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Na teoria a prática é outra?análise do conhecimento esporte nos cursos de formação inicial de professores de educação física no sul catarinense: análisis del conocimiento en deportes para cursos de formación inicial del profesorado de educación física en el sur de Santa Catarina

In theory, is the practice different?an analysis of sport knowledge in teachers formation courses on physical education in the souht of Santa Catarina

¿En teoría la práctica se trata de otro?

Resumos

A produção crítica em Educação Física não se reflete como avanço na prática docente, o que é expresso pelo dito: "Na prática, a teoria é outra". Em perspectiva contrária, nossa hipótese é que tais estudos não são oferecidos aos professores da área. Analisamos a bibliografia básica das disciplinas que abordam o esporte nos cursos de formação inicial de professores de Educação Física de quatro instituições, procurando identificar se o esporte é abordado a partir das reflexões críticas. Concluímos que apenas quatro disciplinas abordam o esporte com obras do campo crítico, permitindo apropriação de sua complexidade, contradição e polissemia. Portanto, depreendemos do estudo que a formação inicial vincula-se a um projeto não-crítico de educação, ou seja, na prática a teoria é a mesma.

Educação; educação física; educação física-conhecimento; formação inicial de professores


The critical production on Physical Education does not represent an advancement in the teaching practice, which is expressed by the saying: "In practice, the theory if different". In contrast, our hypothesis is that such studies are not being offered to the teachers in the area. We analyzed the basic bibliography of the disciplines that study sports in the teachers formation courses on Physical Education in four institutions, trying to identify if the sport is considered based on critical reflections. We concluded that only four disciplines approach sports using critical works that allow the appropriation of its complexity, contradiction and polissemy. Therefore, we discovered that the initial formation is linked to a non-critical project of education, that is, in practice, the theory is the same.

Education; physical education; physical education-knowledge; teachers initial formation


La producción crítica en Educación Física no se refleja como un avance en la práctica docente, lo que comunmente se expresa con las siguientes palabras "en la práctica, la teoría es otra". En una perspectiva contraria, nuestra hipótesis es que tales estudios no son ofrecidos a los profesores del área. Analizamos la bibliografia básica de las diciplinas que abordan el deporte en los cursos de formación inicial de profesores de Educación Física de cuatro instituciones, buscando identificar si el mismo es abordado a partir de reflecciones críticas. Concluímos que apenas cuatro diciplinas lo abordan con obras de campo crítico, permitiendo la apropiación de su complejidad, contradicción y polisemía. Por eso, deducimos del estúdio, que la formación inicial se vincula a un proyecto no crítico de educación, o sea, en la práctica la teoria es la misma.

Educación; educación física; educación física-conocimiento; formación inicial del profesorado


ARTIGOS ORIGINAIS

Na teoria a prática é outra? Análise do conhecimento esporte nos cursos de formação inicial de professores de educação física no sul catarinense

In theory, is the practice different? An analysis of sport knowledge in teachers formation courses on physical education in the souht of Santa Catarina

¿En teoría la práctica se trata de otro? Análisis del conocimiento en deportes para cursos de formación inicial del profesorado de educación física en el sur de Santa Catarina

Ms. Carlos Augusto EuzébioI; Dr. Vidalcir OrtigaraII

ILicenciado em Educação Física e Mestre em Educação pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC); Professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense; (Criciúma - Santa Catarina - Brasil); e-mail: cae@unesc.net

IILicenciado em Educação Física e Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) (Criciúma - Santa Catarina - Brasil); e-mail: vdo@unesc.net

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Carlos Augusto Euzébio Universidade do Extremo Sul Catarinense Av. Universitária, 1105 - Bairro Universitário C.P. 3167 - CEP: 88806-000 Criciúma / Santa Catarina

RESUMO

A produção crítica em Educação Física não se reflete como avanço na prática docente, o que é expresso pelo dito: "Na prática, a teoria é outra". Em perspectiva contrária, nossa hipótese é que tais estudos não são oferecidos aos professores da área. Analisamos a bibliografia básica das disciplinas que abordam o esporte nos cursos de formação inicial de professores de Educação Física de quatro instituições, procurando identificar se o esporte é abordado a partir das reflexões críticas. Concluímos que apenas quatro disciplinas abordam o esporte com obras do campo crítico, permitindo apropriação de sua complexidade, contradição e polissemia. Portanto, depreendemos do estudo que a formação inicial vincula-se a um projeto não-crítico de educação, ou seja, na prática a teoria é a mesma.

Palavras-chave: Educação; educação física; educação física-conhecimento; formação inicial de professores.

ABSTRACT

The critical production on Physical Education does not represent an advancement in the teaching practice, which is expressed by the saying: "In practice, the theory if different". In contrast, our hypothesis is that such studies are not being offered to the teachers in the area. We analyzed the basic bibliography of the disciplines that study sports in the teachers formation courses on Physical Education in four institutions, trying to identify if the sport is considered based on critical reflections. We concluded that only four disciplines approach sports using critical works that allow the appropriation of its complexity, contradiction and polissemy. Therefore, we discovered that the initial formation is linked to a non-critical project of education, that is, in practice, the theory is the same.

