Acessibilidade / Reportar erro

Classificação e tratamento da mão em fenda: revisão da literatura

RESUMO

A mão em fenda é uma deformidade congênita rara caracterizada por uma deficiência longitudinal dos raios centrais da mão, podendo estar associada a outras malformações. Devido ao amplo espectro de manifestações, o tratamento de mãos em fenda é desafiador. Este estudo objetiva apresentar as classificações, técnicas cirúrgicas mais indicadas e seguimentos adotados conforme a manifestação clínica. Foi realizada uma pesquisa nos bancos de dados Web of Science, PubMed, Scopus, Cochrane e Embase, descritores e termos relacionados à anomalia mão em fenda típica. Trinta e dois artigos foram incluídos, sendo analisados quanto a classificação da anomalia, classificação da gravidade de expressão, técnicas cirúrgicas e estudos com informações da intervenção cirúrgica adotada para uma coorte de pacientes. Considerando que estudos sobre mão em fenda são diretamente afetados pelas descobertas embriológicas, genéticas e de biologia molecular, diferentes classificações foram descritas e diversos estudos de complementação de técnicas cirúrgicas já existentes foram encontrados. Estudos inovadores são escassos. A padronização na descrição das técnicas e resultados, além de pesquisas de melhor qualidade, poderiam elucidar lacunas ainda existentes em torno das opções de tratamento.

Descritores:
Anormalidades congênitas; Mãos; Articulações dos dedos; Doenças e anormalidades congênitas, hereditárias e neonatais; Deformidades da mão

ABSTRACT

Cleft hand is a rare congenital deformity characterized by a longitudinal deficiency of the central rays of the hand, which may be associated with other malformations. Due to the wide spectrum of manifestations, the treatment is challenging. This study aims to present the most suitable classifications, surgical techniques and follow-up adopted according to the clinical manifestation. A search was performed in the databases Web of Science, PubMed, Scopus, Cochrane and Embase, descriptors and terms related to the hand anomaly in a typical cleft. Thirty-two articles were included and analyzed regarding the classification of the anomaly, classification of the severity of expression, surgical techniques and studies with information on the surgical intervention adopted for a cohort of patients. Considering that studies about cleft hand could be directly affected by embryological, genetic and molecular biology discoveries, different classifications have been described and several studies to complement existing surgical techniques have been found. Innovative studies are scarce. Standardization in the description of techniques and results, in addition to better quality research, could elucidate gaps that still exist around treatment options gaps.

Keywords:
Congenital abnormalities; Hand; Finger joint; Congenital, Hereditary, and neonatal diseases and abnormalities; Hand deformities

INTRODUÇÃO

A mão em fenda congênita (MFC) foi originalmente classificada como mão em fenda típica versus atípica11 Barsky AJ. Cleft Hand: Classification, incidence, and treatment. review of the literature and report of nineteen cases. J Bone Joint Surg Am. 1964;46:1707-20.. Com o avanço da genética e biologia molecular, a mão em fenda atípica foi reclassificada como sequência teratológica da simbraquidactilia22 Manske PR. Symbrachydactyly instead of atypical cleft hand. Plast Reconstr Surg. 1993;91(1):196..

Essa anomalia é caracterizada pelo formato em “V”, que pode estar associada à ausência de um ou mais dígitos, podendo ser unilateral ou bilateral, com envolvimento de pés ou não33 Falcochio DF, Da Costa AC, Durigan CPI, Nascimento VDG, Santili C, Chakkour I. Epidemiological and Clinical Aspects of Cleft Hand: Case Series From a Tertiary Public Hospital in São Paulo, Brazil. Hand (N Y). 2019;14(6):814-8.,44 Wolfe SW, Pederson WC, Hotchkiss RN, Kozin SH, Cohen MS. Green’s operative hand surgery: the pediatric hand E-book. Philadelphia: Elsevier Health Sciences; 2010.. Em geral, é uma herança autossômica dominante, com penetrância e expressividade variável44 Wolfe SW, Pederson WC, Hotchkiss RN, Kozin SH, Cohen MS. Green’s operative hand surgery: the pediatric hand E-book. Philadelphia: Elsevier Health Sciences; 2010..

Resultante de uma deficiência longitudinal dos raios centrais da mão, a MFC pode variar desde uma simples fenda cutânea de tecidos moles até a supressão de todos os raios, exceto o dígito mínimo55 Tonkin MA, Tolerton SK, Quick TJ, Harvey I, Lawson RD, Smith NC, et al. Classification of congenital anomalies of the hand and upper limb: development and assessment of a new system. J Hand Surg Am. 2013;38(9):1845-53.. Com base nos três eixos de desenvolvimento da mão e membro superior, a MFC atualmente é classificada na categoria de malformações das placas das mãos - diferenciação de eixo anormal (padronização / diferenciação de membro tardio)66 Goldfarb CA, Ezaki M, Wall LB, Lam WL, Oberg KC. The Oberg-Manske-Tonkin (OMT) Classification of Congenital Upper Extremities: Update for 2020. J Hand Surg Am. 2020;45(6):542-7..

