RESUMO
O presente estudo propõe analisar os principais espaços utilizados por adolescentes para a prática de lazer, vislumbrando compreender a influência do sexo e da classe econômica nas escolhas desses espaços. Trata-se de um estudo epidemiológico realizado com alunos do 1º ano do ensino médio, com coleta de dados realizada via questionário entre 2022 e 2023. Os espaços utilizados para prática de lazer foi a principal variável de investigação e, utilizando-se análises descritivas e bivariadas. Foram avaliados 1.616 adolescentes, sendo os espaços mais utilizados o shopping center, praças/quadras e parques públicos, indicando associações entre sexo e classe econômica. Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas que criem e mantenham espaços de lazer gratuitos, seguros e acessíveis para todos.
Palavras-chave:
Espaços de lazer; Tempo livre; Adolescente; Inquérito epidemiológico
ABSTRACT
This study aims to analyze the main spaces used by adolescents for leisure activities, aiming to understand the influence of gender and economic class on the choices of these spaces. This is an epidemiological study carried out with 1st-year high school students, with data collection carried out via questionnaire between 2022 and 2023. The spaces used for leisure activities were the main research variable, using descriptive and bivariate analyses. A total of 1,616 adolescents were evaluated, with the most used spaces being shopping malls, squares/courts, and public parks, indicating associations between gender and economic class. The data reinforce the need for public policies that create and maintain free, safe, and accessible leisure spaces for all.
Keywords:
Leisure spaces; Free time; Adolescent; Epidemiological survey
RESUMEN
Este estudio se propone analizar los principales espacios utilizados por los adolescentes para actividades de ocio, buscando comprender la influencia del sexo y la clase económica en la elección de estos espacios. Se trata de un estudio epidemiológico realizado con estudiantes de 1º de bachillerato, con recolección de datos realizada mediante cuestionario entre 2022 y 2023. Los espacios utilizados para actividades de ocio fueron la principal variable de investigación, utilizándose análisis descriptivos y bivariados. Se evaluaron 1.616 adolescentes, siendo los espacios más utilizados centros comerciales, plazas/canchas y parques públicos, indicando asociaciones entre sexo y clase económica. Los datos refuerzan la necesidad de políticas públicas que creen y mantengan espacios de ocio gratuitos, seguros y accesibles para todos.
Palabras-clave:
Espacios de ocio; Tiempo libre; Adolescente; Encuesta epidemiológica
INTRODUÇÃO
A adolescência é caracterizada por diversas mudanças corporais, incluindo neste período da vida a transformação dos impulsos do desenvolvimento físico, psicológico, emocional e social, sendo um tempo de transição entre a infância e a vida adulta (WHO, 1986; Bittencourt et al., 2015). Em relação ao contexto que o adolescente está inserido, a influência familiar se destaca, uma vez que a mesma desempenha função imprescindível no meio em que a vida do adolescente está se moldando/construindo. Sendo esse um ambiente essencial para oferecer suporte social, individual, afetivo e garantir proteção (Zappe e Dell’Aglio, 2016). No Brasil, o principal instrumento legal que assegura os direitos dos adolescentes é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o qual determina que o poder público desenvolva políticas específicas para atender suas necessidades e potencialidades (Brasil, 1990). Direitos como acesso à vida, saúde, educação, lazer, alimentação, cultura, trabalho, dignidade, liberdade e convivência são atribuídos aos mesmos pela Constituição Federal de 1988 (Brasil, 2016).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os adolescentes e jovens são identificados como uma parcela considerável da população, representando 30% dos ocupantes da América do Sul, e tendo por consequência as condições de saúde normalmente menosprezadas. Nesse sentido, é necessário que a saúde dos mesmos seja constantemente fortalecida e observada, para que eles possam chegar nas fases da vida adulta com capacidades produtivas, ajudando na prosperidade econômica e sem maiores prejuízos à saúde, como por exemplo o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, sendo que na adolescência muitos hábitos nocivos podem se torar grandes problemas de saúde no decorrer da vida (WHO, 2009; OPAS, 2025).