Keywords: Education; physical education; physical education-knowledge; teachers initial formation.

RESUMEN

La producción crítica en Educación Física no se refleja como un avance en la práctica docente, lo que comunmente se expresa con las siguientes palabras "en la práctica, la teoría es otra". En una perspectiva contraria, nuestra hipótesis es que tales estudios no son ofrecidos a los profesores del área. Analizamos la bibliografia básica de las diciplinas que abordan el deporte en los cursos de formación inicial de profesores de Educación Física de cuatro instituciones, buscando identificar si el mismo es abordado a partir de reflecciones críticas. Concluímos que apenas cuatro diciplinas lo abordan con obras de campo crítico, permitiendo la apropiación de su complejidad, contradicción y polisemía. Por eso, deducimos del estúdio, que la formación inicial se vincula a un proyecto no crítico de educación, o sea, en la práctica la teoria es la misma.

Palabras claves: Educación; educación física. educación física-conocimiento. formación inicial del profesorado.

A Educação Física nas duas últimas décadas vem enfrentando o desafio de superar as dificuldades de legitimação e fragilidade na produção acadêmica. Autores como Kunz (1991, 1994), Bracht (1999), Betti (1992, 1994), Hildebrandt-Stramann e Taffarel (2007), Coletivo de Autores (SOARES et al.,1992), entre tantos outros, constituíram importante arcabouço bibliográfico que se imaginava capaz de catapultar a Educação Física Escolar e sua intervenção cotidiana para além das atividades físicas reproduzidas à luz da matriz liberal de educação. Contudo, os resultados são desoladores. Anexamos à literatura observações cotidianas nas escolas para concluir que a educação física na escola ainda não acontece articulada com um projeto pedagógico crítico.

Várias hipóteses podem ser consideradas para esse descompasso entre a produção acadêmica e o cotidiano escolar. Uma delas é ponderar a produção acadêmica como pouco realista, como obra desconectada dos obstáculos objetivos encontrados nas escolas e insensível às dificuldades inerentes ao exercício pedagógico. Nessa hipótese os autores críticos, encastelados em suas universidades, estariam produzindo leituras e releituras contínuas de um mundo pedagógico efetivamente inexistente. Ou seja, na prática a teoria seria outra.

Em defesa dos autores salientamos que essas produções, via de regra, não se apresentam a partir de um viés idealista, não pretendem considerar a educação como redentora, nem solicitam ao professor uma atitude voluntarista. Em geral demarcam com clareza os limites do concreto e situam o debate em condições suficientemente razoáveis para o ato pedagógico. Enfim, não solicitam impossibilidades, descrevem a necessária análise das condições objetivas e propõem metodologias de intervenção em interação com a realidade, portanto conceitualmente exequíveis. Mesmo assim as aulas não se desenrolam em uma matriz crítica. Recusamos, portanto, o argumento simplificador de que as teorias não dialogam com a realidade de forma objetivamente consequente.

Também recusamos agasalhar a hipótese de que os professores simplesmente omitem-se em suas aulas por ato demissionário não assumido. As condições de trabalho dos professores, em geral, e dos de Educação Física, em especial, desde muito são desfavoráveis e casos isolados de "aposentadoria na ativa" não podem servir de modelo explicativo.

Desconsideradas essas explicações, levantamos como hipótese investigativa a de que os professores não acessam à produção mais crítica da área, o que implica uma ausência de formação filosófica, epistemológica, histórica e pedagógica para articular tarefa tão complexa. Semelhante análise foi desenvolvida por Azevedo, denunciando que a formação de professores de Educação Física tem priorizado aspectos técnicos em detrimento de elementos formadores mais críticos, num modelo tecnocrático com ênfase nas capacidades pragmáticas e na solução dos problemas cotidianos.

Dessa forma, os professores formados por esse modelo de curso tornam-se técnicos especializados, incapazes de pensarem criticamente sobre os meios e os fins de uma política escolar, sobre o seu papel de educador e o que deve ser feito em sala de aula para uma formação crítica do educando (AZEVEDO, 2009, p. 76).

Tratamos nesse trabalho de investigar se a formação inicial de professores em Educação Física oferece condições de apreensão das reflexões críticas da área. Para o Coletivo de Autores (SOARES et al., 1992) a Educação Física é uma disciplina que trata, pedagogicamente, na escola, do conhecimento da cultura corporal, com temas ou formas expressivas corporais como: jogo, esporte, ginástica, danças ou outras. A hegemonia do conhecimento (conteúdo) esporte na área é amplamente reconhecida. Enfocamos então investigar, na formação inicial dos professores de Educação Física, qual conhecimento de esporte vem sendo oferecido. Pretendemos com esse movimento compreender se a formação inicial oferece aos futuros professores acesso ao debate acumulado pelo campo crítico da área.

Neste estudo foram consideradas as obras indicadas como bibliografia básica nos planos de ensino das disciplinas dos Cursos de Graduação em Educação Física, situados na região sul de Santa Catarina. Analisamos as obras listadas nos referenciais bibliográficos dos cursos de licenciatura em Educação Física de quatro instituições de ensino superior do Sul Catarinense1 1 A Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, a Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, a Escola Superior de Criciúma - ESUCRI e o Centro Universitário Barriga Verde - UNIBAVE. . A leitura das ementas serviu para selecionar quais disciplinas possuem como tema o esporte em seu conteúdo programático. As disciplinas que enfatizam em sua denominação as modalidades esportivas (ex: Basquetebol, Voleibol) ou conjuntos de modalidades esportivas (ex: Metodologia dos Esportes Coletivos I, Esportes Coletivos II) foram inicialmente contempladas. Disciplinas com abordagens do esporte por outras dimensões como Sociologia do Esporte, Filosofia do Esporte, História da Educação Física também foram abarcadas. Nesse critério encontramos nos cursos pesquisados as seguintes disciplinas: História e Filosofia da Educação Física, Bases do Profissional de Educação Física, Pedagogia da Educação Física, História da Educação Física. Foram desconsideradas disciplinas que em sua ementa explicitam uma abordagem exclusivamente motora ou instrumental.

Realizado o compilamento das referências verificamos que, dada a quantidade, não conseguiríamos analisá-las na totalidade. Realizamos nova seleção optando pelas disciplinas que tratam especificamente das modalidades esportivas de Basquetebol, Voleibol, Handebol e Futebol/Futsal e as disciplinas com abordagens do esporte por outras dimensões. A escolha das modalidades esportivas justifica-se pela tradição pedagógica que as elege como modalidades hegemônicas nas aulas de Educação Física.

No primeiro momento procuramos revelar quais dimensões de esporte são consideradas ou qual entendimento de esporte está exposto em cada livro empregado. Em seguida procuramos compreender que conhecimento é oferecido sobre esporte aos futuros professores, na articulação do conjunto do referencial bibliográfico apontado em cada disciplina. Ou seja, se no conjunto das obras apontadas em cada disciplina está garantida a complexidade e pluralidade do fenômeno esporte ou se as obras circunscrevem o esporte sobre um olhar único e reducionista. Ao final sintetizamos o debate indicando que na prática a teoria é a mesma.

CONHECIMENTO E ESPORTE

É necessário delimitar o conceito de conhecimento desenvolvido neste trabalho. Utilizamos a expressão conhecimento como "a compreensão/explicação sintética produzida pelo sujeito por meio de um esforço metodológico de análise dos elementos da realidade, desvendando a sua lógica, tornando-a inteligível". (LUCKESI; PASSOS, 2004, p. 17). Ao indagar sobre o conhecimento esporte, perguntamos sobre o que é esporte. O conhecimento como interpretação da realidade em nossa opção epistemológica está inextrincavelmente ligado à categoria de totalidade. A totalidade, bem como todo o edifício materialista dialético, tem enfrentado o ceticismo contemporâneo que facilmente manipula definições e transforma complexidades em impossibilidades, retirando da dialética sua dinâmica, logo, sua essência.

A tentativa de conceituar o esporte enfrenta sempre a dificuldade de abarcar em uma única sentença as variadas manifestações e entendimentos possíveis. Em geral a solução escolhida é a caracterização do esporte a partir de um conjunto de enunciados que não se excluem uns aos outros e, por ângulos diversos, procuram envolver o fenômeno. Brohm (apud PRONI, 2002, p. 33), fundamentando-se em Marx, insere o esporte no princípio da totalidade, entendendo que sua "complexidade só pode ser desvendada por meio de uma 'síntese de abstrações' e cuja evolução é guiada pelas contradições que lhe são inerentes".

É evidente que o domínio das técnicas e táticas corporais dos esportes, aquilo que comumente se denomina de "saber jogar", é necessário. No entanto, considerar suficiente o necessário é equívoco que compromete uma prática pedagógica responsável. O conhecimento desdobra-se em outras dimensões, dialoga em outros níveis, converte-se em outro, sempre como busca da compreensão do real. O esporte não pode ser reduzido às suas regras e dimensões técnico-táticas. As questões relacionadas ao mercado, ao trabalho e ao lazer devem ser consideradas. Em tempos de "mercadorização do esporte" (BRACHT, 2002; SILVA, 1991; VAZ, 2006), é mister pensar o atleta como trabalhador, como operário do sistema esportivo. É vital dar relevo às novas configurações e funções geradas pela racionalização e burocratização crescentes do esporte moderno. É central pensar o protagonismo da população em geral, transformada nas relações mercadológicas da contemporaneidade em espectadores/consumidores. É fundamental constituir uma percepção histórica do esporte em suas transformações quantitativas e qualitativas. No mais das vezes, quando se diz histórico se diz da gênese. Gênese no sentido de origem das coisas e ideias. Todavia, a história no materialismo não é essa compilação de datas e locais. A história no materialismo é a história dos condicionantes sociais em dinâmica. Dos movimentos que ora confirmam, ora negam, ora subtraem, ora acumulam. Da quantidade que transborda em qualidade. Das múltiplas determinações. Uma modalidade esportiva não tem sua origem na escrita de seu "idealizador". Tem sua origem na consolidação de práticas sociais que a configuram, destacam e referendam. Além disso, o fio histórico não pode ser tramado com apenas alguns pontos isolados e arbitrários. A história tem sentido e significados inscritos em uma ordem estabelecida em determinado tempo e espaço. É essa ordem, esse tempo e espaço em ebulição que interessam ao estudioso. Conseguir encontrar as ligações, quase sempre sutis, entre fenômenos na aparência autônomos e distantes é dar consequência ao princípio da totalidade.

