Acessibilidade / Reportar erro

Graduação em Educação Física: motivos de ingresso, interrupção e permanência em cursos de Licenciatura e Bacharelado

Graduation in physical education: reasons for admission, interruption and permanence in licentiate and bachelor courses

Grduación em educación física: motivos de admisión, interrupción y permanencia em cursos de grado y licenciatura

RESUMO

O presente estudo objetivou investigar os motivos de ingresso, interrupção e permanência em cursos de graduação em Educação Física (EDF) de Porto Velho/RO, comparando a Licenciatura (LIC) ao Bacharelado (BAC). Participaram 238 estudantes, que responderam ao questionário. Os motivos de ingresso mais citados foram identificação pessoal e profissional. A necessidade de prover o sustento próprio ou familiar foi o motivo de interrupção mais frequente. O principal motivo de permanência foi o gosto ou a identificação com a EDF. Estudantes de LIC apresentaram menor renda e maior frequência de interrupção do curso. Conclui-se que, embora haja significativas similaridades entre os cursos quanto às variáveis estudadas, existem diferenças entre eles que merecem ser consideradas.

Palavras-chave:
Educação Física; Universidade; Formação profissional; Graduação

ABSTRACT

The present study aimed to investigate the reasons for entering, interrupting and staying in undergraduate courses in physical education (EDF) in Porto Velho, comparing licentiate (LIC) and bachelor (BAC) students. 238 students participated, answering the questionnaire. The main reasons were personal identification and professional identification. The need to support themselves or the family was the most frequent reason for interruption. The main reason for staying was liking/identification with EDF. LIC students had lower income and higher frequency of course interruptions. It is concluded that although there are significant similarities between the courses regarding the variables studied, there are differences between them that deserve to be considered.

Keywords:
Physical Education; University; Professional qualification; Graduation

RESUMEN

Este estudio tuvo como objetivo investigar los motivos de ingreso, interrupción y permanencia en los cursos de graduación en Educación Física (EDF) en Porto Velho, comparando licenciatura (LIC) y bachillerato (BAC). Participaron 238 alumnos, respondiendo el cuestionario. Las razones más citadas para ingreso fueron identificación personal y profesional. La necesidad de proveer el sustento fue el motivo más frecuente de interrupción. La principal razón para permanencia fue el gusto/identificación con la EDF. Estudiantes de LIC presentaron menor renta familiar y mayor frecuencia de interrupción del curso. Se concluye que si bien existen similitudes significativas entre los cursos en cuanto a las variables estudiadas, existen diferencias entre ellos que merecen ser consideradas.

Palabras-clave:
Educación Física; Universidad; Formación profesional; Graduación

INTRODUÇÃO

Escolher um curso de graduação é uma tarefa complexa, visto que sua concretização envolve a articulação tanto de questões de ordem objetiva quanto subjetiva, caracterizando um processo que resulta da ponderação que o indivíduo faz sobre sua realidade concreta e suas pretensões futuras, o que pode ocorrer de forma consciente ou inconsciente (Aguiar, 2006Aguiar WMJ. A escolha na orientação profissional: contribuições da psicologia sócio-histórica. Psicol Educ. 2006;(23):11-25.; Krug e Krug, 2008Krug RR, Krug HN. Os diferentes motivos da escolha da Licenciatura em Educação Física pelos acadêmicos do CEFD/UFSM. EFDeportes. 2008;13(123):1-9.). Permeada, portanto, por motivos intrínsecos e extrínsecos ao sujeito, a citada tomada de decisão envolve o contexto sócio-histórico de vida, o amplo rol de influências recebidas ao longo de diferentes momentos, bem como as expectativas do sujeito em relação ao futuro (Razeira et al., 2014Razeira MB, Tavares FJP, Pereira FM, Ribeiro JAB, Machado CRC. Os motivos que levam à escolha do curso de Licenciatura em Educação Física e as pretensas áreas de atuação. Rev Mackenzie Educ Fis Esp. 2014;13(2):124-36.; Vale, 2006).

Conhecer os motivos principais de escolha por um curso de graduação é importante, sobretudo para as Instituições de Ensino Superior (IES), visto que eles frequentemente ajudam a explicar fatores que levam os estudantes a interromper o curso de graduação (Silva, 2007). Assim, identificar tais motivos pode auxiliar docentes e gestores a conhecer o perfil dos estudantes, o que pode contribuir para que as ações de estruturação do curso sejam coerentes com a realidade dos discentes, colaborando para uma formação profissional mais qualificada e sólida (Razeira et al., 2014Razeira MB, Tavares FJP, Pereira FM, Ribeiro JAB, Machado CRC. Os motivos que levam à escolha do curso de Licenciatura em Educação Física e as pretensas áreas de atuação. Rev Mackenzie Educ Fis Esp. 2014;13(2):124-36.; Krug e Krug, 2008Krug RR, Krug HN. Os diferentes motivos da escolha da Licenciatura em Educação Física pelos acadêmicos do CEFD/UFSM. EFDeportes. 2008;13(123):1-9.).

