Open-access Motivação e respostas afetivas de universitárias ao exercício físico domiciliar

Motivation and affective responses of university students to home-based physical exercise

Motivación y respuestas afectivas de estudiantes universitarios al ejercicio físico en casa

RESUMO

Este estudo analisou a correlação entre a motivação e as respostas afetivas agudas de 18 universitárias ao exercício físico domiciliar em intensidade auto selecionada. Após responderem ao BREQ-3, participaram de uma sessão de exercício físico remoto indicando suas respostas afetivas pela Feeling Scale. Verificou-se correlações entre a Regulação Integrada (r= 0,655** p<0,001), Motivação Intrínseca (r= 0,638** p<0,004) e a Resposta Afetiva. Dessa forma, motivações autônomas e autodeterminadas entre as universitárias estão correlacionadas a respostas afetivas positivas no exercício físico domiciliar. Esses achados sugerem que a motivação intrínseca e autodeterminada pode potencializar experiências agradáveis e promover a continuidade do exercício físico.

Palavras-chave:
Afeto; Exercício físico; Motivação; Teoria da autodeterminação

ABSTRACT

This study analyzed the correlation between motivation and acute affective responses of 18 university students to home-based physical exercise at self-selected intensity. After answering the BREQ-3, they participated in a remote physical exercise session indicating their affective responses using the Feeling Scale. Correlations were found between Integrated Regulation (r= 0.655** p<0.001), Intrinsic Motivation (r= 0.638** p<0.004), and Affective Response. Thus, autonomous and self-determined motivations among university students are correlated with positive affective responses to home-based physical exercise. These findings suggest that intrinsic and self-determined motivation can enhance pleasant experiences and promote the continuation of physical exercise.

Keywords:
Affect; Physical exercise; Motivation; Self-determination theory

RESUMEN

Este estudio analizó la correlación entre la motivación y las respuestas afectivas agudas de 18 estudiantes universitarios al ejercicio físico en casa a una intensidad autoseleccionada. Luego de responder al BREQ-3, participaron en una sesión de ejercicio físico a distancia indicando sus respuestas afectivas utilizando la Escala de Sentimientos. Se encontraron correlaciones entre la Regulación Integrada (r= 0,655** p<0,001), Intrínseca (r= 0,638** p<0,004) y Respuesta Afectiva. Así, las motivaciones autónomas y autodeterminadas de los estudiantes universitarios se correlacionan con respuestas afectivas positivas al ejercicio físico en casa. Estos hallazgos sugieren que la motivación intrínseca y autodeterminada puede potenciar las experiencias placenteras y promover la continuidad del ejercicio físico.

Palabras-clave:
Afecto; Ejercicio físico; Motivación; Teoría de la autodeterminación

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a prática de exercícios físicos domiciliares ganhou popularidade em diversos países, especialmente devido à pandemia de Coronavírus Disease 2019 (COVID-19) (ACSM, 2020; WHO, 2020a; Rodrigues et al., 2022). A prática tem recebido atenção significativa na literatura recente, destacando-se como uma tendência importante (Leite et al., 2021; Polero et al., 2020).

Contudo, destaca-se a atenção às possíveis alterações na motivação para a prática de exercícios físicos em ambiente domiciliar, sendo recomendado o estudo dos aspectos motivacionais envolvidos (Souza-Filho e Tritany, 2020; Oliveira et al., 2020). A motivação é um fator importante para a adesão e a manutenção da prática regular de exercícios físicos, influenciando diretamente tanto a frequência quanto a qualidade da experiência vivida (Ryan e Deci, 2017).

Diversos fatores, como o histórico de vida e as condições ambientais, afetam a motivação para a prática de exercício físico (Guedes e Mota, 2016). A identificação dos motivos subjacentes ao exercício físico permite elaboração de estratégias de incentivo mais eficazes, aumentando as chances de adesão a longo prazo (Guedes e Mota, 2016). O sexo é um marcador demográfico relevante neste sentido, uma vez que as mulheres tendem a apresentar uma diminuição na motivação para se exercitar (Leyton-Román et al., 2021; Lautenbach et al., 2021; Andersson et al., 2022). No contexto universitário, onde as mulheres demonstram níveis de atividade física significativamente inferiores ao dos homens (Zalech, 2021; Abdul Rahim et al., 2023) a compreensão de aspectos motivacionais envolvidos nesse contexto torna-se ainda mais importante (Guedes et al., 2012; Lima et al., 2024).

