Gailani MR, et al.5 |
1966 |
Experimental (amostra tumoral) |
PTCH1 |
O estudo demonstrou que a maior parte das mutações resultaram em proteínas “truncadas”. Espalhados por todo o gene, encontrou-se 5 prematuros “Stop Codon”, 3 mutações frameshift. Alterações que não causam proteínas truncadas - 4 mutações missense e 1 deleção. Mutações típicas de exposição solar foram encontradas por ação de UVB: substituição C-T no sítio dipirimidina, incluindo dupla base-mutação CC-TT. Uma mutação C-G transversão em um alelo fora encontrada em paciente sem história de exposição solar. O gene PTCH1 possui ação supressora tumoral, sendo uma proteína de membrana e com porção intracelular, porém sem um mecanismo ainda conhecido. |
Aszterbaum M, et al.6 |
1998 |
Experimental (amostra tumoral e sangue) |
PTCH1 |
O gene PTCH1 apresenta mutações somáticas no CBC. Codifica 12 domínios de proteínas transmembrana que são receptores dos ligantes da via de hedgehog. Possuem função inibitória à sinalização de tal via. Realização interação inibitória às proteínas SMO de membrana (proteínas G de membrana). No CBC há três vias para sua gênesis: mutação em proto-oncogenes - SMO e SHH (aumento de expressão) e/ou mutação com inativação do gene supressor tumoral PTCH1. CBC esporádico necessita de mutação em ambos os alelos. As mutações encontradas foram: frameshift, premature stop códon, mutações características de ação do UVB - C-T ou CC-TT foram encontradas. A maioria das mutações encontrada tiveram como consequência proteínas truncadas, principalmente no loop extracelular. |
Zhang H, et al.7 |
2001 |
Experimental (Amostra da lesão em pacientes com menos de 30 anos) |
PTCH1 |
As mutações encontradas foram: mudança simples de nucleotídeos, inserção de AT e deleção de 15-bp. Nucleotídeo alterados característicos de UVB C-T ou CC-TT tiveram grande prevalência no sítio da pirimidina. Na amostra somática encontradas mutações - nonsense, missense, deleção e inserção - todas com terminação prematura da proteína. Mutação do PTCH1 altera duas grandes proteínas extracelulares - loops e 12 domínios transmembranas de ligação da via hedgehog. Indivíduos jovens com mesmas alterações que indivíduos idosos, apresentam alterações em suas capacidades de reparo de DNA - p53, além de mutações no PTCH1. |
Maglic D, et al.8 |
2018 |
Experimental (amostra tumoral e sangue) |
PTCH1 |
A principal alteração causada pela mutações no desenvolvimento do CBC ocorre na via hedgehog, em seus reguladores - receptor PTCH1, SMO (proteína G acoplada). As mutações inibem a função repressora do PTCH1, liberando os SMO e promovendo os fatores de crescimento dos GLI intranucleares. CBC que não respondem aos inibidores de SMO, escapam de tais com mutação no sítio de ligação da droga no SMO ou com potencialização da sinalização do GLI. A sinalização Hippo também possui relação com o CBC. A via Hippo externa da hedgehog, atua através do YAP, mas não do TAZ, para iniciar a progressão do CBC, atuando na JNK-JUN (fosforilação) sinalizando; não havendo impacto na via Wnt ou hedgehog. YAP atua na cura de feridas, rápida recuperação de células basais e regeneração de epiderme. Há um aumento da YAP nuclear no CBC. YAP-TEAD-AP1 interação é requerida para iniciação e manutenção do CBC. Essa via pode ser a causa da resistência aos inibidores de SMO. |
Smyth I, et al.9 |
1999 |
Experimental (amostra tumoral e sangue) |
PTCH2 |
Gene supressor tumoral homólogo ao PTCH1 localizado no cromossomo 1. Presença de mutação splice no sítio doador do gene no CBC no exon 20. Não encontrada nas demais células germinativas, somente na amostra tumoral. Foi demonstrado que a inativação de um alelo do PTCH2 está relacionado ao meduloblatoma e que uma mutação em splice está presente no CBC, aventando que esteja envolvido na gênese tumoral. |
Zaphiropoulos PG, et al.10 |
1999 |
Experimental (amostra tumoral e sangue) |
PTCH2 |