Entende-se que, além dos motivos de ingresso, os motivos de permanência apresentados por esses estudantes representam informação potencialmente útil às IES. Nesse cenário, a presente pesquisa voltou-se a investigar os motivos de ingresso e permanência de estudantes de graduação em Educação Física (EDF). Trata-se de um curso que está entre os dez que mais concentra matrículas no país (Brasil, 2020aBrasil. Sistema de Seleção Unificada. Relatório de inscrições e notas de corte 1/2020. Brasília; 2020a.) - fenômeno que pode ser consequência de fatores como: a) aumento da procura por uma vida saudável por parte da população (Daskalopoulou et al., 2017Daskalopoulou C, Stubbs B, Kralj C, Koukounari A, Prince M, Prina AM. Physical activity and healthy ageing: A systematic review and meta-analysis of longitudinal cohort studies. Ageing Res Rev. 2017;38:6-17. http://dx.doi.org/10.1016/j.arr.2017.06.003. PMid:28648951.
http://dx.doi.org/10.1016/j.arr.2017.06....
); e b) abrangência de campos de atuação possíveis para o profissional da área (CONFEF, 2022CONFEF: Conselho Federal de Educação Física. Resoluções [Internet]. 2022 [citado em 2020 Nov 3]. Disponível em: https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/
https://www.confef.org.br/confef/resoluc...
).

Embora o número anual de ingressantes no curso de EDF seja expressivo, grande parte deles não o conclui. Em pesquisa realizada no curso de Licenciatura (LIC) em EDF da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) no ano de 2017, Álvares (2017)Álvares J Jr. Evasão universitária no curso de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia [trabalho de conclusão de curso]. Porto Velho: Universidade Federal de Rondônia; 2017. identificou que, dos 368 indivíduos que ingressaram no curso entre 2005 e 2013, apenas 38,31% obtiveram titulação, enquanto 46,19% se evadiram do curso. Quando a comparação é realizada com outros cursos da área da saúde, as taxas de evasão em EDF também se mostram mais elevadas (Hoffmann et al., 2019Hoffmann IL, Nunes RC, Muller FM. As informações do Censo da Educação Superior na implementação da gestão do conhecimento organizacional sobre evasão. Gest Prod. 2019;26(2):e2852. http://dx.doi.org/10.1590/0104-530x-2852-19.
http://dx.doi.org/10.1590/0104-530x-2852...
). Nesse sentido, o fenômeno da evasão e suas causas precisam ser identificados e analisados, visto que suas consequências se revelam negativas, tanto para as IES quanto para a sociedade. Desperdício de capacidade voltada à formação e capacitação, menor eficiência das instituições, prejuízos no orçamento e na sua oferta educativa, além de baixa quantidade de pessoal qualificado, são alguns dos impactos (Prestes e Fialho, 2018Prestes EMT, Fialho MGD. Evasão na educação superior e gestão institucional: o caso da Universidade Federal da Paraíba. Ensaio Aval Polít Publicas Educ . 2018;26(100):869-89. https://doi.org/10.1590/S0104-40362018002601104.
https://doi.org/10.1590/S0104-4036201800...
).

Diante das questões expostas, a presente pesquisa teve como objetivo investigar os motivos de ingresso, interrupção e permanência em cursos de graduação em EDF de Porto Velho/RO, comparando a LIC ao Bacharelado (BAC).

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa caracteriza-se como observacional e transversal, visto que os dados foram obtidos em um momento único, sem intervir ou modificar qualquer aspecto em estudo (Hochman et al., 2005Hochman B, Nahas FX, Oliveira RS Fo, Ferreira LM. Desenhos de pesquisa. Acta Cir Bras. 2005;20(Supl. 2):2-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-86502005000800002. PMid:16283019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-86502005...
). Quanto à abordagem, a pesquisa é do tipo quanti-qualitativa, pois utilizou técnicas qualitativas para a interpretação das respostas obtidas e empregou ferramentas da estatística para comparar os grupos em estudo. A escolha por tal abordagem se justifica no propósito dos pesquisadores de conhecer de forma ampla o fenômeno em estudo, levantando as percepções dos participantes e comparando de forma quantitativa a frequência de respostas entre estudantes de BAC e LIC.

Os questionários foram aplicados em duas IES, uma pública e outra particular, nos horários de aula dos cursos de cada instituição, sempre com autorização prévia da coordenação de curso e do docente em sala de aula. O tempo médio de resposta foi de 20 minutos, incluindo preenchimento do termo de consentimento livre e esclarecido.