Diante disso, entender a motivação para a prática de exercícios físicos é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes que promovam a adesão à prática regular no ambiente domiciliar. Uma teoria bastante utilizada na pesquisa sobre motivação humana é a Teoria da Autodeterminação (TAD) (Deci e Ryan, 1985). Dentro da TAD, uma subteoria chamada teoria da integração organísmica é utilizada para explicar que diferentes tipos de motivação diferem qualitativamente ao longo de um continuum, em relação ao grau de autodeterminação ou à medida em que o comportamento é regulado por aspectos controladores (Ryan e Deci, 2002).

A TAD classifica três tipos de motivação: “amotivação”, motivação extrínseca e intrínseca (Deci e Ryan, 1985). A “amotivação” compõe uma extremidade do continuum e consiste na ausência de motivos para realizar alguma atividade (Ryan e Deci, 2000). A motivação extrínseca, situada entre a “amotivação” e a motivação intrínseca, é aquela em que o sujeito realiza determinada atividade com objetivos que não são próprios de sua vontade, enquanto a motivação intrínseca, no outro extremo do continuum é a forma de motivação mais autodeterminada ou autônoma. Quando intrinsecamente motivada, uma pessoa executa o comportamento por vontade própria porque parece, inerentemente, interessante ou agradável (Ryan e Deci, 2000).

Dentro da motivação extrínseca há quatro tipos de regulação. Essas divididas em regulação externa: não existe internalização e o exercício físico é praticado unicamente por conta de recompensas externas ou para satisfazer alguém de seu convívio; regulação introjetada: surge um mínimo de internalização e o exercício físico é praticado para evitar sentimentos de culpabilidade; regulação identificada: apresenta grau de internalização mais elevado quanto ao valor da conduta, de tal modo que o exercício físico é praticado em razão da importância e dos benefícios individuais que sua prática pode propiciar; e regulação integrada: existe maior grau de internalização e a prática de exercício físico é considerada como parte do seu estilo de vida (Guedes e Sofiati, 2015; Deci e Ryan, 2000).

A TAD preconiza ainda que, a motivação autodeterminada se origina da tendência inata dos indivíduos de satisfazer três Necessidades Psicológicas Básicas (NPBs): autonomia, competência e relacionamento (Ryan e Deci, 2002), que quando são apoiadas numa situação de exercício, também são experimentadas experiências afetivas mais positivas (Vallerand, 2000). As Respostas Afetivas, ou seja, como as pessoas se sentem durante e após o exercício, podem influenciar sua intenção de continuar praticando. O afeto tem sido explorado como um processo reflexivo (por exemplo, julgamentos afetivos, como prazer) ou um processo automático (por exemplo, associação afetiva) em diversas abordagens teóricas relacionadas ao exercício (Henriques e Teixeira, 2023). Respostas afetivas positivas predizem o comportamento futuro relacionado ao exercício (Kiviniemi et al., 2007; Williams et al., 2008; Teixeira et al., 2018).

As respostas afetivas agudas, ou seja, a mudança no prazer-desprazer autorrelatado, parecem ser predominantemente reguladas pela intensidade do exercício (Ekkekakis et al., 2005). Estudos indicam que a escolha da intensidade do exercício leva a maiores sentimentos de autonomia ou autodeterminação, que por sua vez melhoram o comportamento ou aumentam a persistência em uma tarefa comportamental (Ryan e Deci, 2006; Williams, 2008). Contudo, recomendações recentes sugerem que ainda há lacunas no entendimento sobre como fatores afetivos e motivacionais se inter-relacionam durante a prática de exercícios físicos (Silva, 2019).

Diante disso, este estudo analisou a motivação de universitárias para a prática de exercícios físicos e as relações com as respostas afetivas agudas no exercício físico domiciliar realizado em intensidade auto selecionada.

METODOLOGIA

O presente estudo trata-se de um estudo pré-experimental com delineamento transversal. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) (Protocolo CAAE: 47448221.6.0000.5526) e seguiu procedimentos éticos conforme a Resolução nº 466/2012.

