RESUMO
Introdução:
A busca de um substituto anatômico para a mama, para fins de correção de problemas estéticos, tem longa história de insucessos até a chegada do silicone. Desde o início de seu uso, na década de 1960, muitas complicações surgiram, como infecção, rejeição, rotura, além do extravasamento de silicone. Não encontramos na literatura, porém, relato algum sobre a passagem de materiais do organismo humano para o interior de implantes. O objetivo é a identificação por espectrofotometria de infravermelho (FTIR) e análise clínica, relatando a passagem de substâncias orgânicas para o interior de implantes mamários sem que os mesmos apresentem violação qualquer de sua cápsula.
Método:
Foram analisados 1500 pares de implantes mamários, removidos cirurgicamente no período de 1998 a 2018. Destes, seis foram encaminhados incluídos no estudo.
Resultados:
Foram analisados três materiais apresentando alterações macroscópicas em seu interior, sem que houvesse violação da cápsula. Uma segunda amostra foi realizada em implante semelhante, porém sem uso. O terceiro material foi uma amostra de tecido gorduroso mamário removido da própria paciente durante o ato cirúrgico. Foram encontrados materiais compatíveis com gordura, proteína animal e hemoglobina no interior do implante.
Conclusões:
A alteração evidenciada no material do interior dos dois implantes nos indica a ocorrência de passagem de materiais orgânicos através de cápsula intacta.
Descritores:
Mama; Implantes de mama; Contratura capsular em implantes; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos; Lipídeos