Dentre as classificações mais utilizadas, destacam-se a de Manske & Halikis e a de Sharma e Sharma. A primeira é baseada no envolvimento da primeira comissura77 Manske PR, Halikis MN. Surgical classification of central deficiency according to the thumb web. J Hand Surg Am. 1995;20(4):687-97.. A segunda fornece uma descrição completa da mão e atribui um valor numérico a cada elemento, com a subsequente recomendação do procedimento cirúrgico indicado88 Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50..

As indicações de tratamento cirúrgico variam desde a deficiência de espaço da primeira comissura, ausência do polegar, deformidade progressiva até severas contraturas em flexão de um ou mais dedos44 Wolfe SW, Pederson WC, Hotchkiss RN, Kozin SH, Cohen MS. Green’s operative hand surgery: the pediatric hand E-book. Philadelphia: Elsevier Health Sciences; 2010.,99 Upton J, Taghinia AH. Correction of the Typical Cleft Hand. J Hand Surg Am. 2010;35(3):480-5.. No entanto, esse tema continua controverso e desafiador, especialmente devido à adaptação do paciente à deformidade e funcionalidade aceitável do membro1010 Christen T, Dautel G. Metacarpophalangeal ligamentoplasty in typical cleft hand. Tech Hand Up Extrem Surg. 2013;17(2):120-2..

OBJETIVO

Esta revisão da literatura tem por objetivo apresentar as classificações, técnicas cirúrgicas mais relevantes relatadas na literatura e resultados obtidos nos diferentes estudos incluídos.

MÉTODOS

Bases de dados e pesquisas

A pesquisa bibliográfica foi realizada entre abril e outubro de 2020 nos periódicos indexados nas bases de dados Web of Science, PubMed, Scopus, Cochrane e Embase. Os termos de pesquisa utilizados foram uma combinação de “Typical Cleft Hand”, “Cleft Hand”, “Ectrodactyly”, “Central hand”, “Central ray deficiency”, “EEC syndrome”, “Split hand”, “Split-hand”, “Split-Hand Malformation”, “Lobster claw”, “Fingers/ abnormalities”, “Muscle, Skeletal/abnormalities”, “Hand Deformities, Congenital/pathology”, “Trigger Finger Disorder/congenital”, “SHFM”, “Collateral Ligaments/ surgery”, “Hand Deformities, Congenital/surgery”, “Metacarpophalangeal Joint/surgery”, “Tendon Transfer”, “Surgical Flaps”, “Suture Techniques“, “Syndactyly/surgery”, “Reconstructive Surgical Procedures”, “Hand Deformities, Congenital/surgery”, “Fingers/surgery”, “Congenital/ surgery”, “Treatment”, e outros termos relacionados.

Todos os registros retornados pela pesquisa foram importados para o software de gerenciamento bibliográfico Mendeley e as publicações em duplicatas foram removidas. Também identificamos artigos relevantes por meio de vinculação bibliográfica com artigos elegíveis.

Seleção dos estudos

Os estudos incluídos relatavam-se à MFC, podendo ter como abordagens: classificação da anomalia, classificação da gravidade de expressão, técnicas cirúrgicas, intervenção ou coorte de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico. A busca não limitou idioma ou desenho do estudo. Para análise de intervenção, com a finalidade de observar tendências práticas atuais, a busca foi restrita a estudos publicados entre 2000 e 2020.

Foram excluídos estudos que analisaram pacientes com mão em fenda decorrentes de sequela de trauma ou com associação sindrômica, artigos de revisão ou análises secundárias e publicações incompletas ou que não fornecessem dados suficientes para um dos desfechos de interesse. Dados de coorte de paciente de estudos com abordagem em técnicas cirúrgicas não foram utilizados para análises de intervenção.

Extração dos dados

Dois investigadores independentes revisaram os resultados da pesquisa para selecionar estudos elegíveis utilizando os critérios de inclusão e exclusão pré-estabelecidos. As decisões discordantes foram discutidas com um terceiro revisor. Os dados foram extraídos utilizando um formulário conforme variáveis predefinidas para cada análise. Visando sintetizar os achados da literatura, optamos por incluir um tópico unificando técnicas cirúrgicas e classificação da gravidade de expressão conforme relatos sugestivos observados na literatura.

RESULTADOS

Seleção de estudos

Foram identificados 527 estudos pela busca dos descritores nos bancos de dados. Foram excluídos por duplicidade ou pelo título, resumo e/ou palavraschave 369 artigos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão determinados, 36 foram considerados potencialmente elegíveis; desses, quatro foram descartados pautados no desfecho clínico, ausência de dados ou desenho de estudo inadequado; resultando em 32 estudos para análise dos resultados. Na Figura 1, está representado o fluxograma da busca de estudos nas bases de dados escolhidas.

Figura 1
Fluxograma prisma para revisão de literatura.

