RESUMO
A Teoria Sociológica clássica é um domínio estudado a partir das grandes teorias, das formas de ver e compreender o mundo e, também, dos autores: nomes próprios os quais deram origem a uma grande parte do seu corpus geral. A metáfora dos “pais fundadores” faz parte desta génese do conhecimento científico social. No entanto, e não por acaso, as vozes das mulheres foram largamente excluídas desta construção. Há alguns anos, e como consequência da irrupção da questão do género em diferentes campos disciplinares, diferentes estudos recuperaram mulheres, silenciadas, “fundadoras” do campo. Este artigo analisa parte da obra de Harriet Martineau, uma pensadora inglesa de meados do século XIX. A análise tem como eixo transversal a recuperação do recurso narrativo como instrumento de análise sociológica. Para o efeito, o corpus de trabalho é constituído por quatro dos muitos escritos da autora e por estudos complementares. As dimensões abordadas consideraram categorias sociológicas clássicas: perceção da sociedade e construção do objeto. A reflexão proposta enfatiza a necessidade de abordar a análise proposta por Martineau e, em particular, o recurso narrativo: contar a história da realidade social através dos novelas.
Palavras-chave:
Harriet Martineau; teoria sociológica; capitalismo; narrativa; moral