QUE JOGO É ESSE? COMPREENSÃO DE ESPORTE NAS OBRAS

Organizamos a distinção das obras em dois eixos que se entrecruzam. O primeiro, constitui-se pelas obras com ausência completa do fenômeno esporte para, no outro extremo, posicionar as obras que têm no esporte sua centralidade. O segundo se constitui de livros com abordagem não crítica de um lado e livros com abordagens críticas no lado oposto.

Obviamente que apenas com esses eixos a categorização dos textos e autores apresentou-se, em alguns casos, insuficiente e caricata. É impossível capturar, com a ferramenta empregada, as inúmeras nuances presentes nos livros. Várias obras se encontram em posição intermédia nos vetores estabelecidos. Nesses casos optamos por um ou outro quadrante, considerando o engajamento do autor com as correntes críticas ou não no conjunto de sua obra, a centralidade do tema esporte para a manutenção dos argumentos constituídos, a contundência e ou qualidade de determinada passagem do texto que justificasse por si a vinculação a determinado projeto ou entendimento.

O diagrama a seguir ilustra o mecanismo utilizado:

A análise buscou fazer emergir das obras o entendimento de esporte e sociedade dos autores. Na tentativa de ilustrar os argumentos tecidos utilizamos citações das obras, optando pela seleção de algumas passagens mais elucidativas ou demarcatórias.

CADÊ O ESPORTE? ANÁLISE DOS LIVROS DO QUADRANTE 1

Um número muito pequeno de livros não aborda a temática do esporte e se posiciona de forma não crítica em relação à organização societária. Esses textos estão nos referenciais teóricos das disciplinas que exploram outras temáticas além do esporte em suas ementas.

Os autores Steinhilber (1996)2 2 Obra de referência da disciplina História da Educação Física do UNIBAVE. e Shigunov (2002)3 3 Obra de referência da disciplina História da Educação Física do UNIBAVE. adotam uma posição não crítica, sem articulação com o debate sobre o esporte, o que coloca seus textos no quadrante 01.

A produção do Conselho Federal de Educação Física (2003)4 4 Obra de referência da disciplina Bases do Profissional de Educação Física da UNISUL. trata, em linhas gerais, de normas e regulamentos de conduta que não se aproximam da perspectiva crítica e do debate mais especificado, seja do esporte ou de qualquer outro componente da cultura corporal. Logo, os "Principais Documentos do CONFEF" se encontram no quadrante 01.

VIVA O PÃO E CIRCO! ANÁLISE DOS LIVROS DO QUADRANTE 2

No quadrante dois, a maioria dos livros tem o esporte como protagonista, reduzindo-o, no entanto, à sua dimensão de prática esportiva sem maiores reflexões históricas e críticas. Vários livros iniciam seus textos sem explicitar ao leitor seu objeto de reflexão. Partem diretamente para as questões técnico-metodológicas ligadas à lógica do rendimento, sem oferecer o contexto da modalidade esportiva tratada. Essas obras, em geral, tratam de modalidades específicas e apresentam exercícios consagrados na área de treinamento. Abordam especificamente questões da performance esportiva, como a preocupação da organização dos treinamentos considerando a idade dos envolvidos. Alguns desses textos sugerem uma plataforma esportiva mais generalista e genérica. Um exemplo é a obra de Kröger (2002)5 5 Obra de referência da disciplina Metodologia de Ensino dos Esportes Coletivos I, da ESUCRI. , em que são apresentadas propostas metodológicas que vão além de uma única modalidade, mas não superam os objetivos ligados ao treinamento e ao rendimento esportivo.

Outros temas recorrentes são as regras dos esportes em questão e a tentativa de oferecer um quadro organizativo da modalidade em relação às questões estruturais e legais. Verificamos que para os autores em foco é desnecessário situar o próprio debate face ao consenso estabelecido pela tradição da literatura da área. A modalidade em questão é a sua expressão motora, midiaticamente veiculada e socialmente absorvida, sem a necessidade de maiores esclarecimentos. Na omissão de conceito encontra-se o conceito.