Análises dos estudos incluídos

Os estudos incluídos foram divididos em quatro grupos: (1) classificação da anomalia congênita (n=8); (2) classificação da gravidade de expressão (n=10); (3) técnicas cirúrgicas (n=12); e (4) análise de intervenção (n=4). Desses, apenas dois estudos atenderam aos critérios de inclusão em dois grupos concomitantes; portanto, foram contabilizados como inclusões únicas1111 Ogino T. Cleft hand. Hand Clin. 1990;6(4):661-71.,1212 Upton J. Simplicity and treatment of the typical cleft hand. Handchir Mikrochir Plast Chir. 2004;36(2-3):152-60.. Assim sendo, as principais características dos 32 estudos incluídos estratificados em grupos são apresentados nos tópicos subsequentes.

Classificação funcional da MFC

O sistema de classificação para malformações congênitas de membros foi desenvolvido por Swanson et al.13, baseando-se no agrupamento de anomalias de acordo com a parte afetada durante o desenvolvimento.

Esse sistema, aceito pela American Society for Surgery of the Hand (ASSH), pela International Federation of Societies for Surgery of the Hand (IFSSH) e pela International Society for Prosthetics and Orthotics (ISPO), é denominado classificação IFSSH1414 Swanson AB. A classification for congenital limb malformations. J Hand Surg Am. 1976;1(1):8-22.. Posteriormente, a Japanese Society for Surgery of the Hand (JSSH) sugeriu modificações para inclusão de dois grupos: “Indução anormal de raios” e “Casos inclassificáveis”1515 De Smet L; IFSSH. International Federation for Societies for Surgery of the Hand JSSH. Japanese Society for Surgery of the Hand. Classification for congenital anomalies of the hand: the IFSSH classification and the JSSH modification. Genet Couns. 2002;13(3):331-8.,1616 Iba K, Horii E, Ogino T, Kazuki K, Kashiwa K; Congenital Hand Committee of Japanese Society for Surgery of the Hand. The Classification of Swanson for Congenital Anomalies of Upper Limb Modified by the Japanese Society for Surgery of the Hand (JSSH). Hand Surg. 2015;20(2):237-50..

Uma nova classificação para anomalias congênitas da extremidade superior, conhecida como a classificação OMT e considerada uma alternativa para classificação de Swanson, Barsky e Entin1717 Ezaki M, Baek GH, Horii E, Hovius S. IFSSH Scientific Committee on Congenital Conditions. J Hand Surg Eur Vol. 2014;39(6):676-8.,1818 Tonkin MA, Oberg KC. The OMT Classification of Congenital Anomalies of the Hand and Upper Limb. Hand Surg. 2015;20(3):336-42., foi apresentada por Oberg et al.19, em 2010. Desde a sua publicação, a classificação OMT foi vigorosamente avaliada por diversos autores quanto à sua utilidade e confiabilidade e, recentemente, em 2020, uma atualização foi publicada66 Goldfarb CA, Ezaki M, Wall LB, Lam WL, Oberg KC. The Oberg-Manske-Tonkin (OMT) Classification of Congenital Upper Extremities: Update for 2020. J Hand Surg Am. 2020;45(6):542-7..

Portanto, conforme classificação atual, a MFC é classificada como IB1IV: I- Malformação; B- Placa de mão: diferenciação de eixo anormal (padronização/ diferenciação de membro tardio); 1- Eixo Proximodistal; IV: Mão em fenda (malformação de pé/mão fendido)66 Goldfarb CA, Ezaki M, Wall LB, Lam WL, Oberg KC. The Oberg-Manske-Tonkin (OMT) Classification of Congenital Upper Extremities: Update for 2020. J Hand Surg Am. 2020;45(6):542-7..

As diferenças congênitas também podem ser classificadas de acordo com sua gravidade de expressão, podendo auxiliar na determinação funcional e orientação do tratamento. Devido à imprevisibilidade e peculiaridade das apresentações fenotípicas dessa anomalia, um grande número de sistemas de classificação foram propostos, podendo ser baseados em número de raios defeituosos1111 Ogino T. Cleft hand. Hand Clin. 1990;6(4):661-71.,2020 Tsuge K, Watari S. Surgical treatment of cleft hand and its associated deformities. Bull Hosp Jt Dis Orthop Inst. 1984;44(2):532-41.,2121 Nutt JN 3rd, Flatt AE. Congenital central hand deficit. J Hand Surg Am. 1981;6(1):48-60., mecanismo teratológico de aplasia e sinostose2222 Blauth W, Falliner A. Morphology and classification of cleft hands. Handchir Mikrochir Plast Chir. 1986;18(3):161-95., contratura da primeira comissura77 Manske PR, Halikis MN. Surgical classification of central deficiency according to the thumb web. J Hand Surg Am. 1995;20(4):687-97.,1212 Upton J. Simplicity and treatment of the typical cleft hand. Handchir Mikrochir Plast Chir. 2004;36(2-3):152-60., complexidade de anomalias associadas2323 Glicenstein J, Guero S, Haddad R. Fentes médianes de la main. Classification et indications thérapeutiques a propos de 29 cas [Median clefts of the hand. Classification and therapeutic indications apropos of 29 cases]. Ann Chir Main Memb Super. 1995;14(6):253. French. e morfologia radiológica e posição da fenda - medioulnar e ulnar2424 Falliner A. The cleft hand. Proposal of a classification based on 279 cleft hands. Handchir Mikrochir Plast Chir. 2004;36(1):47-54..