De acordo com a coordenação dos cursos, existiam aproximadamente 170 alunos ativos no curso de LIC e 180 no curso de BAC. Todos os alunos presentes nas IES no momento da coleta de dados foram convidados a participar. A amostra foi composta de 100 estudantes de BAC e 138 de LIC em EDF, totalizando 238 estudantes.

O questionário foi elaborado pelos próprios pesquisadores, por causa da ausência de instrumento validado que abordasse os temas propostos, e continha perguntas abertas e fechadas. A utilização de perguntas abertas tinha o objetivo de permitir aos estudantes discorrer de forma livre sobre sua própria realidade, a respeito dos assuntos em estudo. As perguntas analisadas para compreender os motivos de ingresso, interrupção e permanência foram: 1) Por que você escolheu o curso de graduação em EDF? 2) Desde o início da graduação em EDF, alguma vez você já interrompeu o curso (ficou sem fazer rematrícula)? 3) Desde o início da graduação em EDF, alguma vez você já pensou em desistir do curso? 4) Se você já pensou em desistir, marque quais dos fatores abaixo te motivaram a permanecer no curso. Nas questões 2 e 3, havia alternativa de resposta “sim” ou “não”. Quando era marcado “sim”, havia uma pergunta sobre os motivos de interrupção ou desistência, conforme a pergunta. Também foram analisadas as variáveis: idade e renda familiar.

Para a análise das respostas às perguntas abertas, foi realizada análise de conteúdo, seguida de categorização das respostas (Souza, 2019Souza LK. Pesquisa com análise qualitativa de dados: conhecendo a análise temática. Arq Bras Psicol. 2019;71(2):51-67.). As respostas às perguntas fechadas e abertas foram apresentadas em frequências absoluta e relativa. Para comparação das frequências obtidas em cada grupo, foi utilizado o teste qui-quadrado de Pearson. Diferenças entre os grupos nas informações sociodemográficas levantadas (idade e renda familiar) foram verificadas pelo teste t de Student para amostras independentes. Em ambos os testes, foi adotado p < 0,05 para definição de diferenças significantes. O software action stat foi utilizado.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIR, sob CAAE 69325017.6.0000.5300 e Parecer no 2.163.146.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em relação às variáveis sociodemográficas, não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os cursos para a variável idade (LIC: 24,38 ± 6,27 versus BAC: 25,35 ± 7,55 anos). Já a renda familiar per capita era maior entre estudantes de BAC (R$ 2.040,39 ± 3.686,25) que de LIC (R$ 796,76 ± 675,62) (p < 0,001).

Os motivos de ingresso apontados pelos estudantes constam na Tabela 1. Verifica-se que foram inúmeros os motivos apresentados para o ingresso no curso de EDF, o que se justifica pelo instrumento de coleta de dados ter sido um questionário aberto. Também por essa razão, parte importante dos sujeitos (7,14%) não respondeu ou respondeu sem clareza suficiente para a alocação da resposta em uma das categorias.

Tabela 1
Motivos apresentados por graduandos em Educação Física para a escolha pelo curso, segundo modalidades.

Entre aqueles que apresentaram claramente seu motivo de escolha pela EDF, o principal motivador, independentemente da modalidade (BAC ou LIC), foi a identificação pessoal, com diferença estatística entre os grupos. Quase metade (48,31%) dos discentes relatou a identificação pessoal como motivo para escolha do curso. Essa categoria incluiu respostas como: gostar de esporte, ter sido atleta e gostar de praticar atividades físicas. O referido resultado sugere que parte considerável dos graduandos nessa área possui um histórico pessoal de prática de atividades físicas e/ou esportiva agradável, o que contribui para o desejo de continuar inserido nesse contexto de estilo de vida fisicamente ativo.

Esse resultado converge com aqueles encontrados por pesquisas realizadas em outras regiões do Brasil (Terrão e Rodrigues, 2020Terrão FL, Rodrigues LMO. A escolha pelo curso de educação física da UNIFESP. Colloq Humanarum. 2020;17(1):49-60. http://dx.doi.org/10.5747/ch.2020.v17.h457.
http://dx.doi.org/10.5747/ch.2020.v17.h4...
; Krug e Krug, 2008Krug RR, Krug HN. Os diferentes motivos da escolha da Licenciatura em Educação Física pelos acadêmicos do CEFD/UFSM. EFDeportes. 2008;13(123):1-9.), demonstrando que, na área de EDF, o histórico pessoal de envolvimento em práticas corporais é um forte motivador para a busca por tal graduação, independentemente da região do país.