Nesta análise, verificamos como o percurso histórico da modalidade é apresentado, se está presente ou ausente, pois consideramos que o mesmo oferece subsídios para a compreensão do autor sobre o esporte. Como aponta Luckesi (2007, p. 127), "não se pode esquecer que o passado se faz presente em qualquer situação ou objeto do conhecimento ao qual nos dediquemos". A inexistência dessa abordagem denunciou uma compreensão não histórica de alguns autores do processo de constituição do esporte. Um exemplo elucidativo é a obra de Bojikian (2003, p.19)6 6 Obra de referência das disciplinas Fundamentos Metodológicos do Voleibol da UNISUL e Esporte Coletivo I, da UNIBAVE. , que caracteriza o voleibol limitando-se a elencar suas regras:

O voleibol é praticado em quadra retangular (18x9m), dividida ao meio por uma rede que impede o contato corporal entre os adversários. A disputa é entre duas equipes compostas por seis jogadores que podem ter, no máximo, seis reservas. O jogo consiste em golpear a bola (geralmente com as mãos) de forma que ela passe sobre a rede em direção ao campo defendido pelo adversário, evitando-se que ela caia no solo do seu próprio lado.

Campos (2006, p. 21)7 7 Obra de referência da disciplina Metodologia dos Esportes Coletivos I, da UNESC. , por sua vez, organiza a abordagem histórica do voleibol com um pequeno texto de William Morgan, reconhecido como o idealizador do esporte.

O voleibol veio preencher uma lacuna em matéria de jogos. Trata-se de um jogo de recinto fechado, para os que desejam uma modalidade esportiva menos rude que bola-ao-cesto, mas que ainda requer certo grau de atividade. É um jogo adequado a ginásio ou pátios de exercícios, mas que também pode ser jogado em campo aberto. Pode jogá-lo qualquer número de jogadores. O jogo consiste em manter uma bola em movimento sobre uma rede alta, participando, assim, do caráter de dois outros jogos: Tênis e Hand-ball.

Em relação ao futebol, a obra de Frisselli e Mantovani (1999)8 8 Obra de referência da disciplina Metodologia dos Esportes Coletivos II, da UNESC. investe todo um capítulo para tratar dos aspectos históricos da modalidade. É, entre as obras listadas, a que fez a maior apresentação sobre a história da modalidade. Ao tratar da gênese do futebol, considera jogos antigos como o Kemari - de origem japonesa -, o grego Haspartun e o Calcio italiano. Atravessa essas manifestações até chegar ao século XIX na Rugby School e na divisão entre o Rugby e o Footbal. Segue então na apresentação das datas demarcatórias dos eventos relevantes do futebol. Nas Américas são listados jogos praticados pelos Aztecas e outros povos no Chile e na região da Patagônia.

A compreensão do esporte dessas abordagens foi explicitada por Gebara (2002, p. 17), na análise que realiza da modalidade esportiva futebol:

Buscar as origens do futebol em um amontoado de práticas, ainda que formalmente impliquem chutar algo parecido com uma bola, é sem dúvida arbitrário. Não pensem que estou falando de algo enigmático; afinal de contas, não são poucos os professores de faculdades de Educação Física, especialmente da disciplina futebol, que afirmam - e o que é pior, apoiados em bibliografia realmente existente - que a origem desta modalidade está ligada a um jogo no qual os contendores chutavam os crânios dos adversários. Observem que nossa questão central, a esportivização das práticas corporais, é, arbitrariamente, reduzida a uma verdade genérica universal. Pouco importa que muitas coisas tenham sido chutadas em tempos e espaços diferentes. A questão não respondida, ou sequer pensada, é justamente saber por que aqueles chutes, dados na Inglaterra a partir de meados do século XIX, estes sim, tornaram-se universais, "ditaram as regras", para ser mais preciso.

Algumas obras aventuraram-se na questão do histórico de suas modalidades, mas sem desenvolver conexões com o fenômeno mais amplo do surgimento, consolidação e expansão do esporte a partir das novas configurações socioeconômicas advindas, principalmente, da Inglaterra do século XIX. Em nenhuma obra, de forma explícita ou velada, é feito referência ao reordenamento ocorrido com a passagem do sistema feudal para o modo de produção capitalista como aspecto relevante para o surgimento, a consolidação e a expansão dos esportes em sua configuração moderna. Desconsideram que "a ideia de esporte é inconcebível em uma sociedade feudal agrária, pois exige a fluidez do mercado, o livre intercâmbio de ideias, a liberdade jurídica dos indivíduos". (BROHM, 1982 apud PRONI, 2002, p. 39). O histórico das modalidades foi apresentado sem contextualização das condições sociais objetivas e sem o desvelamento dos interesses de classe envolvidos na esportivização dos jogos populares. Trata-se de históricos sem história.

Alguns livros elencam as regras das modalidades. Dentre esses, poucos se preocupam com o percurso das alterações das regras desde sua versão pioneira até a configuração contemporânea. Contudo, estes e aqueles não se detiveram nos princípios que nortearam e norteiam as transformações dos regulamentos específicos das modalidades. Os textos subtraem a necessária (para um projeto crítico) alusão às ideologias em disputa nos projetos de sociedade, encenadas nos espaços esportivos. Omitem a subserviência do sistema esportivo aos interesses econômicos. Ou, ainda mais funestos, emulam o esporte como espaço privilegiado de ascensão socioeconômica a partir dos atributos da competência e perfomance.