Classificações mais atuais tendem a apresentar uma maior complexidade de informações. Valenti et al.25 propuseram uma classificação baseando-se em seis grupos, cada um com uma estratégia terapêutica, a partir da descrição de todas as anormalidades clínicas e radiográficas observadas. Alinhado a isso, Sharma & Sharma88 Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50. descreveram uma nova classificação funcional abrangente considerando todos os determinantes morfológicos da anomalia, como dígitos ausentes, anomalias associadas, local da fenda e estado funcional do polegar, denominando-a de DAST88 Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50..

Dentre essas, a classificação clínica mais amplamente utilizada é a de Manske & Halikis77 Manske PR, Halikis MN. Surgical classification of central deficiency according to the thumb web. J Hand Surg Am. 1995;20(4):687-97., que se baseia na condição da primeira comissura, sendo o tipo I normal (normal web); tipo II (narrow web) com estreitamento moderado (IIA) ou grave (IIB); tipo III (syndactylized web) primeira comissura fundida, sindactilia entre polegar e indicador; tipo IV (merged web) primeira comissura incluída na fenda, não existe o indicador e o polegar é instável; e tipo V (absent web) com ausência da comissura pela ausência do polegar e do indicador.

A classificação funcional com análise multivariada mais recente, defendida por Sharma & Sharma88 Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50., pode ser apresentada da seguinte forma:

  • Tipo I: descrito por ter 1a comissura normal, caracterizada por ter a primeira comissura não reduzida, com fenda leve e nenhum osso anormal;

  • Tipo IIA: descrito por ter 1ª comissura ligeiramente estreitada, caracterizada por ter a 1ª comissura ligeiramente reduzida e osso anormal;

  • Tipo IIB: descrito por ter 1ª comissura severamente estreita, caracterizada pela 1ª comissura severamente reduzida, sindactilia óssea anormal;

  • Tipo III: descrito por ter sindactilia polegar/ índice sem 1ª comissura, caracterizada pela 1ª comissura fundida, sindactilia entre polegar e segundo quirodáctilo e osso anormal;

  • Tipo IV: descrito por ter 1ª comissura incluída na fenda, caracterizada pela supressão do segundo quirodáctilo e sindactilia do dígito ulnar;

  • Tipo V: descrito por ter 1ª comissura ausente, caracterizada pela ausência do polegar.

Como regra geral, um somatório de pontuação maior que 4 ou pontuação individual em qualquer determinante morfológicos da anomalia maior que 2 indica uma deformidade potencialmente mais complexa com menor possibilidade de resultados funcionais e estéticos satisfatórios88 Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50..

Técnica cirúrgica

Os procedimentos cirúrgicos recomendados para o tratamento da deficiência central incluem o fechamento da fenda, redução do espaço intermetacarpal, liberação de sindactilia e excisão de elementos ósseos polidáctilos ou transversos, quando presentes. A redução do espaço intermetacarpal e intervenções secundárias ao fechamento da fenda podem ser realizadas por diferentes técnicas, e as mais frequentemente reportadas na literatura, juntamente com indicação, vantagens e desvantagens, conforme relatado pelo estudo quando disponível, estão listadas na Figura 2.

Figura 2
Tratamento recomendado de acordo com a classificação.

Técnica cirúrgica conforme classificação de gravidade de expressão

Sistemas de classificação são essenciais para facilitar a comunicação e orientar a reconstrução cirúrgica. Portanto, apresentamos as condutas mais comumente relatadas pelos estudos incluídos, estratificadas conforme a classificação de Manske & Halikis77 Manske PR, Halikis MN. Surgical classification of central deficiency according to the thumb web. J Hand Surg Am. 1995;20(4):687-97..

Visando expor os avanços de conhecimento dessa anomalia, apresentamos na Figura 3 a classificação Manske & Halikis77 Manske PR, Halikis MN. Surgical classification of central deficiency according to the thumb web. J Hand Surg Am. 1995;20(4):687-97. e as recomendações de procedimentos sugeridos por alguns autores do novo sistema de classificação para mãos com fissura típica utilizando a classificação DAST88 Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50..

Figura 3
Classificação DAST para mão em fenda.

Análise de intervenção

Informações cirúrgicas de estudos de coorte de pacientes submetidos a procedimentos para o tratamento de mão em fenda estão apresentadas no Quadro 1.

Quadro 1
Técnicas cirúrgicas, vantagens e desvantagens.

