RESUMO
Este estudo investigou as diferenças de gênero na autoria de artigos científicos sobre o lazer no campo da Educação Física e do lazer no Brasil. Foram analisados 1021 artigos publicados entre 2000 e 2022 em 33 periódicos, com identificação do gênero das autoras e autores. Os resultados apontam para um equilíbrio numérico na participação das mulheres mais avançado que em outras áreas. No entanto, a menor presença de mulheres entre os pesquisadores mais produtivos evidencia a persistência de desigualdades estruturais, indicando que o avanço em direção à equidade de gênero ainda demanda esforços contínuos.
Palavras-chave:
Mulheres; Desigualdade de gênero; Lazer; Atividades científicas e tecnológicas
ABSTRACT
This study investigated gender differences in the authorship of scientific articles on leisure within the fields of Physical Education and leisure studies in Brazil. A total of 1,021 articles published between 2000 and 2022 in 33 journals were analyzed, with the gender of authors identified. The results reveal a numerical balance in the participation of women more advanced than in other fields. However, the lower presence of women among the most productive researchers highlights the persistence of structural inequalities, indicating that progress toward gender equity still requires continuous efforts.
Keywords:
Women; Equality of the genders; Leisure; Scientific and technical activities
RESUMEN
Este estudio investigó las diferencias de género en la autoría de artículos científicos sobre el ocio en los campos de la Educación Física y los estudios del ocio en Brasil. Se analizaron 1.021 artículos publicados entre 2000 y 2022 en 33 revistas, con identificación del género de autoras y autores. Los resultados revelan un equilibrio numérico en la participación de las mujeres más avanzado que en otros campos. Sin embargo, la menor presencia de mujeres entre los investigadores más productivos evidencia la persistencia de desigualdades estructurales, lo que indica que el avance hacia la equidad de género aún requiere esfuerzos continuos.
Palabras-clave:
Mujeres; Brecha de género; Ocio; Actividades científicas y tecnológicas
DESIGUALDADES ESTRUTURAIS
As relações de gênero têm historicamente moldado as dinâmicas sociais, econômicas e culturais, revelando desigualdades persistentes, mesmo em contextos de avanços sociais. Em diversas culturas, as mulheres frequentemente enfrentam desvantagens estruturais em relação aos homens, não por falta de competência, mas devido às construções sociais relacionadas ao gênero (Vokić et al., 2019). Apesar de avanços significativos em múltiplas esferas impulsionados por mudanças sociais, novos valores e legislações, essas desigualdades continuam a se manifestar explícita e implicitamente. No contexto acadêmico do século XXI, as mulheres permanecem sub-representadas em instituições de pesquisa e cargos administrativos, enfrentando trajetórias mais lentas de promoção em comparação aos homens (Jenkins et al., 2022). Esse cenário reflete um legado de exclusão das mulheres e a predominância histórica de estruturas criadas por homens no meio acadêmico (Carr e Carr, 2023).
Entre os principais desafios enfrentados pelas mulheres na ciência, destaca-se o fenômeno do teto de vidro, uma metáfora que descreve as barreiras invisíveis que dificultam o acesso a posições de liderança e prestígio (Lima, 2008). Embora a presença delas na pesquisa tenha crescido nas últimas décadas, persistem mecanismos sutis e estruturais que restringem sua ascensão, como a desigualdade na distribuição de financiamentos, a menor visibilidade de suas publicações e a baixa representatividade em comitês e redes acadêmicas de poder (Carr e Carr, 2023; Lima, 2008). Entretanto, os desafios enfrentados pelas mulheres na ciência não se limitam a uma única barreira no topo da carreira, em vez disso, a trajetória das mulheres é semelhante a um labirinto (Barreira, 2021; Carli e Eagly, 2016) ou um labirinto de cristal, onde os obstáculos não estão localizados apenas no momento da ascensão à liderança, mas ao longo de toda a jornada acadêmica (Lima, 2008; Barreira, 2021). Desde a inserção no meio científico até a consolidação da carreira, as mulheres enfrentam um percurso repleto de desvios, exigências extras e mecanismos de exclusão, que tornam seu progresso mais árduo e demorado (Lima, 2008). Diferentemente do teto de vidro, que pressupõe uma barreira única a ser quebrada, o labirinto de cristal ilustra um sistema de dificuldades interconectadas, no qual as cientistas precisam traçar estratégias constantes para avançar, superar resistências e legitimar seu espaço (Lima, 2008).
