Os solos naturalmente possuem metais pesados em teores variáveis, podendo ocorrer incremento desses elementos em razão de práticas agrícolas adotadas. O transporte de metais pesados no solo ocorre, principalmente, nas formas dissolvidas na solução desse ou associado às partículas sólidas, sendo a água sua principal via de transporte. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo avaliar o teor de metais pesados e micronutrientes no solo, na planta e nos frutos de videira, submetida a diferentes estratégias de irrigação. O experimento foi instalado em Petrolina, PE. Os tratamentos foram constituídos de três estratégias de irrigação: IP (irrigação plena); IDC (irrigação com déficit controlado); e ID (irrigação com déficit). Durante o período de maturação da uva, foram coletadas amostras de solo nas profundidades de 0-10; 10-20; 20-40; 40-60; e 60-80 cm. Também foram coletadas folhas, no momento da maturação dos cachos, e bagas, no instante da colheita. Determinaram-se no solo, na folha e baga os teores de metais pesados e micronutrientes. Os teores de metais pesados e micronutrientes no solo apresentaram padrão estocástico em relação às diversas estratégias de irrigação. As diferentes estratégias de irrigação não influenciaram os teores de metais pesados e micronutrientes na folha de videira, estando esses abaixo dos teores considerados tóxicos para a planta. Entretanto, a maior disponibilidade de água no tratamento com IP favoreceu maior teor de Cu na uva, podendo ser um risco para os vinhos, causando instabilidade e turbidez. Dessa forma, recomenda-se adotar irrigação com déficit, evitando-se assim comprometer a estabilidade de vinhos tropicais da região Nordeste do Brasil.
disponibilidade de água; nutrientes; uva