DISCUSSÃO

Muitos casos de MFC não requerem tratamento cirúrgico1010 Christen T, Dautel G. Metacarpophalangeal ligamentoplasty in typical cleft hand. Tech Hand Up Extrem Surg. 2013;17(2):120-2.,3333 Kozin SH, Zlotolow DA. Common Pediatric Congenital Conditions of the Hand. Plast Reconstr Surg. 2015;136(2):241e-57e.. Portanto, o seguimento a ser adotado demanda um gerenciamento delicado ao delinear as indicações de intervenção e o plano cirúrgico deve tratar especificamente da anormalidade única do paciente3434 Davis DD, Kane SM. Cleft Hand. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2020.. Uma vez que diversos autores relatam as consequências psicológicas da MFC ocasionadas pelos estigmas sociais, membros de uma equipe interdisciplinar podem ser requisitados para aconselhar famílias com essa condição3535 Flatt AE. The Care of Congenital Hand Anomalies. St. Louis: Quality Medical Publishing; 1994. p. 292-316..

A principal indicação para corrigir a deformidade é a restauração da função o mais próximo do normal e o mais cedo possível, sendo a correção estética um resultado natural da intervenção88 Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50.. Conforme descrito na literatura, os cirurgiões devem avaliar o espaçamento da primeira comissura, a presença ou ausência de metacarpos nos raios centrais, ossos transversais, sindactilia que pode estar presente e, especialmente, o suprimento vascular para a mão44 Wolfe SW, Pederson WC, Hotchkiss RN, Kozin SH, Cohen MS. Green’s operative hand surgery: the pediatric hand E-book. Philadelphia: Elsevier Health Sciences; 2010.. Se a mão fendida for decorrente de insuficiência vascular, como em casos de síndromes associadas, ou houver outras deformidades concomitantes, é sugerida uma correção cirúrgica escalonada3434 Davis DD, Kane SM. Cleft Hand. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2020..

Foi observado que a compreensão da etiologia das anomalias congênitas dos membros é restrita e continua em progressão, e confirmamos isso na recente modificação de subcategorização de mão em fenda na atualização da classificação OMT publicada em 202066 Goldfarb CA, Ezaki M, Wall LB, Lam WL, Oberg KC. The Oberg-Manske-Tonkin (OMT) Classification of Congenital Upper Extremities: Update for 2020. J Hand Surg Am. 2020;45(6):542-7..

Um grande número de classificações conforme gravidade de expressão da MFC foi encontrado, sendo a de Manske & Halikis77 Manske PR, Halikis MN. Surgical classification of central deficiency according to the thumb web. J Hand Surg Am. 1995;20(4):687-97. a mais frequentemente utilizada, sendo citada em 100% dos estudos incluídos para análise de intervenção cirúrgica3232 Yasin E, Amin H, Mahmoud M, Abdel-Ghani H. Using Skin of the Cleft as Bipedicle flap for Release of the First Web Space in Congenital Central Deficiency. J Hand Surg Am. 2020;45(7):665. e1-665.e7.,3636 Goldfarb CA, Chia B, Manske PR. Central ray deficiency: subjective and objective outcome of cleft reconstruction. J Hand Surg Am. 2008;33(9):1579-88.,3737 Tada K. Central ray deficiency of the hand. Operative treatment and results. Int Orthop. 1984;8(3):229-33.,3838 Aleem AW, Wall LB, Manske MC, Calhoun V, Goldfarb CA. The transverse bone in cleft hand: a case cohort analysis of outcome after surgical reconstruction. J Hand Surg Am. 2014;39(2):226-36.,3939 Beck JD, Chang B, Jones NF. Over 20-year follow-up of Miura reconstruction of cleft hand. Hand (N Y). 2015;10(2):319-22.. Entretanto, a classificação mais completa e atual com recomendações de procedimentos cirúrgicos e prognóstico é a de Sharma & Sharma88 Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50..

É importante destacar que alguns estudos foram redundantes, descrevendo modificações da incisão na pele ou refinando técnicas já consolidadas, tendo como principal objetivo a correção da primeira comissura. Se a primeira comissura estiver normal, o chamado ‘fechamento simples da fenda’ é sugerido, com a reconstrução dos tecidos moles, ligamentos, tendões e ossos. A incisão pode ser fechada por diferentes métodos, sendo a pele normalmente retirada do lado lateral dos dígitos adjacentes para formação de uma cicatriz longitudinal. Frequentemente, um retalho da metade ulnar da fenda é usado para aumentar a profundidade da primeira comissura, criando um espaço mais amplo e funcional entre o indicador e o polegar. Autores ressaltam que a detecção do pedículo neurovascular e a divisão cuidadosa da fenda são etapas importantes para a identificação de quaisquer tendões adicionais.

Conforme estudos incluídos nas análises de intervenção, se o segundo e o quarto dígito permanecerem divergentes, uma osteotomia da base de um dos ossos metacarpais pode ser considerada. Em casos de ossos transversos, é sugerida a retirada total ou parcial, deixando partes dele em continuidade com as articulações metacarpais, a fim de evitar danos aos ligamentos colaterais, instabilidade ou rigidez4040 Wood VE. The treatment of crossbones of the hand. Handchir Mikrochir Plast Chir. 2004;36(2-3):161-5.. Reconstrução do ligamento metacarpal transverso profundo pode ser realizada utilizando bainhas flexoras (parte das polias A1 ou A2) dos dígitos índice e anular, enxerto de rotação de base dorsal1111 Ogino T. Cleft hand. Hand Clin. 1990;6(4):661-71., enxertos de tendão/ fáscia3636 Goldfarb CA, Chia B, Manske PR. Central ray deficiency: subjective and objective outcome of cleft reconstruction. J Hand Surg Am. 2008;33(9):1579-88., ou ainda, pontos absorvíveis e fios K.

