■ RESUMO
Introdução:
No Brasil, queimaduras acometem cerca de um milhão de pessoas/ano, a maioria do sexo masculino. Além de prejuízos físicos e emocionais, há impacto econômico, com gastos para o sistema de saúde, indenizações e incapacidades laborais. Por estas razões, estudos epidemiológicos são importantes para traçar o perfil da população mais acometida, orientando a prevenção dessa afecção.
Método:
Revisão dos prontuários de 398 vítimas de queimaduras, internados na Santa Casa de Santos, de janeiro de 2016 até dezembro de 2019.
Resultados:
Os principais acometidos são homens, jovens, em ambiente doméstico, por líquidos aquecidos, causando em sua maioria queimaduras de segundo grau, atendidos em até 24 horas, considerados grandes queimados e internados em enfermaria por até duas semanas. Aproximadamente 90% recebeu alta com melhora, necessitando apenas de desbridamento e curativos.
Conclusão:
Nosso trabalho concorda com maioria das revisões em relação à prevalência do sexo masculino, jovens, economicamente ativos, em suas residências, com líquidos aquecidos, acidentalmente. Outros estudos apontaram crianças como as mais afetadas, mostrando necessidade de políticas voltadas a ambas as faixas etárias. Com relação à internação, a maioria permaneceu em enfermaria, com queimaduras de segundo grau, prevalecendo os grandes queimados, o que acarreta maior gravidade e custos. Esse dado vai contra alguns trabalhos, que apontam queimadura de segundo grau como principal, porém com menos de 10% da superfície corporal queimada. A maior parte dos pacientes, tanto neste quanto na maioria dos estudos, apresentou bom desfecho, sem necessidade de Unidade de Terapia Intensiva ou procedimentos cirúrgicos, mostrando a importância do desbridamento precoce e cuidados com curativos.
Descritores:
Queimaduras; Epidemiologia analítica; Procedimentos cirúrgicos reconstrutivos; Curativos oclusivos; Prevenção de acidentes