CHAMEM O SÓCRATES! ANÁLISE DOS LIVROS DO QUADRANTE 3

Nesse quadrante foram classificados os textos que colocam o esporte como objeto central de análise considerando as questões históricas e dialéticas do esporte à luz das contradições da sociedade capitalista.

Buscamos estabelecer uma caracterização ou conceituação explícita do fenômeno esporte que pudesse ser examinada à luz da matriz crítica. González (2005, p. 170)9 9 Obra referência da disciplina História e Filosofia da Educação Física da UNESC. , em uma obra que objetiva clarificar conceitos da Educação Física sob o enfoque de uma abordagem crítica, dispensa espaço para o termo "esportivização" e para tal busca conceituar esporte. Reputamos o texto como uma das mais coerentes caracterizações do esporte. Em um sentido restrito, o autor assinala que o esporte é entendido

como uma prática motora/corporal: a) orientada a comparar um determinado desempenho entre indivíduos ou grupos; b) regida por um conjunto de regras que procuram dar aos adversários iguais condições de oportunidades para vencer a contenda e, dessa forma, manter a incerteza do resultado, e c) com essas regras institucionalizadas por organizações que assumem (exigem) a responsabilidade de definir e homogeneizar as normas de disputa e promover o desenvolvimento da modalidade, com o intuito de comparar o desempenho entre diferentes atores esportivos (por exemplo, a nível mundial).

Coletivo de Autores (SOARES et al., 1992, p. 70-71)10 10 Obra referência das disciplinas Esportes Coletivos III, do UNIBAVE, e Metodologia dos Esportes Coletivos I e II, da UNESC. procuram caracterizar o esporte considerando sua imbricada conexão com a organização social capitalista e as decorrentes consequências dessa relação.

Sendo uma produção histórico-cultural, o esporte subordina-se aos códigos e significados que lhe imprime a sociedade capitalista e, por isso, não pode ser afastado das condições a ela inerentes, especialmente no momento em que se lhe atribuem valores educativos para justificá-lo no currículo escolar. No entanto, as características com que se reveste - exigência de um máximo rendimento atlético, norma de comparação do rendimento que idealiza o princípio de sobrepujar, regulamentação rígida (aceita no nível da competição máxima, as olimpíadas) e racionalização dos meios e técnicas - revelam que o processo educativo por ele provocado reproduz, inevitavelmente, as desigualdades sociais. Por essa razão, pode ser considerado uma forma de controle social, pela adaptação do praticante aos valores e normas dominantes defendidos para a "funcionalidade" e desenvolvimento da sociedade.

O livro de Bracht (2003, p. 18)11 11 Obra referência da disciplina Metodologia dos Esportes Coletivos I, da UNESC. é uma tentativa de inserir fundamentos de uma análise sociológica no debate da área da Educação Física sobre o esporte. Assentamos passagem esclarecedora do entendimento do autor sobre as funções mercadológicas do esporte em uma sociedade capitalista:

Num esforço de síntese, podemos dizer que o esporte de alto rendimento ou espetáculo, aquele imediatamente transformado em mercadoria, tende, a nosso ver, a assumir (como já acontece em maior escala em outros países, como nos EUA) as características dos empreendimentos do setor produtivo ou de prestação de serviços capitalistas, ou seja, empreendimentos com fins lucrativos, com proprietários e vendedores de força de trabalho, submetidos às leis do mercado. Isso se reflete nos apelos cada vez mais frequentes à profissionalização dos dirigentes esportivos e na administração empresarial dos clubes (empresas) esportivos (esportivas).

Alguns autores não explicitam um conceito de esporte. É possível, no entanto, utilizar a arquitetura esboçada na obra para deduzir o entendimento de esporte no texto. Castellani Filho (1994, p. 109)12 12 Obra referência da disciplina Bases do Profissional de Educação Física da UNISUL. , ao tratar da função exercida pela Educação Física no Estado Novo, se reporta ao esporte como local "da ordem da produtividade, eficiência e eficácia". Evidencia-se que para o autor é indissociável, para a compreensão do esporte, a leitura do modelo político-econômico operado socialmente em determinado período histórico.

SEM CAMPO, MAS BATENDO UM BOLÃO! ANÁLISE DOS LIVROS DO QUADRANTE 4

Algumas obras não abordam o esporte, mas se vinculam às tradições críticas, tecendo reflexões a respeito das contradições e limites da organização da sociedade capitalista. Ghiraldelli Jr. (1988)13 13 Obra de referência da disciplina da disciplina História e Filosofia da Educação Física da UNESC. tornou-se um clássico na área, referência quase obrigatória nas reflexões sobre a história pedagógica da Educação Física brasileira, entretanto o tema esporte é periférico na obra. Sua presença é presumida e subordinada ao debate mais amplo da Educação Física, o que nos levou a identificar o livro como pertencente ao quadrante quatro.