Para casos complexos com sindactilia da primeira comissura, são apresentadas opções de acordo com a gravidade do estreitamento. Se a sindactilia estiver proximal e frouxa, pode ser liberada com retalho apropriado (zetaplastia, zetaplastia combinada ou retalho de rotação-transposição) em associação com o fechamento da fenda, conforme descrito.

Para estreitamento severo, atenção deve ser dada à bifurcação distal do feixe neurovascular, não apenas entre o polegar e o índice, mas também entre o dígito anular e o dígito mínimo. Se esse problema não puder ser resolvido por procedimentos microvasculares, autores alertam para a possibilidade de ocorrência de necrose4141 Buck-Gramcko D. Microsurgery in congenital malformations of the hand. In: Brunelli G, ed. Textbook of Microsurgery. Milano: Masson; 1988. p. 933-40.,4242 Buck-Gramcko D. Congenital malformations of the hand and forearm. Chir Main. 2002;21(2):70-101.. Sendo assim, pode ser indicada a transposição do segundo raio para o terceiro osso metacarpo (se houver). Já em casos avançados de aplasia parcial ou mesmo completa, é sugerida a transferência de dedos dos pés ou até mesmo enxerto ósseo coberto com periósteo4242 Buck-Gramcko D. Congenital malformations of the hand and forearm. Chir Main. 2002;21(2):70-101.. O tratamento conservador é reservado aos casos mais graves, nos quais comumente há uma grande adaptação funcional e nos pacientes portadores de déficit do desenvolvimento neuropsicomotor grave, o que impossibilita a reabilitação adequada4343 Kay SP, Platt A. Congenital disorders: cleft hand. In: Berger RA, Weiss APC, eds. Hand surgery. Philadelphia: Lippincott Williams & Williams; 2004. p. 1465-75.,4444 França Bisneto EN. Deformidades congênitas dos membros superiores: parte I: falhas de formação. Rev Bras Ortop. 2012;47(5):545-52..

Foi observado que estudos de aplicação prática e acompanhamento de longo prazo são limitados. Apenas quatro estudos que apresentavam detalhes de intervenção cirúrgica para uma coorte de pacientes submetidos ao tratamento de mão em fenda foram identificados, conforme apresentado no Quadro 2. Desses, a distribuição das mãos fissuradas mais frequente foi do tipo II. Nenhum paciente do tipo IV ou V foi descrito, observação semelhante descrita por Manske & Halikis77 Manske PR, Halikis MN. Surgical classification of central deficiency according to the thumb web. J Hand Surg Am. 1995;20(4):687-97., que relataram serem os subtipos mais raros e de manejo difícil, fator que justificaria a ausência de estudos contendo estes subtipos.

Quadro 2
Análise de intervenção dos artigos publicados em periódicos indexados incluídos na revisão sistemática.

Em estudos recentes, o procedimento de Snow é frequentemente relacionado às suas limitações, como baixa viabilidade do retalho palmar, dificuldade técnica, e a registros de complicações resultantes de necrose. Entretanto, Rider et al.45, ao estudar a técnica, observaram baixa taxa de necrose do retalho, mas em um terço dos pacientes a revisão foi necessária. Apesar desse achado, observa-se uma relevante utilização da técnica de Miura & Komada2727 Miura T, Komada T. Simple method for reconstruction of the cleft hand with an adducted thumb. Plast Reconstr Surg. 1979;64(1):65-7., sendo justificada no desenho mais simples e menos risco de necrose do retalho, enquanto produz resultados funcionais e cosméticos semelhantes3939 Beck JD, Chang B, Jones NF. Over 20-year follow-up of Miura reconstruction of cleft hand. Hand (N Y). 2015;10(2):319-22.. Um estudo com resultados a longo prazo da técnica de Miura & Komada2727 Miura T, Komada T. Simple method for reconstruction of the cleft hand with an adducted thumb. Plast Reconstr Surg. 1979;64(1):65-7. demonstrou excelente satisfação do paciente em função e estética3939 Beck JD, Chang B, Jones NF. Over 20-year follow-up of Miura reconstruction of cleft hand. Hand (N Y). 2015;10(2):319-22.. Mesma ocorrência foi reportada na literatura para intervenções realizadas pela técnica de Upton1212 Upton J. Simplicity and treatment of the typical cleft hand. Handchir Mikrochir Plast Chir. 2004;36(2-3):152-60..

Em geral, pacientes que apresentam fenda da mão por deformidade vascular apresentam alto risco de perda de pele e má perfusão do sítio cirúrgico após a cirurgia, principalmente se o procedimento não tiver estadiamento adequado. Além disso, a rigidez dos dedos continua sendo a queixa pós-operatória mais comum, apesar da melhora dos resultados funcionais3434 Davis DD, Kane SM. Cleft Hand. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2020.. Diante disso, enfatizamos que fenda mediana da mão é uma malformação complexa, mas rara e que requer conduta individualizada mediante gravidade de expressão.