No contexto da saúde na adolescência, os estudos vão além da ausência de doenças ou da prevenção de riscos. Ela envolve também qualidade de vida, satisfação pessoal com as atividades realizadas e o desenvolvimento de habilidades sociais, além da adoção de comportamentos que favoreçam o crescimento e o bem-estar. Assim, pensar o desenvolvimento saudável do adolescente envolve não só de cuidados físicos, mas também fatores psicológicos e socioambientais que o ajudem a enfrentar as mudanças dessa fase e os desafios do contexto em que vive (Senna e Dessen, 2015).
Como forma de influenciar mudanças positivas na adolescência, ter acesso e cultivar o lazer como hábito cotidiano se apresenta como estratégia capaz de agregar à saúde e qualidade de vida. Para Dumazedier (1980), o lazer, em relação à sociedade, apresenta três valores principais: descanso, divertimento e desenvolvimento pessoal e social. Essas dimensões refletem aspectos culturais e comportamentais. Assim, como apresentam limites flexíveis entre si, é fundamental manter equilíbrio entre essas dimensões para que o lazer seja vivido de forma plena (Marcellino, 2006). O lazer influencia positivamente na qualidade de vida e bem-estar subjetivo do adolescente, isso porque oferece distração e oportunidades de relações sociais e aprimoramento pessoal, favorecendo a melhora da cognição, da autoestima, de sentimentos de bem-estar e leva a um menor risco de doença (Marcino et al., 2022). O lazer na adolescência contribui para o desenvolvimento saudável e para o enfrentamento de desafios pessoais e sociais. Por isso, é essencial compreender as atividades e preferências recreativas dos adolescentes, considerando tanto os contextos sociais quanto as necessidades individuais (Freire e Soares, 2000).
De acordo a definição proposta pela Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde - CIF, o lazer faz parte de ações desenvolvidas no âmbito das “atividades e participação” e incluem ações envolvendo jogos, desportos informais ou organizados, exercícios físicos, relaxamento, diversão, visita a galerias de artes, museus, cinemas ou teatro, participação em trabalhos artesanais, ocupação em passatempos, leitura, uso de instrumentos musicais, realização de excursões, turismo e viagens, enfim, atividades realizadas de forma prazerosa (Pfeifer et al., 2010).
O lazer está integrado à agenda dos direitos sociais básicos da população, principalmente das crianças e adolescentes. As necessidades de espaços de lazer precisam levar em consideração a possibilidade de diversificação de práticas esportivas e a inclusão de outras variáveis como a idade, pois além de produzir novas necessidades, poderá satisfazer uma maior variedade de desejos esportivos. O fato de não haver a qualificação de espaços que promovam um estímulo para o desenvolvimento esportivo pode levar a supressão desse direito (Santos, 2009). No entanto, faltam espaços para os indivíduos vivenciarem a prática do lazer em ambiente físico, eles afirmam ainda que o espaço público não tem sido mais um ponto de encontro para lazer, recreação, prazer, festa e também para o esporte, perdendo assim o seu valor multifuncional (Santos e Ortigoza, 2017). Os espaços de lazer nas cidades contribuem para uma maior vitalidade urbana, reunindo diversos grupos sociais e promovendo assim a convivência por meio de atividades locais, o que pode ajudar a reduzir padrões de violência. Além disso, é fundamental que investimentos sejam realizados para criação e renovação desses ambientes propícios para as práticas de lazer, pois cumprem papéis sociais, políticos, ambientais e relacionados à saúde (Aranha-Silva, 2004; Silva et al., 2013).
Além do incentivo para realização de atividade de lazer, como atividade física, outros fatores necessitam ser considerados no planejamento de ações estratégicas voltadas aos adolescentes como, por exemplo, ausência de locais adequados, gratuitos e de segurança, visando diversas atividades (Silva et al., 2018). Ademais, adolescentes que praticam atividades de lazer, apresentam melhor associação com qualidade de vida e bem-estar e menores escores de depressão e ansiedade (Marcino et al., 2022). Assim, compreendendo-se que o lazer é uma dimensão fundamental da qualidade de vida, estando relacionado ao bem-estar físico, mental e social, o presente estudo propõe analisar os principais espaços utilizados por adolescentes para a prática de lazer, vislumbrando compreender a influência do sexo e da classe econômica nas escolhas desses espaços.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal e analítico, realizado com adolescentes, de ambos os sexos, estudantes da rede pública estadual de ensino (urbana e rural) da cidade de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, que frequentavam o primeiro ano do ensino médio, em 2022 e 2023. Em 2022, a cidade de Montes Claros - MG era composta por 43 escolas públicas com ensino médio a partir de listagem estratificada oferecida pela Secretaria de Estado da Educação, o que totalizava uma população de 3.765 escolares matriculados no primeiro ano do ensino médio.