Paradoxalmente, a participação das mulheres na ciência tem apresentado crescimento notável nas últimas décadas, com um aumento expressivo no número de publicações, apesar da equidade plena de gênero ainda encontrar obstáculos (van der Linden et al., 2024; Santiago et al., 2020; Winslow e Davis, 2016). Dados recentes apontam que, há 20 anos, as mulheres representavam apenas 29% das pesquisadoras ativas1, percentual que alcançou 41% em 2022, embora com variações significativas entre áreas do conhecimento e países (van der Linden et al., 2024). Contudo, essa expansão não se traduziu integralmente na autoria de publicações, onde a participação das mulheres era de 23% em 2002 e 35% em 2022 (van der Linden et al., 2024), evidenciando que o labirinto de cristal continua a impor desafios à consolidação da produção científica das mulheres, o que é identificado no Gráfico 1.
Tendência na proporção de autoria por mulheres e proporção de autoras ativas. Fonte: Adaptado de Scopus e Namsor data (van der Linden et al., 2024).
Além das desigualdades estruturais no acesso e na permanência no campo científico, homens continuam dominando posições editoriais (Aitchison, 2001; Lundine et al., 2018; Mendes e Figueira, 2019), revisões de periódicos (Lundine et al., 2018) e são frequentemente mais citados no início de suas carreiras, embora essa disparidade tenda a diminuir com o tempo (van der Linden et al., 2024). Soma-se a isso o peso das expectativas sociais relacionadas à conciliação entre carreira e vida familiar, que frequentemente impõem um ônus desproporcional às mulheres, afetando diretamente suas oportunidades de progressão. Questões como a sobrecarga de responsabilidades domésticas e familiares agravam essas dificuldades, e muitas pesquisadoras relatam sentimentos de culpa por não conseguirem corresponder às exigências impostas à maternidade e à vida acadêmica (Lima, 2008; Silva e Ribeiro, 2014). Nesse cenário, a maternidade tende a impactar negativamente as trajetórias profissionais, sobretudo pela queda na produtividade científica observada após o nascimento dos filhos, o que representa um obstáculo relevante à continuidade e ao reconhecimento da carreira das cientistas (Ferreira et al., 2024).
Por outro lado, certas áreas do conhecimento, como Humanidades, Ciências Biológicas e Ciências da Vida, apresentam maior equilíbrio de gênero, enquanto outras, como Engenharia, Matemática e Física, ainda registram baixa representatividade das mulheres (Santiago et al., 2020). Por exemplo, as mulheres são maioria em disciplinas como Enfermagem (68%), Psicologia (61%) e Imunologia e Microbiologia (52%), mas minoria em campos como Matemática (27%), Engenharia (28%) e Física e Astronomia (28%) (van der Linden et al., 2024), o que evidencia uma divisão marcada por estereótipos de gênero, em que às mulheres são atribuídas áreas relacionadas ao cuidado, enquanto os homens predominam nos campos ligados à lógica. No panorama internacional, países como Portugal (52%), Argentina (52%) e Brasil (49%) se destacam na proporção de pesquisadoras ativas, ao passo que Japão (22%), Egito (30%) e Índia (33%) apresentam os índices mais baixos (van der Linden et al., 2024). No entanto, mesmo em áreas com maior paridade numérica, as mulheres continuam enfrentando práticas de assédio, invisibilização e subalternização, reflexo de uma representação androcêntrica da ciência que continua a perpetuar estereótipos e restringir a equidade de oportunidades (Ferreira et al., 2024; Oliveira et al., 2021).