É provável que a escolha da graduação em EDF motivada somente pela identificação pessoal com esportes ou outras atividades físicas seja um dos fatores que contribuem para a interrupção do curso. Sobre esse assunto, Tani (2007, pTani G. Avaliação das condições do ensino de graduação em Educação Física: garantia de uma formação de qualidade. Rev Mackenzie Educ Fis Esp. 2007;6(2):55-70.. 65) relata que muitos alunos de EDF chegam ao ensino superior com expectativas de que vão encontrar um curso recheado de atividades práticas que lhes possibilitarão “curtir” intensamente os prazeres da atividade física. Essa expectativa é formada com base em uma visão de EDF eminentemente prática, construída ao longo da vida e fortemente influenciada pelas experiências na escola e pela própria concepção que a sociedade cultiva, veicula e até impõe. Trata-se de uma visão formada na perspectiva do praticante de atividade física, e não do estudante de atividade física. Portanto, considera-se fundamental que, desde o início do curso, sejam proporcionadas experiências teóricas e práticas aos estudantes de curso superior em EDF que lhes permitam vivenciar, discutir e compreender as práticas corporais não mais como fonte de lazer, saúde ou desempenho para si mesmos. Cabe ao curso de graduação aproximar os estudantes dos conteúdos que lhes possibilitem perceber com clareza e dominar de forma adequada o amplo rol de conteúdos e habilidades necessárias para atuação na área de EDF.

Em linhas gerais, observa-se que os motivos que influenciam a escolha do curso de EDF se ancoram, principalmente, em “gostar de”, e os resultados encontrados no presente estudo corroboram a maioria das publicações, demonstrando que os fatores a seguir se destacam nessa área: aptidão, vocação e afinidade; realização pessoal e projetos pessoais; curiosidades e “gosto” pela matéria; profissão em si; influência familiar; e desejo de continuar os estudos, independentemente do curso (Pereira e Garcia, 2007Pereira FN, Garcia A. Amizade e escolha profissional: influência ou cooperação. Rev Bras Orientaç Prof. 2007;8(1):71-86.).

No presente estudo, também foram pesquisados motivos de interrupção e permanência no curso. O primeiro motivo foi investigado por meio de duas perguntas: Desde o início da graduação em EDF, alguma vez você já interrompeu o curso (ficou sem fazer rematrícula)? Desde o início da graduação em EDF, alguma vez você já pensou em desistir do curso? Havia duas alternativas de respostas: “sim” ou “não”. Quando marcava “sim”, o sujeito deveria escrever os motivos. Após a análise dos dados, os resultados dessas respostas foram muito concordantes entre si. O detalhamento das respostas consta nas Tabelas 2 e 3.

Tabela 2
Motivos apresentados por graduandos em Educação Física da cidade de Porto Velho/RO para a interrupção do curso, segundo modalidade do curso.
Tabela 3
Informações sobre a desistência cogitada do curso de Educação Física na cidade de Porto Velho/RO.

As informações contidas na Tabela 2 demonstram que a maioria dos sujeitos (63,44%) nunca interrompeu o curso. O percentual de sujeitos que já o fez é maior na LIC (23,18%) do que no BAC (13%), com diferença estatística entre os grupos. Essa diferença, provavelmente, sofre influência tanto do tipo de IES dos participantes da pesquisa (privada versus pública) como da modalidade do curso (LIC versus BAC) e das diferenças de renda familiar encontradas entre os cursos. Para discutir esse aspecto, destacam-se três motivos desencadeadores da interrupção: desmotivação com o curso, turma ou greve; cursar outra graduação; e expectativa de baixo retorno financeiro da EDF. Já no BAC, esses motivos corresponderam a apenas 15,38% do total (2 dos 13 motivos), enquanto na LIC esse percentual atingiu 30,3% (10 do total de 33 motivos). Corroborando esses achados, Bardagi et al. (2003)Bardagi MP, Lassance MCP, Paradiso AC. Trajetória acadêmica e satisfação com a escolha profissional de universitários em meio de curso. Rev Bras Orientaç Prof. 2003;4(1-2):153-66. apontam como motivos que atrapalham a permanência na graduação: mercado desfavorável, descontentamento e desinteresse com o curso, fatores pessoais, como frustração, insegurança, indecisão e decepção, e dificuldade financeira.