Participantes

A amostra do estudo caracterizou-se como não-probabilística por conveniência, foi constituída por 18 mulheres saudáveis, fisicamente ativas, discentes de cursos de graduação da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Adotou-se os seguintes critérios de inclusão para esta pesquisa: idade entre 18 e 30 anos; prática regular de atividade física nos dois meses precedentes à coleta de dados; e respostas negativas a todas as questões do Physical Activity Readiness - Questionnarie (PAR-Q). Foram consideradas elegíveis para o estudo as universitárias com baixo risco cardiovascular. Os critérios de exclusão da pesquisa foram: presença de doenças cardiovasculares ou metabólicas auto reportadas ou atestadas por um médico; contraindicação ao exercício físico, auto reportada ou sugerida por um médico; uso de medicação contínua (à exceção de medicamentos anticoncepcionais); ser fumante; presença de distúrbios psiquiátricos auto reportados ou atestados por um médico; presença de dores ou condições osteomioarticulares que comprometessem a realização de exercícios; e impossibilidade ou indisponibilidade para cumprimento do protocolo experimental.

Instrumentos de recolha de dados

As regulações motivacionais foram obtidas por meio do Behavioral Regulation in Exercise Questionnaire – BREQ-3 (Guedes e Sofiati, 2015), um questionário baseado nos pressupostos da Teoria da Autodeterminação. A versão mais atual é concebida com 23 itens, precedidos pelo enunciado “Porque você pratica exercício físico?”, em que o respondente indica o grau de concordância que mais se ajusta ao seu caso, por intermédio de uma escala de medida tipo Likert de cinco pontos (0 = “Nada verdadeiro para mim”; 2 = “Algumas vezes verdadeiro para mim”; 4 = “Muito verdadeiro para mim”). Mediante tratamento dos escores atribuídos a cada item e com base no continuum de autodeterminação, torna-se possível identificar, dimensionar e ordenar seis subescalas de motivação: (a) amotivação; (b) motivação extrínseca de regulação externa; (c) motivação extrínseca de regulação introjetada; (d) motivação extrínseca de regulação identificada; (e) motivação extrínseca de regulação integrada; e (f) motivação intrínseca.

A valência afetiva foi medida usando a versão em português (Escala de Sentimentos) da Feeling Scale (Alves et al., 2019) desenvolvida, originalmente, por Hardy e Rejeski (1989). A FS consiste em uma escala bipolar de 11 itens que mede a resposta afetiva ao exercício; varia de -5 a +5 com âncoras que variam entre muito ruim (−5); neutro (0) e muito bom (+5); valores positivos representam prazer, enquanto valores negativos representam desprazer. A versão em português da FS utiliza a questão “Como você se sente agora?”.

Para caracterização da amostra foi aplicado um Formulário de Informações Pessoais; o Questionário de Prontidão para Atividade Física (Physical Activity Readiness Questionnarie -PAR-Q) foi utilizado foi utilizado para identificar a necessidade de avaliação da voluntária por um médico antes do início da atividade física, e, o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão curta: foi aplicado para classificação do nível de atividade física.

Procedimentos

O convite às voluntárias foi realizado a partir de divulgação da pesquisa em salas de aula e por meio de folder, distribuído pela universidade e compartilhado em grupos de alunos nas redes sociais. Esta etapa foi iniciada em dezembro de 2022. As discentes interessadas compareceram ao Laboratório de Psicofisiologia do Exercício, localizado no Parque Desportivo da UESC, onde recebiam informações sobre os riscos e benefícios em participar da pesquisa e esclarecimentos acerca dos procedimentos do estudo, assinavam o Termo Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e preenchia um formulário contendo questionários e o BREQ-3. Após responder ao formulário, a voluntária passava por avaliação antropométrica.

Após o procedimento inicial, a voluntária recebia instruções quanto à utilização da Feeling Scale e suas respectivas âncoras verbais, além de orientações acercam do uso do cardiofrequencímetro (Polar Verity Sense). Em seguida, eram demonstrados os exercícios da sessão de exercícios domiciliar nos quais a voluntária era convidada a realizá-los, sob supervisão e orientação detalhada dos movimentos e posturas, portando o cardiofrequencímetro e relatando para cada um dos exercícios as respostas experimentadas.

A sessão de exercícios foi organizada em conformidade com prescrições que foram recomendadas para o exercício físico em casa, incluindo exercícios aeróbicos complementados com exercícios de força com peso corporal para os principais grupos musculares (Oliveira et al., 2020; Hammami et al., 2022). A sessão de natureza mista (aeróbios e resistidos) e com uso do peso corporal, envolveu aquecimento com alongamentos dinâmicos e mobilidade geral (5 minutos), parte principal (30 minutos) e volta à calma com exercícios respiratórios e alongamentos (5 minutos). A parte principal foi composta por 10 exercícios multiarticulares envolvendo grandes grupos musculares, distribuídos em 5 blocos de dois exercícios cada, a serem realizados em duas séries de 30 segundos intercaladas por 60 segundos de recuperação passiva. No período mínimo de uma semana após a sessão de familiarização, cada voluntária participava da sessão experimental de exercícios físicos domiciliar em horário e ambiente da casa escolhido pela própria voluntária.

