo profissional; (ii) funções e atividades propostas pelas profissionais no serviço; e (iii) suas percepções sobre a própria inserção e atuação. As entrevistas ocorreram em dezembro de 2023, com duração média de 40 minutos e um estudo piloto foi previamente realizado para testar o roteiro de perguntas.

O agendamento das entrevistas foi realizado diretamente com as PEF (de acordo com sua preferência de hora e no seu local de trabalho), e foi utilizado um texto padronizado que incluía a identificação dos pesquisadores, os motivos para o estudo e seus objetivos. As entrevistas foram gravadas desde o início da conversa, com o uso de smartphone, de forma a registrar a conversa completa, incluindo a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Posteriormente, os áudios gravados passaram pelo processo de transcrição com o auxílio da ferramenta online Gladia (2024) e foram encaminhadas às participantes para validação.

Para o tratamento dos dados foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin (2016), estabelecendo categorias de análises que foram definidas à posteriori, que seguiram a lógica de elaboração do roteiro das entrevistas. Para garantir o sigilo das participantes e, também, para melhor entendimento no momento de referenciá-las, as mesmas serão identificados como PEF 1, PEF 2 e PEF 3 (optou-se pelo uso do pronome feminino ao longo do texto, considerando que duas das três participantes se identificam com esse gênero). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPel), sob parecer 6.509.778.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As três profissionais entrevistadas são servidoras concursadas de nível municipal, exercendo cargo de Técnico Superior em Educação Física. Entre elas, apenas uma relatou ter tido formação adequada para trabalhar na área da saúde mental durante sua graduação, por meio da participação em um projeto de extensão universitária. Outra PEF afirmou ter tido a formação somente através da sua Especialização em Atenção Psicossocial. A terceira relatou nunca ter estudado aspectos relacionados à saúde mental nos espaços formais de ensino, demarcando de imediato um desafio para sua inserção profissional nesse contexto.

Com intuito de aprofundar a análise dos resultados obtidos, optamos por organizá-los em duas categorias de análise, apresentadas a seguir. A primeira, intitulada “Organização da atuação profissional no CAPS”, aborda o trabalho das PEF dentro das unidades, sistematizando sua rotina e descrevendo o que foi feito. A segunda categoria, denominada “Percepções das profissionais sobre seu papel no CAPS”, apresenta as compreensões que cada uma têm da área da EF dentro do CAPS, sobretudo do papel que desempenham no local de trabalho.

Categoria 1. Organização da atuação profissional no CAPS

Nas rotinas de trabalho, observou-se demarcações de atuação enquanto campo e núcleo de forma bem definida. Entre as atividades enquanto núcleo da EF destacam-se as oficinas terapêuticas com enfoque em atividade física e a evolução de prontuário dos participantes destas oficinas. Já enquanto campo, foram mencionadas as oficinas terapêuticas sem foco em atividade física, acolhimento, visitas domiciliares, reuniões de equipe, evolução de prontuário em geral e demais tarefas administrativas.

Com relação às oficinas terapêuticas (Quadro 1), é comum todas acontecerem em grupos, com cerca de dez a 15 usuários, sendo realizadas em espaços distintos de acordo com as condições internas e externas (rua e bairro) do serviço. Especificamente sobre a potência das práticas corporais e atividades físicas para indivíduos em sofrimento psíquico, há estudos apontando para percepções semelhantes aos mencionados pelas entrevistadas. Guimarães et al. (2012), por meio de um projeto desenvolvido nos CAPS de São João del Rei/MG, observaram a melhora na interação entre os pacientes atendidos (convivência, socialização, tolerância), ganho na autonomia funcional e bem estar, maior frequência ao CAPS e consequente melhor adesão ao tratamento, dentre outros benefícios que refletem numa melhor inserção social.

Quadro 1
Descrição de oficinas terapêuticas de atuação profissional enquanto núcleo da Educação Física.

Além das ações de núcleo da EF, as PEF também mencionaram suas atuações enquanto campo, com destaque para o acolhimento, sendo este, o primeiro contato entre o profissional e usuário. O acolhimento é uma prática comum a todas PEF entrevistadas, sendo que duas realizam em um plantão específico e uma realiza em qualquer horário, conforme demanda do serviço. A PEF 2 expressa dúvidas quanto a esta atividade ser realizada por ela, afirmando: “Tem uma situação interessante também, que não é da nossa área e que eu não vi na faculdade, que chama-se acolhimento [...] eu acho discutível”. Por outro lado, a perspectiva de que o acolhimento pode ser feito por qualquer profissional da área da saúde é reforçada na fala da PEF 3:

Uma coisa que as pessoas acham que não é dos profissionais da Educação Física é a questão do acolhimento, mas todo profissional de nível superior é habilitado, isso é uma habilitação nossa também. (Entrevista PEF 3, 2023).