Para exemplificar, no contexto brasileiro, a concessão das bolsas de produtividade em pesquisa, oferecidas pelo CNPq, configura-se como um dos principais mecanismos de reconhecimento e hierarquização na carreira científica, ao institucionalizar um perfil de excelência baseado em critérios de desempenho e visibilidade acadêmica (Oliveira et al., 2021). Essas bolsas não apenas garantem financiamento direto, mas também ampliam significativamente as possibilidades de acesso a comitês avaliadores, editais exclusivos, redes de pesquisa e posições de prestígio na comunidade científica. Apesar de avanços na presença de mulheres em diversos campos – e mesmo da predominância de mulheres em alguns –, persiste uma desigualdade estrutural na distribuição das bolsas, especialmente nas áreas que concentram maior volume de investimento e infraestrutura, com as mulheres se concentrando justamente nas áreas com menor número de bolsas, o que evidencia a permanência de um sistema de recompensas desproporcional (Ferreira et al., 2024).
Ademais, as desigualdades de gênero no campo científico não se restringem apenas à distribuição de recursos ou à sub-representação em cargos de prestígio, mas também atravessam os próprios campos de produção do conhecimento. Considerando a crescente participação das mulheres em distintas esferas sociais e no campo científico, observa-se um avanço – ainda que gradual – das investigações que abordam as questões de gênero no âmbito da Educação Física e do lazer. No Brasil, os estudos sobre gênero na Educação Física emergem ao final da década de 1980, ganhando maior expressividade nos anos 1990, impulsionados pela consolidação de programas de pós-graduação e pela ampliação da produção acadêmica (Devide et al., 2010). As temáticas mais recorrentes nesse campo envolviam o ensino, os estereótipos e identidades de gênero, os processos de inclusão e exclusão e as representações midiáticas (Devide et al., 2010).
Nas últimas décadas, as discussões sobre gênero no campo da Educação Física têm se intensificado e diversificado, abrangendo distintas práticas corporais, experiências pedagógicas e dinâmicas de resistência e exclusão. Estudos recentes têm investigado, por exemplo, as experiências de gênero e a construção de feminilidades entre mulheres atletas do levantamento de peso (Fernandes Soares et al., 2018; Soares et al., 2017), a participação feminina em eventos esportivos de grande visibilidade, como a Travessia Mar Grande-Salvador (Bahia e Silva, 2018) e as tensões relacionadas à masculinidade em práticas tradicionalmente femininas, como a dança, a partir do caso de um menino praticante de balé e hip-hop (Wenetz e Macedo, 2019).
Além das investigações empíricas, a própria produção científica sobre gênero na Educação Física tem sido objeto de análise, com mapeamentos que identificam tendências, lacunas e recorrências temáticas no campo (Pereira et al., 2021). Nesse sentido, destacam-se também os embates político-institucionais em torno da criação do Grupo de Trabalho Temático Gênero no Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, o que evidencia as disputas pela legitimação dessa agenda no interior da própria comunidade científica (Costa e Neves, 2022). Outras contribuições relevantes abordam as possibilidades e limitações do tratamento das questões de gênero e violência em projetos sociais, com base na pedagogia freireana (Pelluso et al., 2021), ampliando as perspectivas críticas sobre intervenções no contexto da Educação Física. Em nível internacional, destaca-se ainda uma pesquisa realizada em Portugal, que analisou a participação de homens e mulheres em cursos superiores da área do esporte, considerando indicadores como frequência, desempenho acadêmico e escolhas de candidatura (Faria e Batista, 2021).
Especificamente sobre o lazer, no início da década de 2010, emergiram estudos que aprofundaram a compreensão das desigualdades de gênero nesse campo, abordando, por exemplo, as barreiras no acesso das mulheres ao Programa Esporte e Lazer da Cidade (Goellner et al., 2010), os desafios enfrentados por mulheres no cenário esportivo de Porto Alegre (Mazon et al., 2010) e as diferenças nas experiências de lazer entre homens e mulheres trabalhadoras de cooperativas (Tejera et al., 2013). Outras pesquisas focaram nas restrições impostas às mulheres em seus momentos de lazer (Barbosa et al., 2013), nas representações femininas no cinema (Fortes, 2014; Gomes, 2019, 2016; Gomes et al., 2016) e na construção social de feminilidades em bairros populares favelizados (Viana, 2016). Estudos subsequentes exploraram as razões que levam mulheres jovens a aderir à prática do surfe (Pereira et al., 2017), as interações sociais que constroem novas feminilidades (Chan-Vianna e Moura, 2017) e o empoderamento feminino por meio das práticas corporais (Cavalcanti et al., 2018).