Para definir o tamanho da amostra foram considerados os seguintes parâmetros: prevalência de 50%, nível de confiança de 95% e margem de erro de 3%. Foi realizada correção para população finita (N=3.765 alunos), correção para o efeito de delineamento adotando-se deff=1,5 e acréscimo de 10% para compensar possíveis perdas. Desse modo, os cálculos evidenciaram um tamanho amostral de no mínimo 1.373 adolescentes escolares.
No primeiro estágio, por probabilidade proporcional ao tamanho, foi realizado o sorteio de 20 escolas e no segundo estágio, por amostragem aleatória simples, foi realizado o sorteio das turmas. Todos os alunos das turmas selecionadas foram convidados a participar do estudo. Como critérios de inclusão participaram adolescentes de ambos os sexos, do 1º ano do ensino médio, regularmente matriculados em escolas da rede pública estadual de ensino de Montes Claros – MG em 2022 e 2023 que apresentaram consentimento dos pais através da assinatura do Termo de Consentimento e Livre Esclarecido – TCLE e ter lido, concordado e assinado o Termo de Assentimento e Livre Esclarecido – TALE. E, não participaram do estudo os adolescentes que não estavam presentes na sala de aula sorteada no momento da coleta de dados, bem como aqueles com direito a atendimento educacional especializado cuja condição os incapacitassem de fornecerem informações acerca dos hábitos de vida diários.
Após autorização para a realização da pesquisa dada pela 22ª Superintendência Regional de Ensino da cidade de Montes Claros – MG, a coleta de dados foi iniciada em setembro de 2022, presencialmente nas escolas públicas estaduais de Montes Claros, e finalizada em dezembro de 2023.
Primordialmente, a equipe de coleta de dados do estudo foi devidamente capacitada para a realização dos procedimentos de coleta de dados, com o objetivo de padronizar e uniformizar a abordagem aos adolescentes e a aplicação dos questionários. Um estudo piloto foi realizado em uma das escolas sorteadas, com intuito de testar a logística e verificar discrepâncias no instrumento de pesquisa e avaliar a média de tempo de aplicação do instrumento de pesquisa.
A variável dependente do estudo foi os espaços utilizados pelos adolescentes para a prática de lazer, através da seguinte pergunta: “Quais locais para a prática de lazer você costuma frequentar?”. As opções de respostas foram clubes, praças/quadras esportivas, parques públicos, academias/centro de treinamento, cinemas, bares e restaurantes, bibliotecas, museus, shoppings centers e nenhum espaço, podendo ser marcadas quantas opções o adolescente achasse pertinente.
A título de informação, a Figura 1 apresenta o mapa de Montes Claros – MG, identificando as possibilidades de espaços para prática de lazer distribuídos pela cidade perguntados aos adolescentes, tais como cinemas, shopping, biblioteca, museu, parques públicos, praças/quadras esportivas, clubes, bares/restaurantes e academias. Montes Claros é um município brasileiro localizado na região Norte do estado de Minas Gerais. Em 2022 a população era de 414.240 habitantes, posicionando-se como o quinto mais populoso do Estado mineiro (IBGE, 2022).
Mapa da cidade de Montes Claros com os principais espaços para a prática de lazer destacados. Montes Claros - MG, 2022/2023 (n=1.616). Fonte: Próprio estudo.
As variáveis independentes foram o sexo (masculino; feminino) e renda familiar (alta; média; baixa).