Ainda na perspectiva de atuação enquanto campo, uma das PEF propõe a Oficina de Marcenaria na mesma estrutura das citadas anteriormente, mesmo não sendo uma oficina diretamente ligada à EF. Além disso, uma das entrevistadas é, atualmente, uma das coordenadoras do serviço junto a uma psicóloga, e relata também participar de algumas oficinas em parceria com outros profissionais do local. Ainda houve a menção, por uma das participantes, da realização de passeios na cidade e confraternização temáticas (Festa Junina, Halloween, Natal, etc).

As reuniões de equipe são outro aspecto central da atuação profissional, ocorrendo com frequência semanal em todos os serviços contemplados neste estudo. Na ocasião, o turno da manhã é dedicado à reunião que acontece para discutir, trocar informações e tomar decisões em conjunto sobre os usuários que passaram por alguma situação pontual, como crises e recaídas, ou que foram acolhidos recentemente, elaborando seu Plano Terapêutico Singular (PTS), ou seja, a proposta de tratamento do indivíduo articulada com o próprio paciente, com a família e a partir da discussão coletiva da equipe interdisciplinar. Os demais serviços burocráticos mencionados são reuniões gerais, respostas a pendências judiciais e evolução de prontuários em geral.

Ainda ao relatarem suas rotinas de trabalho surgiram falas como: “Tanto eu quanto os outros profissionais aqui, todo mundo faz tudo” (PEF 1) e “Hoje no CAPS eu faço de tudo, eu acho que é meio uma lógica da saúde” (PEF 3), em conjunto com apontamentos sobre a alta demanda do serviço e falta de alguns profissionais. A PEF 1 afirma que devido à sobrecarga de trabalho, necessitou diminuir suas atividades específicas:

Antes eu tinha oito grupos, e hoje eu tenho três. Na verdade, a demanda é gigantesca, e a gente tem que fazer toda a parte burocrática, resolver os problemas estruturais da casa, tem que resolver as pendências judiciais, então é bastante trabalho. (Entrevista PEF 1, 2023).

Além das atividades de núcleo e campo, outras funções não específicas também foram relatadas nas rotinas de trabalho, denunciando também a execução de algumas tarefas que podem caracterizar-se como desvio de função e precarização do trabalho. Um exemplo recorrente é a ausência de recepcionistas nos três serviços, restando aos servidores do local exercer atendimento de balcão, separação dos prontuários e agendamento de consultas. Quando se referem às tarefas extras e falta de funcionários, as entrevistadas pontuam: “Às vezes fico na recepção [...] Se não o serviço não anda” (PEF 2), “A gente acaba fazendo para ajudar a equipe mesmo, para fazer o serviço funcionar” (PEF 3). A PEF 1 ainda reforça que todos os profissionais fazem mais do que só suas funções de núcleo e de campo, já que precisam dar conta das atividades extras, e que isto acaba sobrecarregando alguns profissionais.

Os principais achados sobre as atividades propostas se assemelham ao estudo de Furtado et al. (2016), que explicam a rotina de trabalho de PEFs nos CAPS Goiânia (GO) a partir de duas categorias: a do cuidado terapêutico, que incluem as atividades que há contato direto com o usuário, e a do planejamento, organização e avaliação do cuidado terapêutico, tratando-se do serviço multidisciplinar feito sem contato com o usuário. As atividades destacadas pelo autor são as oficinas terapêuticas, consultas, passeios, atendimento domiciliar, visita domiciliar, confraternização, evolução de prontuário, reunião de equipe e outras, elaboração do plano terapêutico singular e atividades administrativas. Semelhante ao observado no presente estudo, os autores destacam que o PEF está mais envolvido com oficinas terapêuticas, tanto no interior do serviço quanto em outros espaços e instituições, potencializando o processo de desinstitucionalização e reinserção social do usuário.