Mais recentemente, investigações sobre o estado de humor de mulheres idosas e a importância do lazer em suas vidas foram conduzidas (Silva et al., 2019), assim como o consumo de lazer por mulheres de baixa renda em seu cotidiano (Batinga e Pinto, 2019) e a participação feminina no futebol nas primeiras décadas do século XX (Silva e Rosa, 2020). Além disso, estudos analisaram as práticas de lazer de mulheres durante a pandemia de COVID-19 (Mayor et al., 2020), os discursos de mulheres na prática da vaquejada (Santos et al., 2020) e o papel do Clube de Mães para a sociabilidade de mulheres camponesas (Wedig et al., 2020).
Este panorama reflete o aumento do interesse pela temática de gênero no campo científico, evidenciado pelo número crescente de publicações. Contudo, apesar desse crescimento, esses números ainda são baixos considerando o volume total de publicações no que diz respeito especificamente aos periódicos do lazer (Cunha e Carvalho, 2021). Ademais, embora existam diversos estudos que, sob diferentes perspectivas, abordaram a questão de gênero em correlação com a Educação Física e o lazer, ainda não foi realizada uma análise específica sobre as diferenças de gênero na autoria de artigos científicos sobre o lazer no campo científico brasileiro. No entanto, dois estudos em língua inglesa exploraram essa perspectiva no contexto anglo-saxônico.
Aitchison (2001), por exemplo, conduziu uma auditoria sobre a segregação sexual na autoria de 1784 artigos em uma amostra de seis periódicos da área de lazer e turismo. A pesquisa revelou que, entre 1982 e 1997, a proporção de autores para autoras em artigos revisados por pares era de quatro para um, além de destacar que o corpo editorial desses periódicos era amplamente dominado por homens, evidenciando que a produção científica no campo do lazer era, predominantemente, um espaço de homens.
Em outro estudo, Carr e Carr (2023) investigaram as diferenças no número de publicações entre mulheres e homens ao longo de 50 anos, analisando oito periódicos com processo de avaliação duplo-cego, focados no campo do lazer. Os resultados mostraram um progresso considerável em direção ao equilíbrio de gênero nas publicações, embora o desequilíbrio histórico persista, com a maioria das publicações sendo de autoria de homens. Apenas em 1985 as mulheres representaram mais de 20% das autoras nos periódicos, e nove anos depois esse número aumentou para 30%. Em 2003, a porcentagem ultrapassou 40%, e somente em 2019 as mulheres superaram os 50% da produção.
Diante da ausência de estudos que analisem especificamente a realidade brasileira, surge a seguinte questão: Há equilíbrio de gênero na autoria de artigos científicos sobre o lazer no campo da Educação Física e do lazer no Brasil? Para responder essa questão este estudo investigou as diferenças de gênero na autoria de artigos científicos sobre o lazer no campo da Educação Física e do lazer no Brasil.
METODOLOGIA
Antes de identificarmos o gênero das pesquisadoras e pesquisadores que publicam sobre o lazer, foi necessário determinar em quais periódicos essa produção está distribuída. Para isso, selecionamos os periódicos Licere e Revista Brasileira de Estudos do Lazer, que têm como foco central a discussão sobre o tema. Além disso, incluímos periódicos da Educação Física, uma vez que, historicamente, essa área tem sido a principal responsável pela publicação e debate sobre o lazer no Brasil (Gomes, 2003; Gomes e Elizalde, 2012; Melo, 2004; Melo e Alves, 2012; Serejo e Isayama, 2019, 2018).
