RESUMO
Introdução:
O câncer anal é uma doença rara, cuja incidência está aumentando. Os retalhos são opções complexas de fechamento quando abrangem grandes áreas. A região perineal pode ser acometida por extensas lesões, requerendo utilização de retalhos.
Relato de Caso:
Paciente feminina, 56 anos, diagnosticada com adenocarcinoma anal, foi submetida à cirurgia de amputação abdominoperineal do reto associada à radioterapia pós-operatória há 2 anos. Apresentou recidiva cutânea da lesão neoplásica, com indicação de ampliação de margem cirúrgica para controle da recidiva. Após ampla ressecção com margem de segurança o defeito cutâneo, optouse por duplo retalho em V-Y com 15 cm de comprimento cada e espessura total do tecido celular subcutâneo (TCS) de região glútea para preenchimento do espaço morto deixado pela ressecção e avanço sobre o defeito. Implementou-se antibioticoprofilaxia endovenosa e profilaxia para trombose venosa profunda. Paciente evoluiu bem do procedimento sem intercorrências.
Discussão:
Retalho é um tecido que é mobilizado conforme sua anatomia vascular. Retalhos baseados no plexo subdérmico incluem os bipediculados, de avanço (V-Y), retalhos de rotação e transposição. Reconstruções de períneo são indicadas devido a tumores, traumas, infecções, queimaduras ou úlceras de pressão. A região anal é dividida em canal anal e margem anal. Dentre os tipos histológicos de neoplasia na região do canal anal, podem ser citados: carcinoma de células escamosas (histologia mais comum), adenocarcinoma, melanoma, carcinoma de pequenas células e sarcomas. O risco de recidiva locorregional, após tratamento, pode atingir cerca de 30% dos casos e é o padrão de recidiva mais frequente.
Descritores:
Adenocarcinoma; Retalho perfurante; Canal anal.