PTCH2 é 57% idêntico ao PTCH1, com variação significante nos domínios transmembrana 6 e 7. Apresenta alternativo Splice nos exons 9 e 10 responsáveis pelo loop extracelular e os domínios transmembrana 2 e 3 da estrutura da proteína PTCH1. O PTCH2, em similaridade ao PTCH1, atua como um gene supressor tumoral. O PTCH2 possui ação distinta do PTCH1, posto que sua superexpressão não consiga compensar a inativação do PTCH1. |
Rahnama F, et al.11 |
2004 |
Experimental (amostra tumoral e sangue) |
PTCH2 |
PTCH2 se apresenta como um alvo da sinalização SHH-N, promovendo regulação, porém não consegui inibir ativamente o SMO-M2 contrastando com o PTCH1. PTCH2 é 57% idêntico ao PTCH1, divergindo na região hidrofílica transmembrana entre os domínios 6 e 7. O fato do PTCH1 mutado no CBC não conseguir ser compensado pela superexpressão do PTCH2, implica que o PTCH2 está relacionado a via do PTCH1, porém PTCH2 apresenta função inibitória fraca quando comparada ao PTCH1. PTCH2 apresenta múltiplas variantes, sendo as com importância clínica as PTCH2-∆22 e uma variante que Splice exons 9 e 10 e mantém os exons 8 e 11 - junção - PTCH2-∆9,10. PTCH2 em suas 3 variantes produzem proteínas no citoplasma - intracelular vesicular. PTCH2 possui a capacidade de alterar a localização dos SMO dispersos no citoplasma para um padrão de sobreposição ao PTCH1 ou PTCH2. Há a combinação do PTCH2 e PTCH1 - estão interagindo em 20% da análise de imunoprecipitado. PTCH2 atua na internalização do SHH- N. A presença da GLI1 ligada ao sítio na posição entre as bases 472-463 do códon de iniciação ATG, demonstra efeito direto do SHH sinalizador na ativação do PTCH2. A inclusão dos exons 9 e 10 e a exclusão do exon 22, são necessárias para a inibição dose- dependente. PTCH2-∆22 não diminui sua inibição ao SMO quando ligado ao SHH - demonstrando que somente o PTCH1 apresenta reposta transcricional ligante-dependente. |
Fujii K, et al.12 |
2013 |
Experimental (Amostra tumoral e Sangue) |
PTCH2 |
Identificado heterozigose na linhagem germinativa com mutação missense no PTCH2 na Síndrome do CBC nevoide - há um frameshift 2-bp deleção (c.1172_1173del CT no exon 9) no PTCH2 criando um prematuro stop codon - resultando em uma proteína truncada de PTCH2 - p.S391X. Não foram encontradas nenhuma mutação no PTCH1, SUFU e SMO no sangue periférico. |
Friedman E, et al.13 |
1993 |
Experimental (Amostra tumoral) |
RASA1 |
Encontradas três diferentes mutações no CBC no C-terminal SH2 da ras-GAP (domínio catalítico). Sugestão de que tal mutação resulte em um domínio disfuncional que não possua interação com a fosfotirosina-modificada. Há a perda da lisina na porção do SH2, perdendo a interação com fosfotirosina, existindo uma interação com grupamento amino-aromático ou causando uma hidrofobicidade. A lisina é substituída por glutamato no CBC - alterando o sítio de ligação da fosfotirosina. ras-GAP atuam nos fatores de cresimento (ex: PDGF) - família das tirosinas quinases. O sistema utilizado para detecção das mutações DGGE pode ser falho e pouco sensível. Não possui relevante ação no CBC - redução de 50% na atividade GAP não aumenta suficientemente o GTP (guanosina-trifosfato). |
Xie J, et al.14 |
1998 |
Experimental |
SMO |
Ativação do gene SMO através de mutação somática missense do SMO. Esse gene é um componente da sinalização do complexo SHH-receptor e traz evidências que a mutação no SMO o torna um oncogene no CBC. A ativação da via hedgehog no CBC pode resultar da falha na inibição realizada pelo PTCH ou devido a ativação anormal por uma mutação no SMO. Encontrada heterozigose de mutação missense em par de bases 1,685 - M1 alterando a Arg 562 (CGG) para Gln (CAG) - origem somática, não presente na amostra sanguínea. Há a hipótese de que o SMO mutado realize ligação com PTCH e faça que a inibição dessa cesse nos demais receptores de SMO. A sinalização do SMO mutante ocorre independente de ligantes. Há a efetiva sinalização na cascata do SHH no domínio do zinco como fator transcricional do GLI. Esse gene é amplificado nos CBC, estando com sua atividade aumentada. SMO-M2 uma proteína intrínseca da membrana, quando em superexpressão somente atua nas células basais não existindo ação em outros tecidos. SMO é um proto-oncogene, sendo um alvo para tratamento de CBC. |