Para identificar esses periódicos, utilizamos a Plataforma Sucupira (Brasil, 2025), realizando uma busca na área de avaliação da Educação Física, considerando a classificação realizada entre 2017 e 2020. A partir dessa busca, utilizamos uma planilha com todos os periódicos avaliados pela área, totalizando 2875 revistas. Em seguida, extraímos os números ISSN desses periódicos e os verificamos no Portal ISSN para identificar quais tinham sede no Brasil. Após isso, acessamos seus sites para verificar se eles publicavam em português e realizamos a leitura do foco, do escopo e da capa de cada um para verificar se o termo “Educação Física” estava presente nesses espaços. Como resultado, 42 periódicos foram selecionados. Desses, 11 estavam inativos e foram excluídos, restando 31. Dessa forma, foram selecionados 33 periódicos para esta pesquisa.
Após a identificação dos periódicos, realizamos a busca pelo termo “lazer” no título dos artigos publicados nesses locais. Selecionamos os artigos publicados entre 2000 e 2022, totalizando 1021 textos distribuídos entre os periódicos. Em seguida, coletamos os nomes das autoras e autores, organizando-os em tabelas no software Excel. O total de autoras e autores foi 1522, com 2684 autorias nos artigos. A diferença entre o número de autoras e autores e o número de autorias ocorreu devido ao fato de que alguns/mas autores/as publicaram mais de um texto. Esse processo foi realizado entre 18 de junho de 2023 e 21 de julho de 2023 e os periódicos selecionados em conjunto com seu número de publicações estão apresentados no Quadro 1.
Posteriormente, os nomes das autoras e autores foram analisados para identificar o gênero. Vale destacar que, embora reconheçamos a fluidez e complexidade das questões de gênero, optamos por classificar as autoras e autores apenas como mulheres ou homens, devido à limitação dos dados disponíveis nos artigos. Nos casos em que os nomes poderiam gerar dúvidas, realizamos uma pesquisa na internet e no Lattes das pesquisadoras e pesquisadores para determinar de forma mais precisa. Esse processo foi conduzido entre 3 de março de 2024 e 22 de abril de 2024.
EQUILÍBRIOS NUMÉRICOS
Ao longo da introdução, discutimos as dificuldades históricas enfrentadas pelas mulheres para permanecerem e publicarem no campo científico, destacando que, por muito tempo e ainda hoje, a presença das mulheres foi e é uma exceção em várias áreas do conhecimento. Esse cenário é corroborado por diversos estudos, que apontam a ciência como um espaço predominantemente masculino (Aitchison, 2001; Carr e Carr, 2023; van der Linden et al., 2024; Lundine et al., 2018; Mendes e Figueira, 2019; Santiago et al., 2020; Silva e Ribeiro, 2014; Winslow e Davis, 2016). No entanto, ao analisarmos a produção sobre o lazer, as evidências apontam para um movimento distinto: uma participação mais equilibrada entre os gêneros, embora as mulheres ainda estejam em desvantagem na autoria dos artigos científicos. Além disso, Aitchison (2001) já havia observado que os estudos sobre lazer apresentavam menos problemas com disparidades nas publicações entre os gêneros do que outras áreas do conhecimento e, com base nos dados apresentados, provenientes de diversas fontes e da presente pesquisa, é possível afirmar que, apesar das desigualdades históricas na academia, a produção sobre o lazer no campo científico está mais avançada do que a maioria das outras áreas de pesquisa no que tange à participação das mulheres, com elas participando 1329 vezes nas publicações e os homens 1355. As porcentagens podem ser constatadas no Gráfico 2.
Adicionalmente, em relação a essas publicações, é possível observar mudanças de protagonismo na produção ao longo do tempo, com homens e mulheres alternando a liderança na produção, assim como ilustrado nos Gráficos 3 e 4.
De acordo com os dados fornecidos pela Elsevier (van der Linden et al., 2024) as mulheres conseguiram expandir sua participação na ciência, refletindo um movimento gradual, mas consistente, em direção à maior equidade de gênero, que tem se consolidado em algumas áreas do conhecimento. Esse movimento de maior participação das mulheres também impactou o campo científico da Educação Física e do lazer, como ilustrado nos gráficos anteriores, e é evidente o avanço em direção a uma maior igualdade de gênero, especialmente quando comparado a outras áreas de pesquisa.