A renda familiar foi aferida através do Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) (ABEP, 2022), que apresenta estimativas de renda domiciliar mensal para os estratos socioeconômicos classificando as rendas em (da maior para a menor): A, B1, B2, C1, C2 e DE. Para este estudo, as rendas foram categorizadas em alta (A e B1), média (B2, C1, C2) e baixa (DE).
Os dados foram conduzidos em dupla digitação, conferidos e analisados utilizando o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS®) versão 22.0. Foram realizadas análises descritiva e bivariada, através do Teste Qui-quadrado de Pearson, para associar os espaços utilizados para a prática de lazer com o sexo e renda familiar, adotando nível de significância de 5% (α ≤ 0,05).
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) em março de 2022, com parecer consubstanciado Nº 5.287.269 e institucionalizado pela Unimontes. O estudo cumpriu com a Resolução Nº 466 de 2012 do Conselho Nacional da Saúde/Ministério da Saúde, que trata de pesquisa com seres humanos e, o projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), através do Edital 001/2022 - Demanda Universal, Nº APQ-00711-22.
RESULTADOS
Participaram do estudo 1.616 adolescentes, distribuídos em 20 escolas. Entre eles, 50,4% eram do sexo feminino e 64,9% apresentaram idades de até 15 anos. Em relação à renda familiar, 12,3% foram classificados com renda alta, 79% com renda média e 8,7% com renda familiar baixa.
Observa-se na Figura 2 maior prevalência de espaços utilizados pelos adolescentes para a prática de lazer em shopping centers (50,8%), praças/quadras (49,1%), parques públicos (36,0%) e bares/restaurantes (35,9%). E, uma menor frequência de utilização dos espaços de biblioteca (6,9%) e museus (1,2%).
Prevalências dos espaços utilizados pelos adolescentes para a prática de lazer. Montes Claros - MG, 2022/2023 (n=1.616). Fonte: Próprio estudo.
Nas Tabelas 1 e 2 estão descritas a associação dos espaços para a prática de lazer frequentados pelos adolescentes associado com o sexo e renda, respectivamente. Os dados revelaram, quando comparados aos sexos dos adolescentes, que os adolescentes do sexo masculino apresentaram maior prevalência de utilizarem os espaços de praças/quadras esportivas (56,1%) e academias/centros de treinamento (25,5%) quando comparados com o sexo feminino, apresentando resultados estatisticamente significativos (p<0,005). Quando observado a mesma tabela (Tabela 1) com os dados em relação as sexo feminino, observou-se que as mulheres usavam mais os espaços de parques públicos (41,2%), cinemas (37,2%), bares e restaurantes (43,7%), bibliotecas (9,1%) e shoppings centers (60,2%), ao serem comparadas aos adolescentes do sexo masculino, apresentando também dados estatisticamente significativos.
Associação do sexo e espaços utilizados pelos adolescentes para a prática de lazer. Montes Claros - MG, 2022/2023 (n=1.616).
Associação da renda familiar e espaços utilizados pelos adolescentes para a prática de lazer. Montes Claros - MG, 2022/2023 (n=1.616).
Na sequência, a Tabela 2 apresenta a associação dos espaços para atividades de lazer com a renda familiar dos adolescentes, indicando que os adolescentes classificados com renda familiar alta, frequentavam mais os espaços de clubes (45,7%), academias/centros esportivos (40,9%), cinemas (44,5%), bares e restaurantes (45,7%) e shoppings centers (59,1%), quando comparados com as rendas média e baixa e, todos com resultados significativos (p<0,005). Nesse mesmo contexto, apenas as respostas dos adolescentes que relataram não frequentar nenhum espaço para a prática de lazer apresentou maior prevalência entre os classificados com renda familiar baixa (18,1%).
DISCUSSÃO
Este estudo apresenta os espaços utilizados na perspectiva de adolescentes para prática de lazer na cidade de Montes Claros – MG. Assim, a partir dos resultados coletados, observou-se maior utilização entre os adolescentes de espaços como shopping center, praças/quadras, parques públicos e bares/restaurantes. No sentido oposto, os espaços menos ocupados relatados pelos adolescentes foram bibliotecas e museus. A característica dos resultados sugere uma valorização do lazer de caráter social, recreativo e comercial, em detrimento da utilização dos espaços de lazer culturais mais formais ou educativos. Refletindo assim, que a preferência dos adolescentes pode refletir a forma como os espaços urbanos são concebidos e acessados nos momentos de lazer. As escolhas pelas atividades de lazer podem estar atreladas às características individuais da população, que envolve tanto motivação quanto comportamentos/hábitos saudáveis e, às características do ambiente, interferindo no acesso aos espaços de lazer, nos gastos com as atividades, no suporte social e também nas barreiras para a realização (Silva et al., 2008).