A sessão de exercícios era individual, realizada de maneira remota síncrona via Google Meet, por meio da apresentação de um vídeo produzido para a pesquisa contendo a sessão de exercícios completa, com orientação e acompanhamento de pelo menos dois dos pesquisadores da equipe. Ao ingressar na sala, a voluntária era orientada a ligar a câmera e o microfone, ligar o cardiofrequencímetro, colocá-lo no modo de gravação e posicioná-lo no antebraço. Em seguida, um dos pesquisadores apresentava e relembrava as imagens das escalas subjetivas que seriam apresentadas na referida sessão (a voluntária deveria responder verbalmente o número que melhor representava a sua sensação todas as vezes em que a escala surgisse na tela durante a sessão). Logo em seguida a participante recebia devida orientação sobre a intensidade (auto selecionada) em que deveria realizar os exercícios. Após as orientações, o vídeo contendo a sessão de exercícios completa era iniciado. O vídeo, gravado por um dos pesquisadores (profissional de Educação Física), foi editado com a inclusão da Feeling Scale acompanhada de áudio com a pergunta referente a escala. Para verificar a resposta afetiva, as voluntárias respondiam verbalmente o valor na Feeling Scale à pergunta “como você se sente agora?”. A pergunta era realizada antes da sessão (pré-exercício), ao final do alongamento, ao final da segunda série de cada exercício, e após a volta à calma.

Análise dos dados

A estatística descritiva envolveu a apresentação dos valores de média e desvio padrão para as variáveis. Foi realizado teste de normalidade Shapiro-Wilk para identificar se os dados eram aderentes à normalidade. A partir do resultado desse teste, verificada distribuição normal, foi identificada a necessidade de realizar testes paramétricos. Foi utilizada correlação de Pearson para medir a relação estatística entre as variáveis de Resposta Afetiva média em dez momentos da sessão versus motivação (BREQ-3). As análises estatísticas foram realizadas no SPSS versão 25.

RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta as características da amostra analisada no estudo, incluindo variáveis antropométricas e níveis de atividade física.

Tabela 1
Características gerais das participantes.

Participaram do estudo universitárias, matriculadas nos cursos de graduação em Educação Física, Biomedicina, Enfermagem, Ciências Biológicas, Pedagogia e Química, sendo grande parte da amostra composta por estudantes do curso de Licenciatura em Educação Física. Destas, apenas 28% tinham alguma ocupação além do curso de graduação no qual estavam matriculadas. Quanto ao Nível de Atividade Física, obtido através do IPAQ, a amostra do estudo foi composta por participantes classificadas como Muito ativas e Ativas. Os resultados da Tabela 2 mostram as médias e desvio-padrão obtidos pela amostra em cada um dos constructos do BREQ-3.

Tabela 2
Regulações motivacionais e IaD (BREQ-3) das participantes do estudo.

A amostra assinalou médias mais elevadas para as regulações mais autônomas e autodeterminadas, ordenadas da seguinte forma: motivação extrínseca de regulação identificada, motivação intrínseca e motivação extrínseca de regulação integrada. Em contrapartida, as regulações mais controladas somaram score menor, especialmente, a motivação extrínseca de regulação externa e amotivação, respectivamente.

O Gráfico 1 evidencia o comportamento da média da Resposta Afetiva das universitárias durante a sessão de exercícios, compreendendo, além dos dez momentos de exercício, pré-alongamento, pós-alongamento e volta a calma.

Gráfico 1
Médias das respostas afetivas agudas das participantes à sessão de exercícios em intensidade auto selecionada. 1º = Pré-alongamento; 2º = Pós-alongamento; 3º = corrida estacionária; 4º = Minhoca; 5º = Agachamento; 6º = Círculo com os braços; 7º = Polichinelo; 8º = Flexão de braços ajoelhada; 9º = Agachamento lateral alternado; 10º = Super Woman; 11º = Extensão de cotovelo; 12º = Abdominal; 13º = Volta a calma. Fonte: os autores.