Apesar das barreiras históricas enfrentadas pelas mulheres na ciência, como a dupla jornada de trabalho, a maternidade, o preconceito, a discriminação de gênero (Silva e Ribeiro, 2014), em diversos anos, como 2001, 2002, 2003, 2010, 2011, 2013, 2014, 2016, 2020 e 2021, as mulheres superaram os homens na autoria de artigos, refletindo uma inversão da lógica dominante de exclusão das mulheres que ainda persiste em muitas disciplinas. Nos anos de 2004, 2006 e 2017, observamos, inclusive, um equilíbrio, com a produção científica sendo igualmente distribuída entre os gêneros. Ao analisar essa similaridade no número de publicações, reconhecemos um avanço significativo, principalmente quando se considera a histórica sub-representação das mulheres no campo científico.
Ademais, é essencial refletirmos sobre o espaço ocupado pelas pesquisadoras no Brasil em comparação com o cenário internacional. Por exemplo, a primeira vez em que as mulheres publicaram mais que os homens em periódicos internacionais de língua inglesa sobre o lazer foi em 2019 (Carr e Carr, 2023), enquanto no Brasil esse feito ocorreu já em 2001, com as mulheres publicando 11 artigos e os homens três. Esse dado revela que, no contexto brasileiro, a produção sobre o lazer demonstrou uma maior participação das mulheres bem antes disso ocorrer internacionalmente, sugerindo que o campo da Educação Física e do lazer no Brasil estão mais avançados em termos de equilíbrio de gênero do que a produção internacional. Inclusive, o Brasil enfrenta, por vezes, um fenômeno de valorização excessiva do conhecimento internacional, frequentemente atribuindo maior prestígio e qualidade às publicações estrangeiras. Esse viés se reflete nas avaliações acadêmicas e na hierarquização dos periódicos, nos quais publicações em inglês tendem a receber classificações superiores em comparação às revistas nacionais. No campo do lazer, por exemplo, o Annals of Leisure Research foi classificado como A1 na avaliação realizada pelo Qualis-periódicos entre 2017 e 2020, enquanto Leisure Studies e Leisure Sciences receberam A2. Em contrapartida, periódicos brasileiros como Licere e Revista Brasileira de Estudos do Lazer foram avaliados como B2 e B3, respectivamente, evidenciando a desigualdade na valorização do conhecimento produzido em diferentes contextos linguísticos e geográficos. Essa tendência pode obscurecer os avanços científicos nacionais e minimizar as especificidades e potencialidades do lazer no Brasil. No entanto, uma análise mais aprofundada dos dados revela que o país tem se destacado positivamente em termos de igualdade de gênero na produção científica, não apenas no lazer, mas em diversas áreas do conhecimento (van der Linden et al., 2024). Todavia, ainda assim, persistem desafios para alcançar uma equidade plena na ciência, tornando essencial uma revisão crítica dos critérios de valorização acadêmica e um reconhecimento mais amplo das contribuições nacionais.
Além disso, as variações anuais observadas exigem uma reflexão mais aprofundada sobre os fatores que podem ter influenciado essas oscilações. O aumento das publicações das mulheres em determinados anos pode estar relacionado a políticas de incentivo à participação das mulheres na ciência ou a eventos que promoveram a inclusão de mais mulheres no campo científico, como ocorreu em 2021, quando a Licere dedicou um número especial a pesquisadoras (Alves et al., 2021). Por outro lado, a queda ou o equilíbrio em outros anos pode ser explicada por outros fatores, como a estabilidade das estruturas de poder dominadas historicamente por homens, que ainda podem influenciar a distribuição das publicações. Outro fator que merece destaque foi a queda mais acentuada observada em 2022, o que pode ser um reflexo da pandemia de COVID-19, que impactou o lazer de mulheres (Mayor et al., 2020) e levou muitas pesquisadoras a interromperem suas atividades e ficarem mais tempos em suas casas sendo, particularmente, mais impactadas pelos cuidados com a família e com o lar, responsabilidades historicamente associadas às mulheres (Silva e Ribeiro, 2014).