Os resultados encontrados sugerem que os alunos da LIC apresentam menor grau de satisfação com seu curso do que os discentes de BAC. Na última década, o curso de LIC em EDF tem sido o foco de muitas discussões em relação ao campo de atuação (Lora, 2017Lora JA. A Divisão Licenciatura/Bacharelado no curso de Educação Física: o olhar dos egressos. Revista Movimento. 2017;23(2):461-474. https://doi.org/10.22456/1982-8918.63979.
https://doi.org/10.22456/1982-8918.63979...
). Enquanto as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em EDF não restringiam o campo de atuação da LIC às escolas (Brasil, 2004Brasil. Resolução CNE n° 7, de 31 de março de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena. Diário Oficial da União; Brasília; 5 abr. 2004.), o Conselho Federal de EDF (CONFEF), a partir dessa normativa, entendeu que a atuação do profissional de LIC deveria ocorrer exclusivamente na educação básica, enquanto ao BAC caberia atuar nos ambientes não escolares. Como no momento de escolha do curso de EDF muitos estudantes demonstram desconhecer a ramificação da área em BAC e LIC, é possível que, ao depararem-se com uma realidade diferente da sua expectativa inicial no momento do ingresso, a motivação dos estudantes com o curso sofra redução ao longo do tempo de graduação.

Neste sentido, Biazus (2004)Biazus CA. Sistema de fatores que influenciam o aluno a evadir se dos cursos de graduação na UFSM E UFSC: um estudo no curso de ciências contábeis [tese]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2004. afirma que as desistências de muitos alunos se dão pela escolha precipitada ou errada do curso, pois nem sempre o curso é sua alternativa principal. Relacionado a isso está o fato de muitos estudantes saírem do ensino médio sem ter certeza do que realmente fazer. Diante desse contexto, acredita-se que a nova DCN para os cursos de graduação em EDF (Brasil, 2018aBrasil. Resolução CNE n° 6, de 18 de dezembro de 2018. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Educação Física e dá outras providências. Diário Oficial da União; Brasília; 19 dez. 2018a.) poderá colaborar para essa provável desmotivação decorrente de desconhecimento existente quando da separação total dos cursos e os seus respectivos campos de atuação profissional.

Enquanto os dados sugerem menor satisfação com o curso de LIC do que BAC, parece não haver diferenças entre eles quando analisados os dois motivos mais frequentemente desencadeadores de interrupção do curso e também com a vontade de desistir: a) dificuldades com trabalho, horário do curso ou questão financeira; e b) problemas de saúde próprios ou de familiares. Esses resultados sugerem que parte importante dos estudantes participantes da pesquisa necessita trabalhar para conseguir o próprio sustento e/ou auxiliar no sustento da família, o que se apresenta como importante dificultador da continuidade da graduação, conforme entendimento corroborado por outros autores (Vargas e Paula, 2013Vargas HM, Paula MFC. A inclusão do estudante-trabalhador e do trabalhador-estudante na educação superior: desafio público a ser enfrentado. Rev Avaliação. 18(2):459-85, 2013. https://doi.org/10.1590/S1414-40772013000200012.
https://doi.org/10.1590/S1414-4077201300...
; Dias, 2013Dias J So. J. Educação superior: bem público, equidade e democratização. Rev Avaliação. 2013;18(1):107-26. https://doi.org/10.1590/S1414-40772013000100007.
https://doi.org/10.1590/S1414-4077201300...
).

Silva et al. (2007)Silva RLL Fo, Motejunas PR, Hipólito O, Lobo MBCM. A evasão no ensino superior brasileiro. Cad Pesqui. 2007;37(132):641-59. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742007000300007.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742007...
afirmam que a interrupção do curso ocorre por motivos de ordem pessoal, incluindo problemas de saúde e econômico, ambos apontados na presente pesquisa como motivadores para a interrupção do curso. Todavia, a literatura evidencia e o presente estudo reforça que os alunos oriundos da classe trabalhadora, frequentemente, experienciam dificuldades financeiras para permanecer nesse nível de ensino e concluí-lo. No mesmo contexto, a literatura aponta despreparo das universidades para o atendimento educacional do estudante que precisa trabalhar, colaborando para a manutenção do padrão histórico brasileiro, que confere acesso mais fácil aos cursos com melhores previsões de salários e prestígio social às pessoas com maior renda, bem como sua permanência neles. Considerando o aumento percentual significativo de estudantes oriundos de escolas públicas matriculados nas universidades públicas brasileiras, como demonstrado por Trevisol e Nierotka (2016)Trevisol JV, Nierotka RL. Os jovens das camadas populares na universidade pública: acesso e permanência. Rev Katálysis. 2016;19(1):22-32. http://dx.doi.org/10.1590/1414-49802016.00100003.
http://dx.doi.org/10.1590/1414-49802016....
e Caregnato et al. (2020)Caregnato CS, Santos HRR, Felin LB. Origem escolar e acesso à educação superior: análise da ocupação de vagas de ações afirmativas na UFGRS. Educ Rev. 2020;36:e231759. http://dx.doi.org/10.1590/0102-4698231759.
http://dx.doi.org/10.1590/0102-469823175...
, é essencial que políticas de assistência estudantil sejam fortalecidas para que todos os estudantes tenham condições reais de concluir seu curso. Da mesma forma, iniciativas para reduzir as dificuldades do estudante trabalhador se mostram importantes nos cursos de EDF da cidade de Porto Velho.