O período da adolescência, caracterizado por uma fase de intensas transformações físicas, cognitivas e sociais, é um momento crucial para a formação de hábitos e preferências de lazer que influenciam diretamente o bem-estar e a saúde dos jovens. Durante essa fase, as escolhas de lazer dos adolescentes podem ser vistas como práticas que desempenham um papel significativo na construção de identidade e no desenvolvimento das dimensões biopsicossociais. Bertuol et al. (2019) identificaram, sobre as preferências de atividades de lazer em adolescentes, que no intervalo de 10 anos houve mudanças significativas, onde os adolescentes demonstraram menor preferência por atividades físicas e culturais, ao passo que tiveram maior preferência para atividades que envolviam o uso de telas. Estudo realizado com adolescentes brasileiros que buscou avaliar o impacto do nível insuficiente de atividade física e elevado tempo de tela, indicou nos resultados que o sexo, a maturação sexual e o apoio social associaram-se ao nível de atividade física e ao tempo de tela. Ser do sexo feminino e estar no estágio pós-púbere foram fatores de risco, e apoio social como fator protetor a presença combinada do nível insuficiente de atividade física e do elevado tempo de tela (Piola et al., 2020). Diante das mudanças observadas, como o aumento das atividades de carácter sedentário durante o tempo de lazer dos adolescentes, problemas de saúde podem surgir no futuro dos mesmos, sendo que atividades de baixo gasto calórico estão associadas a riscos como obesidade, doenças crônicas não transmissíveis e problemas psicológicos (Coutinho et al., 2013; Friedrich et al., 2014; Santos e Oliveira, 2023).
Na perspectiva dos espaços utilizados pelos adolescentes para as atividades de lazer, os dados do presente estudo refletem uma preferência dos adolescentes por lugares que combinam socialização com acesso fácil e, muitas vezes, gratuito. Esse padrão corrobora com o que aponta a literatura da área, considerando as cidades de médio porte, como observam Santos (2009) e Bulhões e Condessa (2019), ao afirmarem que as opções de lazer para a juventude acabam se concentrando em espaços acessíveis e que proporcionam convivência. No entanto, lugares de cultura formal, como bibliotecas e museus, têm pouca adesão entre os adolescentes, demostrando uma possível falta de interesse ou de atratividade dessas opções para esse público específico. Este cenário não significa, necessariamente, que os adolescentes não se interessem por cultura, mas sim que o formato, a linguagem e o tipo de mediação desses espaços muitas vezes não correspondem às suas expectativas. Desta forma, reforça-se a necessidade de iniciativas que tornem esses ambientes mais convidativos para o público de adolescentes. Adicionalmente, o lazer, quando orientado por interesses pessoais e incorporado de maneira equilibrada à rotina, constitui um fator protetivo para a saúde.
Considerando-se as cidades menores, observa-se um comportamento semelhante, onde as alternativas de lazer e cultura são limitadas ou descontextualizadas. Nesses locais, a oferta de atividades costuma ser mais restrita e se concentra em lugares de fácil acesso, com pouca infraestrutura necessária (Cureau et al., 2016). Nesse sentido, pondera-se que em Montes Claros, cidade de porte médio, localizada na mesorregião Norte de Minas, a preferência por shoppings, praças e parques públicos é um reflexo da importância desses espaços de circulação gratuitas para os adolescentes, que muitas vezes não têm tantas opções pagas ao alcance. As preferências de lazer não apenas revelam dimensões importantes da subjetividade, mas também desempenham papel central na valorização tanto em políticas públicas quanto em práticas cotidianas de cuidado consigo e com o outro.