Apesar de certo equilíbrio produtivo ao longo do intervalo temporal da pesquisa – 2000 até 2022 – é basilar analisar a participação das mulheres na produção científica a partir de diferentes recortes temporais, a fim de identificar alterações e tendências. Ao comparar os percentuais de produção científica nos períodos de 2000 até 2010, 2011 até 2022 e no total de 2000 até 2022, percebemos que a diferença entre os gêneros tem se estreitado do ponto de vista percentual.
A comparação dos dados entre os períodos de 2000 e 2010 e 2011 e 2022 mostra que, apesar da leve predominância dos homens no início do período, com 244 participações deles contra 235 participações delas entre 2000 e 2010, na década seguinte os homens participaram 1111 vezes e as mulheres 1094, o que significa um aumento, mesmo que pequeno, na porcentagem da produção delas, como demonstrado nos Gráficos 5 e 6. Esse movimento gradual sugere que, embora as mulheres ainda não tenham alcançado a paridade, do ponto de vista dos números totais em número de publicações, sua presença na produção sobre o lazer tem se consolidado, o que representa um avanço significativo tanto para o campo quanto para a ciência como um todo.
Além do mais, é fundamental a análise dos pesquisadores e pesquisadoras mais produtivos para compreender se há uma diferenciação entre os gêneros no estrato produtivo. Aqui, consideramos pesquisadoras e pesquisadores mais produtivos aquelas e aqueles que publicaram cinco artigos ou mais ao longo do intervalo temporal da pesquisa. Ao realizar esse recorte, identificamos os padrões de participação e se a produção científica está, de alguma forma, concentrada em determinado gênero. De acordo com os nossos dados, os pesquisadores mais produtivos participaram 420 vezes entre os artigos e as pesquisadoras 351. As porcentagens estão no Gráfico 7.
Porcentagem em publicação das pesquisadoras e pesquisadores mais produtivos entre 2000 e 2022. Fonte: dados da pesquisa.
Ao analisarmos a produção entre o estrato mais produtivo fica evidente que a distribuição é mais desequilibrada entre os/as pesquisadores/as de maior produtividade. Entre aqueles/as que publicaram cinco ou mais artigos, as mulheres representam 45,53% da produção (o número total é de 49,51%), enquanto os homens são responsáveis por 54,47% (o número total é de 50,49%). Essa diminuição na representatividade das mulheres pode ser atribuída a diversas razões históricas e estruturais que ainda impactam a academia. Dentre essas razões, destacam-se as desigualdades de gênero nas oportunidades de ascensão acadêmica e no acesso a recursos que favorecem uma maior produtividade científica (Jenkins et al., 2022; Lima, 2008). Além disso, a sobrecarga de responsabilidades, frequentemente atribuída às mulheres, como as tarefas domésticas e os cuidados familiares (Bonalume e Isayama, 2018; Silva e Ribeiro, 2014), pode limitar sua capacidade de manter uma produção científica em alta quantidade. Essas questões estruturais reforçam a maior prevalência deles entre os grupos de alta produtividade, mesmo em campos como a Educação Física e o lazer, onde se observa um equilíbrio maior de gênero em relação a outras áreas do conhecimento. Na Tabela 1 estão as pesquisadoras e pesquisadores mais produtivos.
Essa discrepância, no entanto, não deve obscurecer os avanços significativos observados na produção sobre o lazer. A forte presença das mulheres entre os pesquisadores que publicaram cinco ou mais artigos, juntamente com a posição de destaque de várias delas, reflete um maior equilíbrio de gênero na produção sobre o lazer no Brasil quando comparado a outras áreas do conhecimento e aos resultados internacionais. Esses dados evidenciam que as mulheres não estão apenas se inserindo de maneira cada vez mais ativa no campo, mas também conquistando espaços de liderança, apesar das barreiras ainda presentes e do labirinto de vidro que elas têm que enfrentar. Esse avanço deve ser reconhecido como uma vitória significativa, refletindo um movimento contínuo em direção à equidade de gênero na produção científica do lazer.