Interessantemente, um dos resultados apresentados na Tabela 3 converge com o trabalho de Terrão e Rodrigues (2020)Terrão FL, Rodrigues LMO. A escolha pelo curso de educação física da UNIFESP. Colloq Humanarum. 2020;17(1):49-60. http://dx.doi.org/10.5747/ch.2020.v17.h457.
http://dx.doi.org/10.5747/ch.2020.v17.h4...
. Os autores observaram que o valor simbólico atribuído ao diploma da universidade justifica a escolha da instituição por parte dos estudantes, o que provavelmente também se aplica quando a variável em estudo é o motivo para a permanência no curso. Na presente pesquisa, na LIC o percentual de estudantes que relataram já ter sentido vontade de desistir em algum momento (30,09%) foi maior do que no BAC (16%), com diferença estatística entre os grupos. Em outras palavras, quando os desafios da graduação são significativos a ponto de gerar vontade de desistir, a possibilidade de conquistar um diploma obtido em universidade pública se apresenta como um motivador para a permanência no curso.

Quanto aos problemas de saúde e familiares/pessoais (19,67%), esse foi o segundo motivo mais frequente para o pensamento de desistir do curso de graduação em EDF. Esse resultado está no mesmo sentido daquele encontrado entre os sujeitos que já interromperam o curso alguma vez (Tabela 2), com 23,93% dos motivos apresentados para interrupções. Assim, evidencia-se que existe um amplo contexto de desafios para a permanência em curso de graduação, e a capacidade de o aluno se manter no curso parece estar extremamente relacionada ao status socioeconômico da família de origem dos alunos (Vargas e Paula, 2013Vargas HM, Paula MFC. A inclusão do estudante-trabalhador e do trabalhador-estudante na educação superior: desafio público a ser enfrentado. Rev Avaliação. 18(2):459-85, 2013. https://doi.org/10.1590/S1414-40772013000200012.
https://doi.org/10.1590/S1414-4077201300...
).

Interessantemente, na presente pesquisa os motivos mais frequentes de interrupção do curso de EDF são classificados como extrínsecos ao sujeito, relacionados à necessidade de prover o sustento próprio ou da família (47,82%) ou por problemas de saúde (23,95%) - realidade compartilhada por cursos de outras áreas de conhecimento. Portanto, a maioria dos alunos que interrompem ou sentem vontade de interromper/desistir o faz/pensa sob influência de um contexto/situação de vida associada a fatores alheios ao controle do próprio sujeito/estudante. Nesse cenário, é essencial entender quais são também os fatores que motivam o estudante a continuar no curso. Conhecê-los, mais do que os motivos de ingresso, permite às IES compreender até que ponto estão cumprindo seu papel de apresentar a realidade da atuação profissional em EDF.

Na Tabela 4, constam os motivos para permanência no curso apresentados pelos estudantes que já desistiram ou sentiram vontade de desistir.

Tabela 4
Motivos para a permanência no curso apresentados por graduandos em Educação Física que já sentiram vontade de desistir.

A principal razão para a permanência no curso de EDF difere de acordo com a modalidade: no BAC, é o gosto ou a identificação com a profissão (33,89%); já na LIC, é a oportunidade/necessidade de concluir curso superior (27,63%) (Tabela 4). Provavelmente, esse resultado é influenciado tanto por expectativas dos estudantes com o campo de atuação profissional quanto pelo tipo de IES dos participantes (LIC em IES pública e BAC em IES privada), bem como pelas diferenças na renda familiar encontradas.

Pesquisas que se propõem a investigar motivos de ingresso, interrupção e permanência nos diferentes cursos de ensino superior no país são atemporais, pertinentes e relevantes. A implantação e a avaliação da curricularização da extensão (Brasil, 2018bBrasil. Resolução CNE/CP nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação - PNE 2014-2024 e dá outras providências. Diário Oficial da União; Brasília; 19 dez. 2018b.) e das novas DCNs para a formação inicial de professores (Brasil, 2020bBrasil. Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Diário Oficial da União; Brasília; 15 abr. 2020b.) são alguns exemplos que evidenciam a complexa dinâmica que envolve o processo de formação acadêmica no país e justificam a realização de investigações dessa natureza em diferentes cursos. Em tempos de queda do número de matrículas nas universidades federais do país (INEP, 2020INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da educação superior 2020. Brasília; 2020.), para EDF, em Rondônia especificamente, espera-se que os dados da presente pesquisa contribuam para a implantação de políticas de ingresso e permanência de estudantes nos cursos de graduação da região.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve como objetivo investigar os motivos de ingresso, interrupção e permanência em cursos presenciais de graduação em EDF da cidade de Porto Velho, comparando os estudantes de LIC aos de BAC. As principais razões para o ingresso nos cursos de EDF foram identificação pessoal, identificação profissional e interesse por assuntos/áreas próprios(as) da EDF, com diferenças entre estudantes de LIC e BAC no que diz respeito à ordem de importância entre eles. Tal resultado revela que as experiências prévias com esportes e/ou atividades físicas são os motivos mais citados para a busca pela graduação nessa área, ou seja, grande parte dos acadêmicos ingressou na universidade pela influência do esporte e atividade física durante o percurso da vida.