Também é possível observar, com base nos dados deste estudo, que os adolescentes do sexo masculino demonstram uma tendência mais acentuada a buscar locais para o lazer de atividades mais ativas fisicamente, como academias, quadras esportivas e clubes. Essa preferência está em consonância com a literatura, que aponta que os mesmos são, geralmente, incentivados a se engajar em atividades que exigem mais gasto de energia e competição (Marcino et al., 2022). Já as adolescentes, por sua vez, parecem preferir espaços de socialização, como bares/restaurantes, shopping e cinema, locais onde se sentem seguras, com mais liberdade e oportunidades de interação social. Para além, esses locais podem refletir tanto as necessidades emocionais e sociais quanto as influências culturais e midiática, estando em conformidade com outros estudos, que destaca a busca por ambientes confortáveis e de convivência social entre mulheres, quando comparadas aos homens (Pfeifer et al., 2010; Zawadzki et al., 2019).
Nesse contexto do lazer, a literatura aborda um lazer destinado a realização de mais atividades de gasto energético entre os homens, quando comparados às mulheres (Busser, 1995; Esculcas e Mota, 2005; Matias et al., 2012; Silva et al., 2018; Figueiredo et al., 2021). Assim, pode-se entender, de acordo com estudo desenvolvido sobre comportamentos relacionados a saúde dos adolescentes, na puberdade, que praticar esportes e exercícios físicos funcionam como forma de adaptação às mudanças corporais e promovem vivência de novas percepções. Já na adolescência intermediária, essas atividades ganham importância como ferramenta de convívio e inserção social e, com o avançar da idade, são frequentemente substituídas por hábitos como encontros sociais e relacionamentos amorosos, o que favorece o comportamento sedentário, representando assim, um obstáculo à promoção da saúde (Michaud et al., 2020). Sendo esse comportamento mais alusivo ao público feminino, como apresentado na literatura e também evidenciado no presente estudo, podendo indicar que as mulheres na adolescência são mais atingidas pelos comportamentos sedentários de atividades de lazer, com maior apelo social. Essa diferença pode ser atribuída à socialização de gênero, os meninos são frequentemente incentivados a participar de esportes mais intensos e competitivos, enquanto as meninas, socialmente.
Ainda em relação às questões de diferenciais de sexo, em seu estudo, Pereira (2020) objetivou verificar as percepções de adolescentes, jovens aprendizes, integrantes do Programa Educação e Trabalho (PET) desenvolvido pela Fundação CDL Pró-Criança, sobre a influência do trabalho, da escolarização e do sexo em suas práticas de lazer. Esse estudo identificou que, no que se refere ao sexo, não houve diferença na distribuição e na quantidade de tarefas em relação ao sexo oposto, mas ressaltam a existência de uma assimetria quanto às tarefas domésticas, limitando o acesso destas a momentos de lazer. Em pesquisa realizada com adolescentes brasileiros, é evidenciada que as barreiras para a prática de atividade de lazer se fazem mais presente entre as mulheres quando comparadas aos homens, indicando assim, ainda mais evidente, desigualdades da forma como as atividades de lazer estão presentes entre os sexos (Dias et al., 2015).
A classe econômica, outro aspecto de associação com os espaços de lazer pesquisado no presente estudo, também teve um impacto significativo nas escolhas de lazer. Nesse sentido, a renda é vista como um fator determinante no tipo de lazer que uma pessoa pode consumir. Pessoas com maior renda têm mais recursos para escolher atividades de lazer que promovem bem-estar físico e mental, por outro lado, pessoas com renda mais baixa podem não ter o mesmo acesso a esses tipos de lazer e, portanto, sua qualidade de vida pode ser impactada por um lazer limitado. Com isso, observou-se no presente estudo que adolescentes de famílias com maior poder aquisitivo frequentavam mais clubes, academias, cinemas e restaurantes, condição diretamente ligada ao acesso econômico e às oportunidades proporcionadas pelo contexto familiar. Já aqueles com renda familiar média ou baixa acabavam restringindo-se a espaços públicos e gratuitos, pois são atividades que não exigem custo direto para acesso e são mais compatíveis com a realidade econômica de suas famílias. Essa realidade é discutida por Marcino et al. (2022), que destacam como barreiras financeiras podem limitar o acesso dos adolescentes a opções de lazer mais diversificadas. Para adolescentes de famílias de menores rendas, praças e parques são as principais alternativas, mas nem sempre esses espaços oferecem infraestrutura adequada, o que pode limitar a qualidade desse lazer. A teoria do tempo livre de Brown (1973) enfatiza a importância do tempo disponível para a realização de atividades de lazer. Segundo essa teoria, a renda está intimamente ligada à disponibilidade de tempo livre, uma vez que as pessoas com maior renda tendem a ter mais flexibilidade no trabalho e, portanto, mais tempo para lazer.