Wachs e Fraga (2009) também identificaram a realização de oficinas relacionadas a área, mas ressaltam que outras atividades dos professores muitas vezes excediam práticas comumente associadas à Educação Física, sem utilizar práticas corporais, e que o PEF assume no serviço uma identidade profissional que sobrepõe a formação de graduação, assumindo uma identidade de “profissional de saúde mental”. Os autores mencionam também as atividades realizadas externas ao CAPS, que mudam o sentido das atividades de “combater a doença/sofrimento” para “viver saúde”, que isto “incentiva a circulação social do usuário e convoca a sociedade a acolher o sofrimento psíquico”, estando de acordo com a fala de uma PEF do atual estudo que afirma que as oficinas da EF falam mais sobre saúde a partir de outras perspectivas.

Percebe-se, portanto, que as profissionais se apresentam bem estabelecidas em suas atuações e que as atividades de núcleo e campo são pertencentes à área da EF e pertinentes ao serviço. Cabe salientar neste espaço que o trabalho das PEF consegue atender as diretrizes da política do RAPS enquanto campo da saúde e núcleo da EF, no sentido conseguir realizar as oficinas relacionadas às práticas corporais, promovendo a reinserção comunitária e adesão ao tratamento dos usuários a partir da utilização de diferentes espaços além do desenvolvimento da capacidade de acolhimento e trabalho inter e transdisciplinar.

Contudo, as falas destacam também uma precarização do serviço e/ou do sistema de saúde quando mencionam a falta de profissionais e redução de ações potencias devido a desvios de função. Esta problemática pode ser explicada ao observar o que o SUS sofre desde a sua implementação, com um subfinanciamento crônico. Apesar dos importantes avanços históricos, como o aumento da expectativa de vida, a cobertura vacinal e a diminuição da mortalidade infantil, percebe-se também, dentre as problemáticas da área da saúde, o sucateamento do SUS e valorização do setor privado, com unidades de saúde precárias, longo período de espera para atendimento dos pacientes, falta de equipamentos, medicamentos e, como no caso dos CAPS onde as PEF entrevistadas estavam vinculados, falta de profissionais (Costa et al, 2025).

Categoria 2. Percepções das profissionais sobre seu papel no CAPS

No presente estudo, percebe-se duas situações distintas entre as entrevistadas no que diz respeito ao tempo de serviço: duas delas atuam há mais de 20 anos, período que coincide praticamente a quando os CAPS foram inaugurados, enquanto a terceira atua há menos de quatro anos. Quando se trata das dificuldades, algumas se assemelham e outras se diferenciam possivelmente por este aspecto. As dificuldades iniciais da PEF 1, por exemplo, eram de lidar com os transtornos em si e com o fato de que o paciente não estabilizava ou melhorava, ressaltando que precisou estudar muito sobre as condições de saúde mental para conseguir compreender a saúde mental de forma processual. Já nas dificuldades atuais ela ressalta a alta demanda e a infraestrutura, relatando que a casa atual não é mais suficiente e que falta um espaço ao ar livre do próprio CAPS.

A PEF 2 ressalta nas suas dificuldades iniciais o fato de não ter tido um estágio relacionado à área, que resultou na dificuldade em preparar e ofertar atividades, e na comunicação com os colegas, pois se sentia constantemente supervisionada. Já as dificuldades destacadas pela PEF 3 são sobre ter iniciado o trabalho durante a pandemia, não podendo, portanto, realizar atividades em grupo. A PEF 3 também versa sobre a infraestrutura, pois não tem um espaço fechado o que dificulta em dias de chuva ou de temperaturas extremas, e sobre o processo de escuta e os desafios para lidar inicialmente com as histórias de vida dos usuários.

Quando se destaca a dificuldade de preparação de atividades é possível relacionar diretamente à ausência de formação adequada citada pelas PEFs, mostrando a importância dos estágios e dos projetos de extensão universitários. A PEF que teve contato com a saúde mental ainda na graduação salienta que seria importante a universidade retomar projetos de extensão voltados à área, pontuando como algo essencial para essa inserção profissional. Uma das entrevistadas destaca que ainda existe muita distância entre a academia e a comunidade, resultando no fato de que os próprios alunos, por vezes, não tomam conhecimento sobre a área e que é uma questão que deve ser mais bem desenvolvida na universidade.