CONCLUSÃO

Estudos sobre MFC são diretamente afetados pelas descobertas embriológicas, genéticas e de biologia molecular. Durante os últimos anos, os avanços nesses campos levaram a uma reestruturação do sistema de classificação e a compreensão das diferentes apresentações. Em relação aos tratamentos, as técnicas pioneiras incluem o fechamento da fenda, assim como de reconstrução da primeira comissura. As principais complicações descritas foram problemas de necrose do retalho distal e rigidez. Diversos estudos de atualização dessas técnicas foram encontrados. A padronização na descrição das técnicas e resultados, além de pesquisas de melhor qualidade, poderiam elucidar lacunas ainda existentes em torno das opções de tratamento.

  • Instituição: Universidade Estadual de Campinas, Hospital de Clínicas, Campinas, SP, Brasil.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Barsky AJ. Cleft Hand: Classification, incidence, and treatment. review of the literature and report of nineteen cases. J Bone Joint Surg Am. 1964;46:1707-20.
  • 2
    Manske PR. Symbrachydactyly instead of atypical cleft hand. Plast Reconstr Surg. 1993;91(1):196.
  • 3
    Falcochio DF, Da Costa AC, Durigan CPI, Nascimento VDG, Santili C, Chakkour I. Epidemiological and Clinical Aspects of Cleft Hand: Case Series From a Tertiary Public Hospital in São Paulo, Brazil. Hand (N Y). 2019;14(6):814-8.
  • 4
    Wolfe SW, Pederson WC, Hotchkiss RN, Kozin SH, Cohen MS. Green’s operative hand surgery: the pediatric hand E-book. Philadelphia: Elsevier Health Sciences; 2010.
  • 5
    Tonkin MA, Tolerton SK, Quick TJ, Harvey I, Lawson RD, Smith NC, et al. Classification of congenital anomalies of the hand and upper limb: development and assessment of a new system. J Hand Surg Am. 2013;38(9):1845-53.
  • 6
    Goldfarb CA, Ezaki M, Wall LB, Lam WL, Oberg KC. The Oberg-Manske-Tonkin (OMT) Classification of Congenital Upper Extremities: Update for 2020. J Hand Surg Am. 2020;45(6):542-7.
  • 7
    Manske PR, Halikis MN. Surgical classification of central deficiency according to the thumb web. J Hand Surg Am. 1995;20(4):687-97.
  • 8
    Sharma A, Sharma N. A comprehensive functional classification of cleft hand: The DAST concept. Indian J Plast Surg. 2017;50(3):244-50.
  • 9
    Upton J, Taghinia AH. Correction of the Typical Cleft Hand. J Hand Surg Am. 2010;35(3):480-5.
  • 10
    Christen T, Dautel G. Metacarpophalangeal ligamentoplasty in typical cleft hand. Tech Hand Up Extrem Surg. 2013;17(2):120-2.
  • 11
    Ogino T. Cleft hand. Hand Clin. 1990;6(4):661-71.
  • 12
    Upton J. Simplicity and treatment of the typical cleft hand. Handchir Mikrochir Plast Chir. 2004;36(2-3):152-60.
  • 13
    Swanson AB, Barsky AJ, Entin MA. Classification of limb malformations on the basis of embryological failures. Surg Clin North Am. 1968;48(5):1169-79.
  • 14
    Swanson AB. A classification for congenital limb malformations. J Hand Surg Am. 1976;1(1):8-22.
  • 15
    De Smet L; IFSSH. International Federation for Societies for Surgery of the Hand JSSH. Japanese Society for Surgery of the Hand. Classification for congenital anomalies of the hand: the IFSSH classification and the JSSH modification. Genet Couns. 2002;13(3):331-8.
  • 16
    Iba K, Horii E, Ogino T, Kazuki K, Kashiwa K; Congenital Hand Committee of Japanese Society for Surgery of the Hand. The Classification of Swanson for Congenital Anomalies of Upper Limb Modified by the Japanese Society for Surgery of the Hand (JSSH). Hand Surg. 2015;20(2):237-50.
  • 17
    Ezaki M, Baek GH, Horii E, Hovius S. IFSSH Scientific Committee on Congenital Conditions. J Hand Surg Eur Vol. 2014;39(6):676-8.
  • 18
    Tonkin MA, Oberg KC. The OMT Classification of Congenital Anomalies of the Hand and Upper Limb. Hand Surg. 2015;20(3):336-42.
  • 19
    Oberg KC, Feenstra JM, Manske PR, Tonkin MA. Developmental biology and classification of congenital anomalies of the hand and upper extremity. J Hand Surg Am. 2010;35(12):2066-76.
  • 20
    Tsuge K, Watari S. Surgical treatment of cleft hand and its associated deformities. Bull Hosp Jt Dis Orthop Inst. 1984;44(2):532-41.
  • 21
    Nutt JN 3rd, Flatt AE. Congenital central hand deficit. J Hand Surg Am. 1981;6(1):48-60.