A Resposta Afetiva das participantes se manteve positiva durante toda a sessão de exercícios, apresentando reduções pontuais apenas nas respostas após os exercícios de polichinelo, flexão de braços ajoelhada e extensão de cotovelo. Os momentos cujas respostas afetivas apresentaram médias mais elevadas foram os momentos iniciais e finais da sessão de exercícios. A correlação entre a Resposta Afetiva dos dez momentos de exercício e a motivação está expressa na Figura 1.

Figura 1
Diagramas de dispersão das correlações bivariadas entre a resposta afetiva média entre os dez exercícios e as regulações motivacionais (BREQ-3) durante a sessão em intensidade auto selecionada. *p<0,05, **p<0,001. RA = Resposta Afetiva; AMOTI = amotivação; REEX = motivação extrínseca de regulação externa; REIJ = motivação extrínseca de regulação introjetada; REID = motivação extrínseca de regulação identificada; REIG = motivação extrínseca de regulação integrada; MOTI = motivação intrínseca; IaD = Indice de Autodeterminação. Fonte: os autores.

Constatou-se uma correlação negativa, moderada e significativa (r= -0,491* p<0,039) entre a Motivação Extrínseca de Regulação Externa e a Resposta Afetiva. Constatou-se correlações positivas, moderadas e significativas (r= 0,655** p<0,001, r= 0,638** p<0,004), respectivamente, entre a Motivação Extrínseca de Regulação Integrada, Motivação Intrínseca e a Resposta Afetiva. O Índice de Autodeterminação apresentou correlação positiva, moderada e significativa com a Resposta Afetiva. Não foram encontradas correlações com Amotivação, Motivação Extrínseca de Regulação Introjetada e Motivação Extrínseca de Regulação Identificada e a Resposta Afetiva.

DISCUSSÃO

Foi constatada correlação positiva, moderada e significativa entre a Motivação Intrínseca e a Resposta Afetiva. Além disso, a Motivação Extrínseca de Regulação Integrada apresentou correlação positiva, moderada e significativa com a Resposta Afetiva. O Índice de Autodeterminação das participantes mostrou uma relação semelhante, indicando que regulações motivacionais mais autônomas estão associadas a respostas afetivas mais positivas durante o exercício. Esses resultados estão em conformidade com estudos anteriores, que demonstram que a motivação intrínseca favorece o aumento de estados afetivos positivos (Karageorghis et al., 1999; Shin et al., 2014; Teixeira et al., 2018). Pesquisas recentes reforçam que quando os participantes são mais motivados por propósitos ou com afeto positivo, tendem a se envolver em mais atividade física no período subsequente (Kekäläinen et al., 2024).

Constatou-se uma correlação negativa, moderada e significativa entre a Motivação Extrínseca de Regulação Externa e a Resposta Afetiva, indicando essa regulação como um preditor negativo para a Resposta Afetiva ao exercício. Na REEX não existe internalização e o exercício físico é praticado unicamente por conta de recompensas externas ou para satisfazer alguém de seu convívio (Guedes e Sofiati, 2015; Ntoumanis et al., 2021). Neste sentido, sugere-se que as recompensas ou pressões externas exercidas estão relacionadas a menor prazer durante os exercícios e, consequentemente, Respostas Afetivas menos positivas. Dessa forma, é importante promover incentivos de exercícios físicos de forma que as pessoas sejam engajadas e motivadas a participar por regulações internas, especialmente, pelo prazer, apoiando assim o envolvimento e a adesão ao exercício.

Não foram encontradas correlações com Motivação Extrínseca de Regulação Introjetada e Motivação Extrínseca de Regulação Identificada com a Resposta Afetiva. Apesar de apresentarem algum grau de internalização, elas ainda se enquadram como regulações externas (Cavicchiolo et al., 2022), o que pode explicar a ausência de correlação significativa entre essas regulações e as Respostas Afetivas observadas. A ausência de correlações entre a Amotivação e Resposta Afetiva ao exercício era esperado, tendo em vista que se caracteriza pela ausência de motivos para realizar alguma atividade (Ryan e Deci, 2000).

Os resultados para os valores de regulações motivacionais utilizando o BREQ-3 estão de acordo com demais estudos realizados com mulheres praticantes de exercícios (Canola e Chiminazzo, 2021), especialmente, universitárias (Duncan et al., 2010; Pinto et al., 2022). A amostra do presente estudo assinalou médias mais elevadas para as regulações mais autônomas e autodeterminadas, sinalizando a existência de estímulos internos para a prática de exercícios pelas voluntárias (Ryan e Deci, 2000; Luo et al., 2022). Destaca-se que a motivação para a prática de exercício físico também desempenha um papel crucial na vida universitária das voluntárias, influenciando diretamente sua qualidade de vida. A motivação influencia positivamente a qualidade de vida, autoestima, bem-estar social, psicológico e autonomia, trazendo benefícios que vão além do aspecto físico (Anversa et al., 2019; Graciano et al., 2021).