Como uma alternativa para diminuir as lacunas formativas quanto ao trabalho junto ao SUS, poderíamos destacar a extensão universitária enquanto um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação entre a Universidade e setores da sociedade, sem se dissociar do Ensino e da Pesquisa (FORPROEX, 2012). Sua relevância está tanto no enriquecimento das aprendizagens dos discentes ao associar teoria e prática, quanto no acesso da sociedade a diversos serviços (Silva et al, 2019), porém como um agente potencializador da formação e não como uma forma de solução dos problemas, uma vez que a discussão sobre a formação para o trabalho no campo da Atenção Básica deve acontecer de maneira mais efetiva, reflexiva e aprofundada (Tracz et al., 2022). Estes recursos formativos poderiam contribuir significativamente para a qualificação e atuação dos profissionais enquanto campo, esclarecendo por exemplo as dúvidas quanto à realização do acolhimento e PTS, duas atividades que são menos comuns à formação tradicional da EF. O acolhimento tem como objetivo compreender a situação da pessoa da maneira mais abrangente possível e iniciar um vínculo terapêutico e de confiança com os profissionais do serviço (Brasil, 2004). Desde o momento do acolhimento, já se inicia a elaboração do PTS, que tem por objetivo atender as singularidades e demandas de cada sujeito (Rio Grande do Sul, 2022).

Outra dificuldade ressaltada diversas vezes se refere aos problemas de infraestrutura, destacando mais uma precarização do serviço. Mesmo com mudanças de governo e com alterações de ordem orçamentária, o setor da saúde sofre de restrições de financiamento que foram muito agravadas em um passado recente com a Emenda Constitucional 95 e que ainda não foram revisadas de forma suficiente. Essas limitações orçamentárias afetam diretamente a população já que o financiamento é reduzido enquanto há um aumento de demandas dos usuários, estruturando um quadro de precarização e insuficiência da oferta dos serviços públicos e expandindo o setor privado, colaborando com uma mercadorização dos serviços de saúde. Dessa maneira, o projeto privatista de saúde é fortalecido, visto que, há a ampliação para o mercado para os planos de saúde. Engendra-se a crescente descaracterização do SUS enquanto sistema universal e integral (Costa et al, 2025).

Nessa direção, Geremia (2020) afirma que a Atenção Primária à Saúde no Brasil tem enfrentado restrições que dificultam seu pleno desempenho e o alcance da resolutividade de alguns problemas de saúde, complementado pelas problemáticas de desvalorização e falta de recursos já citados. As mudanças que ocorreram no financiamento e os impactos orçamentários da Emenda Constitucional que persistem devem ser combatidos, visando o financiamento pleno do sistema para que o mesmo siga seus princípios e diretrizes e que a saúde permaneça como um direito de todo cidadão. Este debate deve ser disseminado para que a defesa do SUS ganhe força. É preciso da participação social, inspirada em movimentos como dos Trabalhadores em Saúde Mental, a partir da noção do quão fundamental é a existência do sistema, “pois não é possível sustentar uma política pública se ela não for legitimada socialmente” (Conselho Nacional de Saúde, 2022).

Embora com indicativos de evolução de cenário, é possível notar em algum nível um desconhecimento ou falta de consideração dos demais profissionais dos CAPS quanto ao papel do PEF quando analisamos as respostas referentes à aceitação dos colegas de serviço. A PEF 1 destaca que no início percebia uma certa resistência e desconforto por parte dos servidores. A PEF 2 acredita que por muitos anos a área não era valorizada, compartilhando também que não se tinha, por parte dos demais, o entendimento e reconhecimento de como as práticas corporais e atividades físicas poderiam contribuir com os pacientes naquele espaço. Ambas afirmam que atualmente não presenciam mais essas ocorrências, assim como a PEF 3 afirma que desde o início da atuação sempre foi bem recebida e valorizada. Essa maior valorização atual da atuação de PEF se aproxima do estudo realizado por Atarão et al. (2025), com a equipe multiprofissional de um CAPS na cidade de Panambi (RS), em que foi possível identificar que os demais profissionais de saúde (psiquiatras, terapeutas, assistentes sociais, enfermeiro, nutricionista, etc.) entendem o PEF como promotor das práticas corporais, munido de um conhecimento técnico e específico para a atividade, sendo responsável por interagir e atuar em diferentes espaços do CAPS, em que pese seu trabalho é capaz por interferir positivamente em todos os setores que lidam com os usuários.