  • 22
    Blauth W, Falliner A. Morphology and classification of cleft hands. Handchir Mikrochir Plast Chir. 1986;18(3):161-95.
  • 23
    Glicenstein J, Guero S, Haddad R. Fentes médianes de la main. Classification et indications thérapeutiques a propos de 29 cas [Median clefts of the hand. Classification and therapeutic indications apropos of 29 cases]. Ann Chir Main Memb Super. 1995;14(6):253. French.
  • 24
    Falliner A. The cleft hand. Proposal of a classification based on 279 cleft hands. Handchir Mikrochir Plast Chir. 2004;36(1):47-54.
  • 25
    Valenti P, Lozano Gonzales E, Vergara Amador E, Cogswell LK. Cleft hand: a review of 33 cases and new ideas about classification. Chir Main. 2008;27 Suppl 1:S121-8. DOI: 10.1016/j.main.2008.07.015
    » https://doi.org/10.1016/j.main.2008.07.015
  • 26
    Snow JW, Littler JW. Surgical treatment of cleft hand. In: Transactions of the International Society of Plastic and Reconstructive Surgery 4th Congress. Rome: Excerpta Medica Foundation; 1967.
  • 27
    Miura T, Komada T. Simple method for reconstruction of the cleft hand with an adducted thumb. Plast Reconstr Surg. 1979;64(1):65-7.
  • 28
    Ueba Y. Plastic surgery for the cleft hand. J Hand Surg Am. 1981;6(6):557-60.
  • 29
    Buck-Gramcko D. Cleft hands: classification and treatment. Hand Clin. 1985;1(3):467-73.
  • 30
    Foucher G, Loréa P, Hovius S, Pivato G, Medina J. Radial shift of the ulnar fingers: a new technique for special cases of longitudinal central deficiency. J Hand Surg Br. 2006;31(2):156-61.
  • 31
    Oberlin C, Korchi A, Belkheyar Z, Touam C, Macquillan A. Digitalization of the second finger in type 2 central longitudinal deficiencies (clefting) of the hand. Tech Hand Up Extrem Surg. 2009;13(2):110-2.
  • 32
    Yasin E, Amin H, Mahmoud M, Abdel-Ghani H. Using Skin of the Cleft as Bipedicle flap for Release of the First Web Space in Congenital Central Deficiency. J Hand Surg Am. 2020;45(7):665. e1-665.e7.
  • 33
    Kozin SH, Zlotolow DA. Common Pediatric Congenital Conditions of the Hand. Plast Reconstr Surg. 2015;136(2):241e-57e.
  • 34
    Davis DD, Kane SM. Cleft Hand. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2020.
  • 35
    Flatt AE. The Care of Congenital Hand Anomalies. St. Louis: Quality Medical Publishing; 1994. p. 292-316.
  • 36
    Goldfarb CA, Chia B, Manske PR. Central ray deficiency: subjective and objective outcome of cleft reconstruction. J Hand Surg Am. 2008;33(9):1579-88.
  • 37
    Tada K. Central ray deficiency of the hand. Operative treatment and results. Int Orthop. 1984;8(3):229-33.
  • 38
    Aleem AW, Wall LB, Manske MC, Calhoun V, Goldfarb CA. The transverse bone in cleft hand: a case cohort analysis of outcome after surgical reconstruction. J Hand Surg Am. 2014;39(2):226-36.
  • 39
    Beck JD, Chang B, Jones NF. Over 20-year follow-up of Miura reconstruction of cleft hand. Hand (N Y). 2015;10(2):319-22.
  • 40
    Wood VE. The treatment of crossbones of the hand. Handchir Mikrochir Plast Chir. 2004;36(2-3):161-5.
  • 41
    Buck-Gramcko D. Microsurgery in congenital malformations of the hand. In: Brunelli G, ed. Textbook of Microsurgery. Milano: Masson; 1988. p. 933-40.
  • 42
    Buck-Gramcko D. Congenital malformations of the hand and forearm. Chir Main. 2002;21(2):70-101.
  • 43
    Kay SP, Platt A. Congenital disorders: cleft hand. In: Berger RA, Weiss APC, eds. Hand surgery. Philadelphia: Lippincott Williams & Williams; 2004. p. 1465-75.
  • 44
    França Bisneto EN. Deformidades congênitas dos membros superiores: parte I: falhas de formação. Rev Bras Ortop. 2012;47(5):545-52.
  • 45
    Rider MA, Grindel SI, Tonkin MA, Wood VE. An experience of the Snow-Littler procedure. J Hand Surg Am. 2000;25(4):376-81.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Out 2022
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2022

Histórico

  • Recebido
    16 Maio 2021
  • Aceito
    13 Dez 2021
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Rua Funchal, 129 - 2º Andar / cep: 04551-060, São Paulo - SP / Brasil, Tel: +55 (11) 3044-0000 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: rbcp@cirurgiaplastica.org.br