As obras de Medina (1983)14 14 Obra de referência da disciplina Bases do Profissional de Educação Física da UNISUL. e Castellani Filho (1994)15 15 Obra de referência da disciplina Bases do Profissional de Educação Física da UNISUL. foram (e são) leituras obrigatórias para a iniciação de um olhar mais ampliado sobre as construções e percepções sociais do campo da Educação Física. Ambas representam a fase da denúncia dos anos 1980 e possuem inestimável valor para a área de Educação Física em compreendê-la como partícipe do contexto histórico-social. Não obstante, o esporte é nessas obras apenas um espectro diluído na temática mais abrangente da Educação Física, o que nos levou a classificá-las no quadrante quatro.

Vaz (2002)16 16 Obra de referência da disciplina História da Educação Física do UNIBAVE. possui extensa produção sobre esporte, notadamente a partir da teoria crítica frankfurtiana, porém a obra referenciada, escrita em parceria com Sayão e Pinto, concentra-se nas experiências com a disciplina prática de ensino e não investe atenção especificamente nas reflexões sobre esporte.

GOLEADA DOS RETRANQUEIROS!

O quadro a seguir é a compilação dos aspectos quantitativos desses dados. Aproximadamente 75% das obras apontadas nas bibliografias básicas são do campo conservador. Esse percentual denuncia vividamente o ambiente de hegemonia de uma abordagem reduzida do conhecimento esporte.

Concluída a análise dos livros apontados nos referenciais bibliográficos das disciplinas, iniciamos a análise das disciplinas a partir do conjunto das obras listadas em cada uma delas.

ANÁLISE DA ARTICULAÇÃO DOS TEXTOS NAS DISCIPLINAS

Urgem algumas considerações iniciais sobre o julgamento das listas e, por consequência, dos professores e instituições que as produziram e utilizam. É evidentemente plausível que um professor possa (e deva!), utilizando obras com uma formulação mais conservadora do esporte, a partir dos mais variados recursos didático-pedagógicos, instalar uma relação dialógica e dialética com seus alunos, suprindo e superando (no sentido filosófico) os textos de referência.

Luckesi (2007, p. 122) sustenta essa possibilidade quando discorre sobre as formas de apropriação do conhecimento. Se por um lado o conhecimento pode ser adquirido pelos livros, é necessário um papel ativo de incorporação desse conhecimento.

O que está em primeiro lugar, o que está na raiz do conhecimento, é a elucidação da realidade e não a retenção de informações contidas nos livros. Essas informações deverão ser auxiliares no entendimento da realidade; contudo, elas por si mesmas não são o conhecimento que cada sujeito humano, em particular, tem da realidade. É preciso utilizar-se das informações da maneira intelectualmente ativa, para que se transformem em efetivo entendimento do mundo exterior.

A compreensão histórica, crítica e competente do conhecimento pode até ocorrer na dinâmica educador-educando-conteúdo. Todavia, parece-nos que esse complexo exercício é em muito beneficiado por um referencial teórico mais consistente, logo, mais profícuo.

As disciplinas que constituíram o referencial bibliográfico apenas com livros do quadrante 02 - Esporte Presente e Posicionamento não crítico - foram: "Fundamentos Metodológicos do Handebol", "Fundamentos Metodológicos do Voleibol", "Fundamentos Metodológicos do Futebol e Futsal" e "Fundamentos Metodológicos do Basquetebol". "Esporte Coletivo I", "Esporte Coletivo II" e "Esporte Coletivo IV". Evidentemente essas disciplinas não podem constituir um conhecimento de matriz crítica sobre esporte a partir de seu referencial bibliográfico.

A disciplina "Bases do Profissional de Educação Física" possui bibliografia de três dos quadrantes de nossa análise. Muito embora não cite nenhum livro que pudesse situar-se no quadrante três - Esporte presente e posicionamento crítico -, a utilização das obras de Castellani Filho (1994) e Medina (1983) possibilitaria, no limite de um otimismo didático, uma leitura da realidade que pode se estender para a construção de um conceito crítico do esporte.

A disciplina "Pedagogia da Educação Física" solicita apenas duas obras, de um total de sete, no quadrante crítico do esporte, parecendo-nos justo afirmar que a lista de textos em questão dificulta a possibilidade de reflexões progressistas.

Embora a ementa indicasse a abordagem do esporte, a disciplina "História da Educação Física" não apresenta nenhuma obra que aborde a temática do esporte.

As disciplinas "Metodologia de Ensino dos Esportes Coletivos I" e "Metodologia de Ensino dos Esportes Coletivos II" acomodam apenas uma obra no quadrante 03. Ressaltamos que apesar de possível, é improvável que um único autor possa ser mediador dos debates mais avançados do esporte.

As disciplinas: "História e Filosofia da Educação Física", "Metodologia dos Esportes Coletivos I", "Metodologia dos Esportes Coletivos II" e "Esportes Coletivos III" optaram por obras que abordam outras dimensões do esporte. Dentre os cinco livros da bibiografia básica, três obras são do quadrante 03, o que oferece acesso à produção do campo crítico.