Kunstfeld R15 |
2014 |
Revisão |
SMO |
Via hedgehog é identificada como elemento chave para o desenvolvimento de vária neoplasias. A inibição do SMO é a melhor forma de interferir na via hedgehog. A via hedgehog é fundamental no desenvolvimento embrionário e tipicamente se torna silente/inativa nos tecidos adultos. A via é iniciada com a ligação de um dos ligantes da hedgehog - Desert, Indian ou Sonic no receptor transmembrana PTCH1. Na forma inativa o PTCH exerce inibição nos receptores SMO e nenhuma sinalização interna ocorre. Quando os ligantes hedgehog se ligam na PTCH, um relaxamento na inibição ocorre e a sinalização pelo SMO se inicia, regulando a expressão e transcrição de fatores - GLI 1-3. Drogas inibidoras de SMO: Vismodegib, Sonidegib, BMS-833923(XLI139), Taladegib. Drogas que não possuem o SMO como alvo: Itraconazole (previne o cumulo de SMO no cílio primário), Vitamina D3 (ligação direta ao SMO). |
Zhang H, et al.16 |
2018 |
Revisão |
SMO |
Hedgehog possui importância no desenvolvimento embrionário, controle da maturação celular, diferenciação e proliferação. Nos tecidos adultos está silente, exceto na manutenção e reparo quando necessário. Os componentes da Via Hedgehog são: 3 HH ligantes (S, D e I), dois 12-transmembrana receptores - PTCH1 e PTCH2, um frizzled receptor da classe da proteína G - SMO e 3 fatores da cascata de transcrição GLI 1 -3. A transdução da sinalização HH se inicia no cílio primário - uma organela similar a uma antena que se projeta para fora das células. O efeito inibidor do PTCH inativo previne a translocação do SMO para o cílio primário. A GLI2/3 completa é negativamente regulada pela proteína SUFU e deixada na forma de GLI2/3Repressor e o sinal da via está desligado. Os ligantes HH quando se acoplam ao PTCH1, relaxam a repressão sobre o SMO e induz o cílio primário ao tráfico com SMO. Os promotores SMO ativados realizam a dissociação da GLI2/3FL do SUFU (GLI2/3R) formando o GLI2/3A - ativada, induzindo o transporte da GLI2/3A para o interior do núcleo e os gatilhos de transcrição alvo do gene. 80% dos CBC possuem mutação no PTCH1, sem alterações nos SMO, assim são responsivos aos inibidores dos SMO. Resistência ocorre com a mutação missense do SMO no lócus D473H - perda ácido aspártico. Várias mutações no sítio de ligação das drogas e nos sítios distais com redução significativa de afinidade pelo GDC-0449 (vismodegib). Há resistência causada por amplificação cromossômica da cascata dos efetores GLI2 ou uma superexpressão da via de sinalização da fosfoinoside-3-quinase. A ligação dos antagonistas de SMO induzem uma alteração conformacional tanto nos domínios transmembrana como nos domínios extracelulares, demonstrando como eles manipulam a atividade da proteína SMO. A mutação D473 causa a perda da ligação de hidrogênio, reduzindo a afinidade ao GDC-0449 ao SMO. |
Souza AM, et al.17 |
2020 |
Estudo Caso- Controle retrospectivo (Amostras pacientes com CBC e controles) |
SMO |
CpG-SNPs rs375350898 e rs75827493 apresentaram associação significativa ao CBC e o SNP rs75827493 mostrara relação com o CBC nodular. Assim, tais SNPs se demonstraram como potenciais marcadores de suscetibilidade ao CBC. A presença de SNPs na região promotora da CpG do gene SMO, pode modificar a metilação e provocar suscetibilidade ao CBC. CBC apresentam uma aberrante superregulação da via hedgehog, tipicamente com a perda do PTCH1 e ativação do SMO-proteína G receptor, resultando na desregulação da transcrição da GLI e processos envolvendo fatores de crescimento celular e proliferação. SNPs representam região do código que estão associadas a muitas doenças. O estudo dos SNPs nas regiões de promotores e de introns é importante para compreensão dos mecanismos da regulação genética na carcinogênese. |