A intensidade do exercício, é considerada um dos principais determinantes da resposta afetiva ao exercício (Rose; Parfitt, 2010). Em condições de laboratório, como demonstrado por Ekkekakis e Petruzzello (2000), quando as pessoas são orientadas a escolher a intensidade do exercício, tendem a selecionar níveis que resultam em respostas afetivas positivas. De maneira semelhante, essa tendência também foi observada na prática de exercícios físicos domiciliar, onde respostas afetivas positivas foram mantidas durante toda a sessão.

Por outro lado, reduções da Resposta Afetiva observadas após exercícios como polichinelo, flexão de braços ajoelhada e extensão de cotovelo podem estar relacionadas à preferência por exercícios que envolvem a parte inferior do corpo (Nuzzo, 2023). Além disso, esses exercícios focam mais os músculos superiores, o que pode gerar maior sensação de esforço e desprazer durante a execução (Ryan e Deci, 2000). Apesar disso, é importante destacar que, em nenhum momento, a resposta afetiva foi negativa, indicando uma aceitação geral mesmo em exercícios mais desafiadores.

É fundamental também reconhecer o papel da motivação como um preditor relevante dessas respostas afetivas. Regulações motivacionais mais autônomas desempenham um papel significativo na melhoria das respostas afetivas, sendo parcialmente explicadas pela influência da motivação intrínseca (Teixeira et al., 2018). Achados recentes indicam que a motivação mais autônoma é um preditor mais forte de respostas afetivas do que a intensidade do exercício (White et al., 2025). Portanto, a escolha de atividades que sejam valiosas e alinhadas ao senso de identidade, pode promover respostas afetivas mais positivas imediatamente após a prática (White et al., 2025). Essas considerações têm implicações importantes para a prescrição de exercícios físicos, sugerindo que o alinhamento com as preferências pessoais pode potencializar os benefícios da prática regular, promovendo maior satisfação e adesão.

Embora esses achados contribuam para uma compreensão mais aprofundada da motivação e das respostas afetivas em universitárias fisicamente ativas, o estudo apresenta algumas limitações. Dentre elas, destaca-se o uso de uma amostra não probabilística, o que compromete a representatividade dos resultados. Além disso, o número reduzido de participantes exige cautela na generalização dos achados, restringindo sua generalização a um público mais amplo. O protocolo de exercícios adotado, de natureza intervalada e realizado exclusivamente com peso corporal, também restringe a aplicabilidade dos achados para outros protocolos de exercícios físicos ou populações distintas. Por outro lado, a homogeneidade da amostra, composta exclusivamente por mulheres, permite uma avaliação mais direcionada e contribui para conclusões mais consistentes, diferindo de estudos que focam nas diferenças entre os sexos, oferecendo uma perspectiva mais específica sobre esse grupo.

CONCLUSÕES

Os resultados evidenciaram que níveis mais elevados de motivações autônomas e autodeterminadas entre as universitárias estão correlacionados a respostas afetivas positivas no exercício físico domiciliar. Os achados sugerem que a motivação intrínseca e autodeterminada pode potencializar experiências agradáveis e promover a continuidade do exercício físico, e as médias mais elevadas para essas regulações sugerem que estratégias que favoreçam esse tipo de motivação podem ser particularmente eficazes no ambiente domiciliar.

Recomenda-se que estudos futuros aprofundem a análise de variáveis motivacionais e afetivas, explorando diferentes modalidades, intensidades e grupos, ampliando o entendimento sobre os achados e contribuindo para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes na promoção da adesão ao exercício físico em ambientes domiciliares.

DISPONIBILIDADE DE DADOS

Não se aplica.

  • FINANCIAMENTO
    O presente trabalho contou com apoio financeiro, por meio de bolsa de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB.

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Editado por

  • Editores:
    Christiane Garcia Macedo, Fernando Resende Cavalcante, Jhennifer Luiza Machado Pimenta.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Nov 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    08 Dez 2024
  • Aceito
    02 Jul 2025
Creative Common - by 4.0
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/), que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.
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