Das dezesseis disciplinas consideradas, apenas quatro listam de forma inequívoca bibliografias básicas que abarcam a complexidade, polissemia e profundidade que o tema necessita. Significativo informar que autores como Pires (2002), Proni (2002), Gebara (2002), Rezer (2006), Buendia (2001), Pilatti (2002), Betti (1997), que apresentam o conteúdo esporte numa perspectiva crítica, não constam em nenhuma das bibliografias básicas das disciplinas pesquisadas. Mesmo "pesos-pesados" como Bracht e Kunz, responsáveis por vasto debate na Educação Física brasileira desde a década de 1980 e, não bastasse, em grande medida, idealizadores das concepções pedagógicas mais debatidas no campo progressista, não figuram em todas as instituições.

Causou-nos surpresa o número reduzido de repetições de obras. Parece-nos que nenhuma das obras goza de prestígio e consolidação inquestionáveis da área. A partir das bibliografias básicas depreende-se, polemicamente, que a Educação Física não possui nenhuma "referência obrigatória". Dito de outra maneira, cada professor tem ao mesmo tempo um leque imenso de possibilidades bibliográficas, mas nenhuma obra que possa ser considerada "clássica". A obra mais citada foi Coletivo de Autores (SOARES et al., 1992), componente da bibliografia básica de três disciplinas em duas instituições. Outro dado que demonstra o caleidoscópio em que as bibliografias estão convertidas é que nenhuma obra foi citada em mais do que duas instituições. Fica patente a partir dos livros sugeridos pelas disciplinas que o conhecimento esporte é oferecido, nas instituições formadoras de professores de Educação Física, atrelado aos projetos liberais de matriz não crítica. Ao refletirmos sobre a atuação de professores formados sob essas condições, podemos concluir que a intervenção pedagógica não se conduzirá por princípios críticos, portanto, lamentavelmente, na prática a teoria é a mesma!

APITO FINAL? INÍCIO DA PRORROGAÇÃO!

As constantes reduções temáticas, os recortes que a pesquisa, por limitação de tempo, espaço e competência, sofreu no período de construção, deixa um número significativo de assuntos relevantes aguardando estudos e aprofundamentos. A metodologia do ensino dos esportes é um campo vasto, espraiado e fecundo para novas pesquisas. O aprofundamento da matriz materialista em um estudo documental e histórico de fôlego é necessário para a compreensão do fenômeno esporte. A operação fina de limar as arestas epistemológicas presentes no discurso sobre esporte demanda a ampliação dos estudos. Ou seja, há muitos caminhos abertos para pesquisas futuras, desbravados nas escolhas e omissões, mas também descobertos na concretude da organização e elaboração deste texto.

Porém, ao final deste percurso é possível afirmar que as "disciplinas esportivas" necessitam ampliar sua abordagem sobre as múltiplas dimensões do esporte e adotar uma matriz mais avançada para abordar esse fenômeno, para tanto devem incorporar um referencial bibliográfico que tematize o fenômeno esportivo nessa perspectiva.

Recebido: 21 jun. 2010

Aprovado: 02 fev. 2011

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  • Endereço para correspondência:
    Carlos Augusto Euzébio
    Universidade do Extremo Sul Catarinense
    Av. Universitária, 1105 - Bairro Universitário
    C.P. 3167 - CEP: 88806-000
    Criciúma / Santa Catarina
  • 1
    A Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, a Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, a Escola Superior de Criciúma - ESUCRI e o Centro Universitário Barriga Verde - UNIBAVE.
  • 2
    Obra de referência da disciplina História da Educação Física do UNIBAVE.
  • 3
    Obra de referência da disciplina História da Educação Física do UNIBAVE.
  • 4
    Obra de referência da disciplina Bases do Profissional de Educação Física da UNISUL.
  • 5
    Obra de referência da disciplina Metodologia de Ensino dos Esportes Coletivos I, da ESUCRI.
  • 6
    Obra de referência das disciplinas Fundamentos Metodológicos do Voleibol da UNISUL e Esporte Coletivo I, da UNIBAVE.
  • 7
    Obra de referência da disciplina Metodologia dos Esportes Coletivos I, da UNESC.
  • 8
    Obra de referência da disciplina Metodologia dos Esportes Coletivos II, da UNESC.
  • 9
    Obra referência da disciplina História e Filosofia da Educação Física da UNESC.
  • 10
    Obra referência das disciplinas Esportes Coletivos III, do UNIBAVE, e Metodologia dos Esportes Coletivos I e II, da UNESC.
  • 11
    Obra referência da disciplina Metodologia dos Esportes Coletivos I, da UNESC.
  • 12
    Obra referência da disciplina Bases do Profissional de Educação Física da UNISUL.
  • 13
    Obra de referência da disciplina da disciplina História e Filosofia da Educação Física da UNESC.
  • 14
    Obra de referência da disciplina Bases do Profissional de Educação Física da UNISUL.
  • 15
    Obra de referência da disciplina Bases do Profissional de Educação Física da UNISUL.
  • 16
    Obra de referência da disciplina História da Educação Física do UNIBAVE.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      17 Abr 2012
    • Data do Fascículo
      Set 2011

    Histórico

    • Aceito
      02 Fev 2011
    • Recebido
      21 Jun 2010
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