Em relação aos motivos para interrupção do curso (efetiva ou cogitada), as principais causas foram dificuldade por conta do trabalho, horário do curso ou condição financeira, bem como problemas de saúde próprios ou de familiares. Assim, mostra-se que conciliar trabalho com estudos tem sido a principal dificuldade para permanência nos cursos de EDF pesquisados. Entre estudantes de LIC, adicionam-se ainda como fatores presentes para a interrupção (efetiva ou cogitada): a desmotivação com o curso, turma ou greve e a expectativa de baixo retorno financeiro, que não apareceram ou apareceram com percentuais maiores do que entre acadêmicos do BAC.

Quando analisados os motivos para a permanência no curso entre aqueles que em algum momento cogitaram desistir, os principais motivos foram o gosto ou a identificação com a profissão, a oportunidade de concluir um curso superior e as amizades feitas com alunos do curso. Tal resultado sugere que as experiências vivenciadas e/ou os conteúdos acessados ao longo dos cursos de graduação em EDF se mostram suficientes para que o estudante perceba que gostar de se exercitar ou praticar esportes - motivo principal para a escolha da EDF como graduação - não é o que caracteriza a atuação profissional nesse campo.

Em síntese, a presente pesquisa adiciona informações interessantes à literatura, entre as quais destacamos: a) o principal motivo de ingresso em cursos de graduação em EDF difere do principal motivo de permanência; b) o percentual de estudantes de LIC que já interromperam ou cogitaram desistir do curso é maior do que entre estudantes de BAC, sugerindo menor atratividade da escola como campo para atuação profissional na EDF; c) quando a interrupção do curso é cogitada, a maioria dos estudantes de BAC encontra motivação para continuar mais pelo gosto ou interesse pela profissão do que pelo curso, enquanto entre os estudantes de LIC a oportunidade de concluir um curso superior se destaca, o que pode estar relacionado à menor renda familiar entre os estudantes dessa modalidade.

Foram limitações da presente pesquisa: a) o tipo de questionário utilizado, com perguntas abertas, que gerou uma ampla gama de informações distintas e, algumas vezes, incompletas e/ou confusas; e b) as características distintas dos cursos pesquisados (BAC: IES privada e curso noturno; e LIC: IES pública e curso matutino).

FINANCIAMENTO

  • Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Fundação Universidade Federal de Rondônia.