Quando se referem a aceitação dos usuários, as entrevistadas destacam que os mesmos participam ativamente da escolha das oficinas, durante a elaboração do PTS, o que colabora com a assiduidade e adesão ao tratamento da maioria dos usuários. A PEF 3 diz que, inicialmente, considera difícil a adesão nas oficinas de EF por conta da adaptação às práticas e que está sempre reforçando aos usuários quais os possíveis benefícios. A PEF 1 relata ainda que durante as oficinas, no momento que tendem a estar mais lúcidos, percebem os benefícios do tratamento e das práticas corporais e atividades físicas.

Quando questionadas sobre os benefícios que visam promover, surgem respostas como autoestima, autonomia, socialização e integração, indo ao encontro dos objetivos dos CAPS. A PEF 1 afirma que o seu objetivo principal é fazer com que os pacientes se sintam bem e percebam essa possibilidade, optando por atividades alegres e divertidas: “Acho que o nosso papel, o meu papel aqui, assim como de todos, é que o paciente saia daqui melhor do que quando ele chegou”. A PEF 2 reflete sobre a estranheza inicial quanto à roupa inadequada para a prática, até que percebeu que “o que eles mais precisavam era vencer a inércia [...] liberar endorfina”, afirmando que nas suas atividades trabalha com a positividade e a autoestima. A PEF 3 diz que pensa nas capacidades físicas, mas que apenas uma vez na semana não tem tanto impacto nessa questão, sustentando que o maior benefício proporcionado realmente é o da socialização, integração e participação, estimulando também a autonomia.

Ao ressaltar a importância da presença da EF nos CAPS, uma das PEF acredita que ela se estabelece justamente pelos benefícios citados anteriormente, e pelo fato de que as oficinas da área são diferentes das oficinas dos demais profissionais pois, apesar de também falar sobre a doença ou dependência química, também fala sobre outros aspectos da saúde. Outra entrevistada considera as práticas corporais e atividades físicas de suma importância em qualquer serviço de saúde, principalmente se for sob orientação de profissional. A terceira ressalta que as oficinas de EF trazem uma perspectiva muito importante no cuidado à saúde, nas atividades de lazer, no gostar do exercício físico e no tentar ter uma vida mais saudável, além de achar fundamental a interação e a socialização na reabilitação e reinserção social. Como mencionado anteriormente, tais percepções estão alinhadas com a lógica de uma saúde mental apoiada pelos dispositivos da RAPS, com ênfase em ações nos territórios e sobre uma perspectiva processual. Apesar das dificuldades e desafios sinalizados, a EF se apresenta, através destas profissionais, como uma área essencial e colaborativa no serviço de forma que suas ações estão em consonância com seus objetivos, princípios, diretrizes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho objetivou descrever as atividades relacionadas à EF que ocorrem nos CAPS de Pelotas/RS, bem como compreender as percepções das PEF sobre a própria inserção e atuação. Para tratar das limitações deste estudo, destaca-se que as entrevistas das três PEF não pretendem representar a realidade dos demais profissionais ou serviço em sua totalidade em nível municipal. Assim, sugere-se que outros estudos abordem o assunto englobando descrições mais amplas ou também os demais profissionais de saúde e/ou usuários do serviço. Enquanto pontos fortes, ressalta-se a possibilidade de compreender um cenário local com maior profundidade por meio de uma abordagem qualitativa, abordando aspectos relacionados à formação, inserção profissional, atuação e os sentidos e significados atribuídos a todos esses aspectos. Estudos descrevendo a atuação dos profissionais de Educação Física nos CAPS tem o potencial de colaborar com futuras pesquisas e com a ampliação dessa inserção profissional.

De modo geral, as entrevistadas têm suas atuações bem definidas enquanto núcleo e campo da saúde em um contexto de trabalho multiprofissional, apresentando elementos importantes sobre a pertinência, contribuição e consolidação da EF no serviço. Destaca-se, ainda, a necessidade de maior valorização do SUS e da busca por garantia da qualidade no atendimento dentro dos CAPS, fornecendo infraestrutura adequada, formação qualificada e atuação multiprofissional, alinhadas ao princípio de integralidade da saúde, superando ações estanques e pontuais.

DISPONIBILIDADE DE DADOS

Não se aplica.

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Editado por

  • Editores:
    Christiane Garcia Macedo, Fernando Resende Cavalcante, Jhennifer Luiza Machado Pimenta, Pedro Otavio Pimpim Bezerra.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    10 Nov 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    12 Maio 2025
  • Aceito
    13 Set 2025
Creative Common - by 4.0
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/), que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.
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