O estudo também aponta que adolescentes de renda familiar baixa foram os que mais relataram não frequentar nenhum espaço de lazer. Sendo o lazer uma forma de expressão, pertencimento e construção de identidade durante a adolescência, esta constatação torna-se mais preocupante, pois indica uma exclusão significativa desses adolescentes das atividades de lazer e convívio social, essenciais para o bem-estar e desenvolvimento. Essa falta de acesso é agravada pela ausência de políticas públicas que promovam a inclusão social para o lazer, perpetuando desigualdades, especialmente nas periferias das cidades e comunidades vulneráveis (Souza et al., 2021).
Como toda pesquisa, este estudo também tem suas limitações. A amostra incluiu apenas adolescentes de escolas públicas, o que significa que os resultados podem não refletir a realidade de adolescentes de escolas privadas. Além disso, a coleta de dados foi feita por meio de autorrelato, favorecendo o viés de memória. Por outro lado, o estudo apresenta pontos fortes, como o questionário ser testado previamente, por meio de estudo piloto, o que garantiu que os adolescentes entendessem bem as perguntas e pudessem responder de forma consistente. Além disso, destaca-se o rigor metodológico do estudo e a amostra de adolescentes bem distribuída.
CONCLUSÃO
Em suma, este estudo mostrou que os adolescentes participantes da pesquisa preferem lugares onde podem se encontrar com amigos e que sejam fáceis de acessar, como shoppings, praças e parques públicos, caracterizados também como espaços públicos e gratuitos. Entretanto, poucos deles frequentam bibliotecas e museus, o que sugere que esses espaços culturais não têm tanto apelo para os adolescentes analisados, ou não foram planejados adequadamente, no sentido de atender às perspectivas dessa faixa-etária.
Observou-se, também, diferenças entre os sexos quanto às preferências das atividades realizadas no tempo de lazer. Os adolescentes do sexo masculino mostraram preferências por atividades mais físicas, enquanto as adolescentes buscavam espaços com maior socialização. Além disso, a renda familiar demostrou influenciar as opções de lazer, já que adolescentes com renda familiar mais baixa apresentaram menor acesso a lugares pagos e, em alguns casos, acabam sem frequentar nenhum espaço de lazer.
Esses resultados reforçam a necessidade de políticas públicas que criem e mantenham espaços de lazer gratuitos, seguros e acessíveis para todos, no intuito de garantir o acesso a um direito social, estabelecido pelo artigo 6º da Constituição Federal brasileira de 1988. Como observado, assegurar que os adolescentes, independentemente da condição econômica, tenham acesso a locais para se divertir, praticar esportes e aproveitar atividades culturais, é essencial para o desenvolvimento saudável e integral.
Num cenário urbano inclusivo onde a juventude tenha mais oportunidades de desenvolvimento sociocultural, é fundamental investir-se em infraestruturas de lazer que atendam às diversas necessidades dos adolescentes e estejam bem distribuídas pela cidade. Tal panorama, associado ao lazer, se bem estabelecido, será capaz de influenciar positivamente na saúde e qualidade de vida das pessoas.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos os adolescentes pela participação e a FAPEMIG pelo financiamento da pesquisa e concessão de bolsa de incentivo à pesquisa para Silva, RRV.
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FINANCIAMENTO
Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPEMIG) - Número do Processo: APQ-00711-22.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
08 Ago 2025 -
Data do Fascículo
2025
Histórico
-
Recebido
18 Jan 2025 -
Aceito
05 Jun 2025