REFERÊNCIAS

  • Aguiar WMJ. A escolha na orientação profissional: contribuições da psicologia sócio-histórica. Psicol Educ. 2006;(23):11-25.
  • Álvares J Jr. Evasão universitária no curso de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia [trabalho de conclusão de curso]. Porto Velho: Universidade Federal de Rondônia; 2017.
  • Bardagi MP, Lassance MCP, Paradiso AC. Trajetória acadêmica e satisfação com a escolha profissional de universitários em meio de curso. Rev Bras Orientaç Prof. 2003;4(1-2):153-66.
  • Biazus CA. Sistema de fatores que influenciam o aluno a evadir se dos cursos de graduação na UFSM E UFSC: um estudo no curso de ciências contábeis [tese]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2004.
  • Brasil. Resolução CNE n° 7, de 31 de março de 2004. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena. Diário Oficial da União; Brasília; 5 abr. 2004.
  • Brasil. Resolução CNE n° 6, de 18 de dezembro de 2018. Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Educação Física e dá outras providências. Diário Oficial da União; Brasília; 19 dez. 2018a.
  • Brasil. Resolução CNE/CP nº 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação - PNE 2014-2024 e dá outras providências. Diário Oficial da União; Brasília; 19 dez. 2018b.
  • Brasil. Sistema de Seleção Unificada. Relatório de inscrições e notas de corte 1/2020. Brasília; 2020a.
  • Brasil. Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Diário Oficial da União; Brasília; 15 abr. 2020b.
  • Caregnato CS, Santos HRR, Felin LB. Origem escolar e acesso à educação superior: análise da ocupação de vagas de ações afirmativas na UFGRS. Educ Rev. 2020;36:e231759. http://dx.doi.org/10.1590/0102-4698231759
    » http://dx.doi.org/10.1590/0102-4698231759
  • CONFEF: Conselho Federal de Educação Física. Resoluções [Internet]. 2022 [citado em 2020 Nov 3]. Disponível em: https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/
    » https://www.confef.org.br/confef/resolucoes/
  • Daskalopoulou C, Stubbs B, Kralj C, Koukounari A, Prince M, Prina AM. Physical activity and healthy ageing: A systematic review and meta-analysis of longitudinal cohort studies. Ageing Res Rev. 2017;38:6-17. http://dx.doi.org/10.1016/j.arr.2017.06.003 PMid:28648951.
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.arr.2017.06.003
  • Dias J So. J. Educação superior: bem público, equidade e democratização. Rev Avaliação. 2013;18(1):107-26. https://doi.org/10.1590/S1414-40772013000100007
    » https://doi.org/10.1590/S1414-40772013000100007
  • Hochman B, Nahas FX, Oliveira RS Fo, Ferreira LM. Desenhos de pesquisa. Acta Cir Bras. 2005;20(Supl. 2):2-9. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-86502005000800002 PMid:16283019.
    » http://dx.doi.org/10.1590/S0102-86502005000800002
  • Hoffmann IL, Nunes RC, Muller FM. As informações do Censo da Educação Superior na implementação da gestão do conhecimento organizacional sobre evasão. Gest Prod. 2019;26(2):e2852. http://dx.doi.org/10.1590/0104-530x-2852-19
    » http://dx.doi.org/10.1590/0104-530x-2852-19
  • INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da educação superior 2020. Brasília; 2020.
  • Krug RR, Krug HN. Os diferentes motivos da escolha da Licenciatura em Educação Física pelos acadêmicos do CEFD/UFSM. EFDeportes. 2008;13(123):1-9.
  • Lora JA. A Divisão Licenciatura/Bacharelado no curso de Educação Física: o olhar dos egressos. Revista Movimento. 2017;23(2):461-474. https://doi.org/10.22456/1982-8918.63979
    » https://doi.org/10.22456/1982-8918.63979
  • Pereira FN, Garcia A. Amizade e escolha profissional: influência ou cooperação. Rev Bras Orientaç Prof. 2007;8(1):71-86.
  • Prestes EMT, Fialho MGD. Evasão na educação superior e gestão institucional: o caso da Universidade Federal da Paraíba. Ensaio Aval Polít Publicas Educ . 2018;26(100):869-89. https://doi.org/10.1590/S0104-40362018002601104
    » https://doi.org/10.1590/S0104-40362018002601104
  • Razeira MB, Tavares FJP, Pereira FM, Ribeiro JAB, Machado CRC. Os motivos que levam à escolha do curso de Licenciatura em Educação Física e as pretensas áreas de atuação. Rev Mackenzie Educ Fis Esp. 2014;13(2):124-36.
  • Silva RLL Fo, Motejunas PR, Hipólito O, Lobo MBCM. A evasão no ensino superior brasileiro. Cad Pesqui. 2007;37(132):641-59. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742007000300007
    » http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742007000300007
  • Souza LK. Pesquisa com análise qualitativa de dados: conhecendo a análise temática. Arq Bras Psicol. 2019;71(2):51-67.
  • Tani G. Avaliação das condições do ensino de graduação em Educação Física: garantia de uma formação de qualidade. Rev Mackenzie Educ Fis Esp. 2007;6(2):55-70.
  • Terrão FL, Rodrigues LMO. A escolha pelo curso de educação física da UNIFESP. Colloq Humanarum. 2020;17(1):49-60. http://dx.doi.org/10.5747/ch.2020.v17.h457
    » http://dx.doi.org/10.5747/ch.2020.v17.h457
  • Trevisol JV, Nierotka RL. Os jovens das camadas populares na universidade pública: acesso e permanência. Rev Katálysis. 2016;19(1):22-32. http://dx.doi.org/10.1590/1414-49802016.00100003
    » http://dx.doi.org/10.1590/1414-49802016.00100003
  • Vale JMF. A educação contemporânea. In: Souza NMM, organizador. História da educação. São Paulo: Avercamp; 2006. pp. 103-143
  • Vargas HM, Paula MFC. A inclusão do estudante-trabalhador e do trabalhador-estudante na educação superior: desafio público a ser enfrentado. Rev Avaliação. 18(2):459-85, 2013. https://doi.org/10.1590/S1414-40772013000200012
    » https://doi.org/10.1590/S1414-40772013000200012

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Dez 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    17 Set 2022
  • Aceito
    10 Nov 2022
Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte Universidade de Brasilia - Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Educação Física, Asa Norte - CEP 70910-970 - Brasilia, DF - Brasil, Telefone: +55 (61) 3107-2542 - Brasília - DF - Brazil
E-mail: rbceonline@gmail.com