CONCLUSÕES E LIMITES DA PESQUISA
Este estudo investigou as diferenças de gênero na autoria de artigos científicos sobre o lazer no campo da Educação Física e do lazer no Brasil. A análise dos dados revelou que, embora esses campos estejam atravessados por desigualdades históricas, têm apresentado avanços relevantes na participação das mulheres. O número crescente de publicações delas e a aproximação entre os dois gêneros na autoria indicam um cenário de maior equilíbrio em comparação a outras áreas do conhecimento. No entanto, essa aproximação não configura uma igualdade plena. Trata-se de um movimento em construção que ainda demanda atenção às estruturas de poder que seguem moldando o campo científico, tanto no Brasil quanto no mundo. Um dado revelador é a menor participação das mulheres entre os pesquisadores mais produtivos, o que evidencia que o caminho rumo à equidade exige esforços contínuos. Para que a academia se torne um espaço verdadeiramente inclusivo, é fundamental ampliar o acesso a oportunidades, fortalecer redes de apoio e promover o reconhecimento equitativo das contribuições, de modo a mitigar os efeitos persistentes do labirinto de vidro enfrentado pelas mulheres.
Apesar dos avanços, esta pesquisa apresenta algumas limitações, como a ausência de uma abordagem mais aprofundada por meio de entrevistas com as pesquisadoras, o que permitiria compreender com mais precisão as barreiras enfrentadas na trajetória acadêmica e nos processos de publicação. Tal aprofundamento revelaria nuances que escapam aos dados quantitativos e traria à tona especificidades ainda pouco exploradas por estudos anteriores. Além disso, torna-se essencial investigar a composição dos corpos editoriais dos periódicos analisados, considerando que a equidade de gênero não deve se restringir ao espaço da autoria, mas alcançar também as instâncias institucionais que organizam e legitimam a produção científica. Historicamente, essas posições têm sido predominantemente ocupadas por homens, o que reforça a importância de uma análise crítica desse cenário. Para pesquisas futuras, recomenda-se ainda explorar a relação das mulheres com os periódicos – desde o processo de submissão até a avaliação – a fim de identificar barreiras institucionais e avaliar se esses espaços realmente oferecem condições equitativas e seguras para a participação das mulheres. Outro limite importante refere-se à adoção de uma visão binária de gênero. O debate sobre gênero tem se ampliado, incorporando múltiplas identidades que precisam ser reconhecidas e respeitadas. Além disso, é indispensável considerar outras dimensões interseccionais, como a raça, uma vez que mulheres negras, por exemplo, enfrentam barreiras adicionais que agravam as desigualdades já impostas pela condição de gênero.
Apesar dos avanços observados em comparação a outros campos, a produção científica sobre o lazer no Brasil ainda não alcançou a equidade plena entre os gêneros. O que se identifica é uma aproximação numérica, que não necessariamente reflete a superação das desigualdades estruturais. Assim, os progressos conquistados até aqui devem ser compreendidos como parte de um processo em construção – e não como um ponto final. A vigilância sobre as dinâmicas de publicação, representatividade e reconhecimento é fundamental para que esses avanços não se diluam com o tempo. Apenas por meio de uma postura ativa e comprometida com a transformação das estruturas acadêmicas será possível consolidar o campo da Educação Física e do lazer como um espaço verdadeiramente inclusivo, onde todas as contribuições, independentemente de gênero, possam ser reconhecidas, valorizadas e celebradas.
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Pesquisadoras ativas são aquelas que ocupam posições e/ou têm vínculos empregatícios em instituições de ensino ou pesquisa.
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FINANCIAMENTO
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001; do Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade de Brasília; do Decanato de Pós-graduação da Universidade de Brasília; e da Fundação de amparo à pesquisa do Distrito Federal.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
22 Set 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
25 Abr 2025 -
Aceito
15 Jul 2025














