RESUMO
A Hidradenite Supurativa é uma doença crônica debilitante, estigmatizante e de difícil tratamento. A doença apresenta várias características clínicas, podendo ocorrer isolada ou simultaneamente em diversas localizações, geralmente simétricas, distribuídas na “linha do leite”. Afeta a pele onde há maior quantidade de glândulas apócrinas intertriginosas, em ordem decrescente: axilas, região ano-genital, aréolas e sulco inframamário. Seu curso insidioso inicia com nódulos subcutâneos que se rompem e/ou coalescem, formando abscessos na derme profunda, extremamente doloridos. As lesões frequentemente drenam exudato purulento fétido, com importante prejuízo à qualidade de vida. Com a progressão da doença, ocorre formação de fistulas, comedões, fibrose, contraturas dérmicas e endurecimento da pele. Suas maiores chances de cura estão no diagnóstico precoce e tratamento individualizado, que abrange medidas farmacológicas, comportamentais e cirúrgicas. O tratamento cirúrgico tem sido considerado a medida curativa mais efetiva. A decisão entre as diversas modalidades vai depender do estágio, apresentação e comprometimento local e incluem incisão e drenagem dos abscessos, deroofing, marsupialização, eletrocirurgia, laser Nd:YAG, laser de CO2 e excisão cirúrgica
extensa. As opções de reconstrução incluem cicatrização por
segunda intenção, enxerto de pele total imediato ou tardio, fechamento primário e retalhos. O caso relatado de lesões préesternais apresentava características clínicas e histológicas compatíveis com HS, sendo esta uma localização incomum na Literatura. O resultado pós-operatório da ressecção de toda a lesão com fechamento primário mostrou-se resolutivo após longo tempo de seguimento. Mais ensaios clínicos randomizados são necessários para estipular o melhor manejo na HS.
Descritores:
Hidradenite supurativa; Esterno/lesões; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos